quarta-feira, 1 de julho de 2015

13 gráficos e mapas que mostram como o governo Dilma vai de mal a pior



A condução da economia do governo Dilma vem decepcionando o Brasil desde o primeiro mandato, com resultados tão pífios que só não ultrapassam os do governo Collor e Floriano Peixoto, que registraram médias de crescimento de  -1,3% e -7,5%, respectivamente. Nem mesmo a década perdida teve médias tão baixas.
E o segundo mandato promete ser pior.
A cada dia, as expectativas de crescimento da economia mostram-se mais pessimistas. Não bastasse, a inflação apresenta uma forte tendência de alta. Em outubro de 2014, o Fundo Monetário Internacional estimou que o Brasil cresceria 0,3% naquele ano e 1,4% nesse ano. Os resultados foram um pouco diferentes: o crescimento do PIB de 2014 acabou sendo 3 vezes menor que o previsto. A sacudida foi tão forte que no último relatório, publicado em abril, o Fundo mudou suas estimativas para uma recessão de 1% este ano – e há quem aposte numa queda de 1,20%.
Para ilustrar a enrascada na qual o país se meteu, preparamos 13 gráficos e mapas com dados da economia brasileira do último mandato e algumas previsões para este ano. Apertem os cintos.
1) A INCAPACIDADE DE RESPEITAR A META DE INFLAÇÃO…




Desde janeiro de 2014, a inflação acumulada em 12 meses nunca esteve tão alta. Porém, no início de 2014, o índice já mostrava tendência de queda. Esse ano as coisas mudaram um pouco de figura, e o gráfico acima evidencia com precisão: passadas as eleições, o IPCA rompeu o teto da meta e se projeta com força para cima.

2) …A PONTO DE PREVISÕES JÁ APONTAREM ESTOURO DO TETO PARA ESTE ANO.


Desde o primeiro governo Dilma a inflação anual ameaçava sair da meta. Até o ano passado, porém, foi possível segurar. Este ano, no entanto, não vai ter jeito: reajustes na gasolina e na energia puxaram o índice para cima. Mesmo que, de forma pouco previsível, o IPCA não rompa o teto, ainda continuará muito distante do centro da meta: só de janeiro até maio os preços já subiram 5,99%. Ou seja, o que era esperado para um ano foi completado nos primeiros 5 meses do ano. E ainda temos mais 7 pela frente.
A última vez que a inflação anual esteve acima do teto foi em 2003.
3) E O DÓLAR VAI NA MESMA DIREÇÃO.


A cotação da divisa americana estabilizou-se por volta dos R$ 3,00. O dólar mais alto pressiona a inflação e a dívida externa.

4) E POR FALAR EM DÍVIDA, ELA TAMBÉM VEM AUMENTANDO.



Apesar da estagnação da economia, a dívida externa não para de subir. E, como a dívida é negociada em moeda estrangeira, a alta do dólar acaba elevando o valor do débito. Apesar da tendência mundial de alta da moeda norte-americana, no Brasil a alta registrada foi muito muito maior, como já explicamos aqui.

5) POR OUTRO LADO, O PIB…



Ano passado a economia brasileira cresceu apenas 0,1%. Foi a conta para não ter crescimento zero – ou pior, negativo. Este ano, no entanto, as previsões são bem menos otimistas. O gráfico acima, com os resultados quadrimestrais, antecipa a precisão dessas projeções.

6)… E DESSA VEZ NÃO ADIANTA CULPAR A “CRISE INTERNACIONAL”, A NÃO SER QUE VOCÊ CONSIDERE QUE O MUNDO É SÓ VENEZUELA, ARGENTINA E BRASIL.



Países como Chile, Peru e Colômbia são grandes exportadores de commodities e, portanto, muito mais suscetíveis às variações da economia mundial. Mesmo assim, tiveram níveis de crescimento muito maiores que os do Brasil em 2014 e a previsão é de que isso se repita esse ano. Mas, por algum motivo, apenas três países da América do Sul não deslancharão: Brasil, Venezuela e Argentina.
Fora da América do Sul, os Estados Unidos devem crescer 3,1%, a Europa Ocidental 1,9% e o Japão 1,0%. Sem crise.
7) FALANDO EM CRISE, O EMPREGO ESTÁ AMEAÇADO…


Durante a campanha presidencial, Dilma sempre repetiu a máxima “passaremos pela crise mantendo o emprego”. Mas o gráfico acima é claro: o último aumento do desemprego não foi mero movimento sazonal. Olhando para os anos anteriores, a disparada do desemprego foge do padrão. Já é a mais alta desde 2010.
8) …E NÃO É DE HOJE!


Até o ano passado, o aumento da desocupação vinha sustentando a baixa do desemprego. Mas existe um limite para essa maquiagem. O gráfico acima mostra a mudança no emprego em % desde que Dilma assumiu o primeiro mandato. Como é possível observar, a taxa de criação de novas vagas veio decaindo de lá pra cá, até começar a atingir níveis negativos em 2014.
9) NÃO É POR ACASO: NOSSA PRODUTIVIDADE PRATICAMENTE NÃO CRESCEU NO ÚLTIMO ANO…


A produtividade do brasileiro cresceu somente 0,6% entre 2002 e 2012, segundo cálculos da CNI. Já em 2013 e em 2014, foi de 0,3% para cada ano, segundo a The Conference Board. Ok, a julgar pelo mapa acima diversos países também tiveram um pequeno aumento na produtividade em 2014, você deve estar pensando…
10) …SÓ QUE, DIFERENTE DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS, A NOSSA ESTÁ EM NÍVEIS ALARMANTEMENTE BAIXOS.


No último ano, a produtividade do trabalhador brasileiro cresceu a mesma porcentagem que a de um trabalhador americano. Porém, a produtividade nos Estados Unidos já é 5,5 vezes maior que a do Brasil. Enquanto a terra do Tio Sam desponta como o 3º lugar, o Brasil está lá no final, na 75º, atrás de países como Venezuela, Guatemala e México.
11) ASSIM COMO NOSSA COMPETITIVIDADE.


Além de sermos improdutivos, somos também pouco competitivos. O gráfico acima representa a posição do Brasil desde o último ano do governo Lula até hoje no ranking de competitividade publicado pela Fundação Dom Cabral. No último período, atingimos nossa menor posição histórica: 56º lugar.
O índice é encabeçado pelos Estados, seguido por Hong Kong, Cingapura, Suíça e Canadá.
12) SOME ISSO TUDO E VOCÊ TEM UMA FUGA DE INVESTIDORES, O QUE RETROALIMENTA A BAIXA DO PIB E CONTRIBUI PARA A ESTAGNAÇÃO DA ECONOMIA.




A taxa de investimentos no Brasil vem caindo desde 2010. De lá pra cá, o país já perdeu 3 pontos percentuais de investimento em relação ao PIB.

13)PARA PIORAR, A TAXA DE INVESTIMENTOS NO BRASIL É A MENOR ENTRE OS BRICS:




Com tantos problemas, não é possível que não exista um mísero ponto positivo na economia do Brasil, não é mesmo? Mas o pessimismo que afeta os noticiários ainda não atingiu nossa agricultura. Pelo menos não a produção da mandioca, saudada na última terça pela presidente. Apesar dos erros na condução da economia, numa coisa Dilma tem razão: a mandioca é uma das maiores conquistas do Brasil. A alta na produção do produto é não só uma das maiores conquistas desse início de ano, mas um dos pouquíssimos bons resultados deste mandato.
Nossas saudações à mandioca.

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