Momento da prisão de Jorge Zelada, ex-diretor da Petrobras: tentativa de enviar 1 milhão de dólares (R$ 3 milhões de reais) para a China. (Foto: Veja) |
O Ministério Público Federal detectou movimentações financeiras do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Zelada no exterior mesmo depois do início da Operação Lava Jato - o que indica que ele estava tentando esconder da Justiça o dinheiro movimentado no esquema do petrolão, segundo o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Lava Jato. Além dos 11 milhões de euros (cerca de 38 milhões de reais) que mantinha em Mônaco, Zelada tentou enviar pelo menos 1 milhão de dólares (3 milhões de reais) para a China.
O ex-diretor foi preso nesta quinta-feira em sua casa, no Rio de Janeiro, durante a 15ª fase da Lava Jato, nomeada Conexão Mônaco. Segundo o procurador, essa fase encerra a análise das principais diretorias da Petrobras: já foram presos pela PF os ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Nestor Cerveró (Internacional) e Renato Duque (Serviços). Costa acabou por selar acordo de delação premiada com a Justiça e hoje cumpre prisão domiciliar. "Ainda há muito, porém, a investigar", salientou Santos Lima.
O procurador afirmou que ainda há crimes sendo cometidos na Petrobras, mas já não no nível das diretorias. "Recebemos diariamente notícias de fatos posteriores ao início da Lava Jato, sobre novas espécies de crime na Petrobras. Novos operadores surgem diariamente", afirmou.
Santos Lima explicou que o fato de Zelada ter continuado a lavar dinheiro foi um dos principais motivos de sua prisão. "Houve remessa de dinheiro para bancos na China, o que indica continuidade criminosa", afirmou o procurador. "Não há duvidas de que esse dinheiro é originário de corrupção", prosseguiu.
O procurador ainda afirmou que a corrupção na Petrobras era institucionalizada e que a propina era cobrada pela simples celebração do negócio, como uma "corretagem". De acordo com ele, o dinheiro era dividido hierarquicamente entre os funcionários das áreas que integravam o esquema, o que os corruptos chamavam de "divisão para a casa". Santos Lima afirmou que há indícios de que Zelada recebeu dinheiro em contratos de aluguel de sondas. Zelada ocupou o cargo de diretor da petroleira de 2008 a 2012, como sucessor de Nestor Cerveró, que está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, e já foi condenado em um dos processos da Lava Jato a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro. Do site da revista Veja
FALANDO BAIXO...
A propósito, o site O Antagonista fez um link oportuno com uma nota da coluna do Cláudio Humberto, publicada no dia 27 de junho passado, revelando encontro de Jorge Zelada com o filho de Renato Duque, que continua preso pela Lava Jato em Curitiba.
FALANDO BAIXO...
A propósito, o site O Antagonista fez um link oportuno com uma nota da coluna do Cláudio Humberto, publicada no dia 27 de junho passado, revelando encontro de Jorge Zelada com o filho de Renato Duque, que continua preso pela Lava Jato em Curitiba.
Reproduzo a nota de Claudio Humberto:
O ex-diretor Internacional da Petrobras Jorge Zelada almoçou ontem com o filho de Renato Duque, ex-diretor de Serviços, que foi preso em março após transferir da Suíça para Mônaco 20 milhões de euros (R$ 67,6 milhões). Documentos enviados à força-tarefa da Lava-Jato por autoridades de Mônaco apontam que Duque e Zelada controlam contas bancárias de empresas constituídas no paraíso fiscal do Panamá.
Zelada e o filho de Duque almoçaram falando baixo na rua do Ouvidor, nº 10, no restaurante Rio Minho, no centro do Rio de Janeiro.
Jorge Zelada disse na CPI da Petrobras que de nada sabia, mas ele tem 12 milhões de euros (R$ 40,6 milhões) bloqueados em Mônaco.
A Lava Jato tem fichas de abertura de contas e assinaturas de Duque e de Zelada em Mônaco, onde deixaram cópias dos seus passaportes.
Atas das empresas que Renato Duque e Jorge Zelada abriram no Panamá indicam os dois como os operadores das contas bancárias. Do site Diario do Poder/Claudio Humberto)
Atas das empresas que Renato Duque e Jorge Zelada abriram no Panamá indicam os dois como os operadores das contas bancárias. Do site Diario do Poder/Claudio Humberto)
FONTE: http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2015/07/mais-um-vai-para-cadeia-ex-diretor-da.html