A dica de O Antagonista cai como uma luva. O livro “Como Ser um Conservador”, do filósofo inglês Roger Scruton, já está disponível nas livrarias traduzido para o português pelo grande Bruno Garschargen, com o selo da Record que se vem notabilizando como a melhor editora brasileira. Como podem notar na coluna ao lado acima, logo embaixo do cabeçalho do blog, este livro super importante já está disponível para ser comprado aqui mesmo no blog, que é afiliado da Amazon. Basta clicar sobre a foto da capa do livro para ir direto a Amazon e efetuar a compra. Quem fizer isso, além de adquirir uma obra importantíssima, ainda ajuda na manutenção deste blog.
Feito este rápido ‘comercial’, vamos ao que interessa, que é a obra de Scruton. Por isso estou postando acima um vídeo com uma entrevista do filósofo que dá uma ideia muito precisa do conteúdo do livro. O vídeo é curto e vale a pena ver.
O Antagonista na nota em que recomenda esta obra, oferece como aperitivo de dois excertos que aguçam o nosso interesse de imediato. De quebra estabelece uma relação entre a reflexão do filósofo com os tormentosos momentos em que vive o Brasil sob o açoite de Lula e seus sequazes. Vale ressaltar ainda que foi Olavo de Carvalho, um dos destacados pioneiros no Brasil a referir-se a obra de Roger Scruton, como se pode conferir aqui.
Diz o Antagonista: “Destacamos dois trechos, como aperitivo:
"O conservadorismo advém de um sentimento que toda pessoa madura compartilha com facilidade: a consciência de que as coisas admiráveis são facilmente destruídas, mas não são facilmente criadas. Em relação a tais coisas, o trabalho de destruição é rápido, fácil e recreativo; o labor da criação é lento, árduo e maçante."
E mais:
"Um mercado pode fazer a alocação racional dos bens e serviços somente onde há confiança entre os integrantes, e a confiança só existe onde as pessoas assumem a responsabilidade por seus atos e se tornam responsáveis por aqueles com quem negociam. Em outras palavras, a ordem econômica depende de uma ordem moral."
No Brasil, o trabalho de destruição tem sido ultrarrápido e intenso, em meio a uma ordem moral praticamente inexistente. Precisamos agir logo.”
Agora digo eu: Deve-se assinalar também que filósofos conservadores como Roger Scruton têm sido proscritos de forma criminosa pela maioria dos supostos “intelectuais” que dominam as universidades brasileiras e que são responsáveis por intoxicar os jovens de marxismo, gramscismo, leninismo, agora edulcorados pelos ditames do pensamento politicamente correto operado pela famigerada “engenharia social”. Aquilo que pode parecer frugal e saudável esconde de forma sorrateira um projeto de desmonte dos valores básicos da civilização ocidental.
Esse desmonte é feito de forma calculada por meio de coisas aparentemente boas, como a defesa do meio ambiente ou, ainda, o banimento de veículos automotores. Pare para pensar um pouco, quando você ver um sujeito pelado ou com aquelas roupas estranhas pedalando uma bicicleta em meio ao movimento de uma grande cidade. Seguramente não será esse tipo que colocará à sua disposição alimentos em abundância num supermercado. Depois de uma boa pedalada esse sujeito passa num mercado e compra uma garrafa de Gatorade... Mas essa contradição é escamoteada pela pressão diuturna da grande mídia que não passa um dia sequer sem editar matérias ecochatas e falar ad nauseam sobre o tal conceito de “sustentabilidade”, que não passa de uma picaretagem ordinária que não se sustenta um segundo se exigirmos a verificação da prova.
A engenharia social começou proibindo o cigarro de tabaco na metade das poltronas dos aviões. Depois estendeu a proibição em todo o espaço da aeronave. Mais adiante proibiu o fumo dentro dos aeroportos e, em seguida, até mesmo do lado de fora sob a marquise.
Se você se lembrar bem, pelo menos aqueles que viajavam nos idos dos anos 90 do século passado, poderá notar que logo em seguida, no início deste século XXI, começaram as campanhas pela liberação das drogas, com as famigeradas passeatas de maconheiros. Já o tabaco, hábito de, sei lá, no máximo 10 a 15% da população planetária, passou a ser reprimido justamente por ser exercido por um grupo mínimo de terráqueos, o que serviu como uma luva para os "engenheiros sociais". Importante é notar que o tabaco não altera o comportamento das pessoas e no passado nunca fora pensado como algo deletério, deplorável ou criminoso.
E, se fizermos um balanço geral, veremos o quanto já perdemos de nossa liberdade individual, desde de fumar um prosaico cigarro de tabaco, usar automóvel, comer carne, tomar um sorvete, comer um doce qualquer, enfim, uma série de hábitos comuns num passado recente que nestas alturas transformaram-se em pecado mortal! Em contrapartida, você jamais será admoestado se for viciado em maconha, cocaína, crack e bebidas alcoólicas ou mesmo resolver praticar o bundalelê em público, como fazem os indefectíveis e fanatizados ciclistas.
SOSSEGA. O LEÃO É MANSO.
Outro ponto interessante da engenharia social é o transformismo dos valores morais por meio de algumas ocorrências. No caso, por exemplo, a recente caçada a um leão na África. É claro que matar um leão não tem qualquer finalidade, a não ser que alguém esteja sendo atacado pela fera. Todavia, a morte do tal leão Cecil transformou-se num escândalo internacional enquanto se faz pouco caso dos ataques dos islâmicos que degolam centenas de pessoas, principalmente cristãos. Sobre isso ninguém emite um pio. Há um silêncio geral sobre milhares de assassinatos diários que vêm ocorrendo principalmente no Oriente Médio mas que já se espalham pelo mundo ocidental. Aliás, a Folha de S. Paulo, inclusive, mantém um blog que relativiza a cruzada islâmica contra o Ocidente. Mais uma vez a grande mídia se encarrega de levar as pessoas a valorizar muito mais um leão do que um ser humano. Os jornalistas constituem o segmento profissional por excelência de difusão do esquema da engenharia social e não é por acaso. A maioria é esquerdista e a engenharia social é o refinamento da lavagem cerebral levada a efeito pelo movimento comunista século XXI. No vídeo acima o entrevistador aborda esta questão indagando as razões pelas quais a maioria dos jornalistas chafurda na idiotia esquerdista. A análise de Scruton é perfeita.
Listei de forma geral alguns lances dos resultados alcançados pela engenharia social para mostrar que boa parte da liberdade individual dos cidadãos já foi para o brejo. Sem falar para o incentivo ao desdém com relação à família tradicional, à boa educação e, finalmente, a qualquer dos valores que ao longo de milênios edificaram os alicerces da civilização ocidental. Ser conservador é, no mínimo, ser decente e procurar conservar aquilo que de bom foi criado ao longo de muitos séculos, à custa de muito trabalho e muita luta, inclusive lutas cruentas.
As questões que levantei de forma ligeira neste texto apontam para um fato crucial: a eclosão de um processo de desmoralização geral, irrestrita e que abrange todos os aspectos da sociedade humana e que faz parte dessa denominada engenharia social.
A lição de Roger Scruton destacada no início deste post, vale ser repetida à guisa de conclusão:
"O conservadorismo advém de um sentimento que toda pessoa madura compartilha com facilidade: a consciência de que as coisas admiráveis são facilmente destruídas, mas não são facilmente criadas. Em relação a tais coisas, o trabalho de destruição é rápido, fácil e recreativo; o labor da criação é lento, árduo e maçante."
NOTA SOBRE O VÍDEO:
Roger Scruton, o filósofo conservador mais proeminente da atualidade, e um convidado do IPA da Austrália, discutem as atitudes de intolerância e contra a liberdade de expressão por parte da esquerda, ao mesmo tempo em que definem o que afinal é ser um conservador. Esta entrevista se deu no The Bolt Report, no Canal Dez da Austrália, em 11 de Maio de 2014, em ocasião do lançamento do livro "How To Be a Conservative", que agora foi lançado no Brasil pela Editora Record.
Tradução: Israel Pestana
Revisão: Marco Tulio e Ramiro Freire
fonte: http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2015/08/o-que-e-ser-conservador-ou-um-poderoso.html