quinta-feira, 28 de março de 2013

Romário acusa: ‘A eleição da CBF em 2014 também vai ser comprada’

*de O Estado de São Paulo

Romário acha que a seleção está em boas mãos - Dida Sampaio/EstadãoNuma tarde agitada na Câmara, o deputado federal Romário de Souza Faria (PSB-RJ) recebeu na terça-feira a reportagem do Estado em meio a três reuniões, telefonemas de outros parlamentares, recados de seus assessores e muita correria, literalmente. Toda vez que cruzava alguma área pública do Congresso, Romário acelerava o passo e deixava todos para trás. É uma estratégia para fugir das fotos com fãs, o que ele não evita se for abordado. Numa conversa que se estendeu pelos Anexos II e IV do Congresso, pelos corredores de acesso ao plenário e ainda em seu gabinete, Romário fez duras críticas à cúpula da CBF e chamou o vice-presidente da entidade, Marco Polo del Nero, de chefe do “cartel” da entidade. Também acusou os dirigentes da confederação de superfaturamento na compra de terreno para a nova sede da CBF. Ele parecia seguro e tranquilo, apesar do assédio de todos os lados, e demonstrou intimidade com seu papel político. Em relação às críticas de Romário aos dirigentes, a assessoria de imprensa da CBF disse que só se manifestaria mais efetivamente ao tomar conhecimento de todo o teor da entrevista.


O senhor protocolou no final do ano passado na Câmara o pedido de uma CPI da CBF. Acredita que não há interesse da base do governo em investigar a CBF às vésperas do Mundial no País?

ROMÁRIO - Estou aqui há pouco mais de dois anos e já pude reparar que não existe interesse do governo em abrir CPI nenhuma. Não me pergunte por quê. Com uma CPI do futebol, iniciada agora, o Brasil teria condições de chegar ao ano do Mundial limpo, de cara nova. Reina muita bagunça no nosso futebol. O estatuto da CBF, até onde eu sei, incentiva os investimentos nas bases, na formação de atletas femininas, tantas outras coisas. E não se vê isso.

O senhor tem um exemplar do estatuto da CBF?

ROMÁRIO - A versão atual não é encontrada em lugar nenhum. Desde o início de 2012, quando sofreu alterações, ninguém mais viu o estatuto. Ou quase ninguém. É tudo muito nebuloso na CBF. A gente não sabe quantas pessoas participaram daquela assembleia, não sabe onde está a ata, quais as mudanças feitas.

A Bancada da Bola no Congresso continua ativa, forte? Por quem é formada?

ROMÁRIO - Sempre ouvi falar na bancada da bola. Presenciei isso ao longo das discussões sobre a votação da Lei Geral da Copa. Mas, sinceramente, esse grupo não tem mais a força de antes, quando Ricardo Teixeira era presidente da CBF. Até porque a população está mais atenta e sabe quando se trata de algo negativo, principalmente em relação ao esporte, ao futebol brasileiro. E isso esvaziou essa bancada.

A CBF usa, pressiona as federações estaduais para que intercedam nas bancadas de seus respectivos Estados a favor dos interesses da própria CBF?

ROMÁRIO - Pressiona muito e isso ocorre na atual gestão da CBF com mais intensidade. A CBF interfere nas federações, que fazem o mesmo com os parlamentares locais. Mas quando o assunto chega aqui no Congresso tem um freio.


As eleições na CBF são marcadas por denúncias de compra de votos há décadas. Numa estrutura viciada, que marca a relação da CBF com federações e clubes, qual a possibilidade de uma mudança efetiva de rumo do comando do futebol brasileiro?

ROMÁRIO - A próxima eleição (2014) vai ser comprada também. Torço e acredito que apareça algum candidato avulso, contrário aos métodos atuais e que possa incomodar os atuais dirigentes.

Apostaria em algum nome?

ROMÁRIO - Hoje, sim. Tem um que já esteve lá do outro lado, que tem seus defeitos, tem seus problemas, como todos nós, mas que já deu provas de que é um ótimo administrador e botou o Corinthians no topo. Se ele hoje, o Andrés Sanchez, se candidatasse à presidência da CBF, muito provavelmente teria meu apoio. Outro nome que também seria excelente é o Raí, um cara íntegro, inteligente, muito respeitado. O ideal seria uma chapa unindo eles dois.

O senhor está convicto mesmo de que a próxima eleição da CBF (segundo semestre de 2014) já esteja comprometida?

ROMÁRIO - Não tenho dúvidas. Vai rolar muito dinheiro. O candidato avulso deve brigar contra isso. Não pode se equiparar ao grupo dominante e sim passar para as federações e clubes a ideia de que é preciso iniciar um processo de profissionalização e moralização do futebol.

Ricardo Teixeira deixou a CBF em meio a escândalos de corrupção. Mas costurou a passagem de poder para Jose Maria Marin e Marco Polo del Nero. Mudou alguma coisa?

ROMÁRIO - Eu até tenho saudades do Ricardo Teixeira. É impressionante a quantidade de coisas erradas na CBF a cada dia. O Teixeira, nos últimos dez anos, foi muito prejudicial à CBF, envolvido em muitos escândalos de corrupção. Mas, por outro lado, olhou muito para o futebol da seleção. Hoje, nós somos o 18.º no ranking da Fifa. É por isso que falo de saudades dele, mas só por isso.

Marin e Del Nero ainda dependem muito de Teixeira?

ROMÁRIO - Já estou sabendo que ele rompeu com eles, que não cumpriram acordos estabelecidos antes da renúncia do Ricardo.

Na eventualidade da saída de Marin, quem assumiria seria Del Nero, seguidor de Teixeira e Marin. Mudaria algo?

ROMÁRIO - Ele é o pior dos três. É o cabeça do atual cartel que virou a CBF. É quem faz os negócios, as negociatas da entidade. É ele quem manipula os presidentes de federações, de clubes. Se chegar à presidência da CBF, vamos viver um inédito período de ditadura no nosso futebol.


Muito se fala na entidade-mãe, a CBF. Mas o senhor defende também uma investigação séria nas federações beneficiadas com repasses da CBF?

ROMÁRIO - Existem alguns Projetos de Lei no Congresso que criminalizam dirigentes de federações, confederações olímpicas, clubes, demais entidades esportivas. Quem fez tem de pagar pelos seus atos.

Qual seria o formato ideal do Colégio Eleitoral da CBF, onde só tem direito a voto hoje as 27 federações e os 20 clubes da Série A do Brasileiro?

ROMÁRIO - Defendo o voto das federações e de todos os cubes filiados à CBF, são mais de 200.

O senhor pediu a Fifa o afastamento de José Maria Marin da CBF e do COL? Por quê?

ROMÁRIO - Pedi, não obtive nenhum retorno nem vou obter. Quem dá as cartas do futebol não se interessa pelas minhas denúncias. Mas a população reconhece e cobra lisura e honestidade cada vez mais. O Marin tem que sair e deixar o Ronaldo tocar o Comitê Organizador da Copa. Todo dia a gente sabe de uma novidade lá da CBF. Soube, por exemplo, que a CBF comprou um terreno na Barra da Tijuca para fazer a nova sede. Quem pagasse R$ 9,5 mil por metro quadrado na área escolhida pela CBF já estaria pagando bem alto, segundo corretores. Pois bem, a CBF pagou R$ 14,5 mil por metro quadrado. Superfaturamento de R$ 25 milhões na obra. Alguém questiona? Investiga? Não pode, é empresa privada. Mas não é bem assim. A CBF usa nosso hino, bandeira, símbolos, nossos atletas. Tem que responder por isso.

Como está a negociação com a Comissão Nacional da Verdade para que Marin seja convidado a esclarecer episódios relacionados à prisão e morte do jornalista Vladimir Herzog em 1975?

ROMÁRIO - A comissão que eu presido (de Desportos e Turismo) fez um requerimento em conjunto com a Comissão da Verdade, convidando-o a comparecer ao Congresso. Se vier, vai prestar serviço de interesse público.

Já existe a Lei de Acesso à Informação, em vigor desde maio de 2012, mas essa lei não alcança os esportes porque a maioria dos agentes não são públicos e sim privados. Quais seriam os ganhos de uma Lei de Acesso à Informação do Esporte?

ROMÁRIO - Ganho total. As entidades passariam a ser transparentes, você poderia saber que motivos levou o clube A para uma situação desastrosa ou ainda que dirigentes se destacam pela competência.

Há poucos dias o então presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, Aristeu Tavares, deixou o cargo, coincidentemente depois de uma entrevista a um jornal de Goiânia, na qual dizia que havia denúncias de manipulação de resultados de jogos no Brasil e que ele teria falado sobre isso pessoalmente ao presidente Marin. O senhor tomou conhecimento do afastamento de Aristeu Tavares? Neste caso qual deveria ter sido a posição da CBF?

ROMÁRIO - A partir do momento em que o presidente da CBF decidiu pelo afastamento do chefe da arbitragem, ele, Marin, deveria ter vindo à público para anunciar a mudança e dar explicações. Até porque trata-se de um tema muito sério, sobre manipulação de resultados de jogos. Mas uma coisa que a gente não consegue entender na CBF.

Também recentemente o presidente do Sport, Luciano Bivar, disse que houve pagamento de propina para a convocação do jogador Leomar para a seleção em 2001. Isso ocorre realmente em convocações da seleção?

ROMÁRIO - Tem, ou pelo menos já teve, a gente sabe disso, sempre soube, mas é coisa bem feita, não tem como provar. O pior de tudo está nas categorias de base da seleção e de alguns clubes. Ali é a caixa preta.

A seleção com Luiz Felipe Scolari está em boas mãos?

ROMÁRIO - Sempre fui a favor da volta dele à seleção, ainda mais com outro campeão do mundo, o Parreira. Os dois impõem respeito, segurança, passam confiança aos atletas. Mas eles têm de entender que o futebol hoje é diferente do jogado em 1994 (quando Parreira foi campeão) e em 2002 (ano do título conquistado por Scolari). É preciso modernizar, criar situações novas.

O que achou dos três primeiros amistosos da seleção com Luiz Felipe Scolari?

ROMÁRIO - Jogos muito difíceis, escolheram bem os adversários, que vendem caro uma derrota. Tem que ser assim mesmo. A seleção está nas mãos de quem sabe.

Há tempo de se formar um time que faça frente a Argentina, Espanha e Alemanha?

ROMÁRIO - Com um time bem treinado, com uma boa fase de preparação, acredito sim que dê para fazer frente à Argentina. Quanto a segurar a Espanha e a Alemanha não sei.

Ainda sobre o Mundial de 2014, podemos ter estádios apelidados de elefantes brancos?

ROMÁRIO - A Copa vai consolidar quatro elefantes brancos: os estádios de Brasília, Manaus, Mato Grosso e Natal. Se não forem entregues para a iniciativa privada, infelizmente vai se caracterizar desperdício de dinheiro. E, mesmo com a iniciativa privada, é preciso fazer contratos que possam compensar o valor gasto.

Como analisa a nova reforma do Maracanã, a terceira em 13 anos?

ROMÁRIO - O Maracanã tinha de mudar de nome, acabou. Perdeu o glamour, perdeu o charme. Está todo desfigurado. Nem dá vontade de entrar lá. Fora o gasto absurdo e desnecessário para a tal reforma.

O senhor pretende convidar Carlos Arthur Nuzman para esclarecer dúvidas sobre a organização das olimpíadas?

ROMÁRIO - Já enviamos requerimento convidando ele para vir à Comissão de Desportos e Turismo. Estou esperando. Quem não deve não teme.

O que falta para o Brasil se tornar uma potência olímpica?

ROMÁRIO - O Brasil nunca vai se tornar potência olímpica. Aqui os investimentos vão só para esportes populares ou tradicionais.

Como viu a interdição do Engenhão, no Rio?

ROMÁRIO - Só comprova que o legado do Pan-2007 foi o pior legado da história dos Pans. Brincam o com dinheiro público.

Como analisa uma candidatura própria do seu partido, o PSB, que integra a base aliada do governo?

ROMÁRIO - É natural isso. O governador Eduardo Campos (PE) é jovem, grande administrador, tem boas ideias. Infelizmente a minha relação com ele é estranha. Mas isso não é por minha causa. Fiquei seis meses para dar uma resposta a um pedido dele e nem assim consegui encontrá-lo.

Se o senhor tivesse de escolher hoje, para um novo mandato presidencial, entre Aécio, Dilma, Marina e Eduardo Campos, que é do seu partido, o PSB, qual seria a sua opção?

ROMÁRIO - Pergunta difícil. A Dilma pegou muitos problemas do governo anterior, botou a casa em ordem em um ano e meio, embora hoje já deixe um pouco a desejar. Se tivesse de optar hoje ainda não teria uma definição.

O senhor tentou por vários meses ser recebido pela presidente. Conseguiu a audiência? Por quê?

ROMÁRIO - Por mais de seis meses e nada. Talvez porque ela seja muito ocupada (risos).

O senhor já recebeu alguma proposta que considerou indecorosa, não condizente com seu papel de parlamentar?

ROMÁRIO - Não e nem vou receber. As pessoas me conhecem, sou incorruptível. Nem chegam perto. Se chegarem, mando prender. Os corruptos têm medo de mim. Se um dia tentarem isso, dou voz de prisão no ato.

Em pouco mais de dois anos de mandato, em que conseguiu avançar nas políticas publicas em defesa de portadores de doenças como a síndrome de down?

ROMÁRIO - Apresentei Projetos de Lei que defendem pessoas especiais, notadamente crianças e adolescentes, protegendo-as de preconceitos e de outros atos de violência. Mas quero fazer muito mais nesse setor.

Como lida com o dia a dia, os protocolos, as conversas de pé de ouvido? Como se sente num ambiente que sempre lhe foi atípico?

ROMÁRIO - Já me acostumei e estou até gostando. No início era difícil, tanto protocolo. Mas agora é tranquilo.

O que pensa para depois de 2014? Novo mandato? Voltar ao futebol, como dirigente, gestor? Reviver experiência de 2009 no America, em que geriu o futebol do clube e o levou a conquistar a Série B do Campeonato Carioca?

ROMÁRIO - Hoje, estou dividido entre voltar a me candidatar a deputado federal, mas deve ser essa tendência. Quero também ser presidente do America, para fazer um trabalho sério lá, de 5, 6 anos. Não sei se daria para compatibilizar com a vida parlamentar.

Se der continuidade à vida política, imagina cargo no executivo?

ROMÁRIO - Na última eleição para prefeito do Rio (2012), uma pesquisa espontânea apontou o meu nome em terceiro lugar. Hoje eu diria não a essa possibilidade. Mas, há um ano, eu dizia que só permaneceria no Congresso por um mandato. Muita coisa muda.

fonte: http://www.blogdomarcial.com/

CNJ eleva gastos e reproduz vícios dos tribunais


Criado para combater vícios da magistratura e melhorar a gestão do Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) começa a reproduzir os mesmos problemas dos tribunais brasileiros. São processos que andam a passos lentos, pressões políticas, inchaço da máquina, aumento de gastos com passagens aéreas, contas de telefone e diárias, além de pequenos, mas simbólicos, malfeitos, como o uso de carro oficial por ex-conselheiros.

Dados solicitados com base na Lei de Acesso à Informação mostram, por exemplo, aumentos progressivos nos gastos com diárias, passagens, auxílio-moradia e ajuda de custo, como pagamento de despesas de mudança. O órgão gastou mais de 1 milhão de reais em 2012 com as mudanças de servidores ou juízes convocados para trabalhar em Brasília.

O plenário do CNJ: apenas 45 punições a magistrados

Com auxílio-moradia para servidores convocados ou juízes auxiliares, as despesas subiram de 355.000 em 2008 para 900.000 no ano passado. Em valores corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado no período, o gasto mais do que dobrou.

Os gastos com diárias praticamente quintuplicaram em quatro anos. Em 2011, o conselho despendeu 5,2 milhões com o pagamento para servidores, conselheiros e juízes auxiliares que viajaram para participar de seminários, reuniões, workshops, projetos ou para tocar as dezenas de programas do conselho.
Viagens – As despesas com passagens de avião também aumentaram progressivamente em razão da ampliação de programas. Em 2008, foram gastos 901.000 reais com viagens aéreas. O valor subiu para 2,3 milhões no ano passado. Mesmo quando corrigido pelo IPCA, o valor de 2008 é a metade do gasto de 2012.


Reservadamente, conforme assessores, o presidente do CNJ, ministro Joaquim Barbosa, critica a quantidade de programas e projetos abertos no conselho e que demandam gastos com passagens e diárias. De acordo com esses assessores, Barbosa considera que os conselheiros se valem desses programas para se autopromoverem.

A lista de programas inclui ações voltadas, por exemplo, para doação de órgãos, combate ao crack e gestão socioambiental. O site do CNJ já indica a quantidade de projetos em curso no órgão. O link "Programas de A a Z" mostra que há programas na área fundiária, de saúde, meio ambiente, direitos humanos, capacitação e execução penal.

Alguns deles geraram impactos positivos e serviram para suprir lacunas nem sempre preenchidas pelo Executivo. No entanto, estão em compasso de espera. Um dos programas foi voltado para dar efetividade à Lei Maria da Penha. Assim que entrou em vigor, a lei foi contestada inclusive em decisões judiciais.

Os mutirões carcerários também sofreram uma paralisia. Há mais de três meses o CNJ não faz uma inspeção em presídio, mesmo com a crise que atingiu o sistema carcerário de Santa Catarina no início do ano.

Outro lado – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o aumento dos gastos com diárias e passagens aéreas é resultado do desenvolvimento de programas em âmbito nacional. "Para cumprir sua missão constitucional, nos últimos anos, o CNJ tem desenvolvido diversos programas e projetos de trabalho, todos com projeção nacional, envolvendo a participação de todos os órgãos do Poder Judiciário, sejam federais ou estaduais", informou o CNJ.

A assessoria ainda argumentou que o aumento das despesas com auxílio-moradia resulta da reestruturação do órgão e do reajuste do valor pago entre 2008 e 2012. No início deste ano, por exemplo, o CNJ elevou o auxílio-moradia de 3 384 para 4 158 reais. O conselho afirmou ainda que uma instrução normativa do próprio CNJ garante aos juízes auxiliares uma passagem aérea de ida e outra de volta todo mês para sua cidade de origem. O benefício é concedido aos juízes auxiliares desde novembro de 2009.

A assessoria do CNJ informou que quando um presidente assume, os juízes convocados pelo antecessor deixam o cargo. Novos juízes são convocados, o que aumenta os gastos do conselho. A assessoria de imprensa acrescentou que o uso de carros oficiais é regulado por uma resolução do próprio conselho, que proíbe o uso para fins pessoais. O CNJ informou que os mutirões carcerários serão retomados no próximo mês. O primeiro será em Natal, no Rio Grande do Norte, seguido do Piauí em data ainda indefinida.

Tribunais – Aos gastos elevados, verificados pelo CNJ em vários tribunais do país, somam-se duas novas suspeitas. Na semana passada, foi revelado o pedido feito pelo então conselheiro Tourinho Neto – que encerrou seu mandato dia 19 – para que um colega julgasse rapidamente um processo de interesse de sua filha.

E partiu de um conselheiro a denúncia em plenário de que o CNJ estaria protegendo poderosos e punindo apenas juízes sem ligações políticas. "Quem tem poder alto tem dificuldade de ser punido nesse plenário", afirmou o conselheiro Jefferson Kravchychyn, representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em sessão no início do mês.

fonte: http://www.blogdomarcial.com/

Educação -Eles não têm compromisso com o povo, querem o povo burro mesmo.


Eles não têm compromisso com o povo, querem o povo burro mesmo. Esse projeto é a coisa mais ridícula que vi! Que metas é essa de educação que só retarde o aprendizado do povo. vamos cair dentro por favor. Em qualquer lugar do mundo a idade de alfabetização é de 6 anos. porque no Brasil tem que ser de 8 anos de idade? Ontem já foi aprovado a proposta dos petralhas que tem como meta a idade de 8 anos. VERGONHA. Nosso país está andando pra trás. isso prova que este governo não tem prioridade com a EDUCAÇÃO. (Jane Madeira)
Curta e Faça parte da OCC Alerta Brasil
https://www.facebook.com/organizacaodecombateacorrupcao
Siga-nos no Twitter: https://twitter.com/occ2013


A MP foi criticada por parlamentares da oposição e da base aliada ao governo, que discordaram em fixar em oito anos a idade limite para a alfabetização.

Durante a discussão, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) propôs a inclusão de uma emenda que diminuía para seis anos a idade limite. A emenda, porém, foi rejeitada com 38 votos contrários e 24 favoráveis. Apenas um senador se absteve.

“Essa [medida] dos oito anos é um retrocesso em relação ao ano passado”, declarou o senador Cristóvam Buarque (PDT-DF). “Nós estamos aqui votando algo que vai nos incomodar, nos intimidar, nos envergonhar daqui a 20 ou 30 anos”.


Senado aprova MP que incentiva a alfabetização até os 8 anos
Pacto Nacional pela Alfabetização quer beneficiar 8 milhões de alunos. Medida Provisória, que será convertida em lei, vai à sanção de Dilma.

O Senado aprovou nesta terça-feira (26) Medida Provisória (MP) que cria incentivos públicos para a alfabetização de todas as crianças com até oito anos de idade (fim do 3º ano do ensino fundamental) que estudam em escolas públicas.
A medida, que já havia sido aprovada pela Câmara em fevereiro, vai à sanção da presidente Dilma Rousseff e será convertida em lei.

A MP 586/12, editada em novembro de 2012 pela presidente, faz parte do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. A iniciativa é um projeto do governo federal, em parceria com estados e municípios, para garantir que crianças até os 8 anos saibam escrever, ler e interpretar textos simples e dominar as operações matemáticas básicas.

Segundo o governo federal, o programa terá como objetivo a plena alfabetização de cerca de 8 milhões de crianças que estão matriculadas até o 3º ano do ensino fundamental. O Planalto fechou convênio com os 26 estados do país, com o Distrito Federal e com 5.270 prefeituras.

Para estimular as escolas e os professores a se engajarem no projeto, o governo prometeu distribuir, em 2013, R$ 500 milhões para as instituições educacionais que apresentarem os melhores desempenhos na alfabetização de crianças até 8 anos. O dinheiro será repassado na forma de premiações às experiências bem-sucedidas.

A medida prevê também melhorias pedagógicas e na estrutura física das escolas, por meio do suporte financeiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Estabelece a concessão de bolsas de estudo para a formação continuada de educadores, além de oferecer a esses profissionais cursos de pós-graduação em universidades públicas participantes do Pacto Nacional pela Alfabetização.

O texto estabelece o dia 31 de dezembro de 2022 como data limite para o cumprimento da meta de alfabetizar as crianças da rede pública até os 8 anos de idade.

Essa [medida] dos oito anos é um retrocesso em relação ao ano passado. [...] Nós estamos aqui votando algo que vai nos incomodar, nos intimidar, nos envergonhar daqui a 20 ou 30 anos" Cristóvão Buarque, senador que defendeu reduzir idade para 6 anos

Debates no plenário

No início da sessão, o senador Eduardo Amorim (PSC-CE), relator da medida no Senado, declarou que “a medida pode vir a ser uma grande revolução educacional pela qual tanto se anseia neste país”.

A MP foi criticada por parlamentares da oposição e da base aliada ao governo, que discordaram em fixar em oito anos a idade limite para a alfabetização.

Durante a discussão, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) propôs a inclusão de uma emenda que diminuía para seis anos a idade limite. A emenda, porém, foi rejeitada com 38 votos contrários e 24 favoráveis. Apenas um senador se absteve.

“Essa [medida] dos oito anos é um retrocesso em relação ao ano passado”, declarou o senador Cristóvam Buarque (PDT-DF). “Nós estamos aqui votando algo que vai nos incomodar, nos intimidar, nos envergonhar daqui a 20 ou 30 anos”.

A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) afirmou que a medida provisória oficializa “a escola do rico e a escola do pobre”. “O comprometimento no processo de alfabetização prejudica principalmente as crianças pobres, que iniciam a escolarização em desvantagem em relação às demais”, disse ela.

fontes: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/03/senado-aprova-mp-que-visa-alfabetizacao-de-criancas-de-ate-8-anos.html

http://www.senado.gov.br/noticias/opiniaopublica/inc/senamidia/notSenamidia.asp?ud=20130327&datNoticia=20130327&codNoticia=817880&nomeParlamentar=Alvaro+Dias&nomeJornal=Jornal+do+Commercio%2FPE&codParlamentar=945&tipPagina=1

Reforma poltica já -sem financiamento publico de campanha e doações de empresas(publicas e privadas)-os partidos que se virem para doações de pessoas fisicas

Enquanto eles estão armando para pagarmos as campanhas dos partidos políticos no Brasil, desviam o foco com o Feliciano que foi transformado em demônio pelos esquerdopatas esquizofrênicos que desviam o foco do principal assunto, corrupção, punição dos mensaleiros, apoio a corruptos Renan,Henrique Alves vices do Senado e Câmara corruptos, fichas sujas,Mensaleiros Genoino,João Paulo e corrupto procurado pela Interpol Maluf na CCJ (a mais importante da Câmara) Chalita que roubou dinheiro da merenda escolar na Comissão de Educação e Blairo Maggi no Meio Ambiente.
Os militontos, idiotas úteis com apoio de toda a mídia impressa,televisiva,auditiva e nas redes sociais desviam toda a atenção para os fatos importantes. Não caiam em conto do vigário, fiquem sempre alerta e atentos a tudo não seja mais um usado como massa de manobra destes pilantras, criminosos que estão no poder.
Curta e Faça parte da OCC Alerta Brasil
https://www.facebook.com/organizacaodecombateacorrupcao
Siga-nos no Twitter: https://twitter.com/occ2013




Lula diz que financiamento privado de campanha deve ser ‘crime inafiançável’. E o mensalão?!


No Fórum Novos Desafios da Sociedade, promovido pelo jornal Valor Econômico, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não apenas defendeu o financiamento público de campanha numa possível reforma política: decretou que “se deveria tornar crime inafiançável o financiamento privado”.

Estranhamente, ninguém na platéia ou na imprensa que noticiou o fato apenas como uma inofensiva opinião perguntou na lata ao ex-presidente se caixa 2, mensalão e dinheiro do BMG, empréstimo fajuto do Banco do Brasil etc etc se encaixam na categoria “financiamento privado”, e se Dirceu, Genoíno, João Paulo Cunha et caterva devem ir para cadeia sem poder pagar fiança.

De acordo com Lula, fazer uma reforma política agora seria difícil porque aqueles que estão no Congresso querem manter o statu quo (Lula não deve ter acertado a declinação latina, mas a Folha, que sempre corrige os erros de concordância do presidente, poderia ser informada de que o correto é “statu quo“, e não “status“).

Estranhamente, o mesmo Congresso com maioria da base petista/aliada (de Genoíno e Cunha a Maluf, Sarney, Feliciano e afins). Mais estranhamente ainda, o mesmo Congresso que recebia mensalada para votar a favor de projetos do Executivo central quando Lula era presidente, no maior atentado à democracia e separação dos poderes já visto no Brasil democrático (mas, claro, Lula não sabia de nada).

A própria idéia de “financiamento público” deveria ser explicada criticamente pela imprensa. As campanhas políticas brasileiras são inacreditavelmente caras até para um país com Estado dominando 40% da economia e famoso pela corrupção. Gasta-se milhões de reais para cargos que não pagarão 10% do que é torrando em campanha. Ao contrário do imaginário popular, não é meramente uma luta por dinheiro, e sim por poder político.

Para evitar um desgaste enorme juntando dinheiro de empresários e doações vultosas, fora o óbvio problema político que Lula conhece bem de, abusando do eufemismo, “troca de favores” entre o poder político e os donos da grana, os políticos pensam no óbvio: ao invés de ter de cooptar o poder econômico, incluindo grandes empreiteiras, bancos e empresas de gosto duvidoso, por que não legalizar logo tal captação?

Melhor, torná-la compulsória. O “financiamento público” nada mais é do que trocar uma doação voluntária (“dê-me uns trocados por que tenho um bom projeto” ou “porque posso te favorecer se ganhar as eleições”) por um sistema obrigatório: quem tem dinheiro, seja o Eike Batista ou quem consegue pagar por um bem de consumo, paga imposto e parte dessa bolada vai para partidos políticos financiarem suas campanhas caríssimas e conseguirem poder, incluindo aqueles partidos nos quais a pessoa que paga à força o financiamento não votaria nem sob tortura, preferindo se mudar de país a viver sob o jugo de tais mandatários.

Ora, é estranho que o tal “presidente mais popular da história” não tenha um projeto convincente o suficiente para conseguir financiar sua campanha (aliás, a campanha que finalmente lhe fez deixar de ser um perdedor compulsório foi um dos primeiros germes do mensalão). Por que precisaria ele, logo Ele, com seus 88% de aprovação, só conseguir dinheiro forçando a população a pagar por isso? Por que alguém, incluindo os mais de 10% da população que não votam (mais de 20 milhões de gentes), deveria pagar à força para favorecer projetos políticos de pessoas que só lhes enche de nojo?

Como se não bastasse essa carrada de contradições, o ex-presidente Lula não deixou de alegrar quem busca uma piada fácil com seus discursos perdigotados.

Segundo a Folha, Lula também defendeu o fortalecimento dos partidos políticos e criticou as “legendas de aluguel”, que existem “só para vender espaço na TV e fazer negociata no Congresso”. ”Partido tem de ser representativo de uma parte da sociedade”, disse.

É claro que nosso ex-presidente não é exatamente um gênio da matemática, da economia, da ciência política ou sequer do Paint Brush. Se o Congresso quer “manter o statu quo” e por isso não aceitaria a sua reforma política, como supor que essa reforma modificaria o statu quo? Não haveria um fundo “público” (ou seja, dinheiro de todo mundo) que deveria ser distribuído às legendas conforme seus assentos no Congresso? E tal distribuição de butim não seria uma manutenção para os fortes continuarem fortes, e os fracos continuarem fracos?

Quem cuidaria de “redistribuir” o fundo “público” para diminuir a “desigualdade”, que mantém os poderosos ganhando mais dinheiro do cidadão brasileiro e as novas forças que podem surgir eternamente impedidas de concorrer com quem já conseguiu seus contratos com Odebrecht, OGX, Delta e domina os fundos da Petrobras? Que partido político seria mais favorecido com isso, podendo se livrar de precisar de novos “mensalões”, e podendo operar na preguiça de explicar para as pessoas por que merece receber alguns milhões para seu projeto de poder.

Acaso ele não “representa uma parte da sociedade”, ou só aquela parte de empreiteiras com conchavos esquisitos com o governo e que pagam milhões a Dirceu e Cachoeira para prestarem serviço de “consultoria” de como conseguir contrato com o governo?

Curiosamente, fez um elogio ao sempre alvo FHC, logo após uma patacoada dessas, dizendo que sua eleição foi um ”avanço para a democracia do país”. E ressaltou a importância da alternância no “setor da sociedade” que está no governo. Petistas, vocês ouviram o que seu líder tem a dizer para as próximas eleições.

Não faltou um elogio tardio ao FMI, que tanto criticou, aproveitando-se do desconhecimento do brasileiro: ”o FMI não representa hoje para crise europeia o que representou para a brasileira e mexicana. Nas crises dos Estados Unidos e da Europa desapareceu o FMI”. Lula se reelegeu fazendo uma maracutaia que custou cerca de US$ 12 bilhões aos brasileiros para “quitar a dívida com o FMI”. Sem falar no fato de que a dívida com o FMI era de 4% ao ano – Lula “quitou” a dívida externa aumentando descalabrosamente a dívida interna, com juros bancários de 8% até 12,75% ao ano. O Tesouro continua pagando juros de 13% da dívida interna. Contando os juros compostos, é estarrecedor ao ponto de querer dar um tiro nos próprios miolos saber o que significou a eleição de 2006 de Lula.

Para se ter uma idéia, se em janeiro de 1995 a dívida interna era de 62 bilhões, em janeiro de 2003, quando Lula foi empossado, a dívida estava em R$ 687 bilhões. Com Lula, ela atinge R$ 1,6 trilhão em dezembro de 2008 (ou R$ 1,9 trilhão, se computados os títulos em poder do Banco Central e as dívidas das estatais) – aumento de 60% em três anos. Este é o custo da ação governamental de “quitação” (ou balanceamento) da dívida externa. Os gastos do governo até 2008 com juros e amortizações da dívida pública foram de 30,57% do orçamento (R$ 282 bilhões),

Lula hoje sabe que o FMI faria um trabalho muito mais sensato (e inacreditavelmente mais barato) do que o descalabro que fez com o dinheiro do brasileiro. E pode afirmar isso sem ser questionado por jornalistas que pouco ou nada entendem do assunto. E ser aplaudido pelos seus próprios eleitores. Na prática, apenas confessa que está se lixando para o dinheiro do brasileiro, desde que seja eleito. Com “financiamento público” ou com slogans vazios de significado sobre “quitar a dívida com o FMI”.

Melhor não tentar imaginar o que Lula faria com os EUA, mas que tal deixar as explicações sobre a crise para quem a previu antes de todos, quando ainda acreditavam que investir em empresas com conchavos com o governo (mais ou menos o que os brasileiros fazem com a Petrobras hoje, criando a única petrolífera do mundo que dá prejuízo – nunca antes na história desse Universo), e escreveu muito sobre as soluções antes mesmo de o problema se tornar público?

Sobre a ONU, Lula também pediu um poder global concentrado nas mãos de seus cupinchas: criticou a falta de uma “governança global” capaz de responder aos desafios atuais e tascou: ”A ONU não representa hoje o mundo do século 21. Está superada no tempo e no espaço. Não se explica hoje a falta de [representação de] países da América Latina ou Índia”. Não sabia que esses países não tinham assento na ONU.

Mas a melhor piada coroando o bolo cerejosamente após pedir a definição de “crime inafiançável” para o que fizeram os mensaleiros foi dizer que as pessoas devem ter “cuidado” com aqueles que usam o combate à corrupção como bandeira de campanha. “[Elas] podem ser piores que quem está acusando.”

Você sabe disso melhor do que ninguém, não é, sr. Lula?!

fonte: http://www.implicante.org/blog/lula-diz-que-financiamento-privado-de-campanha-deve-ser-crime-inafiancavel-e-o-mensalao/?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

O QUE É O MARXISMO CULTURAL?

Por Olavo de Carvalho O Globo, 8 de junho de 2002



Segundo o marxismo clássico, os proletários eram inimigos naturais do capitalismo. Lênin acrescentou a isso a idéia de que o imperialismo era fruto da luta capitalista para a conquista de novos mercados. Conclusão inevitável: os proletários eram também inimigos do imperialismo e se recusariam a servi-lo num conflito imperialista generalizado. Mais apegados a seus interesses de classe que aos de seus patrões imperialistas, fugiriam ao recrutamento ou usariam de suas armas para derrubar o capitalismo em vez de lutar contra seus companheiros proletários das nações vizinhas.
Em 1914, esse silogismo parecia a todos os intelectuais marxistas coisa líquida e certa. Qual não foi sua surpresa, portanto, quando o proletariado aderiu à pregação patriótica, alistando-se em massa e lutando bravamente nos campos de batalha pelos “interesses imperialistas”!

O estupor geral encontrou um breve alívio no sucesso bolchevique de 1917, mas logo em seguida veio a se agravar em pânico e depressão quando, em vez de se expandir para os países capitalistas desenvolvidos, como o previam os manuais, a revolução foi sufocada pela hostilidade geral do proletariado.
Diante de fatos de tal magnitude, um cérebro normal pensaria, desde logo, em corrigir a teoria. Talvez os interesses do proletariado não fossem tão antagônicos aos dos capitalistas quanto Marx e Lênin diziam. 





































Mas um cérebro marxista nunca é normal. O filósofo húngaro Gyorgy Lukacs, por exemplo, achava a coisa mais natural do mundo repartir sua mulher com algum interessado. Pensando com essa cabeça, chegou à conclusão de que quem estava errado não era a teoria: eram os proletários. Esses idiotas não sabiam enxergar seus “interesses reais” e serviam alegremente a seus inimigos. Estavam doidos. Normal era Gyorgy Lukács. Cabia a este, portanto, a alta missão de descobrir quem havia produzido a insanidade proletária. Hábil detetive, logo descobriu o culpado: era a cultura ocidental. A mistura de profetismo judaico-cristão, direito romano e filosofia grega era uma poção infernal fabricada pelos burgueses para iludir os proletários. Levado ao desespero por tão angustiante descoberta, o filósofo exclamou: “Quem nos salvará da cultura ocidental?”




A resposta não demorou a surgir. Felix Weil, outra cabeça notável, achava muito lógico usar o dinheiro que seu pai acumulara no comércio de cereais como um instrumento para destruir, junto com sua própria fortuna doméstica, a de todos os demais burgueses. Com esse dinheiro ele fundou o que veio a se chamar “Escola de Frankfurt”: um “think tank” marxista que, abandonando as ilusões de um levante universal dos proletários, passou a dedicar-se ao único empreendimento viável que restava: destruir a cultura ocidental. Na Itália, o fundador do Partido Comunista, Antônio Gramsci, fôra levado a conclusão semelhante ao ver o operiado trair o internacionalismo revolucionário, aderindo em massa à variante ultranacionalista de socialismo inventada pelo renegado Benito Mussolini. Na verdade os próprios soviéticos já não acreditavam mais em proletariado: Stálin recomendava que os partidos comunistas ocidentais recrutassem, antes de tudo, milionários, intelectuais e celebridades do “show business”. Desmentido pelos fatos, o marxismo iria à forra por meio da auto-inversão: em vez de transformar a condição social para mudar as mentalidades, iria mudar as mentalidades para transformar a condição social. Foi a primeira teoria do mundo que professou demonstrar sua veracidade pela prova do contrário do que dizia.








Os instrumentos para isso foram logo aparecendo. Gramsci descobriu a “revolução cultural”, que reformaria o “senso comum” da humanidade, levando-a a enxergar no martírio dos santos católicos uma sórdida manobra publicitária capitalista, e faria dos intelectuais, em vez dos proletários, a classe revolucionária eleita. Já os homens de Frankfurt, especialmente Horkheimer, Adorno e Marcuse, tiveram a idéia de misturar Freud e Marx, concluindo que a cultura ocidental era uma doença, que todo mundo educado nela sofria de “personalidade autoritária”, que a população ocidental deveria ser reduzida à condição de paciente de hospício e submetida a uma “psicoterapia coletiva”.

Estava portanto inaugurada, depois do marxismo clássico, do marxismo soviético e do marxismo revisionista de Eduard Bernstein (o primeiro tucano), a quarta modalidade de marxismo: o marxismo cultural. Como não falava em revolução proletária nem pregava abertamente nenhuma truculência, a nova escola foi bem aceita nos meios encarregados de defender a cultura ocidental que ela professava destruir. 


Expulsos da Alemanha pela concorrência desleal do nazismo, os frankfurtianos encontraram nos EUA a atmosfera de liberdade ideal para a destruição da sociedade que os acolhera. Empenharam-se então em demonstrar que a democracia para a qual fugiram era igualzinha ao fascismo que os pusera em fuga. Denominaram sua filosofia de “teoria crítica” porque se abstinha de propor qualquer remédio para os males do mundo e buscava apenas destruir: destruir a cultura, destruir a confiança entre as pessoas e os grupos, destruir a fé religiosa, destruir a linguagem, destruir a capacidade lógica, espalhar por toda parte uma atmosfera de suspeita, confusão e ódio. Uma vez atingido esse objetivo, alegavam que a suspeita, a confusão e o ódio eram a prova da maldade do capitalismo.


Da França, a escola recebeu a ajuda inestimável do método “desconstrucionista”, um charlatanismo acadêmico que permite impugnar todos os produtos da inteligência humana como truques maldosos com que os machos brancos oprimem mulheres, negros, gays e tutti quanti, incluindo animais domésticos e plantas. 
A contribuição local americana foi a invenção da ditadura lingüística do “politicamente correto”.

Em poucas décadas, o marxismo cultural tornou-se a influência predominante nas universidades, na mídia, no show business e nos meios editoriais do Ocidente. Seus dogmas macabros, vindo sem o rótulo de “marxismo”, são imbecilmente aceitos como valores culturais supra-ideológicos pelas classes empresariais e eclesiásticas cuja destruição é o seu único e incontornável objetivo. Dificilmente se encontrará hoje um romance, um filme, uma peça de teatro, um livro didático onde as crenças do marxismo cultural, no mais das vezes não reconhecidas como tais, não estejam presentes com toda a virulência do seu conteúdo calunioso e perverso.


Partido dos Trabalhadores alemães fundado por Hitler.

Tão vasta foi a propagação dessa influência, que por toda parte a ideia antiga de tolerância já se converteu na “tolerância libertadora” proposta por Marcuse: “Toda a tolerância para com a esquerda, nenhuma para com a direita”. Aí aqueles que vetam e boicotam a difusão de idéias que os desagradam não sentem estar praticando censura: acham-se primores de tolerância democrática.
Por meio do marxismo cultural, toda a cultura transformou-se numa máquina de guerra contra si mesma, não sobrando espaço para mais nada.







31 DE MARÇO DE 1964 O DIA QUE O BRASIL NÃO VIROU CUBA!





O tipico comunista




Lulla e seu sócio no tráfico e outros crimes: Com colares de Coca na dia da inauguração de uma estrada para transporte de cocaína para o Brasil (mundo) e ainda financiada pelo BNDS.   
                                                                                                                                             


fonte: http://cinenegocioseimoveis.blogspot.com.br/2013/03/do-marxismo-cultural-por-olavo-de_28.html

O feirão da Petrobras -Corrupção dos comunistas do foro de São Paulo -crime de lesa pátria -Impeachment da Dilma Já!!!


Documentos da estatal revelam os bastidores da venda de patrimônio no exterior – como a sociedade secreta na Argentina com um amigo da presidente Cristina Kirchner

DIEGO ESCOSTEGUY, COM MURILO RAMOS, LEANDRO LOYOLA, MARCELO ROCHA E FLÁVIA TAVARES



Na quarta-feira, dia 27 de março, o executivo Carlos Fabián, do grupo argentino Indalo, esteve no 22o andar da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, para fechar o negócio de sua vida. É lá que funciona a Gerência de Novos Negócios da Petrobras, a unidade que promove o maior feirão da história da estatal – e talvez do país. Sem dinheiro em caixa, a Petrobras resolveu vender grande parte de seu patrimônio no exterior, que inclui de tudo: refinarias, poços de petróleo, equipamentos, participações em empresas, postos de combustível. Com o feirão, chamado no jargão da empresa de “plano de desinvestimentos”, a Petrobras espera arrecadar cerca de US$ 10 bilhões. De tão estratégica, a Gerência de Novos Negócios reporta-se diretamente à presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Ela acompanha detidamente cada oferta do feirão. Nenhuma causou tanta polêmica dentro da Petrobras quanto a que o executivo Fabián viria a fechar em sua visita sigilosa ao Rio: a venda de metade do que a estatal tem na PetrobrasArgentina, a Pesa. ÉPOCA teve acesso, com exclusividade, ao acordo confidencial fechado entre as duas partes, há um mês. Nele, prevê-se que a Indalo pagará US$ 900 milhões por 50% das ações que a Petrobras detém na Pesa. Apesar do nome, a Petrobras não é a única dona da Pesa: 33% das ações dela são públicas, negociadas nas Bolsas de Buenos Aires e de Nova York. A Indalo se tornará dona de 33% da Pesa, será sócia da Petrobras no negócio e, segundo o acordo, ainda comprará, por US$ 238 milhões, todas as refinarias, distribuidoras e unidades de petroquímica operadas pela estatal brasileira – em resumo, tudo o que a Petrobras tem de mais valioso na Argentina.
EMPRESÁRIO “K” Cristóbal López (sorrindo, à esq.), num cassino com os Kirchners (Cristina de vermelho, Néstor de gravata lilás). Amizade com o poder (Foto: Juan Cruz Sanz )
O negócio provocou rebuliço dentro da Petrobras por três motivos: o valor e o momento da venda, a identidade do novo sócio e, sobretudo, o tortuoso modo como ele entrou na jogada. Não se trata de uma preocupação irrelevante – a Petrobras investiu muito na Argentina nos últimos dez anos. Metade do petróleo produzido pela Petrobras no exterior vem de lá. Em 2002, a estatal brasileira gastou US$ 1,1 bilhão e assumiu uma dívida estimada em US$ 2 bilhões, para comprar 58% da Perez Companc, então a maior empresa privada de petróleo da Argentina, que já tinha ações negociadas na Bolsa. Após sucessivos investimentos, a Perez Companc passou a se chamar Pesa, e a Petrobras tornou-se dona de 67% da empresa. Nos anos seguintes, a Petrobras continuou investindo maciçamente na Pesa: ao menos US$ 2,1 bilhões até 2009. Valeu a pena. A Pesa atua na exploração, no refino, na distribuição de petróleo e gás e também na área petroquímica. Tem refinarias, gasodutos, centenas de postos de combustível. Em maio de 2011, a Argentina anunciou ter descoberto a terceira maior reserva mundial de xisto – fonte de energia em forma de óleo e gás –, estimada em 23 bilhões de barris, equivalentes à metade do petróleo do pré-sal brasileiro. A Pesa tem 17% das áreas na Argentina onde se identificou esse produto. No ano passado, por fim, a Pesa adquiriu uma petroleira argentina, a Entre Lomos, que proporcionou um aumento em sua produção.

Apesar dos investimentos da Petrobras, quando a economia da Argentina entrou em declínio, há cerca de dois anos, as ações da Pesa desvalorizaram. As desastrosas políticas intervencionistas da presidente Cristina Kirchner contribuíram para a perda de valor da Pesa. De 2011 para cá, as ações da empresa caíram mais de 60%. É por isso que técnicos da Petrobras envolvidos na operação questionam se agora é o melhor momento para fazer negócio – por mais que a Petrobras precise de dinheiro. Seria mais inteligente, dizem os técnicos, esperar que a Pesa recupere valor no mercado. Reservadamente, por medo de sofrer represálias, eles também afirmam que os bens da Petrobras na Argentina – as distribuidoras, refinarias e unidades de petroquímica que constituem a parte física do negócio – valem, ao menos, US$ 400 milhões. Um valor bem maior, portanto, que os US$ 238 milhões acordados com a Indalo. “Se o governo não intervier tanto, a Pesa pode valer muito mais”, diz um dos técnicos. A Petrobras, até dezembro do ano passado, tinha um discurso semelhante. Na última carta aos acionistas, a Pesa diz: “Estamos otimistas em relação ao futuro da Petrobras Argentina. E agora renovamos o compromisso de consolidar uma companhia lucrativa, competitiva e sustentável, comprometida com os interesses do país (Argentina)...”. Em outro trecho da carta, informa-se que os resultados do ano passado foram “encorajadores” e permitiram, como nos cinco anos anteriores, a distribuição de dividendos milionários aos acionistas.
a mensagem 775 petrobraS (Foto: reprodução Revista Época)
Mesmo que os valores do negócio pudessem ser considerados vantajosos para a Petrobras, nada provocou tanto desconforto dentro da estatal como o sócio escolhido. O executivo Fabián trabalha para o bilionário argentino Cristóbal López, dono do grupo Indalo. Ele é conhecido como “czar do jogo”, em virtude de seu vasto domínio no mundo dos cassinos (na Argentina, o jogo é legal). López é amigo e apoiador da presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

Como o “czar do jogo” da Argentina virou sócio da Petrobras? No dia 5 de novembro do ano passado, López enviou uma carta, em espanhol, à presidente da Petrobras, Graça Foster. Na carta, a que ÉPOCA teve acesso, López revela ser um homem bem informado. Não se sabe como, mas ele descobrira que a Petrobras estava negociando a venda da Pesa com três de seus concorrentes. O assunto da carta, embora em economês, deixava claras as intenções do empresário López: “Ref. Pesa Proposta de aquisição e integração de ativos”. López, portanto, queria comprar um pedaço da Pesa. Na carta, ele manifestou a “firme intenção de chegar a um entendimento entre Pesa e Oíl Combustibles S.A.”, a empresa de petróleo de López, para que a operação viesse a ser fechada. No documento, López propôs comprar 25% das ações que a Petrobras detinha na Pesa. Queria também a opção de, se a parceria desse certo, comprar mais 23,52% das ações – uma proposta mais modesta do que o acordo que ele conseguiu depois.

A resposta da Petrobras também veio por escrito, semanas depois. No dia 21 de novembro, Ubiratan Clair, executivo de confiança de Graça Foster, que toca o feirão da Petrobras e negociava a venda da Pesa aos concorrentes do “czar do jogo”, escreveu a López: “Nos sentimos honrados pelo interesse manifestado na compra de 25% (da Pesa). No entanto, devemos indicar que as ações da Pesa não fazem parte de nossa carteira de desinvestimentos, razão pela qual não podemos iniciar qualquer negociação relativa às mesmas”. Diante do que aconteceu em seguida, a carta do assessor de Graça Foster causa espanto. Não só ele escondeu que a Pesa estava, sim, à venda – como, semanas depois, fechou acordo com o próprio López. No dia 18 de dezembro, menos de um mês após a inequívoca negativa, o mesmo assessor de Graça Foster firmou um “convênio de confidencialidade” com López para lhe vender a Pesa.

O que houve nesse espaço de um mês? Por que a Petrobras mudou de ideia e resolveu fechar negócio com López? A estatal não explica. Assessores envolvidos na operação dizem apenas que “veio a ordem” de fechar com o amigo de Cristina Kirchner. Procurada por ÉPOCA em três oportunidades, a assessoria da Petrobras limitou-se a responder que “não vai emitir comentários sobre assuntos relacionados com o seu Programa de Desinvestimento”. Graça Foster e o executivo Ubiratan não responderam às ligações. A assessoria de López confirmou apenas que o grupo Indalo fez uma proposta pela Pesa.

López é o que a imprensa argentina chama de “empresário K”, como são conhecidos os empresários que têm proximidade com o governo Kirchner. Ele tem empresas de transporte, construção civil, petróleo, alimentação, concessionárias e meios de comunicação. É famoso por suas redes de cassino e caça-níquel. É sócio em pelo menos 14 cassinos, incluindo o Hipódromo de Palermo, para o qual ganhou de Néstor Kirchner, nos últimos dias como presidente da Argentina, uma extensão da concessão para os caça-níqueis – o prazo foi estendido de 2017 a 2032.
ERRO Refinaria de Pasadena. Os técnicos da Petrobras aconselharam a fazer acordo. Foram ignorados (Foto: Dave Fehling/Stateimpact Texas)
A relação entre López e Néstor Kirchner, o marido de Cristina, que governou o país antes dela e morreu em 2010, começou em 1998. Néstor, quando governador de Santa Cruz, ajudou uma empresa de López a fechar negócios com petroleiras. Desde então, López nunca escondeu de ninguém: sentia que tinha uma “dívida eterna” com Néstor. Para pagar a “dívida eterna”, convidava Néstor, que sempre gostou de uma mesa de jogo, a se divertir num dos cassinos dele em Comodoro Rivadavia. A amizade era recíproca. Em 2006, López recebeu de Néstor concessão para explorar sete reservas de petróleo em Santa Cruz. Cristina, a sucessora, também o ajudou. Fez-lhe um favorzinho depois que ele gastou US$ 40 milhões na compra da concessão do canal de TV C5N, a fim de torná-lo governista. Para que fechasse o negócio, Cristina abriu exceções na lei de audiovisual, que proíbe negociar concessões.

Depois que a Petrobras fechou o acordo de confidencialidade com López, o negócio andou rápido. Ele apresentou uma proposta em 7 de janeiro, aumentou o valor numa segunda proposta, um mês depois – e fechou a compra das ações por US$ 900 milhões em 22 de fevereiro. Com o acordo, López e a Petrobras discutem agora os detalhes do contrato a ser assinado. Se tudo correr como previsto, resta apenas a aprovação do Conselho de Administração da Petrobras, que se reunirá no final de abril. A Pesa, porém, enfrentará resistências na Argentina se assinar o contrato. O atual governador de Santa Cruz, Daniel Peralta, um desafeto de López, ameaçou tirar dele as concessões das sete reservas de petróleo que López tem na região. Peralta diz que ele não fez os investimentos previstos. Diz, ainda, que a situação em Santa Cruz pode “inviabilizar” o negócio com a Petrobras – mas não diz como.

O maior problema do negócio da Petrobras com o “czar do jogo”, e com todas as operações do feirão, é a falta de transparência. Como demonstra o caso da Argentina, não há critérios claros para a escolha das empresas que farão negócio com a Petrobras. Esse modelo sigiloso e sem controle resultou em calamidades, como a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Em 2004, a Astra Trading pagou US$ 42 milhões pela refinaria. Meses depois, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade do negócio. Tempos depois, um desentendimento entre as sócias levou a questão à Justiça. A Petrobras perdeu e foi condenada a comprar não só a parte da sócia, como a pagar multa, juros e indenização. Em junho, a Petrobras anunciou que pagaria mais US$ 820 milhões.

ÉPOCA teve acesso a um documento interno da Petrobras, elaborado em 2009. Um trecho afirma que a então diretoria, comandada pelo petista José Sergio Gabrielli, decidiu manter o processo devido à “prepotência” com que a Astra se colocava no caso. Logo depois, o documento lista razões para fazer um acordo. Uma delas é que um representante da Astra procurara a Petrobras em busca de entendimento. A razão mais forte era clara: “Caso no litígio a Petrobras perca, o custo total irá para cima de US$ 1 bilhão (...). Vale lembrar que a Petrobras já perdeu na arbitragem, e a possibilidade de perder na corte é preocupante”. A opção do acordo era a menos pior. A Petrobras gastaria, no máximo, US$ 639 milhões. O documento afirma que a (então) “ministra (de Minas e Energia) Dilma Rousseff deverá ser procurada para ser informada de que a Astra está procurando entendimentos, inicialmente por canais informais”. O texto diz que Dilma Rousseff deveria comunicar isso na reunião do Conselho da Petrobras, marcada para 17 de julho de 2009. O Conselho daria então um prazo para um acordo com a Astra. O pior cenário sobreveio. A Petrobras não fez nenhum acordo com a Astra, perdeu na Justiça e gastou mais de US$ 1 bilhão (boa parte dele dinheiro público) – 24 vezes o que a Astra pagou pela refinaria. O Tribunal de Contas da União investiga como a Petrobras pôde fazer um negócio tão ruim – pelo menos para seu caixa e para os cofres públicos.
TESOURO AFRICANO Plataforma de petróleo na Nigéria. A Petrobras investiu US$ 4 bilhões na África, entre 2003 e 2010, e pretende se desfazer de várias operações no continente (Foto: Dave Fehling/Stateimpact Texas)
A ausência de critério, segundo executivos da Petrobras, aparece também na parte mais valiosa do feirão: as operações da estatal na África. Cálculos do mercado e da Petrobras estimam o patrimônio no continente num patamar entre US$ 5 bilhões e US$ 8 bilhões. A Petrobras produz e explora petróleo em Angola, Benin, Gabão, Líbia, Namíbia, Nigéria e Tanzânia. De 2003 a 2010, investiu cerca de US$ 4 bilhões na África. ÉPOCA teve acesso a documentos internos da Petrobras que apresentam um diagnóstico sobre os negócios na África que devem ser vendidos, incluindo mapas com a localização dos poços e informações sobre seu potencial produtivo. O material mostra muitas possibilidades de lucro. A maior fatia de investimento está na Nigéria, responsável por 23% da produção atual de toda a área internacional da companhia – uma média equivalente a 55 mil barris de óleo por dia. São três poços na Nigéria: Agbami, Akpo e Engina. Os documentos da Petrobras mostram que os três poços têm “reservas provadas” de 150 milhões de barris de petróleo.

Para quem a Petrobras planeja vender tamanho tesouro? A estatal, de novo, não explica os critérios. Até agora, a única negociação avançada é com o grupo BTG, do banqueiro André Esteves. Por meio do investidor Hamylton Padilha, uma das mais poderosas influências na Petrobras, Esteves, segundo executivos da estatal envolvidos com a transação, negocia a compra de parte das operações na Nigéria. Questionado por ÉPOCA, Padilha afirmou ter se reunido com representantes do banco para avaliar investimentos na Petrobras. “Conversei com o pessoal (BTG) sobre esse assunto (venda de ativos da Petrobras). A Petrobras convidou diversas empresas estrangeiras para poder fazer ofertas no Golfo do México, África e até na América Latina. Sei que na área de petróleo eles (BTG) estão olhando. Têm participação em duas empresas ligadas ao setor: Bravante e Sete Brasil”, disse. “Não trabalho para o BTG. Sou investidor. Investi algum dinheiro na Sete Brasil (ligada à construção de plataformas de petróleo).” Indagado sobre quem é a pessoa mais indicada para falar, pelo BTG, sobre investimentos na Petrobras, sobretudo na África, Padilha disse: “A pessoa que trata desse assunto diretamente é o André Esteves”. O BTG disse que não se manifestaria.
fonte: http://revistaepoca.globo.com/tempo/noticia/2013/03/empresas-da-petrobras-vendidas-pela-metade-do-preco-um-amigo-de-cristina-kirchner.html