quinta-feira, 10 de julho de 2014

PUTIN PASSARÁ EM CUBA, ARGENTINA ANTES DE POUSAR NO BRASIL PARA VER OS AVANÇOS DO COMUNISMO NA AMÉRICA LATINA, SE REUNIRÁ COM FIDEL, DEPOIS COMANDA A REUNIÃO DOS BRICS, FORO DE SÃO PAULO.

Antes de pousar no Brasil, Putin passa por Argentina e Cuba

Em Buenos Aires, presidente russo pretende reforçar cooperação nuclear com Cristina Kirchner. Em Havana, ele vai cultivar velha amizade com ditadores

O presidente russo Vladimir Putin durante uma cerimônia de premiação em Moscou
O presidente russo Vladimir Putin durante uma cerimônia de premiação em Moscou (Maxim Shipenkov/Reuters)
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, impulsionará a cooperação nuclear com a Argentina durante a visita oficial que fará a Buenos Aires no próximo sábado, informou nesta quinta-feira o Kremlin. A visita à Argentina é segunda parada da viagem de Putin pela América Latina. O presidente russo vai antes a Cuba e depois vem participar da VI Cúpula dos Brics (bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no Brasil, entre os dias 14 e 16 de julho, mas antes ele vai assistir à final da Copa do Mundo no Maracanã, entre Alemanha e Argentina, no dia 13.
Segundo o assessor do presidente russo para assuntos internacionais, Yuri Ushakov, Putin deverá expor o interesse da corporação atômica russa Rosatom de participar da construção da usina nuclear argentina Atucha III. Ushakov adiantou que, após as conversas entre os presidentes da Rússia e da Argentina, Cristina Kirchner, ambos os líderes devem assinar um “acordo de cooperação no âmbito do uso da energia nuclear com fins pacíficos”.


Há algumas semanas, o presidente da Rosatom, Sergei Kiriyenko, ressaltou o interesse de sua corporação em ampliar a cooperação com a América Latina, especialmente com Argentina e Brasil. “Estamos interessados em ampliar nossa colaboração com Argentina e Brasil. Temos bons contatos”, disse Kiriyenko ao ressaltar que a América Latina, um mercado não tradicional para a Rússia, é “uma das prioridades de desenvolvimento da Rosatom”. A usina de Atucha III, um projeto avaliado em 3 bilhões de dólares (6,6 bilhões de reais), será a quarta planta nuclear da Argentina.
No plano político, Ushakov destacou o “grande nível de sintonia” entre Moscou e Buenos Aires e acrescentou que as posturas de ambos os países frente a maioria dos problemas internacionais são coincidentes ou próximas. “A Argentina compartilha nossa avaliação da situação na Ucrânia. Nossas posições são muito próximas”, disse o assessor presidencial, que destacou que a presidente argentina criticou publicamente a diferença de abordagens – “dois pesos e duas medidas”, disse Cristina – do Ocidente diante de situações como a da Crimeia ou das ilhas Malvinas.
Cuba – Aliados desde a época da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), Moscou e Havana seguem próximos e Putin pretende reforçar essa relação com uma visita nesta sexta-feira à ilha governada pelos irmãos Fidel e Raúl Castro. Em Cuba, o presidente russo se reunirá “informalmente” com ex-ditador Fidel Castro. Putin também vai se encontrar com o atual ditador, Raúl Castro, e juntos eles devem assinar um pacote de acordos de colaboração nos âmbitos de cultura, indústria, comércio e saúde.
Ushakov, se referiu ao “grande projeto” que se desenvolve na ilha, a construção de um novo aeroporto internacional em San Antonio de los Baños. A nova instalação, que será erguida junto à base militar da capital, ficará a cerca de 10 quilômetros do atual terminal José Martí. De acordo com o assessor, a principal companhia aérea russa, Aeroflot, mantém negociações com os cubanos para a exploração conjunta de uma companhia aérea que, além de efetuar voos nacionais, poderia transportar passageiros de Havana para outros destinos da América Latina.
Entre suas declarações, o assessor presidencial também fez questão de lembrar que a visita de Putin a Cuba sob um cenário de perdão de 90% da dívida que Cuba tinha com a extinta URSS. O acordo, que foi alcançado em outubro de 2013 após uma longa negociação, foi ratificado pelo legislativo russo no último dia 4 de julho, e prevê o perdão de uma dívida de 31,7 bilhões de dólares (70,5 bilhões de reais). O restante da dívida, cerca de 3,5 bilhões de dólares (7,7 bilhões de reais), deverá ser pago por Havana em vinte parcelas durante os próximos dez anos.
(Com agências EFE e France-Presse)

Frota com 14 automóveis de fabricação soviética era usada pelo ditador nas décadas de 1960 e 1970
Limusine cedida pelo governo à companhia estatal Cubataxi
Limusine cedida pelo governo à companhia estatal Cubataxi (Franklin Reyes/AP)
Quem visita Cuba agora pode percorrer as ruas da capital, Havana, como um ditador. Catorze limusines da frota particular de Fidel Castro foram incorporadas pela companhia estatal Cubataxi, que as usa para oferecer "turismo com um toque histórico".
Moisés Suárez, que agora dirige uma das limusines, afirmou à agência de notícias Associated Press que os automóveis fazem sucesso. "Quando eu conto aos passageiros de onde os carros vieram, eles se sentam no banco traseiro, esticam as pernas e dizem: 'Eu não acredito!'."
Os carros das marcas GAZ e ZIL, fabricadas na antiga União Soviética entre 1960 e 1970, nunca foram do agrado de Fidel, que preferia usar jipes militares quando se locomovia pela ilha de Cuba.
Não, obviamente, por desprezar o conforto e a riqueza. Fidel sempre teve onde buscar refúgio para se recompor do árduo trabalho de oprimir um país, como revela o livro A Vida Secreta de Fidel (Editora Paralela), escrito pelo ex-guarda-costas do ditador Juan Reinaldo Sánchez.
No livro, que chega ao Brasil no fim de junho e teve trechos antecipados por VEJA, Sánchez revela em detalhes a existência de uma ilha ao sul de Cuba onde Fidel fica boa parte do seu tempo livre desde a década de 60. Na ilha de Cayo Piedra, Fidel teria dado margem às suas excentricidades, chegado a ter golfinhos treinados unicamente para entreter os netos e vacas leiteiras que ficavam 'hospedadas' no 3º andar de sua casa. Tudo, é claro, com a proteção de guarnições militares e baterias antiaéreas.

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