sábado, 26 de março de 2016

Eros Grau defende a legalidade do impeachment de Dilma: Ex Ministro do STF divulga carta durissima em defesa da legitimidade do impeachment

Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal também gravou um vídeo citando os fundamentos constitucionais do mecanismo
DIEGO ESCOSTEGUY
26/03/2016 - 15h04 - Atualizado 26/03/2016 15h13

Trecho da carta de Eros Grau em defesa da legalidade do impeachment (Foto: Divulgação)

ÉPOCA obteve com exclusividade uma carta do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Eros Grau em que ele critica duramente a tentativa de se associar o processo de impeachment a um golpe. Escrevendo de Paris, o ex-ministro destaca os dois artigos da Constituição que preveem o mecanismo do impeachment em caso de crime de responsabilidade do mandatário.  "Quem não é criminoso enfrenta com dignidade o devido processo legal, exercendo o direito de provar não ter sido agente de comportamento delituoso. Quem procedeu corretamente não teme enfrentar o julgamento pelo Senado Federal. Já o delinquente faz de tudo procurando escapar do julgamento. A simples adoção desse comportamento evidencia delinquência", diz um trecho da declaração.
Eros Grau também gravou um breve depoimento em vídeo sobre o tema. Em sua fala, ele diz que se surpreende com as manifestações contra o impeachment que aconteceram na Faculdade de Direito do Largo Sâo Francisco, onde ele estudou. Está marcado para o dia 4 de abril um novo evento em defesa da legalidade do impeachment.
   Trecho da carta de Eros Grau em defesa da legalidade do impeachment (Foto: Divulgação )

fonte: http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/03/eros-grau-defende-legalidade-do-impeachment-de-dilma.html

Quem é que paga esses advogados carissimos?: A banca de ouro de Lula

Temeroso com a possibilidade de ser preso, o ex-presidente se cerca de um time composto por mais de vinte advogados e junto com o Governo abre uma chicana de ações para tentar postergar os processos contra ele e Dilma na Justiça

Antonio Carlos Prado e Ludmilla Amaral
Em algumas paredes das galerias da Penitenciária Feminina Sant’Ana, o maior presídio de mulheres da América Latina, localizado em São Paulo, está escrito em caligrafia muito torta: “quem fala a verdade não precisa de advogado, quem fala meia verdade precisa de um, quem mente inteiro é bom ter dois”. Não há notícias de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha feito alguma visita a essa prisão, mas é muito provável que ele conheça os dizeres registrados naqueles muros. 


Para enfrentar as descobertas da operação Lava Jato, tentar se defender das acusações que pesam contra si e procurar se esconder sob a prerrogativa do foro privilegiado, Lula escalou um pelotão composto por 21 advogados, entre eles seis dos mais notáveis do País que desembarcaram no caso na semana passada. E, segundo apurou ISTOÉ, após a Páscoa todos ficarão sob a coordenação de um ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, hoje aposentado – ele já teria até se apresentado ao juiz federal Sérgio Moro, coordenador da operação Lava Jato. 
 
Ouvidos por ISTOÉ, dois dos advogados arregimentados por Lula asseguraram que nada estão recebendo pelo trabalho e que fazem parte desse time “em respeito à história do ex-presidente”. No mercado jurídico, no entanto, comenta-se que, para remunerar uma equipe do porte da que foi montada, Lula teria de gastar cerca de R$ 15 milhões apenas pelo habeas corpus encaminhado ao STF no último domingo. Oficialmente Lula ainda sequer é réu, e o exército de juristas escalados por ele mostra, na prática, uma tentativa de usar nomes consagrados do Direito para tentar intimidar o Judiciário. 

“Bateu o medo em Lula”, afirma um advogado a quem o ex-presidente costuma recorrer sempre que se vê juridicamente acuado. Nem mesmo a decisão do ministro Teori Zavascki, proferida na noite da terça-feira 22, deixou Lula tranquilo. Atendendo a demanda da Advocacia Geral da União (AGU), Zavascki determinou que o juiz Sérgio Moro remeta ao STF as investigações envolvendo o ex-presidente na Lava Jato e decretou sigilo sobre as conversas telefônicas interceptadas. Zavascki manteve, no entanto, a decisão do STF que impede a nomeação de Lula como ministro da Casa Civil.
 
“Ele sabe que a decisão é provisória. E sabe ainda que não conta com a simpatia da Corte”, disse um dos advogados de Lula na quarta-feira 23. A possibilidade real de ir para a cadeia deixa o ex-presidente em estado de pânico e isso também explica a montagem de uma banca de ouro advocatícia. Eles pertencem a oito escritórios diferentes. Alguns desses advogados se reúnem pelo menos uma vez por semana em São Paulo para encontrar saídas para Lula, a partir do bom trânsito que possuem nos tribunais superiores. 

Tais reuniões são tão secretas que, nelas, os advogados são obrigados a desligarem seus celulares. O ex-presidente Lula tem o direito de possuir na Justiça quantos patronos quiser. O que se cogita no meio jurídico, porém, é que ele colocou ao seu redor um time tão grande e qualificado também como forma de “tentar auxiliar” a AGU em sua “anemia teórica que a faz cometer uma série de erros”. É verdade que a decisão de Zavascki pode representar uma vitória transitória da AGU, mas seus erros têm sido frequentes. 
 
O último deles ficou visível na madrugada da terça-feira quando o ministro do STF Luiz Fux rejeitou mandado de segurança contra a liminar de Gilmar Mendes – a liminar impediu a posse de Lula como ministro da Casa Civil. Qualquer estagiário de Direito sabe que não cabe esse tipo de recurso contra uma decisão monocrática de ministro do STF. O mais surpreendente é que os advogados do ex-presidente incorrem no mesmo amadorismo e insistem em recursos sem respaldo na jurisprudência – só trocaram mandado de segurança por habeas corpus, esquecendo que também esse remédio jurídico não tem efeito para alterar decisão monocrática de ministro da Corte. 
 
O habeas corpus questionando a posição de Gilmar Mendes caiu primeiramente sob a relatoria do ministro Luiz Edson Fachin. Por ser padrinho de casamento da filha de um dos defensores, ele se deu por “impedido” mas sinalizou o que faria se pudesse julgá-lo: rejeitou habeas corpus idêntico, vindo do advogado Samuel José da Silva, que não integra a equipe de defesa (essa ação é apenas uma entre as quase 300 que estão distribuídas em todo o País). Ao rejeitar o pedido de Silva, ficou claro que Fachin também não atenderia à expectativa dos advogados de Lula. Feito novo sorteio, caiu a relatoria com a ministra Rosa Weber, que negou o habeas corpus. 

                                   
Gilmar Mendes, ministro do STF, sobre o fato de Dilma ter tentado nomear Lula
para a Casa Civil: É preciso muita desfaçatez para manobrar assim as instituições.
É preciso ter perdido o limite que distingue civilização de barbárie

Ou seja: Lula continua fora do governo, sem foro privilegiado. E tudo indica que, nos próximos dias, voltará a ficar sob as determinações de Moro, especialmente no que diz respeito ao sítio de Atibaia e ao apartamento tríplex no Guarujá. “Lula leva bons profissionais a se equivocarem porque ele esperneia para todos os lados”, disse um ex-advogado do petista. É verdade. Nos últimos tempos ele se insurgiu em relação à Polícia Federal, disparou contra Moro, condenou o Ministério Público e os tribunais superiores, criticou a mídia, esgoelou em palanque da avenida Paulista, em São Paulo, e entupiu de recursos o STF e juizados de primeira instância inconformado com a perda do foro privilegiado. 
 
O problema é que, diante da Lava Jato, o peso político de patronos consagrados não tem intimidado o Ministério Público nem o juiz. E, mesmo em Brasília, defensores com bom trânsito nas instâncias superiores do Judiciário não estão colecionando vitórias. Por que advogados tão conceituados lançaram mão de habeas corpus, apostando que ganhariam da jurisprudência? A primeira resposta, vinda da maioria dos juristas, é redundante: “Lula está deixando até Deus atarantado”, disse um dos advogados da própria banca.
Pavor: Sem o cargo de ministro, ele vive atarantado
com o fantasma da prisão

A segunda resposta é surpreendente: entre os mais notáveis defensores do ex-presidente não há criminalistas consagrados. E o problema de Lula é criminal. Não se trata de uma questão política/jurídica. É apenas criminal. Lula e sua defesa têm, assim, dado voltas para não sair do mesmo lugar – e tal lugar é perder. O que fazer agora? Essa é a questão que a própria banca se colocou depois da decisão de Zavascki. “Nada, absolutamente nada. Não é fazendo chover recurso que um inocente se defende”, disse um advogado bastante próximo à equipe de Lula. 
 
Outro jurista, um dos mais conceituados do País, poucas horas antes da decisão de Rosa Weber, qualificava o habeas corpus como “inócuo e midiático”. Igualmente inócuo foi o recurso apresentado há mais de um mês pelos defensores do ex-presidente, antes ainda de ele ser nomeado ministro, pedindo então que o STF paralisasse a investigação do Ministério Público Federal (leia-se Lava Jato), uma vez que corria investigação no MP paulista devido à quebra da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop). 
 
Também nesse caso a relatora sorteada foi Rosa Weber, e ela não viu nenhuma incompatibilidade nas investigações feitas em duas frentes. Pode-se dizer que, a partir daí, Lula montou o seu acampamento no STF e acumulou derrotas. Na quarta-feira a presidente Dilma já cogitava arranjar para Lula um cargo informal no governo. Nesse caso, ele não teria foro privilegiado, mas, como disse o pensador republicano Joaquim Nabuco, “não se deve ser ministro somente para usufruir as vantagens do poder”. 




fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/449534_A+BANCA+DE+OURO+DE+LULA

Até a Educação o PT destruiu: Cadê a "Pátria Educadora"?

Primeiros atos do governo Dilma mostram que o discurso da posse, que elegeu a educação como prioridade, está muito longe da realidade. Do ensino básico ao superior, o setor está em crise e as medidas tomadas pelo governo prejudicam ainda mais o estudante

Camila Brandalise (camila@istoe.com.br)
"Só a educação liberta um povo e lhe abre as portas de um futuro próspero”, cravou Dilma Rousseff em seu discurso de posse, em 1º de janeiro. A presidente justificou a alcunha de “pátria educadora” dada ao País nesse dia ao afirmar que “democratizar o conhecimento significa universalizar o acesso a um ensino de qualidade em todos os níveis, da creche à pós-graduação”. Palavras de impacto e com o aval de todos os brasileiros. Afinal, quem ousaria dizer que essa não é uma das áreas mais importantes para o desenvolvimento econômico e social de um povo? Mas medidas tomadas pelo governo mostram que ele está seguindo na direção oposta das palavras que abriram o segundo mandato da presidente eleita. Da educação básica ao ensino superior, sem distinção, todos os níveis apresentam graves problemas. Recentes mudanças no Programa de Financiamento Estudantil (Fies), por exemplo, podem deixar alunos fora do ensino superior. O corte orçamentário fará com que sejam subtraídos cerca de R$ 7 bilhões dos gastos do Ministério da Educação neste ano, o maior bloqueio entre todas as pastas. Além disso, estudos mostram que a educação básica, que deveria dar sinais de avanço, apresenta desaceleração nos níveis de aprendizado. Levando-se em conta que não se passaram nem dois meses do início de 2015, é impossível não fazer a pergunta: onde está a pátria educadora?

O caso mais emblemático é o do Fies., programa pelo qual o governo banca a mensalidade dos estudantes. A dívida é paga após a formatura com juros camaradas. No final de 2014, o governo estabeleceu algumas mudanças, entre elas a de que só seriam mantidas no programa as instituições de ensino superior que tivessem teto de reajuste da mensalidade até 4,5%. Depois de negociações com entidades do setor e reclamações de alunos, a taxa subiu para 6,4%, o índice da inflação. Ainda assim, muitos estudantes correm o risco de deixar seus cursos porque suas universidades tiveram aumento maior do que esse percentual. Segundo a Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES), apenas 280 mil do 1,9 milhão de contratos haviam sido renovados até a sexta-feira 13. Procurado, o Ministério da Educação não explicou por que o percentual foi estabelecido, mesmo com a reclamação das universidades sobre a liberdade de mercado para que cada uma possa estipular o reajuste necessário. Para o professor de políticas públicas Fernando Schuler, do Insper, o fato de o programa ser do governo lhe dá o direito de colocar essa regra, mas não de uma hora para outra, como foi feito. “O planejamento financeiro das instituições é fechado com muita antecedência. Educação não é resolvida a curto prazo”, diz. “Além disso, o argumento para chegar a esse número é de que ele corresponde à inflação. Mas na precificação do ensino superior há inúmeras variáveis, como reajuste de salário dos professores, que não segue a mesma lógica.”
No topo dos mais prejudicados es tão os alunos. Ao mesmo tempo que é preciso reconhecer o grande feito do programa em ampliar o acesso ao ensino superior e aumentar sobremaneira o número de brasileiros em universidades, uma mudança como essa deverá prejudicar milhares de estudantes, muitos deles no meio de seus cursos. É o caso de Dayanne Torquato Lourenço, 28 anos, aluna do nono período de psicologia da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. Sua mensalidade subiu de R$ 1.155,49 para R$ 1.265,26, ou seja, cerca de 9,5%. E, ao tentar fazer o aditamento, como é chamada a renovação do contrato, a página da internet mostra um erro. “Meu Fies é integral, se não fizer esse procedimento, fico inadimplente e não consigo providenciar os contratos de estágio, necessários para a conclusão do curso”, diz. Até resolver o entrave, Dayanne, assim como outros colegas, está frequentando a graduação normalmente para não ser prejudicada. “Meu problema é com o MEC”, diz. Procurada, a Anhembi Morumbi afirma que, apesar das novas regras definidas pelo governo, “está trabalhando para garantir que todos os estudantes já beneficiados pelo programa tenham suas matrículas renovadas para este semestre”.


Somente de 2012 para 2013, o número total de matriculados pelo Fies em instituições particulares aumentou 100% – de 11% para 21%, segundo dados de 2013 da consultoria Hoper Educação. Até 2010, quando as regras do programa mudaram e os financiamentos dispararam, o índice de inadimplência nas escolas particulares era de 9,58%, tendo caído para 8,46% um ano depois. Há um grande envolvimento das instituições de ensino com o Fies. Muitas podem perder alunos e ter prejuízos econômicos com as mudanças. “Há muitas universidades com um número alto de usuários do financiamento, mais de 80%”, afirma Romário Davel, consultor da Hoper. A perspectiva do diretor-executivo da ABMES, Sólon Caldas, é de que as faculdades vão se adequar a essa taxa. “A concepção do programa é muito focada na inclusão social e as escolas estão comprometidas com isso”, diz. Quem atrapalha é o governo. Também aluna de psicologia, Ohara de Souza Coca, 25 anos, cursa o quinto e último ano na Faculdade São Judas, em São Paulo, e passa pela aflição de não saber se vai conseguir concluir a faculdade, já que sua mensalidade passou por um reajuste de 8%. “A falta de informações tem causado grande preocupação. Enquanto isso não for resolvido, há o medo de que tenha de deixar os estudos a qualquer momento”, diz. “Não escolhi o Fies por ser cômodo, mas por ser a grande possibilidade de conseguir estudar.”

Outra polêmica diz respeito à exigência de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e nota maior do que zero na redação para o aluno poder usufruir do Fies, mudanças impostas também no final de 2014 pelo governo. Embora seja um ponto importante a ser discutido, uma vez que o estudante precisa estar minimamente apto para acompanhar as aulas no ensino superior, por outro lado a educação básica no País ainda precisa melhorar muito para possibilitar que um aluno da rede pública chegue a uma pontuação dessas, considerada baixa, inclusive. Com esse requisito, o jovem que não teve acesso a uma boa formação estaria, mais uma vez, enfrentando dificuldade para ter acesso à educação. Recente estudo divulgado pelo movimento Todos Pela Educação com base nos dados da Prova Brasil de 2013 mostra que o desempenho dos estudantes não tem avançado. Apenas 10,8% dos municípios brasileiros atingiram a meta de aprendizado adequado para matemática no nono ano, enquanto em 2011 esse índice era de 28,3%. Em língua portuguesa, também para o nono ano, as cidades que atingiram o objetivo representam 29,6%, contra 55% em 2011. O estudo também apresenta queda se levadas em conta as disciplinas no quinto ano (leia na pág. 36). “A cada período, as metas aumentam, porque a intenção é que em 2022 pelo menos 70% das crianças tenham aprendizado adequado”, afirma Alejandra Meraz Velasco, coordenadora-geral do Todos Pela Educação. Em vez de aumentar, o percentual caiu. O Brasil avançou muito na inclusão e nos anos iniciais há uma evolução. Mas para os finais, próximos ao ensino médio, que tem grande evasão de alunos, é preciso pensar em novas políticas públicas.” Essa mesma análise pode ser feita a partir dos dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2013, divulgados em setembro de 2014. Dos 5.369 municípios com índice da rede pública calculado, apenas 39,6% alcançaram a meta de 2013 para os alunos do sexto ao nono ano. Foi a primeira vez desde 2007 que o objetivo para esse nível não foi alcançado.
A situação se torna ainda mais preocupante em época de arrocho econômico e com corte no Ministério da Educação que chega a R$ 7 bilhões para este ano, como anunciado em janeiro. Na opinião do senador Cristovam Buarque (PDT/DF), o bloqueio de verbas vai na contramão de um verdadeiro projeto de crescimento educacional para o País, que já deveria estar em prática. “O Brasil deveria gastar R$ 9,5 mil por ano por aluno. Hoje esse valor é de R$ 3 mil a R$ 4 mil”, diz. Ou seja, o que precisava dobrar vai diminuir. “Ao longo do tempo, é preciso aumentar os recursos gradativamente, subir o salário dos professores, reconstruir escolas e garantir educação integral. É um processo que duraria entre 20 e 25 anos, mas que não se vê qualquer esforço para ser aplicado de verdade”, afirma o senador. Para Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o corte traz o prejuízo de não alimentar o sistema educacional com os recursos que eram comumente utilizados. “Não ampliar melhorias em infraestrutura e até em transporte, que é o que pode acontecer, acaba fazendo com que o rendimento do aluno caia. E esse tempo não pode ser recuperado depois”, diz. Cara salienta que projetos estruturais podem ser bastante afetados pela medida. “A maior preocupação deveria recair para programas básicos, como o Proinfância, de assistência financeira a creches e pré-escolas”, afirma. “Projetos de reconstrução de escolas não têm a atenção que deveriam receber”, afirma.
Apesar de a educação básica precisar, sim, entrar nessa pauta, o que ainda deve dominar as discussões, por enquanto, são os carros-chefes da campanha eleitoral. Além do Fies, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) também tem sido alvo de reclamações por parte de instituições de ensino (leia na pag. 37). O governo deixou de repassar verbas de financiamento dos cursos desde outubro, enquanto a então candidata à reeleição Dilma Rousseff citava orgulhosa o programa em seus discursos a todo momento e por qualquer motivo. O MEC informou na quinta-feira 19 que liberou R$ 119 milhões para regularizar o fluxo referente às mensalidades de 2014 para instituições privadas. Disse, ainda, que o pagamento de cada parcela pode ser feito em até 45 dias após o vencimento do mês de referência – há parcelas, porém, que teriam ultrapassado esse prazo.
Universidades públicas também devem sofrer com a diminuição de repasses, segundo especialistas. “Não há a menor dúvida de que a crise vá impactar negativamente o ensino superior, que é uma área dispendiosa para o governo”, afirma o professor Renato Hyuda de Luna Pedrosa, coordenador do laboratório de estudos em educação superior da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para algumas, o corte nos repasses já é uma realidade. Na Universidade de Brasília (UnB), por exemplo, dos R$ 11 milhões que deveria receber este ano, foram transferidos R$ 7 milhões, cerca de 30% a menos. A instituição, no entanto, afirma que ainda assim conseguiu manter as contas em dia. Devem ser adiadas melhorias em infraestrutura, contratação de novos professores, propostas de qualificação, aberturas de novos cursos e linhas de pesquisas. “O maior prejuízo é a perda da expectativa em relação ao acesso à educação, principalmente a superior. Uma das boas coisas que aconteceram no Brasil foi esse sonho concretizado de se conseguir um diploma”, afirma o senador Cristovam Buarque. “A cada ano ficava mais fácil entrar na universidade. Em 2015, parece que vai acontecer o contrário.” Que o diga a caloura do curso de enfermagem da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (SP) Bruna Santoni Silva, 21 anos. Dependente do Fies para começar o curso, ela pode não conseguir validar o contrato com o programa, que abre para novos alunos no dia 23, porque sua faculdade teve reajuste de 9%. “Falei com a universidade, mas eles não têm nenhuma posição sobre o assunto. Só me resta esperar, sabendo que meus estudos e meu futuro profissional estão em jogo. Aliás, não só o meu, mas de milhões de estudantes de nosso país.” Cadê a pátria educadora?
Fotos: Montagem sobre foto, Rafael Hupsel; WASHINGTON ALVES/ESTADãO CONTEÚDO,Pedro Ladeira/Folhapress; Elza Fiúza/Agência Brasil; Wellington Cerqueira/Ag. Istoé
fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/405536_CADE+A+PATRIA+EDUCADORA+

A imprensa internacional confirma nossos alertas sobre Brasil virar um nova Venezuela:"Si Dilma sigue en el poder, Brasil se terminará convirtiendo en Venezuela"

"En los últimos días, las calles de Brasil se han colapsado por las manifestaciones (programadas y espontáneas) defendiendo a Dilma y a Lula o, por el contrario, exigiendo el tan frecuente lema latinoamericano: "Que se vayan todos"
                                                                               Las protestas en Sao Paulo - J.G.S.
                           JOSEFINA G. STEGMANNSao Paulo - 21/03/2016 a las 08:30:40h. - Act. a las 18:45:41h.


La avenida Paulista, la principal de esa inmensa y devoradora ciudad que es São Paulo, es tan extensa que uno puede encontrarse las cosas y personajes más imprevisibles a cada metro. Los domingos se cierra para dar paso a los peatones y a las bicis, a la vida familiar y a las parejas, a los skaters, a los corredores sudorosos que presumen de abdominales, y por supuesto, a la música. Al final es verdad aquel estereotipo de que los brasileños llevan la fiesta en la sangre, parece que la alegría es un invento suyo. Un grupo de jóvenes y no tan jóvenes toca los bombos, mientras otros agitan el shekere (agbe, en portugués) con una destreza hipnótica. Es un instrumento de percusión africano, una calabaza seca envuelta con cuentas de colores tejidas en un red, que al agitarse generan un sonido penetrante que hace bailar hasta a las aceras. Otro metro y un grupo de rock: jóvenes flaquísimos con pantalones de pitillo tocan sus mejores canciones con voz de ultratumba, mientras un mendigo deja una pesada bolsa en el suelo y en el medio del espontáneo escenario empieza a bailar. Otro metro y un puesto de mazorcas hervidas que un turista compra sin saber muy bien por qué.
Era evidente que aunque no hubiera manifestaciones programadas, algo iba a suceder en la avenida Paulista. Brasil está convulsionada desde que el pasado viernes 4 de marzo, cuando la policía, por orden del juez federal Sérgio Moro, fue a la casa del expresidente Lula para llevarlo a declarar acusado de corrupción en el caso de Petrobrás.
En la entrada de la Federación de Industrias del Estado de Sao Paulo (FIESP) hay unas cuantas tiendas de campaña coronadas por un monigote de Lula, en cuya pierna cuelga un grilleteUn pato hinchable de un tamano descomunal dice: Naovoupagaropato.com.bren alusión a una página que junta firmas en contra del aumento de impuestos. Desde lo alto del edificio y en todos los postes de la avenida ondean banderas de Brasil, mientras que otras protegen los hombros descubiertos de quien lleva de pie y tocando el silbato unas cuantas horas y tolera cada vez menos la impertinencia del viento, en una ciudad que se niega a sentir frío. Pancartas, caretas, un cartel dedicado a Sérgio Moro, en el que sostiene una jaula de pájaro con una caricatura de Lula dentro, mientras que otro que dice: «Moro, Brasil está contigo»...Y por encima de todo, el grito inagotable de la gente: «Fuera Dilma», «Fuera PT», «Fuera Lula».
Celio Cruz trabaja en una empresa de seguros, tiene 50 años y recuerda una y otra vez que se trata de una manifestación espontánea. «Nosotros no pertenecemos a ningún partido, somos ciudadanos que venimos a manifestarnos». Dice que el problema es la corrupción, todo el dinero que, a su juicio, se ha robado el gobierno de Dilma Rousseff, sucesora de Lula, y el propio Lula y que ha llevado al país al caos. No es su voz precisamente la de los que defienden que el país ha mejorado con el Partido de los Trabajadores, la de los acérrimos defensores de Lula y Dilma, que les ponen el distintivo de haber reducido las cifras de pobreza y haberle dado una oportunidad a los menos favorecidos: «Gracias a Lula los pobres han podido acceder a la Universidad, esto es una maniobra para sacarlo del poder, parece mentira que la gente que lo critica de corrupción sean los mismos que están envueltos en escándalos de corrupción», lamenta Fernando Fernandes, profesor de música, refiriéndose a Aécio Neves, líder del Partido de la Social Democracia Brasileña (PSDB), en la oposición, y acusado de corrupción por Delcídio do Amaral, senador del PT que fue detenido en noviembre de 2015 por su participación en la red de Petrobrás. Algo parecido al caso de Eduardo da Cunha, presidente de la Cámara de Diputados, adversario de Rousseff, y que fue denunciado por Amaral y hace escasos días por el procurador Rodrigo Janot, por corrupción pasiva y lavado de dinero.
«Nosotros no defendemos a ningún político y si cometen delitos deben todos rendir cuentas a la justicia», explica Reinaldo Esquivel, de 41 años, que participa en las marchas en contra del PT y que lamenta las mentiras acerca del bienestar que en teoría Dilma y Lula le dieron al país«Hay inflación, hay paro, yo no estoy trabajando; Brasil ya no es un país para vivir», lamenta. No niega que se ha hecho una labor social pero considera que ha sido más bien una campaña de marketing que ha llegado a poca gente. «Se hicieron obras en el norte, que es una de las zonas más pobres, pero no fue suficiente, se destinó poco dinero porque al final se lo robaron todo; funcionó como campaña de marketing, para conseguir votos», asegura Esquivel, que así justifica por qué pese a los escándalos, el PT sigue en el gobierno.
Otro de los protagonistas de esta enorme convulsión que vive Brasil en tan solo quince días es el juez Sérgio Moro, que instruye el caso. «Todo esto es una guerra política, y Moro quiere quitar de en medio al PT para poner a algún amigo suyo del PSDB», asegura Fernandes. «Moro es un funcionario público que está haciendo su trabajo, es la primera vez que en Brasil estamos viviendo algo así», defiende Esquivel. A su lado, Eliana, una china con un perfecto acento portugués dice: «Llevo 50 años en Brasil, esta es mi patria y Dilma tiene que irse, se lo han robado todo, son lo peor que ha tenido este país, si sigue en el poder, Brasil se convertirá en Venezuela».
La policía intenta dispersar a la gente de la avenida Paulista. El domingo va llegando a su fin y los coches vuelven a circular. O al menos lo intentan, ya que se crea una caravana lenta porque los manifestantes detienen los coches y arengan a los conductores para que sigan sus cánticos, que la mayoría acompaña con bocinazos. En la inmensa fachada del edificio del FIESP, mientras Sao Paulo se niega a dormir, aparece en luces de neón la bandera de Brasil, que deja de titilar para dar paso a la gran palabra que hoy paraliza el país: impeachment, proceso de destitución abierto en el Congreso contra Rousseff por maniobras fiscales (que no la causa de Petrobras) si en 45 días no consigue reunir los aliados necesarios.


fonte: http://www.abc.es/internacional/abci-si-dilma-sigue-poder-brasil-terminara-convirtiendo-venezuela-201603210830_noticia.html

Traidores do povo: Conheça os deputados que se colocam contra 70% dos brasileiros e lutam para manter a presidente Dilma no poder. Em breve eles vão pedir o seu voto

De costas para o eleitor

Conheça os deputados que se colocam contra 70% dos brasileiros e lutam para manter a presidente Dilma no poder. Em breve eles vão pedir o seu voto

Fabíola Perez
Daqui a pouco mais de um mês, o destino de Dilma Roussef na presidência da República estará nas mãos dos 513 deputados que compõem a Câmara Federal. Para que ela seja afastada do cargo e o processo avance, é necessário que dois terços (342) dos parlamentares sejam favoráveis à interrupção de seu mandato. O processo segue então para o Senado para ser votado em uma sessão presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. Nessa fase, se a maioria simples – metade mais um dos senadores – concordar com o afastamento, a presidente é destituída do cargo. 


“É muito difícil sustentar o atual governo, a opinião pública não acredita nele”, diz Álvaro Martim Guedes, especialista em administração pública da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O apoio da população ao impeachment cresceu oito pontos desde fevereiro, segundo mostrou pesquisa Datafolha divulgada neste mês. O levantamento mostra que 68% dos eleitores são favoráveis ao afastamento da presidente. O índice de reprovação também aumentou: 69% avaliam a gestão Dilma como ruim ou péssima. 

 
Apesar disso, existem 143 parlamentares (118 deputados e 25 senadores) contrários à destituição da presidente. Esses deputados estão filiados às siglas que constituem a base de apoio do governo, como PMDB, PCdoB e PSOL, entre outros. “São partidos que, de alguma forma, tiram algum benefício da situação. Mas, ainda assim, esse suporte não se mostra firme”, afirma Guedes. No tabuleiro político, ser favorável a um governo impopular pode implicar sérios riscos de morte na vida pública. 

“Esses parlamentares precisam prestar atenção ao recado dado nas ruas. As pessoas estão decepcionadas com o mundo político e bastante irritadas. O eleitor sabe que tem condição de se vingar deixando de votar nele”, afirma o cientista político Marco Aurélio Nogueira. Para David Fleischer, cientista político da Universidade de Brasília, as consequências podem ser sentidas já nas eleições municipais deste ano. “Os aliados desses políticos que votarem contrários ao impeachment podem perder feio no próximo pleito”, diz.
 
Na atual conjuntura, em que milhões de brasileiros saem de casa e tomam as ruas para manifestar sua insatisfação sistematicamente, esses 143 parlamentares assumem posições de risco. “Eles estão virando as costas para a população, quem não ouve o clamor das ruas não consegue se reeleger”, diz Lúcia Hipólito, analista política. Dentro dessa onda de pressão popular, o movimento Vem Pra Rua criou o Mapa do Impeachment. Ao longo desta reportagem estão listados os 118 deputados que, no momento, são contrários ao afastamento de Dilma, de acordo com informações colhidas na página do Vem Pra Rua. 


Favores: Ao centro, o líder do PMDB na Câmara contrário ao impeachment
Leonardo Picciani com o ministro da Saúde, Marcelo Castro (à dir.):
apoio ao governo federal em troca de cargos públicos

O site lista por nome todos os deputados e senadores indecisos, contrários e favoráveis ao afastamento da presidente. Divididos por região e estado, a ficha possui dados como telefone, evolução patrimonial, bens declarados e doadores de campanha. Com as informações, o eleitor pode verificar, por exemplo, que a maioria recebeu doação de empresas investigadas pela Operação Lava Jato. “É a primeira vez que se reúne em uma ferramenta o posicionamento de deputados e senadores em matérias de interesse nacional”, afirma Rogério Chequer, líder do movimento. 
 
Vale lembrar que este Mapa do Impeachment deve mudar bastante nos próximos tempos. Na terça-feira 29, por exemplo, está prevista a reunião do diretório nacional do PMDB que decidirá se a legenda ficará ou não na base de apoio do governo. O objetivo da ala oposicionista é declarar o rompimento imediato com a gestão petista, o que faria a presidente não sobreviver ao processo de impeachment na Câmara. No momento, há 12 deputados federais do partido contrários ao afastamento de Dilma, entre eles o líder na Câmara Leonardo Picciani (PMDB-RJ).



Exemplo clássico do fisiologismo que marca a legenda, o deputado apoiou o candidato à presidência pelo PSDB Aécio Neves em 2014 e atualmente é aliado do Palácio do Planalto, desde que pode indicar dois ministros: o da Saúde, Marcelo Castro, e o da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera. Mesmo que esteja ligeiramente dividido, explica Lúcia, o PMDB é o “fiador da estabilidade do regime”. Depende praticamente da legenda a destituição do governo. A maior bancada da Câmara contra o impeachment é, obviamente, a do PT. Atuando em parceria com o Planalto, os 70 parlamentares petistas têm a difícil tarefa de arregimentar mais aliados e se fazer ouvir, em meio ao grito das ruas e aos índices de impopularidade das pesquisas.

Colaborou: Camila Brandalise


fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/449545_DE+COSTAS+PARA+O+ELEITOR