Ministro da Casa Civil fez afago na oposição e
pediu apoio para o que chamou de responsabilidade fiscal
POR CHICO DE GOIS
05/08/2015 11:43 / ATUALIZADO 05/08/2015
17:43
— Vivemos um momento politizado, com erros que cometemos, e se comete
quando se governa — admitiu.
— Vocês têm experiências importantes na administração de estados e do
Brasil e precisamos ter pactos de política de estado que vão além do governo —
afirmou, dirigindo-se ao presidente da Comissão de Minas e Energia, Rodrigo de
Castro (PSDB-MG).
— Existem questões de responsabilidade fiscal, como controle da inflação
que vocês fizeram e foi importante para o país. Tem que ter um acordo
suprapartidário — sugeriu.
Sobre a oposição, Mercadante elogiou o papel dela como fiscalizadora.
— Eu senti uma oposição fiscalizando, cobrando, exigindo, mas muito
elegante no debate, tratando de políticas públicas, e fiz questão de tratar com
a mesma elegância, reconhecendo a importância histórica que eles tiveram no
governo do país, especialmente na contribuição da estabilidade econômica do
país, e que esse passado, esse programa, essa história, não pode se transformar
agora nesse debate de simplesmente de confrontação, de intransigência e de
radicalização. o Brasil precisa de bom-senso, de equilíbrio, de estabilidade —
declarou.
Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS), autor do requerimento que convidou
Mercadante a comparecer, agradeceu a presença dele, mas lembrou que em junho,
quando se discutia na comissão a convocação do ministro, os líderes do PT, Sibá
Machado (AC), e do governo, José Guimarães (PT-CE), se esforçaram para evitar
que ele comparecesse.
O ministro da Casa Civil defendeu responsabilidade, por parte do
Congresso, na votação de projetos que signifiquem gastos para o governo.
Mercadante, que participou de uma audiência na Comissão de Minas e Energia, foi
altamente elogioso à oposição, lembrando das ações dos governos tucanos no
combate à inflação e na responsabilidade com o gasto público.
— É muito importante que haja uma consciência, eu diria da oposição e
especialmente da base do governo, do Parlamento, dos poderes, que o Brasil
precisa ter muita responsabilidade fiscal — disse.
Depois de fazer considerações sobre as dificuldades econômicas pelas
quais o país passa, o ministro voltou a pedir comprometimento das lideranças.
— Nós sairemos mais rápido da crise, preservando o emprego e a renda da
população quanto mais comprometidas com a responsabilidade fiscal as lideranças
políticas estiverem — afirmou.
— Temos de ter muita responsabilidade fiscal no salário do
funcionalismo, na Previdência Social, na recomposição de receita porque é isso
que vai reduzir a inflação, baixar o custo do crédito, preservar o
investimento, o emprego e a renda da população. Isso é absolutamente essencial
ao Parlamento hoje.
O ministro falou por mais de quatro horas na comissão.
IMPACTO DA LAVA-JATO NO PIB
Mercadante também reforçou a posição do governo de que a Operação
Lava-Jato, que investiga irregularidades e pagamento de propinas na Petrobras,
terá um impacto de redução de pelo menos 1% no PIB neste ano. O ministro, que
compareceu à Comissão de Minas e Energia da Câmara para falar sobre a indústria
naval, falou sobre as investigações da Polícia Federal. Na semana passada, em reunião com 12 ministros e o vice-presidente Michel
Temer, a presidente Dilma Rousseff responsabilizou a Lava-Jato por
parte da queda do PIB neste ano.
Citando estudos de três consultorias, o ministro afirmou que não há dúvida de que a Lava-Jato afetará a economia porque as empresas estão tendo dificuldades para manter projetos e, além de não conseguirem financiamento, terão de vender ativos e devem refazer sua composição acionária.
— O combate à corrupção traz benefícios porque há potencial de
recuperação de ativos — afirmou Mercadante, observando que há estimativas de a
Petrobras reaver R$ 6,2 bilhões do dinheiro desviado.
— Mas há um outro lado: o impacto econômico é forte, com o
comprometimento de investimentos e desaceleração do setor.
Em sua fala inicial, Mercadante falou por 50 minutos — geralmente o
tempo dedicado ao convidado para a exposição inicial é de 20 minutos. Ele fez
um histórico da indústria naval no país, falou sobre o mercado de petróleo no
mundo e a redução de investimentos pela Petrobras — que, para ele, está no
mesmo nível de outras grandes petroleiras no mundo.
O ministro também defendeu a Sete Brasil, que é investigada pela
Lava-Jato por suspeita de pagamento de propinas à sua diretoria. Ele adiantou
que das 28 sondas de perfuração que seriam contratadas inicialmente, com a
reestruturação da empresa esse número deverá cair para 19.
Mercadante admitiu que os preços da contratação das sondas pela Sete
Brasil devem estar acima dos praticados no mercado internacional, mas, para
ele, isso se deve ao que classificou de "custo de aprendizado". Ele
lembrou o caso da Embraer, que, quando foi criada, produzia aviões caros e
tecnologicamente menos atraentes que outros fabricados no exterior. Porém, de
acordo com o ministro, aquilo serviu para desenvolver a indústria de aviação
brasileira e, sobretudo, da própria Embraer.
— As sondas foram
contratadas acima dos grandes estaleiros internacionais? Provavelmente. Porque
é o preço da aprendizagem. A Embraer, por exemplo, pagava mais, porém a
estratégia era chegar aonde chegamos com a Embraer. A Sete Brasil tem futuro,
tem perspectiva, algum custo teve, que é a política de compras, mas no fundamental essa política é indispensável.fonte: http://oglobo.globo.com/brasil/mercadante-reconhece-erros-do-governo-elogia-psdb-propoe-acordo-suprapartidario-17090785?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar
RECADO AO MERCADANTE E AO PSDB, O POVO NÃO É BOBO NADA DE ACORDO.
O ÚNICO ACORDO É FORA DILMA, FORA PT, FORA LULA, FORA FORO, LULA NA CADEIA.
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