segunda-feira, 21 de abril de 2014

REFORMA POLITICA É GOLPE DO PT- ATENÇÃO NÃO ASSINEM NADA DE ONGS, AVAAZ,UNE,CUT,PT,PSOL,PSTU,PCDOB E OUTROS

Nós da OCC Alerta Brasil já fizemos diversos alertas sobre a tentativa de GOLPE do PT através de uma Reforma Política e  Assembléia Nacional Constituinte para Reforma Política, fiquem atentos,não assinem e não apoiem, lembrem-se da Venezuela, o Hugo Chavez fez isso e sabemos o que está acontecendo por lá, isso é estratégia do "FORO de SÃO PAULO" criado pelo Assassino Ditador e pelo Cheffão Esquerdopata Lula,  vulgo X 9 Dedos, Barba e Boi, alcagueta colaborador do DOPS e da CONTRA REVOLUÇÃO DE 1964 cujo objetivo é perpetuar-se no poder e implantar o Comunismo no Brasil e América Latina, já falado e publicado em diversos artigos e diversos autores aqui no Blog.

O  jornalista e analista político Aluizio Amorim em seu blog de ontem, domingo de Páscoa publicou sobre o encontro dos terroristas guerrilheiros virtuais denominado Camping Digital sobre a estratégia do ParTido dos Terrorista  para seus Militontos que a serviço do PT irão derrubar perfis, páginas de opositores ao regime comunista do PT e sua ditadura real e digital.  Abaixo republicamos o artigo do Aluizo Amorim, leiam com muita atenção, fiquem atentos para o que vem nos próximos dias.

DEVASSANDO O COVIL DOS PSICOPATAS: PROGRAMA "CAMPING DIGITAL" DO PT REVELA A ARTICULAÇÃO PETISTA PARA O GOLPE DE ESTADO COMUNISTA SOB O EUFEMISMO DE 'REFORMA POLÍTICA'

Com um título que parece sugerir um mergulho de jovens no mundo da tecnologia - Camping Digital - o PT está reunindo a garotada, durante este feriadão de Páscoa, para submetê-la a uma lavagem cerebral no atacado. Depois pretendem soltar esses jovens no mundo virtual da internet, sobretudo nas redes sociais, para a prática do terrorismo cibernético.
Quando vocês, prezados leitores, toparem na área de comentários dos leitores, com textos estranhos e confusos aqui no blog já sabem, são os terroristas cibernéticos petralhas em ação. Deixo passar alguns para que vocês fiquem sabendo de que forma eles agem. Alguns tentam se passar por oposicionistas e desqualificam Aécio Neves acusando-o de fracote e exigem que seja “mais agressivo”, quem sabe, sair por aí mordendo os acólitos do Barba. 
Mas como vinha dizendo, esse tal Camping Digital, inclui sessões de lavagem cerebral, já que tem como palestrantes dinossauros comunistas como o Paulo Vanucci, que se diz jornalista político. Foi cevado ideologicamente na ECA da USP. 
Vanucci, o coveiro da democracia.
Ao Vanucci, velho de guerra, pois desde os anos 60 do século passado tenta liquidar a democracia para substitui-la  pela “ditadura do proletariado”, caberá a tarefa de fazer crer aos jovens barraqueiros que a democracia representativa está em crise. Ato contínuo desfiará um discurso mentiroso e, sobretudo, subversivo, para abordar a tal “reforma política”, que o PT já tem pronta há muito tempo. 
Esse projeto, conforme já apontei aqui no blog, o PT tentou desovar no Congresso sob o embalo dos protestos de junho de 2013, que, a rigor, foram promovidos pelo próprio PT, para criar um estado de tensão capaz de abrir caminho, a toque de caixa, para a proposição e aprovação da famigerada “reforma política”. Esta primeira tentativa falhou, quando o PMDB sentiu cheiro de carne queimada. O objetivo primordial dessa vigarice comunista é a convocação de uma Assembléia Constituinte exclusiva para votar a tal reforma.
Foi isto que aconteceu na Venezuela, quando Chávez, de um só golpe, fechou o Senado e criou uma Assembléia Nacional Bolivariana, via constituinte, obviamente sob o controle chavista. Deu no que deu. Coisa similar ocorreu no Equador e Bolívia e faz parte do esquema do Foro de São Paulo, que é aplicar essa reforma em todo o continente latino-americano, ou seja, a convocação de Assembléias Constituintes, mecanismo destinado a jogar a pá de cal no que resta de democracia no continente. Os comunistas pretendem enterrar a democracia representativa para no seu lugar criar uma coisa chamada de democracia direta, com no base no assembleísmo controlado pelo partido.
No Brasil, a técnica empregada pelo PT usa a agitação política, com o intuito de criar um clima de comoção nacional que justifique uma reforma política. Poderão inclusive utilizar a Copa do Mundo, que eles mesmo trouxeram para o Brasil, para atingir esses diabólico objetivo.
É que para convocar uma Assembléia Constituinte tem de ocorrer uma ruptura da ordem constitucional, um levante armado, um golpe de Estado ou algo semelhante. Como não é o caso, porque o povo brasileiro está mais por fora do que arco de barrica, o PT tentará criar artificialmente esse clima beligerante que facilite empurrar goela abaixo dos brasileiros uma Assembléia Constituinte para rasgar a Constituição Democrática de 1988 e no seu lugar escrever a Carta Magna Vermelha que transformará o Brasil em mais uma republiqueta comunista como aconteceu na Venezuela. 
Se acham que estou exagerando, basta que vejam conteúdo do programa desse convescote comunista denominado Camping Digital. Está lá tudo vazado no dialeto politicamente correto: discussão sobre gênero, gaysismo, mobilidade urbana, luta de classes, segregação de jovens da periferia (lembram-se dos ‘rolezinhos?’,) e tem muito mais, incluindo, até mesmo, um debate denominado "Parâmetros da liberdade de expressão", com o famigerado Paulo Henrique Amorim. Há também um debate sobre “Leis de Meios de Comunicação”, um troço que foi criado recentemente na Argentina, sob a direção desses psicopatas co-irmãos de Lula e seus sequazes.
O que resumi neste artigo são apenas alguns detalhes. Vale a pena conferir toda a programação clicando aqui e aqui para ver a página inicial. Vendo tudo isso já dá para ter uma idéia do que virá mais adiante: um golpe de Estado comunista como ocorreu na Venezuela. Lá os cidadãos acordaram tarde demais. O regime do tiranete Nicolás Maduro recebeu de Chávez a coisa quase pronta e que acaba de ser concluída.
Quando há dois meses os venezuelanos partiram para os protestos nas ruas foram recebidos a tiros e cacetadas, gás lacrimogênio, prisões e torturas. Pelo menos mais de 40 pessoas já foram mortas. Há centenas de prisioneiros nos calabouços da polícia política, prefeitos presos e o líder oposicionista Leopoldo López continua trancafiado numa prisão militar sem qualquer julgamento.
O Paulo Vanucci, o teleguiado de Lula, está excitadíssimo! Ele falará aos participantes desse convescote petralha sobre a "crise da democracia representativa" e exultará o tal modelo bolivariano, eufemismo para a palavra "comunista", banida de forma diligente do vocabulário político e jornalístico como se o comunismo não existisse mais.

fONTE: http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2014/04/conteudo-do-programa-camping-digital-do.html

A crônica de uma tragédia anunciada

Lenin ensinou: “Os comunistas devem lembrar-se de que falar a verdade é um preconceito pequeno-burguês; uma mentira, por outro lado, é muitas vezes justificada pelo fim”.



venezuela
O título deste post não é nada original, mas sempre soube que algum dia o usaria para falar do Brasil e dos nossos vizinhos latino-americanos influenciados pelo chavismo. Para quem não sabe, já que a nossa imprensa fala muito timidamente sobre o assunto, 39 pessoas já morreram na Venezuela desde que começaram os protestos contra o governo Maduro há pouco mais de dois meses.
Com o apoio do governo brasileiro e o silêncio de toda a América Latina, o governo venezuelano tem se mantido no poder única e exclusivamente pela força da repressão estatal. Para o então presidente Lula que há alguns anos dizia que “havia excesso de democracia” na Venezuela, os fatos ocorridos no nosso vizinho já lembram os chamados “anos de chumbo” da ditadura militar brasileira.
Onde está a indignação dos nossos “humanistas” de esquerda? Por que ninguém quer dar ouvidos aos pedidos de socorro dos estudantes venezuelanos que hoje são vítimas do governo que tanto inspirou os nossos socialistas do poder? O que dizer agora Lula, depois de fazer campanha de forma tão engajada para o aprendiz de ditador Maduro?
Inflação caminhando para os 100%? Escassez de alimentos? Criminalidade recorde? Redução da produção de petróleo? Aumento da dívida interna e externa? Tudo conspiração. O governo Chaves/ Maduro não tem culpa de nada. Até o câncer que matou Chaves foi culpa dos norte-americanos!
A Venezuela mergulha no caos. Falta comida, falta produtos de higiene, remédio, tudo. Mas o governo Maduro continua mandando dinheiro para Cuba. A mesada hoje equivale a 22% do PIB da ilha de Fidel.  Se contarmos com os bilhões de dólares drenados da economia brasileira para o “paraíso comunista” (sob “segredo de estado”, vale lembrar), a conclusão que chegamos é que Brasil e Venezuela estão ajudando a manter a falida ditadura comunista cubana. Mas como estes caras podem ter a cara de pau de falar mal da ditadura brasileira que já terminou há quase 30 ano e, ao mesmo tempo, financiar uma ditadura comunista responsável por mais de 100 mil mortes?
Mas não adiante. Eles só veem o que querem ver. Apenas repetem a lavagem cerebral que ouviram e seguem se achando a vanguarda revolucionária que libertará o mundo do capitalismo! Para quem quiser saber como está a situação na Venezuela, seguem dois vídeos amadores produzidos por estudantes venezuelanos que clamam por nosso socorro:
Não é por acaso que Venezuela e Argentina, os dois países que mais mergulharam no intervencionismo estatal nos últimos anos, hoje enfrentem as piores crises políticas e econômicas do continente sul americano. Também não é por acaso que Chile, Perú e Colômbia, os três países sul americanos que menos se deixaram contaminar pelo chamado “socialismo do século XXI” de Chaves, são hoje os que mais se destacam no continente, combinando bons índices de crescimento, com inflação baixa e contas equilibradas.
Como o pais com as maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela, que há bem pouco tempo crescia a admiráveis 9% ao ano, hoje estar completamente destroçada, política e economicamente? Como a Argentina, que até os anos 50 era um dos sete países mais ricos do mundo, hoje não passa de mais um problemático latino americano em queda livre em todos os rankings econômicos e sociais? Como em tão pouco tempo o Brasil deixou de ser visto como um novo candidato à super potência para voltar a sua velha condição de “gigante adormecido”?
Por outro lado, como um país pobre como o Peru veio a se tornar um dos novos “queridinhos” dos investidores nos últimos anos? Como um país destroçado por carteis e guerrilhas como a Colômbia pode hoje ser mais atrativo do que o Brasil? Por que o Chile, um país periodicamente devastado por terremotos, vulcões e maremotos, tornou-se a economia mais estável e próspera do continente?
As respostas para todas estas questões passam pela dicotomia que têm embalado a disputa política entre esquerda e direita há várias décadas: mais estado x menos estado. Os casos citados acima são apenas mais alguns dos muitos exemplos que a história tem nos mostrado ao longo dos anos. Basta uma rápida olhada no ranking de liberdade econômica para ver o óbvio: os países mais civilizados e prósperos são os que apresentam maiores índices de liberdade econômica. Por outro lado, quanto mais intervencionismo governamental, menos desenvolvimento e, claro, autoritarismo. As experiências socialistas estão aí para provar. Todas, sem exceção, fracassaram.  Então, por que, diante de tantas lições da história, tantos países ainda continuem brigando com a realidade? O que faz com que tantas pessoas envolvidas com a política não enxerguem o óbvio?
A ideologia socialista é a resposta. É a ideologia que justifica tudo que acontece na Venezuela e cega o exército de “idiotas úteis” que milita para divulgar o discurso panfletário de esquerda. Foi em nome do “socialismo do século XXI” que Hugo Chaves se tornou mais um mito mundial, a ponto de ser biografado por Oliver Stone em mais uma superprodução hollywoodiana, mesmo depois de semear o caos político e econômico na Venezuela.
É assustador ver o rumo que o bloco bolivariano tomou em tão pouco tempo. Mas, como já disse no título desta nova série de posts, nenhuma surpresa. Tudo dentro do script. A derrocada era só uma questão de tempo. E para quem acha que o Brasil está imune ao que está acontecendo na Venezuela e na Argentina, veremos o longo caminho que já percorremos na mesma direção, sem que a maioria da nossa população nem perceba o que está acontecendo.
É um processo gradativo, que vai tornando corriqueiros fatos que em outras épocas pareciam impensáveis para a nossa jovem democracia. Os escândalos subiram de patamar. Agora estão na casa dos bilhões (de dólares) e nada acontece. No caso dos US$ 2 bilhões de “empréstimos” secretos a Cuba e Angola, por exemplo, o governo do PT violou o artigo 49 da Constituição Federal que diz que “é de competência exclusiva do Congresso Nacional decidir sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ao patrimônio nacional”. Portanto, o governo do PT ignorou à constituição,  motivo de impeachment. No entanto, a hipótese nem sequer chegou a ser cogitada. Só mais recentemente, em outro escândalo bilionário (da Petrobrás), é que alguém chegou a falar de impeachment no Congresso. Claro que tudo vai ser abafado mais uma vez, pois o partido que quando oposição era o “rei das CPIs”, agora virou o “rei do esvaziamento de CPIs”.  Subimos também vários degraus na escala da cara de pau.
Enfim, repetimos com alguns anos de atraso o caminho percorrido pela Venezuela. É o mesmo filme. As mesmas mentiras, os mesmos discursos, as mesmas práticas políticas e econômicas. Tudo de forma gradativa, como preconizado por Gramsci, o grande referencial ideológico do PT.
No próximo post, vamos relembrar alguns fatos ocorridos no governo do PT e provar, com fatos, que estamos sim subindo na escada do autoritarismo. E só não chegamos mais longe porque várias propostas do governo do PT foram barradas por pressão da opinião pública, felizmente. Tentavas de controle do Judiciário, tentativas de controle da imprensa, do Ministério Público, do Congresso são apenas alguns exemplos.
E para quem acha que a guerra ideológica é coisa do passado, que foi sepultada com a queda do muro de Berlim, mostraremos o quanto ela está ativa e viva nas mentes dos militantes esquerdistas, que continuam trabalhando para avançar na agenda socialista no Brasil. Para quem quiser ter uma amostra do que estamos falando, sugerimos um vídeo que mostra uma reunião do PT, onde o presidente do partido, Rui Falcão, é visto como um representante da ala “direita” do partido! (ver aqui).
Na verdade, tal processo faz parte de algo mais amplo, que engloba toda a América Latina, num esforço coordenado por uma elite intelectual que se reúne todos os anos, traça metas e coordena grupos de trabalhos que envolvem a maioria dos partidos de esquerda da região, ONGs, sindicatos, associações e até grupos terroristas. Não é por acaso que o nosso país tem emprestado verdadeiras fortunas sob “segredo de estado” à vários países da região.
Felizmente temos os espelhos da Venezuela e da Argentina para nos advertir sobre a direção em que estamos caminhando. Os estragos que o PT tem feito na nossa economia já são visíveis e ficarão ainda mais no próximo ano, já que muitas contas estão sendo empurradas para adiante. Não será fácil para o próximo governo colocar o Brasil novamente nos trilhos. No entanto, protelar esta mudança pode nos levar a um quadro ainda mais difícil em 2018.
A informação é nossa arma, o antídoto que pode barrar este processo. Ajude-nos a divulgar estas informações e até o próximo post!


Posts relacionados:

A crônica de uma tragédia anunciada (parte 3)

foro_de_sao_pauloForo de São Paulo: como tudo começou
A ascensão da esquerda na América Latina tem um marco histórico: o Foro de São Paulo, realizado pela primeira vez em 1990. A ideia da criação do evento foi de Fidel Castro. Na ocasião, o ditador cubano buscava outra fonte de renda para manter seu regime, uma vez que, com a queda do bloco comunista, a ilha tinha perdido a “mesada” dos soviéticos. Portanto, para Fidel, o Foro representava uma esperança de recuperar, na América Latina, pelo menos um pouco do que foi perdido com a derrocada do leste europeu, uma questão de sobrevivência para Cuba.
O PT comprou a ideia e passou a financiar o projeto castrista de unificar os esforços de todos os partidos de esquerda, sindicatos, associações comunitárias e até grupos terroristas como as Farc da Colômbia e o MIR do Chile.
As ações coordenadas deram resultado. Depois de 8 anos, o Foro conseguiu eleger o primeiro presidente pela via democrática: Hugo Chaves. Desde então, o Foro tem colecionado vitórias em toda a América Latina, a ponto de José Dirceu recentemente gabar-se de ter ajudado a eleger 14 presidentes no continente (hoje já são 16).
Apesar de já ter realizado 19 edições do evento em vários países, o grupo conservou o nome que faz referência à cidade de São Paulo, um nome neutro que, durante muito tempo, ajudou a camuflar seus reais objetivos.
Mas o que há de errado em promover um encontro anual de organizações de esquerda?
É, realmente não teria problema nenhum, caso tal projeto não tivesse uma estratégia granscista de tomada do poder, de forma gradativa, subvertendo a democracia, via conquista da hegemonia da opinião pública. Uma conquista que não prevê a alternância do poder, um dos pressupostos básicos da democracia, mas a perpetuação no poder a qualquer custo.
Um outro ponto que cabe ressaltar é a ironia que tudo isso representa, pois uma das características principais da esquerda em todos os lugares do mundo é  alertar sobre um suposto “ente conspirador de direita” sempre à espreita, planejando golpes em toda a parte. Acontece que eles, os esquerdistas, são os que sempre estiveram organizados internacionalmente para implementar ditaduras em todo mundo, desde a primeira Internacional Comunista até o Foro de São Paulo. Por outro lado, não existe, do lado da direita, nenhum registro histórico de alguma organização similar. O mais próximo que a direita chegou disso foi no auge da Guerra Fria, quando os norte-americanos apoiaram golpes em diversos países, com o objetivo de estancar o avanço comunista. No mais, não existe nenhuma organização internacional que congregue os partidos de direita. Ou seja, temos aqui um perfeito exemplo de uma das dicas de Lenin aos conspiradores comunistas: “Acuse os adversários do que você faz!”.  Ainda na lógica peculiar desse pessoal que acha que a causa socialista está acima de tudo, Lenin ensinou: “Os comunistas devem lembrar-se de que falar a verdade é um preconceito pequeno-burguês; uma mentira, por outro lado, é muitas vezes justificada pelo fim”.
Mas, voltando ao Foro, uma das coisas que mais chama a atenção nesta trajetória de “sucesso” da organização foi o silêncio da imprensa por quase quinze anos em relação às Farc e o MIR. O jornalista Olavo de Carvalho foi talvez o primeiro a denunciar o caráter autoritário da organização socialista que sempre falou de democracia, mas nunca repreendeu a ditadura cubana nem os narcoguerrilheiros colombianos e bolivianos que há décadas aterrorizam suas populações. O jornalista perdeu vários empregos nos diversos veículos de comunicação nacionais por sua insistência em denunciar o perigo que tal organização representava para o futuro da democracia na América Latina. Antes mesmo da eleição de Lula 2003, Olavo já alertava que o PT chegara para ficar e que faria de tudo para não mais sair do poder. Na época, o jornalista caiu em descrédito, pois a maioria dos jornalistas brasileiros os quais não só acreditavam que o PT havia mudado, como também que não havia mais razão para “paranoias” em relação ao socialismo que até então era tido como morto e enterrado.
Para dar uma ideia do isolamento de Olavo, recentemente Reinaldo Azevedo, hoje um dos jornalistas mais atuantes no combate ao projeto de perpetuação no poder petista e do Foro de São Paulo, confessou que até ele, no início da década de 2000, achava exageradas as preocupações do Olavo de Carvalho. Pouca gente lembra, mas a Revista Veja, hoje declaradamente anti-petista, chegou a publicar matérias de capa que ajudaram a criar o mito Lula. “Lula na estrada”, “Lula light”, “O PT rosa” foram algumas das capas simpáticas que tentavam mostrar um PT mais maduro, menos radical e cada vez mais “pronto para assumir o poder”. E mesmo depois que o PT assumiu o poder a Veja continuou publicando capas simpáticas, como, por exemplo, “Triunfo histórico” e “Lula de mel”. A Veja só começou a mudar de postura em relação ao PT quando começaram a aparecer os primeiros sinais de corrupção, notadamente na CPI dos correios que levou ao Mensalão. E aí surgiu a “mídia golpista”. No entanto, para os novos idiotas úteis da militância de esquerda, a Veja sempre foi uma inimiga do PT, um instrumento da “mídia golpista”. É a estratégia da repetição: “uma mentira repetida mil vezes…”
Apesar da mudança de postura, nem mesmo a Veja teve coragem de mostrar as ligações do PT com as Farc, via Foro de São Paulo.  Talvez a primeira vez em que o tema foi tocado por um grande veículo de imprensa foi em 2006 pelo Jornalista Bóris Casoy, em entrevista ao vivo com Lula. De forma tímida, e já dizendo não acreditar nos boatos que corriam na imprensa internacional sobre um possível “eixo Lula / Fidel Castro / Hugo Chaves”, o jornalista do SBT foi deselegantemente repreendido pelo então presidente candidato à reeleição, que não só negou o tal eixo, como o “aconselhou” a não mais repetir tal insinuação. (ver aqui). E olha que o jornalista nem chegou a tocar no assunto Farc. Ou seja, Lula mentiu, da mesma forma que Hugo Chaves mentiu descaradamente quando então candidato às eleições de 1998 sobre suas já evidentes intenções autoritárias. O cara não fala uma única verdade. Tudo o que ele disse na entrevista foi desmentido pelos fatos anos depois.  (ver aqui http://www.youtube.com/watch?v=0vDZyO347rE).
E aqui já mais uma evidência do pragmatismo gramiscista/leninista de conquista do poder: vale tudo, inclusive mentir descaradamente, mesmo diante das câmeras e em cadeia nacional. Para quem não conhece, Gramsci, depois de Marx, é o grande guru da esquerda moderna. Sua proposta de conquista do poder coloca a luta armada em segundo plano (como um plano B), colocando como prioridade a silenciosa e constante revolução socialista via doutrinação nas escolas, igrejas, sindicatos e todas as demais instituições em que a militância política infiltrar-se. O poder deve ser garantido pela conquista e manutenção da hegemonia da opinião pública. Tudo deve ser feito em prol do “príncipe” (o partido). Nesta estratégia, o mensalão foi a primeira tentativa de garantir a hegemonia no Congresso. Ou seja, antes mesmo de chegar ao poder, eles já tinham um plano de subjugar um dos poderes do Estado.
Nesta ótica marxista-leninista-gramscista, a narrativa passa a ser mais importante que os fatos. E assim se constrói a espiral do silêncio, onde quanto mais minoritária uma opinião dentro de um universo social, maior será a tendência de que ela não seja manifestada.  Afinal, a maioria das pessoas tente a evitar a rejeição.  Para os indecisos, seguir a opinião repetida pela maioria é quase que uma lei da gravidade.
Neste processo, o marketing é decisivo.  Não por acaso, Duda Mendoça (e agora João Santana) passaram a ter quase que status de ministros.  Os marketeiros não só participam ativamente das “construções” dos programas políticos, como também de reuniões de cúpula em momentos críticos para definições de “narrativas” que sejam melhor digeridas pela população.
A tática funcionou muito bem. Olavo de Carvalho terminou exilado em Miami e o Foro de São Paulo continuou acontecendo sem a mínima repercussão da imprensa. É impressionante como um evento que reúne líderes de tantas as nações quase não seja noticiado.  O evento virou um tabu para a impressa, de modo que noticiá-lo passou a significar o mesmo que endossar os absurdos conspiracionistas do “jornalista de Miami”, como Lula chama o Olavo.
O tema finalmente veio à tona nas eleições de 2010 através do candidato a vice de Serra, Índio da Costa, que denunciou às ligações do PT com os narcotraficantes “revolucionários” das Farc. Mais uma vez o PT negou tudo, ganhou as eleições e Índio da Costa caiu no ostracismo da espiral do silêncio.
Só mais recentemente, em 2013, é que o Estadão publicou um editorial que aponta o fato de que os países que participam do Foro exibem os piores desempenhos econômicos do continente “em contraste com o dos integrantes da Aliança do Pacífico – México, Colômbia, Peru, Chile e, mais recentemente, Costa Rica – que colhem os resultados positivos de suas bem-sucedidas políticas de integração na economia global (…)  Tais países (os bolivarianos) padecem de um burocratismo do aparelho estatal semelhante ao que levou à falência a União Soviética e seus satélites, e que todos, apesar dos princípios pelos quais alegaram lutar, jamais lograram conquistar uma “verdadeira democracia social e de massas”. Detalhe, logo em seguida a publicação do editorial do Estadão, o Peru também caiu na desgraça de ter um presidente eleito associado ao Foro. Não por acaso, já começaram a aparecer na imprensa notícias de crise política também no Peru. (ver aqui). Será coincidência?
Não. Não é.  Da mesma forma que a alemã Elisabeth Noelle-Neumann comprovou cientificamente os métodos gramcistas quem conduzem à espiral do silêncio, por outro lado, ninguém, nem mesmo os déspotas conseguem controlar totalmente a informação.  Sempre vai haver uma brecha para a verdade vir à tona e, aos poucos, mais pessoas vão tomando consciência do que está acontecendo na América dominada pelo Foro de São Paulo. Eu, por exemplo, durante muito tempo relutei em falar sobre o assunto aqui no nosso blog, apesar das sucessivas sugestões do meu amigo Sandro Tavares que sempre me envia ótimos links e um dos responsáveis pelo sucesso do nosso blog.
Acontece que mentira tem perna curta. Primeiro o Foro de São Paulo escondeu todas as atas das reuniões que comprovavam as acusações do Olavo de Carvalho sobre a participação dos nacoguerrilheiros. Posteriormente, quando a Colômbia atacou o grupo de guerrilheiros e matou o segundo mais importante lider das Farc, Raúl Reyes, Hugo Chavez apareceu na TV lamentando a morte do amigo, descrevendo seu primeiro encontro, o qual teria acontecido no Foro de São Paulo de 1995, na mesma ocasião em que conheceu Lula. Detalhe: o próprio Hugo Chaves três anos antes já tinha tentando chegar ao poder na Venezuela via golpe de estado. Ou seja, democracia para este pessoal é pura retórica.
Mais recentemente, a revista colombiana Cambio publicou o “Dossiê Brasileño”, onde é relatado trechos de emails entre os terroristas e pessoas de confiança diretamente ligados à Lula. (ver aqui). Quantas pessoas sabem disso no Brasil?
Quase ninguém. Falar sobre este assunto é comprar briga com o PT. E comprar briga com o PT hoje no Brasil não é para qualquer um. Recentemente a deputada Jandira Feghali teve a petulância de pedir o corte de verbas publicitárias ao SBT como retaliação a jornalista Rachel Sheherazade, a exemplo do que já aconteceu com Bóris Casoy, que teve que sair da Record por pressão do PT.
Enfim, o Foro de São Paulo tem cumprido com sucesso seus objetivos de implantar governos gramcistas na América Latina, de modo que até mesmo o Chile, o país que ostenta os melhores indicadores econômicos e sociais da América Latina já está sendo contaminado pelo ideologia socialista. Desde a chegada de Michelle Bachelet ao poder, em 2005, também no Chile tem se multiplicado os protestos de rua.  E assim vão sendo plantadas as sementes do mal que hoje sufocam a Venezuela e a Argentina.
O sucesso do Foro de São Paulo só não foi completo porque surgiu a internet. Diferente de outros veículos convencionais que podem ser domesticados facilmente, a Internet tem sido o calcanhar de Aquiles dos conspiradores bolivarianos. Mesmo no Brasil, cujo processo bolivariano está menos avançado, o PT está levando uma surra em todos os canais onde o assunto é política. Isto apesar de toda a mobilização do PT para treinar sua militância paga (ver aqui). Daí a pressa do PT em aprovar o Marco Civil da Internet. Pouca gente percebeu, mas existe um ponto no projeto que multa as empresas provedoras de internet caso não retirem do ar imediatamente algum conteúdo considerado ofensivo. Acontece que quando um conteúdo cai na rede, ele é replicado por vários usuários. Fica difícil para qualquer empresa não apenas monitorar os conteúdos como retirar do ar o que for considerado ofensivo. Na prática, isso vai levar as empresas criar complicados sistemas de monitoramento que eliminarão automaticamente conteúdos que apresentarem algum indício de “conteúdo abusivo”. Aliás, isso já está acontecendo por causa dos processos sofridos por algumas empresas, por supostas “violações de direito autoral”. Para evitar novos problemas com a justiça, o Youtube, por exemplo, já colocou em prática uma programação que elimina automaticamente canais suspeitos de burlar as tais regras. Vários canais já foram vítimas injustamente da censura prévia do Google, como, por exemplo, o canalMorgatório do Pássaro. A suspensão dos canais acontece de forma automática, sem aviso prévio e sem nenhum mecanismo de defesa. Ou seja, esta é apenas uma amostra do que poderá acontecer brevemente, caso tais empresas fiquem sujeitas à graves sanções, como prevê o projeto. Para quem não sabe, as multas podem chegar a 20% do faturamento anual das empresas.
Mais recentemente, depois que a hegemonia da opinião pública foi conquistada, Lula começou a ficar mais seguro e começou a falar mais abertamente do Foro de São Paulo. No evento de comemoração dos 15 da organização, por exemplo, Lula, saudando os diversos presidentes eleitos sob as orientações do Foro, admitiu o que Olavo já denunciava há anos: “Foi preciso que nós mantivéssemos em segredo o Foro de São Paulo para que pudéssemos realizar este sonho de eleger os nossos presidentes, derrubar o capitalismo e construir o socialismo”.
Em outra ocasião (durante o Forum Social Mundial), onde Lula foi vaiado por esquerdistas mais radicais que o queriam mais “corajoso” como o Chaves, este último pediu paciência aos “companheiros” mais radicais, argumentando que o Brasil era um país mais complexo e que, portanto, o socialismo teria que ser implantado mais lentamente.
Não creio que Lula seja socialista de fato. Acho que ele é sim um oportunista que se aproveita do movimento socialista para fazer a sua carreira política. Independente disso, o fato é que dentro do PT existe uma grande parcela que continua tão radical quanto o PSOL e pressiona a cúpula do partido para avançar na agenda socialista. Infelizmente é isto que vem acontecendo. Nosso país hoje já é um dos mais intervencionistas do mundo, a exemplo da Argentina, Venezuela e demais bolivarianos. Não por acaso, no último ranking de liberdade econômica o Brasil perdeu mais 14 posições (hoje é o 114º de um total de 179 países), baixando do status “moderadamente livre” para “quase limitado”. Daí o pessimismo do mercado e a piora de todos os indicadores econômicos nos últimos anos (ver aqui).
Enfim, o Foro de São Paulo está sim conseguindo seus objetivos políticos. Economicamente é um desastre, porém politicamente já fincou sua bandeira em quase todos os países da América do Sul e em boa parte da América Central. Para a ditadura cubana, foi a salvação. Hoje a Venezuela, mesmo com toda a crise, envia para a Cuba uma mesada que equivale a 22% do PIB da ilha. O Brasil também tem dado contribuições bilionárias sob regime de “segredo de estado” (ver aqui) e assim vai ajudando a perpetuar uma das mais antigas e sangrentas ditaduras do século XX.
No próximo e último post desta série, vamos falar das táticas decididas e colocadas em prática pelo Foro de São Paulo nos diversos países onde chegou ao poder. Até lá!
Posts relacionados:



A crônica de uma tragédia anunciada (parte 2)

PT_saldo_socialismoDurante muito tempo relutei em crer no caráter autoritário do PT. A cada nova investida do governo em aprovar projetos que traziam nas entrelinhas mecanismos de controle a instituições ou segmentos da sociedade, sempre procurei colocar um pouco de equilíbrio nas acaloradas discussões na web, pois nunca estive completamente convencido deste viés autoritário do PT. Mas nada como o tempo para fazer emergir as verdades sufocadas pelas conveniências do momento. Uma coisa é uma ação isolada, um projeto mal elaborado, uma comunicação mal feita que possa suscitar diversas interpretações. Outra coisa são vários projetos ou ações apontando na mesma direção. Por mais competente que seja um mentiroso, aos poucos ele vai deixado escapar algumas falas que contradizem seu discurso oficial. O Lula, por exemplo, um dos campeões de contradições na Internet, recentemente deixou escapar que “o Congresso e até os sindicatos são obstáculos” (ver aqui). Hugo Chaves, antes de se eleger em 1998 negou ser socialista, afirmou que Cuba era sim uma ditadura, que não pretendia se reeleger mais de uma vez, que não expropriaria empresas entre outras mentiras. No poder, todos vieram o que fez. Em uma da pérolas de Lula, ele, tentando comparar o Fernando Henrique a um ditador, descreve a si mesmo anos depois no poder. Imperdiível! (ver aqui). O fato concreto é que com onze anos de poder do PT algumas coisas já são muito claras.  Salta aos olhos a piora da política. Coisas que antes aconteciam nos bastidores, hoje são corriqueiras, a ponto de, pela primeira vez na nossa história, um ministério ser todo formado por cotas. É o toma lá dá cá institucionalizado: cota do PMDB, cota de Lula, cota de Sarney e, pasmem, “cota pessoal da presidente”! Tudo descaradamente. Detalhe: dos nove ministros da cota de Lula, oito caíram por corrupção! Outro legado político do PT é a polarização política da nossa sociedade. O Brasil está dividido entre os apoiadores incondicionais de Lula e seus adversários, “a escória política” que deve ser eliminada! A coisa chegou a tal ponto que Lula chegou a falar abertamente do seu desejo de ver extinto o DEM, além de prometer que faria tudo o possível para não ver nunca mais o PSDB voltar ao poder. Sim, nossa sociedade ficou mais tolerante aos desmandos do governo. Se levamos em consideração que Collor foi impechado por causa de um fiat Elba e por alguns milhões enviados para uma conta no exterior por seu ex-tesoureiro de campanha, o governo do PT já deveria ter terminado na metade do primeiro mandato com o escândalo do mensalão. Aliás, não deveria nem ter começado, caso as investigações nos casos dos assassinatos de Celso Daniel e do Toninho do PT, pouco antes da eleição de Lula. Para quem não sabe, a família de Celso Daniel teve que se mudar do Brasil e acusa o PT da morte do ex-prefeito de Campinas por este saber demais. Mas nada mais cola no Lula. Ele conseguiu a hegemonia da opinião pública que o blinda de qualquer acusação, exatamente como preconizado por Gramsci, a grande referência teórica do PT.
Porém, apesar do marketing agressivo do PT, os fatos estão aí para comprovar o que eles negam há anos. O processo é gradativo, sistemático e recorrente.  Vejamos: As constantes tentativas de controle das instituições Um dos objetivos da doutrina de Gransci é o controle de todas as instituições pelo “novo príncipe”, o partido. Os fins que justificam os meios de Maquiavel, pensado de forma pragmática para conquista e manutenção do poder para o governante, foi expandido para o partido que pretende conquistar a hegemonia da opinião publica e, a partir do “veredicto popular” (manipulado pelo marketing, claro) avançar de forma gradativa na agenda socialista, exatamente como fez Chaves na Venezuela. Aqui no Brasil, felizmente, o PT ainda não conseguiu tudo que queria. No entanto, suas frequentes tentativas de subjugação dos demais poderes e instituições, não deixam dúvidas sobre suas reais intenções gramscistas. Vajamos:
  • Já no primeiro ano de governo, Lula propõe um controle externo ao poder judiciário. O caso rendeu as primeiras farpas com os ministros do STF, mas foi aos poucos sendo esquecido. Em uma inauguração no Espírito Santo, Lula dá mais uma prova de sua intenção de concentrar poderes: “’A Polícia Civil, a Polícia Militar, a Aeronáutica, o Exército e a Marinha têm que estar subordinadas a uma só orientação de política de governo”, afirmou Lula. (ver aqui)
  • Após as primeiras críticas da imprensa em decorrência da expulsão de um correspondente norte-americano do país, o presidente Lula manda ao Congresso sua primeira proposta de controle da imprensa: o “Conselho Nacional de Jornalismo”. Felizmente, diante da repercussão negativa, o projeto foi arquivado (ver aqui);
  • Ainda em 2004, estoura o escândalo do mensalão, mais uma tentativa de subjugar um dos três poderes da república. Mais tarde, as investigações revelaram que o esquema foi idealizado antes mesmo do PT assumir a presidência;
  • Já no segundo mandato de Lula, o PT tenta, pela segunda vez, controlar a imprensa através do “Plano Nacional de Direitos Humanos”. O projeto, em meio a várias “boas intenções”, prezando sempre pela “democratização” da imprensa propunha a criação de um ranking de empresas de comunicações, segundo o qual um comitê formado por “representantes” da sociedade (todos controlados por partidos de esquerda, claro) teria poderes de cassar licenças de veículos e jornalistas. Felizmente, este famigerado projeto também foi derrotado (ver aqui);
  • Já no governo Dilma o PT tenta aprovar uma emenda constitucional com o objetivo de retirar do Ministério Público seu poder de investigação. Felizmente, por causa dos protestos de junho, a famigerada PEC 37 foi também derrotada.
  • Em mais uma tentativa de subjugar o judiciário, o governo tenta aprovar uma emenda constitucional com o objetivo de tirar do STF a prerrogativa de dar a última palavra, submetendo suas decisões ao Congresso, este último bem mais fácil de ser domesticado via liberação de verbas e concessão de cargos no governo (ver aqui);
  • Derrotado nas duas primeiras tentativas de controlar a imprensa, o PT já se mobiliza mais uma vez para retornar ao tema. Desde o início de 2013 o PT busca 1,5 milhões de assinaturas para aprovação de um “novo marco regulatório das comunicações” que propõe, entre outras coisas “a criação de mecanismos de controle público, tais como conselhos de comunicação municipais e estaduais, agências reguladoras, ombudsman e Conselho Federal dos Jornalistas”. (ver aqui)
  • Em meio a tantas reformas pendentes, o governo Dilma mobiliza sua base para aprovar em tempo recorde o “Marco Civil da Internet”. O projeto, em meio a várias “boas intenções” representa, na verdade, um primeiro passo para aumentar o poder de influência do Estado sobre às empresas provedoras. Na verdade, trata-se de uma forma de criar dificuldades para depois vender facilidades, inclusive para obter informações sobre os logs dos usuários, uma vez que o projeto determina também que os provedores devem arquivar todos os passos dos usuários na rede durante um tempo determinado. (ver aqui)
A escalada de abusos O bordão “nunca antes na história deste país” foi usado e abusado pelo PT nas suas constantes investidas para a desconstrução de todos os seus antecessores. Ironicamente, o mesmo bordão serve para mostrar como nunca na história deste país tantos abusos foram cometidos em um só governo “democrático”. Vejamos:
  • Em 2004, pela segunda vez na nossa história (a primeira foi no regime militar), um correspondente internacional foi expulso do Brasil, apenas por relatar o gosto por farras do então presidente Lula. O jornalista Larry Rohter não falou nenhuma mentira, mas o caso rendeu semanas de defesas acaloradas da nossa “soberania” ameaçada pelos norte-americanos! (ver aqui)
  • Pela primeira vez na nossa história, um presidente falou abertamente de seu desejo de extinguir um partido político – o DEM (ver aqui);
  • Pela primeira vez na história do Brasil, José Dirceu, réu do mensalão, ameaçou botar seu “bloco na rua” caso fosse condenado pelo STF (ver aqui);
  • Pela primeira vez na nossa história, um advogado (Dias Tóffoli) foi nomeado para ministro do STF para julgar a própria causa que defendia anteriormente. Detalhe: sua namorada continuou envolvida no caso;
  • Pela primeira vez na nossa história, um réu do mensalão (de novo, José Dirceu) sabatina um candidato a ministro (Luiz Fux), o qual seria escolhido para julgar seu próprio caso (ver aqui)
  • Pela primeira vez na história do Brasil, um presidente da república tentou chantagear um ministro do STF (Gilmar Mendes) para adiar o julgamento do mensalão. O caso rendeu bastante polêmica na imprensa. Os partidários de Lula usaram, como sempre, o ad hominem para desqualificar Gilmar Mendes. Mas o fato é que, depois que o ministro botou a boca no trombone, Lula calou-se e repetiu a estratégia do silêncio nos demais casos em que foi denunciado como, por exemplo, no caso de sua affair Rosimery Noronha e na acusação de Tuma Jr. de que Lula teria sido delator de companheiros durante a ditadura. Antigamente havia um ditado popular que dizia “quem cala, consente”. Para a turma do PT, quem cala comprova a inocência. (ver aqui);
  • Pela primeira vez na história, um governo saúda como heróis condenados por corrupção, esnobando institucionalmente a decisão do poder judiciário (ver aqui);
  • Pela primeira vez na nossa história, um presidente da república diferencia cidadãos comuns de cidadão especiais, como Sarney, que merecem um tratamento “diferenciado” (acima da lei) por sua “história” (ver aqui);
  • Pela primeira vez desde o regime militar, um grande jornal Brasileiro (o Estadão) volta a ser censurado, proibido de fazer qualquer referência à família Sarney durante meses. Embora a decisão tenha partido de um juiz de Brasília, o PT não fez nenhuma menção de repúdio a explícita censura que acontecia em pleno regime democrático (ver aqui);
  • Pela primeira vez na nossa história, uma comissão de ética foi totalmente manipulada pelo governo para absolver Sarney de 11 acusações. Além de mobilizar toda bancada do PT para votar pelo arquivamento das acusações, o governo fez de tudo para compor a comissão com o máximo de suplentes possível, entre os quais o presidente que cumpriu à risca o script. (ver aqui)
  • Pela primeira vez na nossa história, em plena cerimônia de posse de um procurador da República (Gurgel), um presidente da república ameaça sobre uma possível “castração de poderes” ao Ministério Público, caso alguém do Congresso se sinta “perseguido” (ver aqui http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/o-poderoso-chefao/);
  • Pela primeira vez na nossa história, através do famigerado Plano Nacional de Direitos Humanos, o governo propõe que os juízes não poderiam mais determinar uma reintegração de posse “sem antes ouvir os invasores” (ver aqui);
  • Pela primeira vez na nossa história, o governo financiou a criação de blogs ou sites de doutrinação, formação de militância e difamação (ver aqui);
  • Pela primeira vez na nossa história, um ministro de estado (Gilberto Carvalho) insufla movimentos sociais para desgastar um governador da oposição. Mais tarde, o próprio presidente do PT, Rui Falcão, confessa na cara de pau o que muitos já sabiam: que o PT financia o grupo Fora do Eixo, um dos principais envolvidos nos protestos de junho (ver aqui);
  • Pela primeira vez na nossa história, um ex-guerrilheiro (José Genuíno) ganha como prêmio de consolação (por não conseguir ser reeleito deputado) um alto cargo no Ministério da Defesa, ficando acima de toda a hierarquia militar (inclusive dos militares que o prenderam quando guerrilheiro) e tornando-se o “representante” destes na chamada Comissão da Verdade (ver aqui).
  • Pela primeira vez, desde o regime militar, reportagens e artigos de colunistas são censurados, entre eles, Arnaldo Jabor e o programa CQC. Mais recentemente, blogs e canais do Youtube têm sido vítimas da militância virtual do PT (ver aqui);
  • Pela primeira vez na nossa história, obras públicas foram liberadas de licitações (ver aqui).
  • Pela primeira vez na nossa história, um governo civil recorre a uma prerrogativa de regimes autoritários (segredos de estado) para “emprestar” bilhões de dólares à países do bloco bolivariano (ver aqui);
  • Pela primeira vez na nossa história, uma comissão encarregada de apurar “a verdade dos fatos” (a chamada Comissão da Verdade) é formada por integrantes de apenas um dos lados, sem permissão para ouvir o contraditório, nem mesmo os parentes dos cerca de 126 assassinados pelos esquerdistas durante o período militar (ver aqui);
  • Pela primeira vez na nossa história um presidente do STF denuncia o aparelhamento do poder judiciário e a subjugação do poder legislativo. Segundo o jurista e presidente do STF, Joaquim Barbosa, nomeado pelo próprio governo do PT, uma “maioria construída sob medida” criou um recurso regimental “totalmente à margem da lei” (os embargos infringentes) com o objetivo específico de anular o trabalho que fora feito no julgamento do mensalão (ver aqui).
  • Pela primeira vez na nossa história, o Brasil criou um problema diplomático com um vizinho (Honduras), transformando a embaixada brasileira em uma trincheira para o presidente deposto, mesmo este tendo sido destituído conforme as regras da constituição do país e mesmo sendo este rejeitado pela população, como veio a ser comprovado depois nas eleições (ver aqui)
  • Pela primeira vez na nossa história, a metodologia de contabilidade do governo é contestada, inclusive pelo Tribunal de Contas da União (que advertiu o governo pelo processo de “argentinização” da nossa contabilidade), pelo FMI e por todo o mercado nacional e internacional. A chamada “contabilidade criativa” tem sido uma das causas da perda de credibilidade do Brasil e pelo arrefecimento dos investimentos. (ver aqui)
  • Pela primeira vez em nossa história, o governo aprova livros que consideram corretas frases do tipo “Nós pega o peixe”. Mais tarde, o MEC proibiria obras de Monteiro Lobato, por considera-las “politicamente incorretas”. Finalmente o MEC institucionaliza também a doutrinação política com cartilhas que enaltecem o socialismo e demonizam o capitalismo, ao mesmo tempo em que enaltecem o governo Lula e criticam o governo FHC.
  • Pela primeira vez na nossa história democrática, um governo institucionaliza o desrespeito aos direitos trabalhistas e à Constituição. Os médicos “importados” de Cuba recebem apenas uma fração do que os médicos de demais nacionalidades, não têm liberdade de ir e vir, não podem ter contas bancárias, nem trazer suas famílias ao Brasil, como os demais (ver aqui);
  • Pela primeira vez na nossa história, um governo “democrático” tenta impor de uma hora para outra a obrigatoriedade dos formandos em medicina trabalharem dois anos de graça, como pré-requisito para receberem seus diplomas. Mas uma vez, diante da repercussão negativa de mais este ato autoritário, o governo teve que recuar (ver aqui).
Enfim, a lista é longa e certamente não lembrei de todas as ações autoritárias do governo do PT. Mas as citadas acima já são suficientes para dar um panorama geral sobre a tese que defendo nesta série. A estratégia é sempre a mesma. O governo mira em todos os pontos negativos reais e imaginários da instituição a ser subordinada, cria um projeto cheio de de “boas intenções” e expressões politicamente corretas e inclui os mecanismos de controle nas entrelinhas. Há décadas todos os economistas e cientistas políticos apontam para a necessidade de reformas estruturais na nossa economia. Depois de três mandatos do PT, o famigerado “custo Brasil” não foi reduzido em nenhum centavo. No entanto para aprovar projetos que aumentam o poder do poder executivo não falta disposição ao PT. Enfim, para quem acompanha o que acontece na Venezuela pode se dar por satisfeito pelo fato de boa parte das investidas do PT terem sido frustradas pela reação de pelo menos uma parcela da sociedade. Mas fiquemos atentos. Eles não desistem e, certamente, vão retornar com novos projetos até conseguirem seu objetivo: o controle total das instituições, do mercado e da opinião pública. No próximo post, vamos nos aprofundar um pouco mais no assunto, mostrando as ações comuns entre todos os governos bolivarianos. Até lá!
Posts relacionados:

Socialismo – Uma armadilha perigosa! "Julga-se o socialista no direito de dispor dos bens alheios, amealhados honestamente, para distribuí-los a terceiros."




Por Maynard Marques de Santa Rosa *


«Todos os filósofos apresentaram uma interpretação diferente do mundo. Agora, é preciso mudá-lo»
(Karl Marx)


Mudar o mundo é um delírio do homem, uma pretensão da criatura que se crê acima do próprio criador.

Fruto de vaidade intelectual, certas quimeras levam tempo para serem exorcizadas. Francis Bacon acreditava que: «a ciência e a lógica podem resolver todos os problemas e ilustrar a infinita perfectibilidade do homem». Quatro séculos depois, Jung demonstrou que «a razão do homem, no fundo, nada mais é do que seus preconceitos e miopias», enquanto instintos e arquétipos do seu inconsciente são legados de origem divina. E arrematou: «O racionalismo não garante de forma alguma uma consciência superior, mas tão só unilateral».

No século XX, o ideal socialista tornou-se mítico, com força sugestiva e emocional que transcende a razão. O fervor religioso alimentou a militância de fé em um determinismo dogmático, que chega ao extremo do fanatismo. Religião materialista, em lugar do céu, busca o paraíso na terra.

A fórmula socialista é artificial e autoritária, uma criação de intelectuais que ignora a experiência milenar das relações humanas. «Seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente», é o que dizia, arrogantemente, o Manifesto Comunista de 1848.

Julga-se o socialista no direito de dispor dos bens alheios, amealhados honestamente, para distribuí-los a terceiros. Abomina a pluralidade natural e padroniza o comportamento das pessoas. Prega uma ordem compulsória, que elimina a consciência autônoma e transforma a sociedade em um grande rebanho a serviço do Estado, controlado por uma oligarquia de partido único. Usa como argumento a meia-verdade de que «o homem é produto do meio», para relegar o livre-arbítrio individual e o direito do mérito.

Mesmo a modalidade branda do «socialismo democrático» mantém a soberba de extinguir o direito de propriedade e expropriar o patrimônio privado – ainda que indiretamente, por meio de impostos.

O homem é um ser social e político, e a massa pensa coletivamente, de modo instintivo, como revelou a psicologia. Sendo lei natural, a evolução humana tende ao bem comum. O uso da razão na solução dos dissídios dispensa os traumas sociais gerados pelas revoluções artificiais, cujo clima abusivo só favorece os psicopatas, oportunistas e tiranos.

No Brasil, o poder sempre foi partilhado por interesses, não por ideias. O grupo socialista, organizado conforme as ordens religiosas e com apoio externo, tem a sua influência multiplicada desproporcionalmente. Isoladamente, não é capaz de exercer a hegemonia; mas, em composição com outros grupos partidários, chega ao ponto de impor à sociedade as aberrações de um PNDH-3.

Enquanto isso, imenso rol de problemas aguarda solução. A família, desamparada. A insegurança, alarmante. A corrupção, impune. O direito de propriedade, à míngua de garantia. A infraestrutura de transportes e, agora, a de energia, ineficientes. A gestão da saúde pública e da educação, notoriamente ineficaz. A economia, restrita por encargos tributários e outros entraves à circulação de bens e direitos. A Amazônia, subdesenvolvida e à mercê de nova cabanagem.

Na luta pelo poder, a propaganda tornou-se arma de guerra psicológica. Com a grande mídia silenciada pelos contratos públicos milionários, falta o contraponto da verdade. A motivação ideológica fomenta a divisão, postergando indefinidamente a esperança de um consenso de reconciliação nacional. Embora pouco provável um totalitarismo à brasileira, graças à autonomia dos interesses antagônicos, é inevitável a devastação e o atraso por ideias abstrusas.

Portanto, a ideologia socialista merece revisão. É um mal desnecessário, que deve ser extirpado, para o bem da justiça social e do progresso.


* General Maynard Marques de Santa Rosa


Enviado em 17 de abril de 2014 às 15:00 hs. por
General de Brigada R/1 Luiz Eduardo Rocha Paiva
rochapaiva@yahoo.com.br 


fonte: 18/04/2014 foto - http://correiodobrasil.com.br/foto/politica/generalmaynard.jpg vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=c0fEXiUj6P4

http://www.jornaldapaulista.com.br/site/page.php?key=4392

Um brasileiro na guerrilha do Araguaia Araguaia: "Genoino, aquele rapaz foi esquartejado!"

Araguaia: "Genoino, aquele rapaz foi esquartejado!" 18/11/2013   foto - facebook
video - http://www.youtube.com/watch?v=xBYDx0ufjxA

Discurso* do Coronel Lício Augusto Maciel na Câmara dos Deputados, em sessão solene em homenagem aos combatentes mortos no Araguaia, realizada no dia 26 Jun 2005.


"Genoíno, olhe no meu olho, você está me vendo. Eu prendi você na mata e não toquei num fio de cabelo seu. Não lhe demos uma facãozada, não lhe demos uma bolacha - coisa de que me arrependo hoje."

Como participante dos acontecimentos que passo a relatar, fiz apenas um resumo dos itens mais perguntados, porque a dissertação será por rememoração dos fatos. Para isso, tiro os óculos, a fim de que aqueles que vou citar me olhem bem no fundo dos olhos e tenham suficiente coragem de afirmar que tudo o que foi dito aqui é a pura verdade - se bem que não há necessidade, porque eles mesmos já confirmaram em outras ocasiões.

O primeiro item selecionado se refere à razão da minha escolha para a missão de descobrir o local da guerrilha, que hoje se diz Guerrilha do Araguaia.

Em 1969, após a morte do terrorista Marighella em São Paulo, em seus documentos foram encontradas várias citações sobre o local da "grande área", uma possível grande área de treinamento de guerrilha.

Eu estava chegando a Brasília em 1968, já pela segunda vez. No meu passado, em 1954, fiz o curso de pára-quedista e, em seguida, o curso de Forças Especiais da Divisão de Pára-Quedistas, especializando-me na modalidade Guerra na Selva. Posteriormente, ao curso de Operações Especiais (hoje Forças Especiais) foram incorporadas outras especialidades e, mais tarde, criado o Centro de Instrução de Guerra na Selva, CIGS, no coração da Amazônia.

Detentor do curso de Forças Especiais e considerado, à época, elemento com credenciais para desenvolver operações de selva, percorri muitas vezes a rodovia Belém-Brasília, estrada pioneira (de barro). Eu e minha equipe, de 3 ou 4 homens, chegamos à conclusão, pelos indícios obtidos, de que a "grande área" estava na região do "Bico do Papagaio", entre Xambioá, Marabá, Tocantinópolis e Porto Franco.

Não obstante, o fato mais importante que nos permitiu chegar a essa conclusão foi a prisão, em Fortaleza, do terrorista Pedro Albuquerque. Pedro Albuquerque foi preso quando tentava tirar documentos em Fortaleza. Recolhido ao xadrez, tentou suicídio, cortando os pulsos. A sentinela, ao passar, viu, deu o alarme e ele foi levado para um hospital da guarnição.

O documento resultante das declarações de Pedro Albuquerque foi enviado diretamente de Fortaleza para Brasília e chegou às mãos do General Bandeira, que imediatamente mandou buscar o preso. Enquanto eu preparava a equipe, o preso chegou e partimos, junto com Pedro, para o ponto de referência indicado por Pedro: Xambioá.

Chegamos ao Rio Araguaia, pegamos uma canoa grande, com motor de popa e fomos até ao local de Pará da Lama: era uma picada ao longo da floresta, na direção do Xingu. Andamos o dia inteiro. Chegamos ao anoitecer na casa do último morador, com o Pedro levado por nós. Não estava algemado, amarrado ou coisa assim. Ele foi acompanhando nossa equipe, livre. Há várias testemunhas desse episódio aqui presentes.

Chegamos à casa de Antônio Pereira, pernoitamos sob telheiros e, no dia seguinte, às 4 horas, prosseguimos em direção ao local indicado pelo Pedro Albuquerque. Ao chegarmos lá, avistamos três homens, ou melhor, três pessoas, pois uma era mulher, descansando para almoço, presumo. Aproximamo-nos do local para conversar com eles, para saber o que estavam fazendo ali. Eram três e, no nosso grupo, havia seis, o que levou-os a fugir.

Fiquei abismado com o estoque de comida e de material cirúrgico encontrado no local, onde havia até uma oficina de rádio, 60 mochilas de lona, costuradas (no local) em máquina industrial. Jogamos muita coisa no meio de um açude, tocamos fogo no resto e voltamos sem fazer prisioneiro.

Poderíamos ter atirado naqueles elementos. Estávamos a 80 metros: um tiro de fuzil os atingiria facilmente, pois estavam sentados. Mas nosso objetivo não era matar, não era trucidar. Nosso objetivo era confirmar o que eles estavam fazendo lá, pois, de acordo com Pedro Albuquerque, eram guerrilheiros. Estavam exatamente na área indicada por Pedro Albuquerque que, aliás, viu toda a operação.

Destruímos todos os seus aparelhos e um grande volume de frutas - melancia, jerimum etc. Ficamos impressionados com a quantidade de comida que havia lá, inclusive sacas de arroz; havia até, como já disse, uma oficina de rádio, com equipamentos sofisticados. Embora uma oficina rústica, mas que funcionava, assim como o gerador, lá atrás.

O Pedro Albuquerque retornou com dois dos nossos, sendo recolhido ao xadrez de Xambioá, e continuamos nossa missão.

Como os três elementos fugitivos certamente avisaram para o resto do grupo do Destacamento C, mais ao sul, em frente a São Geraldo do Araguaia, que estávamos indo para lá, ao chegarmos os vimos fugindo com muita carga - até violão levavam. Estavam se retirando da área do Destacamento C, do Antônio da Dina e do Pedro Albuquerque.

É bom lembrar que Pedro Albuquerque nos levara ao Destacamento C, ao qual pertencera e de onde fugira porque os bandidos exigiram que fizesse um aborto em sua mulher, que estava grávida. Mas o casal não se conformou com a ordem, principalmente porque outra guerrilheira grávida tinha sido mandada para São Paulo, para ter o filho nas "mordomias" daquela cidade. Coincidentemente, ela era casada com o filho do chefe militar da guerrilha, Maurício Grabois.

Passamos a perseguir esse grupo e continuamos avançando. Embora chovesse bastante, estávamos nos aproximando. Eles resolveram soltar a carga que estavam levando e o guia, morador da área, disse-me: "Agora, nós não vamos pegar eles porque estão fugindo pra gameleira".

Demos uma meia parada e passamos a destruir o equipamento abandonado por eles. Foi então que pressentimos a vinda de alguém pela trilha. Nós estávamos no meio da mata e esse elemento vinha pela trilha. Agachamo-nos e observamos um elemento forte, com chapéu de couro, mochila nas costas e facão na cintura. Então, quando chegou bem próximo, dei a ordem: "Prendam esse cara!"

Não sei, não posso me lembrar, se foi o Cid ou se foi o Cabo Marra que pegou o Genoíno, pois esse elemento, que dizia chamar-se Geraldo, posteriormente foi identificado como Genoíno - que naturalmente está me olhando agora. E eu tiro os óculos justamente para ele me reconhecer, porque da minha cara ninguém esquece, principalmente com aquela cara que eu estava na mata, depois de vários dias passando fome e sede, sujo, cheio de barba... Mas é a mesma cara... É o mesmo olhar de quando o encarei e disse: "Seu mentiroso! Confesse! Você não tem mais alternativa".

Por que eu descobri que o Genoíno era guerrilheiro ?

Ele se dizia Geraldo e se dizia morador da área (claro, elemento na área, suspeito, eu mandei deter). Mesmo algemado e com tudo nas costas, uma mochila pesada e grande, ele fugiu. O Cabo Marra deu três tiros de advertência, e ele parou. Mas não parou por causa da advertência, parou porque se emaranhou no cipoal e o pessoal conseguiu pegá-lo.

Eu perguntei: "Por que você está fugindo? Nós apenas estamos querendo conversar com você. Para você não fugir, vamos ter de algemá-lo".

"Eu sou morador" - disse ele.

Deixei o pessoal especializado em inquirição conversar com o Genoíno - até então Geraldo. O Cid conversou bastante tempo com o Genoíno e, afinal, veio a mim e disse: "Comandante, não tem nada, não".

"Está bem" - respondi. Como eu já estava há muito tempo no mato e já tinha decidido levar esse Geraldo para Xambioá, peguei a mochila dele.

Quero também ressaltar que havia um elemento na minha equipe - já falecido - especialista em falar com o pessoal da área; um elemento excepcionalmente bondoso, ao qual presto minhas homenagens. O João Pedro, apelidado por nós de Jota Peter, ou Javali Solitário - onde estiver estará me escutando. João Pedro era quem falava com o matuto, com o pessoal da área. Eu, na minha linguagem urbana, não era entendido nem entendia o que eles falavam. Pois bem, o Javali veio a mim e disse: "Ele não tem nada. É morador da área".

Como homem de selva que era, peguei a mochila do Geraldo e comecei a abri-la. Tirei pulôver, rede e um bocado de "bagulho" da mochila do Geraldo, até encontrar um tubo de remédio no fundo da mochila. Ao pegar aquele tubo e olhar para o Genoíno, vi que ele estava lívido, pálido. Lembro-me que ainda lhe disse: "Companheiro, fique tranqüilo porque nós não vamos fazer nada com você; você é morador da área". E abri o tubo...

Lá encontrei material típico de sobrevivência - linha de pesca fina, anzóis. Como eu havia feito um curso e só sabia teoricamente sobre o assunto, interessei-me por aquele exemplo prático, em um local de difícil acesso na selva amazônica. À medida que eu ia puxando aquelas linhas, o Genoíno - aliás, o Geraldo - ia ficando mais desesperado. E quando eu esvaziei o tubo, olhei para ele... estava branco como cera.

Quando eu olhei para ele [Genoíno]e disse: "Você não tem mais alternativa porque aqui está a mensagem", ele disse: "Eu falo".

Foi quando, lá no fundo do tubo, vi um papel pautado, dessas cadernetas em que todo dono de bodega na área anotava as suas vendas. Cortei uma talisca do meu lado, puxei o papel e lá estava a mensagem do Comandante do Grupamento B, da Gameleira, o Osvaldão, para o Comandante do Grupamento C, Antônio da Dina. Estava lá a mensagem que o Genoíno transportava para o Antônio da Dina. Era uma mensagem tão curta que ele, como bom escoteiro que era, poderia ter decorado, pois até hoje, mais de 30 anos passados, eu me lembro do que ela dizia. Era uma dúzia de palavras em linguajar militar, de próprio punho do Osvaldão, o Comandante do Grupamento B da Gameleira, o grupamento mais perigoso da guerrilha, como constatamos no desenrolar das lutas.

Aliás, esse foi o grupo que matou o primeiro militar na área. Antes de qualquer pessoa morrer, o grupo do Osvaldão matou o Cabo Rosa, Odílio Cruz Rosa. Depois do Cabo Rosa eles mataram mais 2 sargentos e fizeram muito mal aos militares, que nada sabiam até então. Só quem sabia era o pessoal de informações.

Bem, prosseguindo. O Genoino foi mandado para Xambioá. A essa altura ele deixou de ser suspeito e disse tudo sobre a área. Quando eu olhei para ele e disse: "Você não tem mais alternativa porque aqui está a mensagem", ele disse: "Eu falo".

Genoíno, olhe no meu olho, você está me vendo. Eu prendi você na mata e não toquei num fio de cabelo seu. Não lhe demos uma facãozada, não lhe demos uma bolacha - coisa de que me arrependo hoje.

Um elemento da minha equipe, fumador inveterado, abriu um pacote de cigarros, aproveitou aquele papel branco do verso, pegou um toco de lápis, não sei de onde, e o João Pedro começou a anotar o que o Genoino falava. Fui até um córrego próximo beber um pouco d'água. Voltei e o papel estava cheio, com toda a composição da Guerrilha - nomes, locais, Grupamento C, ao sul; Grupamento B, da Gameleira, perto de Santa Isabel; e Grupamento A, perto de Marabá. Eram esse os 3 grupos efetivos, em que se presumiam 30 homens por grupamento, além de um comitê militar, comandado por Maurício Grabois.

"Genoino, aquele rapaz foi esquartejado!"

Peguei aquele papel e ainda comentei com ele: "Pô, meu amigo, tu és um cara importante desse negócio aí, hein?" E mandei o Genoíno para Xambioá, onde foi recolhido ao xadrez e, posteriormente, enviado a Brasília. Três ou quatro dias depois, não me lembro, veio a confirmação da identificação: o guerrilheiro Geraldo era o José Genoino Neto.

Triste notícia veio depois. O grupo do Genoíno prendeu um filho do Antônio Pereira, aquele senhor humilde, que morava nos confins da picada de Pará da Lama, a quilômetros de São Geraldo. O filho dele era um garoto de 17 anos, que eu não queria levar como guia, porque ao olhar para ele me lembrei do meu filho, que tinha a mesma idade. Eu dissera ao João: "Não quero levar o seu filho". Eu sabia das implicações, ou já desconfiava. Mas o pobre coitado do rapaz nos seguiu durante uma manhã, das 5h até o meio-dia, quando encontramos os três nos aguardando para almoçar. Pois bem. Depois que nos retiramos, os companheiros do José Genoíno pegaram o rapaz e o esquartejaram.

Genoino, aquele rapaz foi esquartejado!

Toda a Xambioá sabe disso, todos os moradores de Xambioá sabem da vida do pobre coitado do Antônio Pereira, pai do João Pereira, e vocês nunca tiveram a coragem de pedir pelo menos uma desculpa por terem esquartejado o rapaz! Cortaram primeiro uma orelha, na frente da família, no pátio da casa do Antônio Pereira; cortaram a segunda orelha; o rapaz urrava de dor; a mãe desmaiou. Eles continuaram, cortaram os dedos, as mãos e, no final, deram a facada que matou João Pereira. Pois bem, eles fizeram isso apenas porque o rapaz nos acompanhou durante 6 horas. Para servir de exemplo aos outros moradores, de forma que não tivessem contato com o pessoal do Exército, das Forças Armadas.

Foi o crime mais hediondo de que já soube. Nem na Guerra da Coréia ou na do Vietnã fizeram isso. Algo parecido só encontrei quando trucidaram o Tenente PM Alberto Mendes Júnior. Esse Tenente PM se oferecera voluntariamente para substituir dois subordinados que estavam ferido, capturados pela guerrilha do Lamarca. Lamarca pegou o rapaz, castrou-o, obrigou-o a engolir os órgãos genitais e trucidou-o.

Pois o crime contra o João Pereira foi muito mais grave, muito mais horrendo. E eles sabem disso. Peçam desculpas ao Antônio Pereira, se ele estiver vivo! Tenham a coragem de reconhecer, pois toda a Xambioá sabe disso!

Genoíno preso e identificado... mas a Guerrilha prossegue. Depois de matar o João Pereira, mataram o Cabo Odílio Cruz Rosa; depois do Rosa, eles mataram dois sargentos; depois dos dois sargentos, eles atiraram no Tenente Álvaro, que pode contar a história, como estou contando aqui.

Na minha versão, o Álvaro deu voz de prisão ao bandido e eles atiraram. Outro, que estava atrás, atirou nas costas do Álvaro. Depois desse ferido, houve vários outros feridos, até que, finalmente, eu fui ferido e tive que sair da área.

Porém, antes, as tropas do Exército saíram da área, ao constatar que aquele era um movimento de monta, mais planejado - planejado em Cuba.

Sabemos como funciona a mente de um comunista. Um comunista tranqüilo, sem arma na mão,,, tudo bem. Aquilo é o que ele pensa e a nossa democracia permite isso. Mas aquele que pega em arma, tem de ser eliminado. Um homem que entra numa mata para combater em nome de um regime de Fidel Castro, esse cara tem que ser morto!

Foi então realizada a Operação Sucuri, que fez um levantamento completo de informações: do que se tratava, qual o valor do inimigo, onde ele estava, enfim, todos os itens necessários para que fosse elaborada uma ordem de operações para o combate à Guerrilha. Isso durou 5 ou 6 meses e já existe literatura ´publicada muito boa a respeito.

Elementos militares descaracterizados, à paisana, foram postos dentro da mata, desarmados, com identidade falsa, infiltrados na área dos bandidos. Qualquer um de nós, em sã consciência, reconhece que esses homens da Operação Sucuri foram uns heróis. Naquela época, se me tirassem as armas e me botassem na mata... não sei não... No ímpeto da juventude, talvez eu fosse, como eles foram. Eram capitães, tenentes e sargentos.

Terminada a Operação Sucuri, já sabíamos do que se tratava, confirmadas todas ou quase todas as informações que o Genoíno tinha dado. Três grupos, comando militar e a chefia em São Paulo, sob o comando de João Amazonas - que fugiu da área ao primeiro tiro. Grande valentia! Herói... João Amazonas ?! João Amazonas, repito, fugiu da área ao primeiro tiro, junto com Elza Monnerat. Deixou lá garotos, estudantes e os fanáticos comunistas, tipo Maurício Grabois, que influenciou seu filho, André Grabois, o personagem central do evento que vou relatar agora.

O comandante do Comitê militar da guerrilha era o André Grabois. A esposa dele, a Criméia, que talvez esteja me olhando, disse que o pegamos numa emboscada, mas não houve emboscada!

Como o Exército saíra da área para fazer operação de informações, a Operação Sucuri, eles cantaram vitória prematuramente: "Seu Exército é de fritar bolinho".

Muito bem... fritamos bolinho !

Eu já estava de volta à área e recebi a seguinte ordem: "Vá à região de São Domingos a pé, porque de viatura não se chega lá. Eles destruíram uma ponte na Transamazônica." Peguei a minha equipe e fui para São Domingos. Atravessei o rio. A ponte, de madeira, estava destruída, mas atravessei a vau. Cheguei a São Domingos e encontrei o posto da PM incendiado. Ao alvorecer daquele dia - se não me engano, 10 de outubro de 1973, eles destruíram e incendiaram o posto. Deixaram todos os militares nus, inclusive o Tenente PM comandante do destacamento; pegaram todo o armamento, toda a munição e todo o fardamento. Entraram na mata e deixaram um recado: "Não ousem nos seguir, porque o pau vai quebrar".

Infelizmente, Criméia, seu marido morreu por isso: pude ver as suas pegadas bem nítidas, pois eles estavam carregados com cunhetes de munição, fuzis da PM, revólveres, e foi fácil seguir o grupo.

No terceiro dia, para resumir, houve o encontro. Eles estavam tão certos de que o Exército não iria lá que estavam caçando porcos. Às 6 da manhã, eu escutei o primeiro tiro e o grito dos porcos. Às 15 horas houve o combate. Vejam bem o espaço de tempo: de 6 da manhã às 15 horas. Eu estava a menos de 10 metros do primeiro homem, que era o comandante do grupo, André Grabois, filho de Maurício Grabois. Ele estava sentado, com um gorro da PM na cabeça, que tomara do Tenente, e uma arma na mão. Olhei para os meus companheiros, que vinham rastejando, e perguntei: "Será que vamos encontrar um bando de PMs aí ?"

Olhei... eles entraram em posição... e eu me levantei. Quase encostei o cano da minha arma em André Grabois: "Solte a arma !". Ele deu aquele pulo e a arma já estava na minha direção. Não deu outra: os meus companheiros, que chegavam, acertariam o André, caso eu tivesse errado, o que era muito difícil, pois estava a um metro e meio, dois metros dele.

Foi destruído o Comando militar da Guerrilha. Todos eram formados na China, em Pequim, em Cuba. Não me lembro do nome de todos, mas citarei alguns: André Grabois; o pai, Maurício Grabois, que mandou o filho fazer curso em Cuba; o Calatroni; o Nunes. O João Araguaia se entrincheirou atrás de um tronco de árvore e não se mexeu; depois do tiroteio, saiu correndo, sem arma. Ninguém atirou no João Araguaia porque ele estava sem arma. O Nunes estava gravemente ferido, mal falava e, quando o fazia, o sangue corria pela boca, mas ele conseguiu dizer da importância do grupo e citou os nomes - não sei se nome ou codinome - de todos eles: o Zequinha, ele disse, esse é o André Grabois. Estava morto.

Esse foi o primeiro combate significativo contra os guerrilheiros, onde foram desmoralizados. Eles diziam para os soldados não entrarem na mata porque os oficiais não entravam. Ora, o próprio acampamento dos militares ficava no meio da selva...

Em seguida, ocorreu o incidente do dia 23 de outubro, 10 dias depois. Continuando na perseguição ao bando, encontramos pegadas de um grupo numeroso. Aquele grupo, do Zé Carlos, era do Grupamento A. Quando encontramos umas trilhas, depois, soubemos que era do Grupamento B, do Osvaldão. Eu já estava a menos de 100 metros do grupo quando percebi o guia voltando para a retaguarda. O guia era um morador da área, que não tinha nada com a guerra; estava lá apenas auxiliando o Exército a pegar os "paulistas", que era como chamavam os guerrilheiros.

Quando o guia começou a retrair, achei que a coisa estava feia, mas continuei. Nisso, um dos guerrilheiros retorna, volta inesperadamente, e dá de cara comigo. Eu agachado e ele olhando para mim. Foi quando dei a ordem de prisão: "Mãos na cabeça !".

Ele levantou uma mão e foi quando vi que era uma mulher. Ela levantou uma mão fazendo sinal de... para eu ficar olhando para a mão enquanto ela desamarrava o coldre. Dei 3 vezes a ordem de prisão, mas ela não obedeceu. Quando eu vi que ela estava abrindo o coldre gritei "Não faça isso !". Mas ela sacou a arma e vi que não tinha jeito: atirei. Acertei a perna dela, que caiu, caiu feio. Aliás, ela não caiu, desmoronou; deu um salto, como se tivesse recebido uma patada de elefante. Ela caiu uns 3 metros adiante, tal o impacto.

Eu corri, ela não estava mais com a arma, estava nos estertores da dor, chorando e gritando. Eu disse: "Fica calma que vamos te salvar". Procurei a arma... a selva muito cheia de folhas... não achei a arma. Meu erro: não deixei um sentinela com ela. Éramos poucos, eles eram vinte, eu precisava de gente.

Continuamos a perseguição ao grupo, e eles atravessaram o córrego. Resolvi voltar, já estava escurecendo. Quando me agachei ela atirou-me, à queima roupa. O tiro pegou na mão e acertou na face, atravessando o véu palatino e se encaixando atrás da coluna; e eu caí. Outro tiro que ela deu acertou o braço do Capitão Curió, subcomandante da equipe. O restante da minha equipe revidou, claro, encerrando a carreira de bandido da Sônia, nome da guerrilheira.

Fui carregado em uma rede e transportado na mata. Altas horas da noite, os soldados que estavam me carregando passaram os seus fuzis para um outro, do lado deles. E o que ia levando 2 fuzis, um fuzil batendo no outro, fazia muito barulho na mata, o que se propagava a longa distância. Os terroristas haviam armado uma emboscada que teria sido o fim para nós. Mas aquele companheiro, com o qual eu brigava tanto, pedindo que deixasse de fumar, nos salvou. Ele, que assumira o comando da equipe, mandou parar, para dar uma pitada. Isso, a uns 50 metros da emboscada. Paramos e ficou aquele silêncio. Eu fui estendido no chão, dentro da rede, sangrando muito, quase desacordado. Os terroristas, então, achando que havíamos pressentido a emboscada, fugiram - aqueles valentes guerrilheiros ! Claro que eles teriam matado todos nós, não tenham dúvida. Nós estávamos completamente sem atenção, pois a minha equipe estava levando o seu comandante, quase morto, para o primeiro local onde o socorro poderia alcançar.

Na localidade de São José, pediram uma ambulância para levar um ferido. De São José, a ambulância me levou para Bacaba, de lá para Marabá e de Marabá para Belém, onde passei uns dias para me restabelecer e ter condições de viajar. Depois fui levado para Brasília onde fui operado. A operação se revestia de cuidados especiais, sob o risco de ficar paraplégico para o resto de minha vida. Graças a Deus, as sequelas foram muito menores e hoje eu estou falando aos senhores aqui, com muita honra.

Encerrando, digo que é muito difícil falar em conclusões de uma luta de 4 anos. Citarei apenas 2 dos itens que alinhavei para as conclusões. Permitam-me que os leia e que recoloque os óculos para isso.

Primeira conclusão: tenho imenso orgulho de haver participado dessa luta, por ter agido positivamente para evitar que os guerrilheiros do PCdoB implantassem no País um regime comunista igual ao de Cuba, com paredão e tudo - a propósito, esse risco não acabou, alerto.

Segunda conclusão: além de prestar homenagem às bravas esposas dos militares, tanto daquela época quanto da atual, estendo aos membros da minha valorosa equipe a honra de que estou sendo alvo presentemente.

Muito obrigado.


(*) Com a aprovação do autor, o discurso foi revisado, sem comprometimento de sua essência, apenas para concatenar o texto narrativo, já que feito de improviso.


fonte: Blog do Magal VALE QUASE TUDO/montedo.com


Enviado em 18 de Novembro de 2013 por
Lidia Putini Lopes
Jurista por profissão e agricultora por vocação.
Nurembergue – Alemanha
a.knoetig@t-online.de
 


fonte: http://www.jornaldapaulista.com.br/site/page.php?key=4219