quarta-feira, 5 de agosto de 2015

ASSIM AGEM OS COMUNISTAS EM SUAS DIVERSAS FACÇÕES(GANGS): Imagens mostram integrantes do PSOL agredindo dissidentes do partido na saída de festa no DCE da UFRGS.

Publicado em 5 de agosto de 2015

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Alexandre Dornelles, militante dissidente do PSOL que foi agredido.
Através das redes sociais, fiquei sabendo de uma suposta emboscada em que três militantes de esquerda, dissidentes do PSOL, teriam sofrido na última sexta-feira (31/7) na Av. André da Rocha, quase na esquina com a Av. João Pessoa, em Porto Alegre.
As fotos publicadas nas redes sociais mostram a primeira vítima com o braço quebrado e diversas escoriações pelo rosto e corpo. As outras vítimas apresentam roxos e arranhões. A gravidade do caso me chamou a atenção e, como também sou militante e condeno a violência, procurei apurar o ocorrido e identificar os envolvidos. Assim, tive acesso às câmeras de vigilância do local e obtive as imagens que reproduzo abaixo, seguido da descrição dos fatos.
Os agressores seriam integrantes do Juntos (organização ligada ao PSOL) e do MES (corrente interna do PSOL) e estão identificados apenas com as iniciais.
Esse vídeo que será mostrado abaixo foi costurado de modo a dar linearidade ao ocorrido, em razão das diversas câmeras de segurança no local e da longa duração dos arquivos. Porém, para não haver dúvidas de sua veracidade ou eventuais alegações de manipulação, todos os vídeos de todas as câmeras de segurança que me chegaram sobre o lamentável episódio estão publicados na íntegra ao final desta postagem.
O vídeo inicia na Av. João Pessoa, quando ao centro da tela surgem as três vítimas: Alexandre Dornelles, Angel Duran e Elisa Benedetto. Os três saem da festa e vão em direção à Av. Des. André da Rocha, onde está o carro de um deles.
Aos 11 segundos, duas pessoas correm também em direção à esquina. A primeira é E.G., uma mulher de blusa preta, dread locks nos cabelos e casaco branco amarrado na cintura. O segundo é M.A.P.S., de camiseta listrada e mochila nas costas. Ele faz sinal e logo se aproximam outras três pessoas: T.L.S., de vestido branco, calça preta e bolsa a tiracolo; R.S.A., de calça e blusa escuras e mãos no bolso; e G.F.B., de camisa xadrez e mãos pra trás.
Aos 36 segundos é possível ver as vítimas seguindo pela André da Rocha e E.G. atravessar a rua enquanto olha para os três.
Por outro ângulo, vê-se os três caminhando em direção ao carro e E.G. atravessando a rua e seguindo na mesma direção das vítimas (0:45).
Os outro quatro agressores param por alguns instantes na esquina (0:58) e logo seguem pela mesma rua (1:13). Aos 01:21, M.A.P.S. e R.S.A. olham para trás, conferindo se não havia mais ninguém e avançam seguidos por G.F.B. e T.L.S.
Em outra câmera, mais à frente, as três vítimas seguem lentamente e separam-se: Angel e Elisa seguem na calçada para entrar no carro pelo lado do carona e Alexandre avança até a rua para entrar pela porta do lado oposto, do motorista (1:45). Os três saem do campo de visão da câmera e aos 2 minutos de vídeo M.A.P.S. larga a mochila no chão e sai correndo, seguido por R.S.A., em direção a Alexandre. Aos 2:02 G.F.B. vai atrás e T.L.S. recolhe a mochila do chão e segue os comparsas.
Nesse momento, segundo os relatos, Alexandre foi atingido pelas costas com uma voadora seguido de chutes e socos dos três agressores. Correu em direção à Av. João Pessoa, mas nos primeiros passos levou uma rasteira de M.A.P.S. e aos 2:17 reaparece no vídeo sendo arremessado ao chão. M.A.P.S. está na sua cola e dá dois chutes até Alexandre agarrar suas pernas, quando desfere três socos “mata-cobra” até cair no chão. G.F.B. se aproxima e dá três chutes e R.S.A. tenta desvencilhar o comparsa.
A partir daí Angel e Elisa retornam ao vídeo e mais três mulheres se aproximam pela esquerda do vídeo na tentativa de acabar com o linchamento.
Elisa afasta R.S.A. e G.F.B. e puxa M.A.P.S. para longe de Alexandre. Nesse momento, Angel e Elisa estão tentando livrar Alexandre e sobram socos e chutes para ambas. T.L.S. observa tudo, inclusive a agressão às mulheres, bem de perto, inerte.
Aos 2:34 um homem de camiseta preta chega correndo pelo meio da rua e os agressores se afastam em direção à Av. João Pessoa. Os quatro se afastam calmamente ainda apontando o dedo para as vítimas, com aparentes ameaças.
Aos 2:51, E.G. pode ser vista atravessando novamente a rua e juntando-se aos agressores.
Angel e Elisa aparentemente respondem às ameaças de longe. Elisa leva Alexandre até o carro e volta para buscar Angel para irem embora.
Por outro ângulo os quatro podem ser visualizados ainda apontando o dedo durante as ameaças.
Aos 4:02 E.G. aparece correndo e aos 4:19, em outra câmera, E.G. abraça e beija M.A.P.S.
Aos 4:29 surgem no vídeo T.I.P., aparentemente de blusa vermelha e cabelo preso, e Y.A., de camiseta e calça pretas. Eles correm em direção à André da Rocha e logo atrás vem C.N.O., blusa preta com faixa branca na frente e calça preta. Todos correm até o local previamente combinado na intenção de se somarem ao linchamento. Com a chegada de testemunhas, as agressões cessam e os três, que chegaram atrasados, se juntam aos demais ao lado da fileira de táxis, onde os agora oito iniciam, aparentemente uma leve comemoração.
M.A.P.S., R.S.A.  e G.F.B. saem do vídeo em direção à João Pessoa e os demais seguem na André da Rocha. Os três voltam até as proximidades da festa quando percebem que os demais não estão juntos. Aos 5:19, R.S.A. retorna ao local para chamar os cinco comparsas que permaneceram confraternizando no local. Todos saem juntos de volta à festa.
A agressão ao Alexandre, que foi atendido no Hospital de Pronto Socorro para cuidar de seus ferimentos, causou diversas escoriações pelo seu rosto e corpo, além de um cotovelo quebrado.
Os relatos dão conta que Angel e Elisa retornam à festa para denunciar a todos os participantes e organizadores sobre o que havia acabado de acontecer e, com isso, teriam sido agredidas com gritos de “mentirosas”, “cala a boca”, além de empurrões, socos, chutes e arranhões por todos os envolvidos no linchamento e mais dezenas de outras pessoas que estavam na festa, entre elas militantes de outras organizações políticas, como o PCB. Os presentes bloquearam a escada que dá acesso a sede do DCE, onde estava M.A.P.S., para impedir que as mulheres chegassem até ele.
Enquanto isso os três homens da organização presentes no local filmavam tudo. Um deles, inclusive, foi agredido por estar filmando e não reagiu ao ataque.
foto DCE
Nesse momento, foram encarceradas em um vão ao lado da escada, envolto por grades, engaioladas (!) onde, segundo informações, teriam sido atingidas por pedras de gelo e contra elas foi esvaziado um extintor de incêndio.
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Fumaça do extintor de incêndio.






Nesse local, teriam sido agredidas diversas vezes, o que resultou nos hematomas abaixo:
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Ao ver as imagens, me causou espanto identificar integrantes do PSOL entre os agressores. Não quero crer que o mesmo partido que tem como uma de suas principais bandeiras os direitos humanos (fazendo parte de comissões sobre o tema em âmbito parlamentar), tenha conivência com o ato dessas pessoas entrincheiradas em suas fileiras.
As vítimas integram uma organização política dissidente do PSOL e fazem duras críticas ao partido, porém, pelo que investiguei, sem nenhum histórico de violência física.
Também nas redes sociais vi algumas pessoas acusando Alexandre, que foi linchado no vídeo, de ter agredido uma mulher há cerca de um ano, fato que está sendo usado agora para “justificar” o linchamento. Como se fosse justificável.
Como advogado, tive acesso a todos os documentos do processo e constatei que a mulher não apresenta provas e nem sequer afirma ter sido agredida fisicamente, nem perante a justiça, nem perante a polícia. Também pude verificar a ficha crime da vítima, na qual não existe nenhum registro de agressão.
Aliás, a própria falta de sustentação da denúncia fez uma juíza, mulher, determinar um precedente jurídico, portanto inédito, de que quem chegasse primeiro em algum lugar público ficaria no lugar. A medida protetiva já caiu inclusive. Ou seja, essa medida valia para os dois, não apenas para o Alexandre.
Em minha peregrinação para apurar os fatos e ouvir todas as versões, retornei às redes sociais. O primeiro depoimento que encontrei foi de uma das envolvidas, T.L.S.
TLS1 corrigido

TLS1 2 corrigido


TLS2

















No relato ela afirma que a vítima provocou um “companheiro do Juntos” (organização política ligada ao PSOL, da qual T.L.S. faz parte) e os dois brigaram. Quanto a provocação, não há nada no vídeo que comprove essa afirmação, pelo contrário. No vídeo, Alexandre sai acompanhado de duas mulheres, tranquilamente, sem olhar para trás, não havendo nenhuma conduta atípica por parte deles. Estava aparentemente de alpargatas e com uma mochila nas costas.
Ressalto que pelas pesquisas que fiz, Alexandre fez há menos de um mês uma cirurgia para remover uma hérnia inguinal na perna direita.
Ou seja, diante das circunstâncias, não há como dizer, além de não ser minimamente razoável afirmar, que Alexandre estava “querendo briga”.
Já quanto a versão da briga, ao meu sentir, não há concordância entre a postagem feita por TLS e as imagens. Em seguida ela aponta a vítima como agressor e truculento, fato que não identifiquei em nenhuma de minhas pesquisas, conforme relatei acima.
Nos comentários da mesma postagem, T.L.S. afirma que viu tudo e que estava indo pegar um táxi quando “deu o rolo”. Depois acusa as mulheres do grupo de terem agredido outras pessoas, fato que até o momento também não vi comprovação.
Veja agora o depoimento na página pessoal de outro envolvido, G.F.B, conforme print abaixo:
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Inicialmente, ele afirma não ter agredido ninguém, mas tentado separar a “briga”. Em seguida ele afirma que não estava no DCE quando as duas retornaram, mas veja a imagem abaixo.
G.F.B. no DCE
G.F.B, de lado, com óculos, no DCE, ao contrário do seu depoimento no Facebook.
Minutos depois, G.F.B. edita sua postagem, passando a afirmar que não estava envolvido, “mas pude observar tudo”:
GFB2 (1)








Pelo que percebo, a tentativa de membros do PSOL e de seus aliados nesse episódio é desqualificar o agredido, dizendo que o mesmo mereceu sofrer a agressão, além do fato de que suas teses defensivas não se sustentam minimamente, de acordo com as imagens.
No meu entender, é inadmissível essa defesa da violência como forma de resolver as divergências, sejam elas políticas ou em qualquer âmbito. Essa argumentação é antagônica com tudo o que o PSOL diz defender, como os direitos humanos e o fim da violência.
Vislumbro nas imagens, inclusive, uma conduta que poderia ser enquadrada como uma possível tentativa de homicídio contra a Alexandre, pois um dos agressores parece chutar a cabeça de Alexandre, enquanto ele estava no chão.
Poderia ter acontecido algo muito pior, inclusive pela aparente premeditação na conduta criminosa.
Salvo a aparição de imagens em sentido contrário, fico com a opinião de que houve uma verdadeira covardia nesse episódio. Tanto pelas agressões mostradas nas filmagens, quanto pelas aparentes inverdades postadas nas redes sociais pelos supostos agressores.
Vivemos em um Estado Democrático de Direito que não pode admitir que cidadãos cometam tais atrocidades. Que o PSOL, o DCE da UFRGS e as demais organizações envolvidas se posicionem sobre a postura de seus integrantes nesse lamentável ato de violência.
Curiosamente e infelizmente, essa mesma rua era usada para torturar e assassinar militantes durante a ditadura militar.
Esse espaço está democraticamente ao contraponto.
Todas as fotos foram retiradas das redes sociais e estão abaixo, a exemplo dos vídeos




Atendimento HPS
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fonte: http://blogdothales.sul21.com.br/2015/08/imagens-mostram-integrantes-do-psol-agredindo-dissidentes-do-partido-na-saida-de-festa-no-dce-da-ufrgs/

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