quinta-feira, 16 de abril de 2015

O socialismo na prática - o laboratório da morte



A União Soviética foi o paraíso socialista dos trabalhadores de 1917 a 1991. Como resultado direto deste experimento, pelo menos 30 milhões de russos morreram.
Os números verdadeiros podem ser o dobro desta cifra. Já o experimento chinês foi mais curto: de 1949 a 1978. Talvez 60 milhões de chineses tenham morrido. Há quem fale em 100 milhões.
O sistema foi incapaz de fornecer os bens prometidos. Não consigo imaginar um tópico mais apropriado para se discutir em uma aula de economia do que o fracasso do socialismo. O mesmo é válido para um curso sobre a história do mundo moderno. Qualquer curso decente de ciência política deveria cobrir este fracasso em detalhes.
O fracasso universal do socialismo do século XX começou já nos primeiros meses após a tomada da Rússia por Lênin. A produção caiu acentuadamente. Ato contínuo, ele foi forçado a implementar um reforma marginalmente capitalista em 1920, a Nova Política Econômica (NEP). Ela salvou o regime do colapso. A NEP foi abolida por Stalin.
Durante as décadas seguintes, Stalin se entregou ao corriqueiro hábito de assassinar pessoas. A estimativa mínima é de 20 milhões de mortos.
A resposta da academia tem sido, até hoje, a de considerar todo o experimento soviético como algo que foi meramente mal orientado, algo que se desencaminhou, e não como algo inerentemente diabólico. O custo em termos de vidas humanas raramente é mencionado.
Antes de 1991, era algo ainda mais raramente mencionado. Antes de Arquipélago Gulag (1973), de Solzhenitsyn, era considerado uma imperdoável falta de etiqueta um acadêmico fazer mais do que apenas mencionar muito discretamente e só de passagem toda a carnificina, devendo limitar qualquer crítica apenas aos expurgos do Partido Comunista comandados por Stalin no final da década de 1930, e praticamente quase nunca mencionar que a fome em massa havia sido adotada como uma política pública.
"Ucrânia? Nunca ouvi falar." "Kulaks? O que são kulaks?"
A situação decrépita de todas as economias socialistas, do início ao fim, não é mencionada pela academia.
Estudantes universitários não são ensinados nem sobre a teoria do socialismo nem sobre a magnitude de seus fracassos. Nem economicamente nem demograficamente. Na era pré-1991, tal postura era mais fácil de ser mantida do que hoje. A “intelligentsia” hoje já admite que o capitalismo é mais produtivo que o socialismo.
Sendo assim, a tática agora é dizer que o capitalismo é moralmente deficiente. Pior, que ele ignora a ecologia. Foi exatamente esta a estratégia recomendada pelo acadêmico socialista Robert Heilbroner em seu artigo de 1990. Ele disse que os socialistas teriam de mudar de tática, parando de acusar o capitalismo de ineficiência e desperdício, e passar a acusá-lo de destruição ambiental.



Você sabe qual foi ou qual é o experimento socialista mais longevo da história do mundo?  Você sabe qual foi o sucesso deste experimento?
Se alguém lhe pedisse para defender a ideia de que o socialismo fracassou, qual exemplo você forneceria?
Onde o formato moderno de socialismo começou?
Nos Estados Unidos.
É isso mesmo: na "terra da liberdade".  Mais especificamente, nas reservas indígenas, sob o comando da Agência de Questões Indígenas, subordinada ao Ministério do Interior.
As reservas indígenas foram inventadas com o intuito de controlar combatentes adultos.  Elas tinham como objetivo manter a população nativa pobre e impotente.
O sistema funcionou?  Pode ter certeza.
O experimento tem se mostrado um fracasso?  Muito pelo contrário, tem sido um sucesso total.
Quando foi a última vez que se ouviu a respeito de alguma insurreição dos índios americanos?
Eles são pobres?  Os mais pobres dos EUA.
Eles recebem auxílios do governo americano?  É claro que sim.
No ano passado, o Ministério da Agricultura dos EUA destinou US$21 milhões para subsidiar eletricidade para os moradores daquelas reservas indígenas cujas casas são as mais isoladas de empregos e oportunidades de trabalho.  Você pode ler mais a respeito aqui.  Como toda e qualquer medida assistencialista, esta é apenas mais uma para mantê-los continuamente pobres.  Eletricidade tribal significa impotência tribal. 
As tribos são dependentes.  Elas permanecerão dependentes.  O programa foi criado exatamente para este objetivo.
Por alguma razão, os livros-textos de economia não oferecem sequer uma página relatando a corrupção, a burocratização e a pobreza multigeracional criadas por este socialismo tribal.  Temos aqui uma série de exemplos de laboratórios sociais gerenciados pelo governo.  Quão exitosos eles têm se mostrado?  Onde estão as reservas que de maneira sistemática tiraram pessoas da pobreza?
A próxima será a primeira.
O paraíso dos trabalhadores
A União Soviética foi o paraíso socialista dos trabalhadores de 1917 a 1991.  Como resultado direto deste experimento, pelo menos 30 milhões de russos morreram.  Os números verdadeiros podem ser o dobro desta cifra.  Já o experimento chinês foi mais curto: de 1949 a 1978.  Talvez 60 milhões de chineses tenham morrido. Há quem fale em 100 milhões.
O sistema foi incapaz de fornecer os bens prometidos.  Não consigo imaginar um tópico mais apropriado para se discutir em uma aula de economia do que o fracasso do socialismo.  O mesmo é válido para um curso sobre a história do mundo moderno.  Qualquer curso decente de ciência política deveria cobrir este fracasso em detalhes.
Mas isso não ocorre, é claro.  Nenhum curso menciona o mais fundamental desafio já proposto à teoria econômica socialista, o ensaio de Ludwig von Mises, escrito em 1920, O cálculo econômico sob o socialismo.  E por que não?  Porque a maioria dos cientistas sociais, economistas e historiadores nunca ouviu falar desta obra.  Entre aqueles com mais de 50 anos de idade, os poucos que já ouviram a respeito ouviram da boca de algum defensor do socialismo ou de algum entusiasta keynesiano, que apenas repetiu o que havia aprendido na sua pós-graduação: que tal ensaio havia sido totalmente refutado por Oskar Lange em 1936.
Mas o que eles nunca dizem é que, quando Lange, um devoto comunista, voltou à sua Polônia natal em 1947 para atuar no alto escalão da burocracia estatal, o governo comunista não pediu para que ele implementasse sua grande teoria do "socialismo de mercado".  Com efeito, nenhum país socialista jamais implementou sua teoria.
Durante 50 anos, poucos livros-textos de economia mencionavam Mises.  E, quando o faziam, era apenas para dizer que ele havia sido totalmente refutado por Lange.  Os acadêmicos do establishment simplesmente jogaram Mises no buraco orwelliano da memória.
No dia 10 de setembro de 1990, o multimilionário escritor, economista e socialista Robert Heilbroner publicou um artigo na revista The New Yorker intitulado "Após o Comunismo".  A URSS já estava em avançado processo de colapso.  Neste artigo, Heilbroner recontou a história da refutação de Mises.  Ele relata que, na pós-graduação, ele e seus pares foram ensinados que Lange havia refutado Mises.  Porém, agora, ele anunciava: "Mises estava certo".  No entanto, em seu best-seller, The Worldly Philosophers, um livro-texto sobre a história do pensamento econômico, ele em momento algum cita o nome de Mises.
Os fracassos visíveis
O fracasso universal do socialismo do século XX começou já nos primeiros meses após a tomada da Rússia por Lênin.  A produção caiu acentuadamente.  Ato contínuo, ele foi forçado a implementar um reforma marginalmente capitalista em 1920, a Nova Política Econômica (NEP).  Ela salvou o regime do colapso.  A NEP foi abolida por Stalin.
Durante as décadas seguintes, Stalin se entregou ao corriqueiro hábito de assassinar pessoas.  A estimativa mínima é de 20 milhões de mortos.  Tal prática era peremptoriamente negada por quase toda a intelligentsia do Ocidente.  Foi somente em 1960 que Robert Conquest publicou seu monumental livro O Grande Terror — Os Expurgos de Stalin.  Sua estimativa atual: algo em torno de 30 milhões.  O livro foi escarnecido à época.  O verbeteda Wikipédia sobre o livro é bem acurado.
Publicado durante a Guerra do Vietnã e durante um surto de marxismo revolucionário nas universidades ocidentais e nos círculos intelectuais, O Grande Terror foi agraciado com uma recepção extremamente hostil.
A hostilidade direcionada a Conquest por causa de seus relatos sobre os expurgos foi intensificada por mais dois fatores.  O primeiro foi que ele se recusou a aceitar a versão apresentada pelo líder soviético Nikita Khrushchev, e apoiada por vários esquerdistas do Ocidente, de que Stalin e seus expurgos foram apenas uma "aberração", um desvio dos ideais da Revolução, e totalmente contrários aos princípios do leninismo. Conquest, por sua vez, argumentou que o stalinismo era uma "consequência natural" do sistema político totalitário criado por Lênin, embora reconhecesse que foram os traços característicos da personalidade de Stalin que haviam causado os horrores específicos do final da década de 1930.  Sobre isso, Neal Ascherson observou: "Àquela altura, todos nós concordávamos que Stalin era um sujeito muito perverso e extremamente diabólico, mas ainda assim queríamos acreditar em Lênin; e Conquest disse que Lênin era tão mau quanto Stalin, e Stalin estava simplesmente levando adiante o programa de Lênin".
O segundo fator foi a ácida crítica de Conquest aos intelectuais ocidentais, os quais ele dizia sofrerem de cegueira ideológica quanto às realidades da União Soviética tanto durante a década de 1930 quanto, em alguns casos, até mesmo ainda durante a década de 1960.  Personalidades da intelectualidade e da cultura da esquerda, como Sidney e Beatrice Webb, George Bernard Shaw, Jean-Paul Sartre, Walter Duranty, Sir Bernard Pares, Harold Laski, D.N. Pritt, Theodore Dreiser e Romain Rolland foram acusados de estúpidos a serviço de Stalin e apologistas de seu regime totalitário devido a vários comentários que fizeram negando, desculpando ou justificando vários aspectos dos expurgos.
A esquerda ainda odeia o livro, e continua até hoje tentando dizer que ele exagerou nos números e nos relatos.
E então veio o Livro Negro do Comunismo (1999), que coloca em 85 milhões a estimativa mínima de cidadãos executados pelos comunistas, deixando claro que cifras como 100 milhões ou mais são as mais prováveis.  O livro foi escrito por esquerdistas franceses e publicado pela Harvard University Press, de modo que ele não pôde simplesmente ser repudiado como sendo apenas mais um panfleto direitista.
A esquerda até hoje tenta ignorá-lo.
O blefe dos cegos
A resposta da academia tem sido, até hoje, a de considerar todo o experimento soviético como algo que foi meramente mal orientado, algo que se desencaminhou, e não como algo inerentemente diabólico.  O custo em termos de vidas humanas raramente é mencionado.  Antes de 1991, era algo ainda mais raramente mencionado.  Antes de Arquipélago Gulag (1973), de Solzhenitsyn, era considerado uma imperdoável falta de etiqueta um acadêmico fazer mais do que apenas mencionar muito discretamente e só de passagem toda a carnificina, devendo limitar qualquer crítica apenas aos expurgos do Partido Comunista comandados por Stalin no final da década de 1930, e praticamente quase nunca mencionar que a fome em massa havia sido adotada como uma política pública.  "Ucrânia?  Nunca ouvi falar."  "Kulaks?  O que são kulaks?"
A situação decrépita de todas as economias socialistas, do início ao fim, não é mencionada.  Acima de tudo, não há nenhuma referência aos críticos do Ocidente que alertaram que estas economias eram vilarejos Potemkins em grande escala — cidades falsas criadas pelo governo para ludibriar os leais e românticos esquerdistas que iam à URSS ver o futuro.  E eles voltavam para seus países com relatos entusiásticos e incandescentes.
Há um livro sobre estas ingênuas e crédulas almas, que foram totalmente trapaceadas: Political Pilgrims: Travels of Western Intellectuals to the Soviet Union, China, and Cuba, 1928-1978 de Paul Hollander.  Foi publicado pela Oxford University Press em 1981.  Foi ignorado pela intelligentsia por uma década.
A melhor descrição que já li sobre estas pessoas foi fornecida por Malcolm Muggeridge, que trabalhou no início da década de 1930 como repórter do The Guardian em Moscou.  Tudo o que ele escrevia era censurado antes de ser enviado para a Inglaterra.  E ele sabia disso.  Ele não podia relatar a verdade, e o The Guardian não publicaria caso ele relatasse.  Eis um trecho do volume 1 de sua autobiografia, Chronicles of Wasted Time.
Para os jornalistas estrangeiros que residiam em Moscou, a chegada de ilustres visitantes era também uma ocasião de gala, mas por uma razão diferente.  Eles nos propiciavam nosso melhor — praticamente nosso único — momento de alívio cômico.  Por exemplo, ouvir [George Bernard] Shaw, acompanhado de Lady Astor (que havia sido fotografada cortando o cabelo de Shaw), declarar que estava encantado por descobrir, em meio a um banquete fornecido pelo Partido Comunista, que não havia escassez de comida na URSS, era algo de imbatível efeito humorístico.  Ou ouvir [Harold] Laski cantar glórias à nova Constituição Soviética de Stalin.
Jamais me esquecerei destes visitantes, e jamais deixarei de me assombrar com eles; de como eles discursavam pomposamente sobre as maravilhas do regime, de como eles iluminavam continuamente nossa escuridão, guiando, aconselhando e nos instruindo; em algumas ocasiões, momentaneamente confusos e envergonhados; mas sempre prontos para se reerguer, colocar seus capacetes de papelão, montar em seusRocinantes, e sair galopando mundo afora em novas incursões em nome dos pobres e oprimidos.
Eles são inquestionavelmente uma das maravilhas de nossa época, e irei guardar para sempre na memória, com grande estima, o espetáculo que era vê-los viajando com radiante otimismo até as regiões famintas do país, vagueando em bandos alegres por cidades esquálidas e sobrepovoadas, ouvindo com inabalável fé as insensatezes balbuciadas por guias cuidadosamente treinados e doutrinados, repetindo, assim como crianças de colégio repetem a tabuada, as falsas estatísticas e os estúpidos slogans que eram incessantemente entoados para eles.
Eis ali, pensava eu ao ver estas celebridades, um ardoroso burocrata de alguma repartição local da Liga das Nações, eis ali um devoto Quaker que já havia tomado chá com Gandhi, eis ali um feroz crítico das exigências de comprovação de renda para se tornar apto a receber programas assistenciais do governo, eis ali um ferrenho defensor da liberdade de expressão e dos direitos humanos, eis ali um indômito combatente da crueldade contra animais; eis ali meritórios e cicatrizados veteranos de centenas de batalhas em prol da verdade, da liberdade e da justiça — todos, todos eles cantando glórias a Stalin e à sua Ditadura do Proletariado.  Era como se uma sociedade vegetariana se manifestasse apaixonadamente em defesa do canibalismo, ou como se Hitler houvesse sido indicado postumamente para o Prêmio Nobel da Paz.
Este fenômeno não acabou junto com a década de 1930.  Ele perdurou até o último suspiro da farsa econômica criada pelos soviéticos.  A falência intelectual e moral dos líderes intelectuais do Ocidente, algo que vinha sendo encoberto pela própria durabilidade do regime soviético, foi finalmente exposta em 1991, quando houve o reconhecimento mundial de que os regimes marxistas não apenas haviam falido economicamente, como também eram tiranias que o Ocidente havia aceitado como sendo uma alternativa válida para o capitalismo.
Não há exemplo melhor deste auto-engano intelectual do que o de Paul Samuelson, professor de economia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o primeiro americano a ganhar o Prêmio Nobel de economia (1970), ex-colunista da revista Newsweek, e autor daquele que é, de longe, o mais influente livro-texto de economia do mundo pós-guerra (1948 — presente): pelo menos 3 milhões de cópias vendidas em 31 idiomas distintos.  Ele escreveu na edição de 1989 de seu livro-texto: "A economia soviética é a prova cabal de que, contrariamente àquilo em que muitos céticos haviam prematuramente acreditado, uma economia planificada socialista pode não apenas funcionar, como também prosperar."
Foi o economista Mark Skousen quem encontrou esta pérola.  E ele também descobriu esta outra, ainda mais condenatória.
O experimento soviético
Em sua autobiografia, Felix Somary recorda uma discussão que ele havia tido com o economista Joseph Schumpeter e com o sociólogo Max Weber em 1918.  Schumpeter foi um economista nascido na Áustria mas que não era da Escola Austríaca de economia.  Mais tarde, ele viria a escrever a mais influente monografia sobre a história do pensamento econômico.  Já Weber foi o mais prestigioso cientista social acadêmico do mundo até morrer em 1920.
Naquela ocasião, Schumpeter havia expressado alegria em relação à Revolução Russa.  A URSS seria o primeiro exemplo prático de socialismo.  Weber, por sua vez, alertou que o experimento geraria uma miséria incalculável.  Schumpeter retrucou dizendo que "Pode ser que sim, mas seria um bom laboratório."  E Weber respondeu: "Um laboratório entulhado de cadáveres humanos!".  E Schumpeter retrucou: "Exatamente igual a qualquer sala de aula de anatomia".[1]
Schumpeter era um monstro em termos morais.  Não vamos medir as palavras.  Ele foi um homem altamente sofisticado, mas, no fundo, um monstro moral.  Qualquer pessoa que menospreze a morte de milhões de pessoas desta forma é um monstro moral.  Weber saiu extremamente irritado da sala.  Não o culpo.
Weber morreu em 1920.  Foi neste ano que Mises lançou seu ensaio, O cálculo econômico sob o socialismo.  Weber o mencionou em uma nota de rodapé em sua obra-prima, publicada postumamente como Economia e Sociedade(página 107 na versão original).  Weber compreendeu sua importância tão logo leu este ensaio.  Já os economistas acadêmicos, não.  Até hoje, há poucas referências a esta obra de Mises.
Mises explicou analiticamente por que o sistema socialista é irracional: não há um mercado para os bens de capital.  Sendo assim, é impossível saber quanto cada coisa deveria custar.  Ele disse que um sistema socialista inevitavelmente se degeneraria em uma dessas duas alternativas: ou ele iria abandonar seu compromisso com um planejamento total ou ele fracassaria por completo.  Mises nunca foi perdoado por esta falta de etiqueta.  Ele estava certo, e os intelectuais, errados.  As sociedades socialistas entraram em colapso, com a exceção da Coréia do Norte e de Cuba.  Pior ainda, ele se mostrou correto em termos de simples teoria de mercado, algo que qualquer pessoa inteligente podia entender.  Exceto, aparentemente, os intelectuais do Ocidente.  E este seu ensaio é um testemunho para os intelectuais do Ocidente: "Não há pessoas mais cegas do que aquelas que se recusam a enxergar."
A prova do pudim
Mises acreditava que a real prova do pudim está em sua fórmula.  Se a pessoa que faz o pudim acrescentar sal em vez de açúcar, ele não será doce.  Você nem precisa experimentá-lo para saber disso.  Mas os acadêmicos estão oficialmente comprometidos a aceitar apenas coisas empíricas.  Eles creem que uma teoria tem de ser confirmada por testes estatísticos.  Mas os testes ocorreram durante décadas.  As economias socialistas fracassavam seguidamente, mas divulgavam estatísticas falsificadas.  E todos sabiam disso.  Mas, mesmo assim, os intelectuais do Ocidente insistiam na crença de que o ideal socialista era moralmente sólido.  Eles insistiam que os resultados iriam, no final, provar que a teoria estava certa.
Nikita Kruschev ficou famoso por haver dito isso a Nixon no famoso "debate da cozinha", em 1959.  Ele era um burocrata que havia sobrevivido aos expurgos de Stalin por ter supervisionado o massacre de dezenas de milhares de pessoas na Ucrânia.  Ele disse a Nixon: "Vamos enterrar vocês."  Ele estava errado.
Estudantes universitários não são ensinados nem sobre a teoria do socialismo nem sobre a magnitude de seus fracassos.  Nem economicamente nem demograficamente.  Na era pré-1991, tal postura era mais fácil de ser mantida do que hoje.  A intelligentsia hoje já admite que o capitalismo é mais produtivo que o socialismo.  Sendo assim, a tática agora é dizer que o capitalismo é moralmente deficiente.  Pior, que ele ignora a ecologia.  Foi exatamente esta a estratégia recomendada por Heilbroner em seu artigo de 1990.  Ele disse que os socialistas teriam de mudar de tática, parando de acusar o capitalismo de ineficiência e desperdício, e passar a acusá-lo de destruição ambiental.
Conclusão
A natureza abrangente do fracasso do socialismo não é ensinada nos livros-textos universitários.  O tópico é atenuado e minimizado sempre que possível.  Era mais fácil impor sanções contra qualquer um que se atrevesse a escrever em jornais acadêmicos ou na imprensa antes de 1991.
Deng Xiaoping anunciou sua versão da Nova Política Econômica de Lênin em 1978.  Mas isso, na época, não ganhou muita publicidade.
Em 1991, a fortaleza soviética desmoronou.  Gorbachev presidiu o último suspiro do regime em 1991.  Ele recebeu da revista Time o título de "Personalidade da Década" em 1990.  Em 1991, ele se tornou um ex-ditador desempregado.  O socialismo fracassou — totalmente.  Mas a intelligentsia ainda se recusa a aceitar a filosofia social de livre mercado de Mises, o homem que previu todas as falhas do socialismo e que forneceu todos os argumentos em prol de sua condenação universal.
É exatamente por isso que é uma boa ideia sempre prever o fracasso de políticas econômicas ruins em qualquer análise que se faça sobre elas.  Poder dizer "Eu avisei que isso iria ocorrer, e também expliquei por quê" é uma postura superior e mais respeitável do que apenas dizer "Eu avisei".


[1] Felix Somary, The Raven of Zurich (New York: St. Martin's, 1986), p. 121.

Gary North , ex-membro adjunto do Mises Institute, é o autor de vários livros sobre economia, ética e história. Visite seuwebsite






quarta-feira, 15 de abril de 2015

CARTA DO POVO BRASILEIRO -GRITO DAS RUAS

CARTA DO POVO BRASILEIRO


BRASILIA, 15 de abril de 2015


Às suas Excelências senhores Deputados Federais, senhores Senadores, senhor Presidente da Câmara dos Deputados e senhor Presidente do Senado.

A democracia brasileira está fragilizada. A República está em risco.  E o povo brasileiro está farto.
O povo cansou do desrespeito e da incompetência de alguns políticos e governantes brasileiros, e exige mudanças já.

AS RAZÕES
Vivemos um quadro assustador de corrupção no seio dos poderes constituídos. A corrupção é histórica, sim, e nem por isso admissível. Há 12 anos, porém, ela se tornou sistêmica e se institucionalizou na máquina pública em níveis sem precedência, como nunca antes visto. Um câncer a comer as entranhas já podres do país. Os sucessivos escândalos nos órgãos e empresas públicas vêm à tona e envergonham a nação. Agravado pela impunidade reinante, nós, cidadãos brasileiros, vivemos uma sensação de desesperança. A justiça não consegue cumprir seu papel de forma neutra e sem interferências de outros poderes. O Executivo, tentando proteger suas bases de apoio político, interfere no livre andamento das investigações que deveriam ser conduzidas imparcialmente pelo Judiciário. Quando passamos a acreditar que malfeitores pudessem ser penalizados, assistimos incrédulos ao tratamento privilegiado de políticos criminosos, que não mais se encontram onde deveriam estar: junto aos outros contraventores, presos. O Brasil, ao tratar de forma diferenciada políticos e trabalhadores, não conseguiu deixar de ser um país injusto.

A associação da corrupção à impunidade impede o Brasil de se tornar um país desenvolvido.
O povo brasileiro, cansado e indignado, quer dar um BASTA nisso.

A ineficiência da gestão pública é outro tumor maligno que adoece o país. É responsável por fazer do Brasil um país desigual, mais pobre e estagnado. O Brasil não suporta mais o inchamento, o amadorismo e o clientelismo das máquinas públicas, o conhecido “toma lá, dá cá”. No plano federal, as contas não fecham. A Lei de Responsabilidade Fiscal, depois de desrespeitada, foi alterada para acobertar o crime cometido pelo Governo Federal e pela Presidente. Obras, quando finalizadas, são entregues a custos inaceitáveis, ofensivos para os reais financiadores, os contribuintes. O excesso de servidores comissionados agride os cofres públicos e a mínima decência. Programas sociais são descontinuados. Os que continuam têm um claro e explícito ar eleitoreiro. Os programas sociais condenam os mais carentes à escravidão em lugar de promover-lhes o crescimento. A lógica é da universalização dos benefícios e não das oportunidades. A saúde vive eternamente na UTI. Brasileiros morrem diariamente nas filas do SUS. A violência urbana cresce em escalada incontida, principalmente nas periferias, matando principalmente crianças e adolescentes, que perdem a vida na guerra diária das drogas. Mais de 50.000 mortes violentas por ano denunciam a falência completa da ordem pública. É uma guerra não anunciada. O sistema público educacional não consegue cumprir sua função maior de formar cidadãos conscientes de seus direitos e deveres. Não forma alunos preparados para ingressarem no ensino superior. Não capacita os jovens a serem profissionais qualificados. A economia enverga. Os empregos somem. A inflação cresce. A moeda se desvaloriza. Administra-se por contingências – em um eterno apagar de incêndios. Aumentam-se as tarifas, os preços controlados e os impostos. E o pior: para reparar seus maus feitos, o governo pede ao povo para pagar a conta da ineficiência.

Pagamos impostos a fundo perdido. Impostos que não voltam à sociedade na forma de serviços básicos de qualidade. Tributos, que deveriam servir aos interesses e necessidades do povo, principalmente dos mais carentes e necessitados, são desviados, via corrupção, para enriquecimento próprio, para o populismo, para a conquista e manutenção de poder.

O governo federal está sem rumo. O povo brasileiro, farto e escorraçado, quer dar um BASTA nisso.
No campo da moralidade, a ética e a decência desapareceram. A mentira passou a ser procedimento costumeiro nos pronunciamentos do governo federal à nação. A trama da manipulação de dados é um aliado habitual para justificar os consecutivos erros. Contabilidade criativa é o eufemismo que se usa para explicar o injustificável. Não existe transparência nos atos e nas contas. Não existe por parte do governo o reconhecimento dos equívocos e de suas fragilidades. Não existe pudor. A falta de vergonha com que se diz a mentira como se fosse verdade é cínica e abusiva. Assustadoramente, criamos uma geração de crianças e jovens que assistem à mentira como padrão de comportamento de governantes, geralmente acompanhados de enriquecimento pessoal. Exemplo maior ocorreu nas eleições de 2014, quando a presidente Dilma Roussef deflagrou o mais escancarado estelionato eleitoral da história do Brasil.  O partido do governo, além de ser conivente com estas práticas, trata seus membros criminosos como ídolos, e continua a lhes atribuir poder. O Partido dos Trabalhadores teve 13 anos de poder para mudar o Brasil, conforme prometeu em sua carta ao povo brasileiro em 2002. Ele recebe agora, do mesmo povo, uma carta que repudia a situação na qual o país foi deixado.
O povo brasileiro, desrespeitado e inconformado, quer dar um BASTA nesse estilo ilegal, ilegítimo e antiético de fazer política.

Esconde-se do povo inaceitáveis associações internacionais que ameaçam a democracia. O governo brasileiro patrocina, através de supostos investimentos e aberta ideologia partidária, países totalitários e populistas, organizados através do Foro de São Paulo. Este clube reúne todos os partidos de extrema esquerda da América Latina e Caribe, além de possuir visíveis indícios da participação de organizações criminosas e terroristas, como as FARC. O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, com forte influência no atual governo para o qual fez campanha, vem há anos, neste clube, idolatrando as práticas de líderes totalitários, entre outros da Venezuela, como Hugo Chavez e Nicolas Maduro.

O povo brasileiro não mais ignora este projeto, e educa-se politicamente para discernir o certo do errado. 

Quem deveria resolver estes graves problemas do Brasil?

A REPRESENTATIVIDADE

Como representantes constituídos pela sociedade, resta a Suas Excelências o DEVER de atuar na solução destes problemas.

A trágica realidade brasileira, agravada por um sistema político com fortes traços populistas, e que não tem a sociedade como principal beneficiária, vem há uma década indignando o povo brasileiro, que não mais aceita ser apenas um coadjuvante no projeto do governo.

E O POVO ACORDA

Cansados deste cenário frustrante, ao longo dos últimos anos, vários movimentos democráticos e apartidários lideram nas redes sociais campanhas maciças de conscientização do povo para as grandes questões políticas e sociais. Em 2013, grupos saíram às ruas em protesto contra atos do governo federal, da classe política e do judiciário. Diante da situação que passou de grave a inaceitável, a partir de outubro de 2014 movimentos passaram a sair às ruas de forma consistente e organizada. Até fevereiro de 2015, foram seis manifestações de massa, e vários atos públicos simbólicos em dezenas de cidades por todo o país.

Diante da ausência de resposta do governo e do Congresso, em março e abril de 2015, num espaço de quatro semanas, o povo saiu às ruas nas duas maiores manifestações espontâneas da história da América Latina. Elas ocorreram em mais de 450 cidades por todo o Brasil, em todas as regiões. Trouxeram às ruas mais de três milhões de brasileiros de todas as classes sociais, indignados com o desrespeito do governo e da classe política.  A voz das ruas é uníssona: desaprovação ao governo federal; solicitação de julgamento neutro e condenação de todos os envolvidos em crimes de corrupção; repúdio e revolta às manobras descomprometidas com a justiça e a verdade, protagonizadas por membros da mais alta corte da justiça brasileira.

Os históricos protestos, mesmo envolvendo milhões de pessoas, foram pacíficos, democráticos, cívicos e ordeiros. O povo vem às ruas na esperança de ter sua voz e seus pleitos ouvidos por aqueles que constitucionalmente estão na condição de representantes de seus interesses. Verdade legal que, hoje, desperta dúvida real, uma vez que o próprio representante que não dá a devida atenção a tais pleitos, põe em questionamento tal legitimidade.

Note-se que para cada uma das grandes manifestações de março e abril o Governo Federal e o Partido dos Trabalhadores também chamaram, em datas próximas, seus simpatizantes para virem às ruas. Em março, o número de pessoas pró governo foi 40 vezes menor que os manifestantes contra o governo. Em abril foi 100 vezes menor e, acompanhado de violência.

A proporção entre os movimentos de rua pró e contra governo demonstra o sentimento e o posicionamento da sociedade diante da grave situação política, econômica e ética do país.  Diante disso, os representantes do povo devem agir.

PROPOSTAS CONCRETAS

Atendendo a urgência que o momento exige, viemos neste instante apresentar ao Congresso Nacional a primeira pauta de reivindicações da agenda construtiva para um novo Brasil:

1) Enfrentamento real da Corrupção através do fim da impunidade

a)    Aprovar, prioritariamente, as 10 medidas de combate à corrupção apresentadas pelo MPF;
b)    Submeter os acordos de leniência à anuência do Ministério Público;
c)    Apoiar incondicionalmente o Juiz Sergio Moro, o Ministério Público Federal, e a Polícia Federal nas investigações da Operação Lava Jato;
d)    Agravar as penas para corrupção, aprovando-se o projeto de lei 915, que cria o crime de Lesa Pátria;
e)    Fortalecer a Polícia Federal para combater a corrupção;
f)     Indicar servidores concursados, de carreira, idôneos, com amplo reconhecimento e competência comprovada para os cargos do STF, STJ, TCU, STM, MPF e TSE, com prazo de mandato definido e com posterior quarentena;
g)    Senado exercer papel de controle efetivo da capacidade dos indicados acima, por meio de sabatina, com critérios objetivos de imparcialidade, convidando técnicos da OAB, CNJ e MPF para compor o grupo avaliador;
h)    Implementar eleições diretas por entidades representativas para escolha dos Procuradores Gerais, com o fim de listas tríplices e escolhas arbitrárias pelo chefe do Executivo;
g)    Afastar o Ministro Dias Toffoli do STF e TSE por não atender ao critério de imparcialidade.

2) Presidência da República

a)    Pedir ao STF e ao Procurador Geral da República a abertura de investigação por crime comum da cidadã Dilma Vana Roussef;
b)    Apreciar com transparência os pedidos de impeachment contra a presidente Dilma  Roussef apresentados ao Congresso.

3) Choque de ordem e transparência na gestão pública
 

a)    Abertura total dos contratos de empréstimos realizados pelo BNDES, fim de empréstimos do BNDES a outros países e a empresas doadoras em eleições. Rejeição da MP 661;
b)    Reduzir o número de ministérios, o número de cargos comissionados e o tamanho da máquina pública;
c)    Transparência nas contas de todas as empresas públicas ou com participação societária do estado brasileiro;
d)    Total transparência e redução dos gastos de parlamentares e governantes, incluindo os cartões de crédito governamentais;
e)     “Revalida” para todos os médicos estrangeiros atuando no Brasil;
f)     Redução e simplificação dos impostos.

 4) Educação

a)    Qualidade total na educação básica, sendo a mesma universal e meritocrática;
b)    Fim da doutrinação ideológica e partidária nas escolas. Aprovação do PL 867/2015, “Escola Sem Partido”.

5) Ajustes no processo político eleitoral

a)    Maior justiça, legitimidade e representatividade nas eleições pela implantação do Voto Distrital;
b)    Eleições com registro eletrônico e impresso do voto, auditáveis por empresa idônea e partidos;
c)    Revisão do financiamento público de campanhas. O Estado não suporta mais patrocinar a atual farra eleitoral;
d)    Mandato único – Fim de reeleição para todos os cargos executivos.

É importante frisar que novas pautas serão apresentadas e outras complementadas, nas próximas semanas, vindas do diálogo com as ruas, e conduzidas pelos vários movimentos democráticos, ressaltando que repudiamos qualquer tipo de controle da mídia ou limitação na liberdade de expressão irrestrita de todo e qualquer brasileiro.

O POVO QUER AÇÕES, NÃO PROMESSAS

A expectativa do povo brasileiro é que o Congresso Nacional não os abandone em seu dever moral e constitucional, encaminhe e execute estas demandas do povo brasileiro.  Cada parlamentar, individualmente, deve se comprometer publicamente com o povo a promover esta execução de forma sistemática e organizada, com agenda e pauta e encaminhar as demandas com a rapidez que o momento exige. Não queremos discursos, nem promessas. Queremos ação efetiva em busca de soluções que signifiquem avanços políticos e sociais para o Brasil através dessas demandas.  Queremos proatividade, rapidez, objetividade e determinação em executá-las.
As bases para a construção de um novo presente e futuro para nossa nação estão lançadas. Elas levarão nosso país para onde os brasileiros já mereciam estar há muito tempo.
Acabou-se o tempo do conformismo. Os trabalhadores brasileiros não mais tolerarão políticos que governam para causas próprias.  Não mais assistirão impassíveis às manobras que visam a manutenção do poder. Não mais aceitarão um governo mentiroso.
BASTA de desrespeito.

Estaremos atentos às ações do Congresso a partir de hoje, para observarmos qual a prioridade que ele dará à execução expressa das reivindicações das ruas. Estaremos igualmente atentos às ações do Executivo e do Judiciário, que têm papel de protagonismo em várias das reivindicações apresentadas. Os resultados efetivos que os três poderes atingirem na execução das demandas apresentadas levarão os brasileiros a decidir como proceder daqui para frente.

Os Movimentos de rua que aglutinaram milhões de brasileiros indignados, continuarão a atuar quando necessário, seja em caráter de massa ou local, sempre de forma ordeira, constitucional, e incisiva.

Exigimos um país politicamente mais ético, economicamente mais forte, socialmente mais justo. Não aceitaremos nada menos do que isso.

Um Brasil do qual seu povo, nesta e nas próximas gerações, possa finalmente se orgulhar.


Brasília-DF, 15/04/2015




Movimentos signatários:

Avança Brasil – Mudança Já
Basta Brasil
Brava Gente Brasileira
Chega de Impostos
Diferença Brasil
Eu Amo o Brasil
Instituto Democracia e Ética
Movimento 31 de Julho
Movimento Acorde
Movimento Brasil Contra a Corrupção
Movimento Cariocas Direitos
Movimento Cidadania Brasil
Movimento Fora Dilma
Movimento Jovens Transformadores
Movimento Guarulhos Livre
Movimento Muda Brasil
Movimento Pró Brasil
Movimento Quero Me Defender
Movimento Voz do Brasil
Muda Brasil
Nação Digital
Nas Ruas
OCC -Organização de Combate à Corrupção
Pátria Livre
Reage Brasil
Vem Pra Rua









Manifesto Oficial da Aliança dos Movimentos Democráticos


Documento no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por diversos movimentos

Parte 1 - A História

No final de 2014, comprovam-se os indícios do maior escândalo de corrupção da história mundial, o Petrolão. Na sequência, surgem sinais de escândalos envolvendo o BNDES, a Caixa Econômica, os Correios, o sistema Eletrobrás. O Brasil se envergonha perante o mundo. No início de 2015, o governo reeleito quebra várias das promessas de campanha, no maior estelionato eleitoral da história republicana. Vamos lembrar apenas de algumas coisas que aconteceram depois da posse da presidente Dilma Roussef:

1. Dilma prometeu não aumentar a conta de luz. Mentiu! Houve um aumento médio de 36%. Somente no primeiro trimestre de 2015!

2. Dilma prometeu não aumentar os combustíveis. Mentiu! A gasolina teve seu preço aumentado dias após as eleições. No começo de fevereiro desse ano teve um outro aumento médio de 7,5%! E o pior. O preço do petróleo está caindo no mundo inteiro.

3. Dilma prometeu não mexer nos programas de benefícios sociais. Dilma mentiu! Os programas foram modificados. O Fies foi alterado. Os repasses às universidades não foram feitos. O Programa Minha Casa Melhor foi suspenso. O Minha Casa Minha Vida está atrasado.

4. A inflação de março é a maior desde 1995!A taxa de desemprego subiu para 7,4% no último trimestre, com 7,4 milhões de pessoas desempregadas. E continua aumentando.

E tantas outras coisas.... Todo dia, no jornal, na internet, no noticiário, uma nova apunhalada, uma nova mentira é descoberta! Vergonha! E o Brasil acabou por mergulhar em uma crise econômica, social e política.

Parte 2 - O Povo acordou

15/3/15. Em um histórico ato cívico, mais de dois milhões de pessoas saíram às ruas em todo o Brasil para protestar.

O chamamento foi popular, espontâneo, pelas redes sociais. O povo brasileiro foi o grande protagonista. Eu, você, nós, o cidadão BRASILEIRO!!!

Nenhuma grande liderança política, nenhuma grande liderança empresarial ou religiosa encabeçou as manifestações. Pessoas comuns, de todas as idades, classes e credos, se descobriram líderes e catalisaram um processo de ebulição social ordeiro, cívico e patriótico.

Foram convocados pela história e não se esquivaram à missão. Despertou-se na população um grito de indignação contido por anos. A energia interior canalizada levou toda a massa, todos nós que no dia 15/3 estávamos nas ruas, a gritar, em uma só voz, “BASTA”!

Nós, os brasileiros, dissemos: basta à corrupção; basta à ineficiência na gestão pública; basta à falta de ética no poder público.

O Brasil acordou. E gritou: BASTA!!!

Parte 3 - A Ópera Bufa

O que aconteceu diante da maior manifestação nacional da historia do Brasil?

Os poderes constituídos, legislativo, executivo e judiciário, supostamente legítimos representantes do povo, NÃO ENTENDERAM NADA! Não ouviram as vozes das ruas. Senão, vejamos...

O Executivo desdenhou. Disse que se tratavam de eleitores frustrados e golpistas. Disse que a manifestação do dia 15 foi feita por quem não votou no atual governo...

Pois duas coisas temos a dizer: 1º., um governo deve governar para TODOS, e não para quem o elegeu. 2º.

Na manifestação do dia 15, sim, havia eleitores frustrados.e APRREPENDIDOS de terem confiado e votado na senhora.

E o Legislativo, não ouviu as ruas. No dia seguinte, desviou-se de seu dever. Negou a abertura do processo de impeachment da Presidente. E o pior, em um ato egoísta e pensando só neles, e não no povo, aumentaram em quase três vezes – 580 milhoes de reais - o fundo partidário. Uma bofetada no Brasil. E o povo, não aguenta mais pagar essa conta com impostos cada vez mais altos. Basta!!!

 Já o Judiciário, sabe o que fez? Cegou-se para a verdade e justiça. De forma reprovável, digna de mafiosos, manobrou para defender os acusados. Sabe o que fizeram? Nomearam o ministro advogado do PT, Dias Tofolli, para presidir os julgamentos da operação lava-jato. Pasmem! A raposa foi incumbida de cuidar do galinheiro. Um total, completo, absurdo, descompasso e dissintonia entre governantes, parlamentares, juízes e o povo!!! Basta!

Parte 4 - A Voz Rouca

E no campo político, o que temos? Uma verdade vergonhosa. NÃO EXISTE OPOSIÇÃO CORAJOSA hoje, no Brasil. Essa é que a verdade, quando se olha para o Congresso nacional.

Onde está a oposição nesse momento? O que eles estão fazendo para mudar essa situação?

O que vemos são alguns poucos parlamentares, isoladamente, se levantado, fazendo uma luta solitária. Onde está a articulação em bloco, em massa, em coalizão da oposição?

Estão com medo? Tem o rabo preso? Temem a verdade? Não existe oposição articulada.

A voz é rouca. Basta! Queremos uma oposição de verdade.

Parte 5 - A Resposta

Diante disso, os cidadãos agora não acreditam mais na classe política. Não acreditam que as soluções venham do Congresso Nacional. Temos configurada uma crise de representação e de representatividade. São nomeados, diplomados, mas perderam a legitimidade.

O povo ficou farto de promessas. E diante disso tudo, o povo acabou convocando novas manifestações. De novo pras ruas, disse cada brasileiro indignado. A esperança do povo é de ser ouvido.

O povo brasileiro marcou para hoje, 12 de abril de 2015, um novo encontro com as ruas. Um exercício pleno de democracia. E aqui estamos nós, em defesa dos nossos direitos, em defesa da honestidade, da transparência, da ética e da eficiência!!!!

Mas temos que encarar a realidade. Não temos hoje quem nos represente. Fica a pergunta: O QUE FAZER?

Parte 6 - Um Pacto Feito

ALIANÇA NACIONAL DOS MOVIMENTOS DEMOCRÁTICOS.

Seremos uma coalizão de forças, de absoluto caráter apartidário. Uma ALIANÇA formada por representantes legitimados pelas ruas. Integrada exclusivamente por cidadãos comuns, sem mandatos, sem ligação com o legislativo ou com o executivo.

Pessoas com o incondicional compromisso de defender, unicamente, os interesses da população brasileira.

Brasileiros dispostos a não se dobrarem à influências políticas ou empresariais.

As ruas permanecerão unidas, nacionalmente, por um Brasil melhor e mais justo.

Finalmente, Parte 7 - A Esperança vira realidade

- Brasileiros, não podemos perder tempo. O Brasil pede urgência.

O que esta ALIANÇA vai fazer?

A ALIANÇA NACIONAL DOS MOVIMENTOS DEMOCRÁTICOS se reunirá nesse próximo dia 15/4, em Brasília.

Vamos levar ao Congresso, de maneira uniforme, as pautas que ouvimos com clamor nas ruas, sugerindo mudanças e deixando claro nossos pleitos.

Afinal, dessa vez queremos que Brasília nos ouça. A História está registrando o lançamento das bases de um novo Brasil.

Um Brasil mais ético, mais justo, mais democrático, mais eficiente.

Um Brasil do qual brasileiros desta e das novas gerações poderão se orgulhar.

Hoje o Brasil abre um novo capítulo em sua história.

Hoje o povo brasileiro mostra ao mundo o exercício pleno da cidadania e de uma democracia real.

E esta não será uma conquista individual. Esta será uma conquista de todo o vigoroso, forte e ordeiro povo brasileiro.

Está criada a ALIANÇA NACIONAL DOS MOVIMENTOS DEMOCRÁTICOS.

Teus filhos mostram hoje, aqui, que não fogem à luta.

Estamos aqui Por mudanças

Não agüentamos mais
Este governo
Não queremos:
Corrupção
Petrolão
Acordão

Exigimos:
Oposição
Investigação
Punição

Somos a união
De todos
Que querem
Mudar
O BRASIL

TODOS CANTAM O HINO NACIONAL!!!


PS - Roteiro seguido ontem nos eventos de rua pelo Brasil afora.


terça-feira, 14 de abril de 2015

CGU SEGUROU DENÚNCIA DE SUBORNO PARA NÃO PREJUDICAR REELEIÇÃO DE DILMA

JORGE HAGE ERA O CHEFE QUANDO A CGU OMITIU DENÚNCIA PARA NÃO PREJUDICAR A CAMPANHA DE DILMA



QUANDO A CGU ESCONDEU A DELAÇÃO E OS DOCUMENTOS, 
O PETISTA JORGE HAGE ERA O MINISTRO. (FOTO: ANTONIO CRUZ/ABR)
A Controlagoria Geral da União (CGU), principal órgão de controle interno do governo federal, e que sempre esteve a reboque das mais graves denúncias de corrupção no governo, recebeu durante a campanha eleitoral do ano passado provas de que a empresa holandesa SBM Offshore pagou propina para fazer negócios com a Petrobras, mas só abriu processo contra a empresa em novembro, após a reeleição da presidente Dilma Rousseff. O ministro-chefe da CGU, na ocasião, era Jorge Hage, conhecido por sua militância petista. Ele só deixaria o cargo em 8 de dezembro.
O ex-diretor da SBM Jonathan David Taylor contou ao jornal Folha de S. Paulo que prestou depoimento e entregou mil páginas de documentos internos da empresa à CGU entre agosto e outubro de 2014. Os documentos indicam que a empresa pagou US$ 139 milhões ao lobista brasileiro Julio Faerman para obter contratos na Petrobras.
Apesar de já dispor do depoimento e da documentação, a CGU não apenas deixou de enviar a documentação imediatamente à força-tarefa da Operação Lava Jato como só anunciou a abertura de processo contra a SBM em 12 de novembro, 17 dias após o segundo turno da eleição presidencial. Taylor trabalhou durante oito anos e meio para a SBM na Europa e é apontado pela empresa como responsável pelo vazamento de documentos e informações sobre o caso publicadas na Wikipedia em outubro de 2013.
Entre abril e junho do ano passado, Taylor depôs e entregou documentos ao Ministério Público da Holanda. Segundo a própria SBM, ele participara de um grupo que conduzira uma investigação interna sobre o caso em 2012.
O delator disse ao jornal, segundo reportagem de Leandro Colon, que foi sua a iniciativa de procurar a CGU, que abrira uma sindicância para apurar o caso no Brasil. Em 27 de agosto, ele repassou ao órgão o relatório de uma auditoria interna da SBM, mensagens eletrônicas, contratos com o lobista, extratos de depósitos em paraísos fiscais, a gravação de uma reunião da empresa e uma lista com nomes da Petrobras.
O material foi enviado por email ao diretor de Acordos e Cooperação Internacional da CGU, Hamilton Cruz, que no dia seguinte atestou o recebimento e informou que passaria as informações para o chefe da investigação.
No dia 3 de outubro, dois dias antes do primeiro turno, Taylor recebeu no Reino Unido a visita de três funcionários da controladoria, entre eles Hamilton Cruz. "Contei tudo o que sabia", afirma o delator.
A CGU nunca divulgou dados sobre a viagem e o depoimento. Para Taylor, a demora do órgão em anunciar o processo contra a empresa holandesa teve motivação política.
"A única conclusão que posso tirar é que queriam proteger o Partido dos Trabalhadores e a presidente Dilma ao atrasar o anúncio dessas investigações para evitar impacto negativo nas eleições", diz.
Os valores pagos ao lobista Julio Faerman, segundo Taylor, são bem maiores do que os divulgados até aqui: "Era muito mais. O comprometimento [da SBM] era de pelo menos US$ 225 milhões".
Em 12 de novembro, a SBM fechou acordo com as autoridades holandesas e aceitou pagar US$ 240 milhões para se livrar de punições na Holanda. Na tarde do mesmo dia, a CGU anunciou a abertura de processo contra a empresa no Brasil. "Todas as partes esperaram cinicamente até o fim das eleições", afirma Taylor.
No momento, a SBM negocia com a Controladoria um acordo de leniência, em que poderá colaborar com as investigações sobre corrupção na Petrobras para se livrar de punições e continuar fazendo negócios com o setor público.
O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, um dos delatores da Operação Lava Jato, disse que a SBM doou US$ 300 mil à campanha de Dilma nas eleições de 2010 e apontou Faerman como o operador que fez o dinheiro chegar ao PT.
A CGU afirma que abriu o processo contra a SBM Offsshore em novembro porque foi quando encontrou "indícios mínimos de autoria e materialidade" sobre o caso. A controladoria diz que isso ocorreu após a aprovação de relatório preliminar da comissão de sindicância interna.
A controladoria confirma a versão do ex-funcionário da SBM Jonathan Taylor de que o órgão recebeu informações dele por e-mail e servidores estiveram no Reino Unido para ouvi-lo.
A CGU diz que não usou seu material para embasar as conclusões dos trabalhos e afirma que Taylor questionou sobre possível recompensa financeira, semelhante, segundo a controladoria, ao que ocorre nos EUA, o que foi negado.
Em entrevista à Folha, o chefe jurídico da SBM, Alessandro Rigutto, reafirmou a acusação da empresa de que Taylor tentou chantageá-la. "Ele pediu algo em torno de 3,5 milhões de euros pelo silêncio", afirmou.
Segundo Rigutto, Taylor teve acesso a informações sigilosas porque integrou investigações internas em 2012 e teria deixado a empresa por divergências com o chefe da auditoria, Sietze Hepkema.
Ele negou as acusações de que a SBM tentou acobertar a apuração em relação à Petrobras.
Rigutto manteve a versão de que a empresa foi informada pelo Ministério Público da Holanda da descoberta do pagamento de propina no Brasil. A procuradoria holandesa disse que Taylor foi ouvido como testemunha, mas destacou que também usou outras fontes de informação. O órgão não respondeu à acusação dele de que houve "conluio" com a SBM para chegar a um acordo.