As eleições municipais de 2000 e 2012 [1].
Em 2000, PDT, PT,
PSB, PPS e PCdoB venceram as eleições municipais em 775 dos 5.555 municípios brasileiros, o que equivalia, na época, a 14% dos municípios. O orçamento desses municípios somava cerca de R$ 23,7 bilhões, o que equivalia a 36% do orçamento total destinado à prefeituras. Desses partidos, aquele que elegeu mais prefeitos foi o PDT, com 288 prefeituras, seguido do PT, com 187 prefeituras.
Já em 2012, PT,
PSB, PDT, PPS, PCdoB e PSOL venceram as eleições municipais em 1.570 dos 5.568 municípios brasileiros, ou seja, 28% dos municípios. O orçamento desses municípios soma cerca de R$ 171 bilhões, o que equivale a 50% do orçamento total das prefeituras. Desses partidos, o que mais elegeu prefeitos foi o PT, com 636 prefeituras, seguido do
PSB, com 444 prefeituras.
Portanto, em 12 anos, os partidos socialistas:
- aumentaram em 103% o número de prefeituras sob seu domínio (de 775 para 1570);
- dominam, hoje, metade do orçamento destinado aos municípios (50%);
- contaram com um aumento de R$ 147,3 bilhões (aumento de 622%) no orçamento disponível através das prefeituras sob seu comando.
- elegeram, em 2012, prefeitos em 14 capitais, ou seja, em mais da metade delas.
O mapa abaixo ilustra o avanço do domínio dos partidos socialistas nos municípios brasileiros após as eleições de 2000 e 2012.
A evolução do PT e a força que desponta no movimento esquerdista: o PSB.
Os partidos que mais cresceram nos últimos 12 anos foram o PT e o
PSB. O número de prefeituras governadas pelo PT aumentou de 187 para 636, o que equivale a um aumento de 240% no período. Já o
PSB elegeu 444 prefeitos em 2012 contra 133 em 2000, um aumento de 230%.
O
PSB foi o partido que mais elegeu representantes nas capitais, com 5 representantes. Ainda, o
PSB elegeu 6 governadores em 2010, superando o número de governadores eleitos pelo próprio PT.
Aliados históricos, PT e
PSB somam hoje 1.133 prefeituras, superando o PMDB (1.032), tradicional campeão isolado em número de prefeituras. Somam também 9 prefeituras em capitais e 11 governos estaduais.
Pelos interesses políticos comuns e pelo crescimento de ambos partidos, é natural pensar em uma aliança mais próxima entre PT e
PSB, vindo a configurar o núcleo do poder hegemônico da esquerda para os próximos anos, o que fará com que tradicionais aliados de centro do PT (PMDB, PR) sejam gradualmente descartados nas próximas eleições, especialmente para o governo federal.
O gráfico abaixo ilustra o avanço do PT e do
PSB nas prefeituras do país.
Socialistas + Social-Democratas
Se incluirmos na análise os partidos social-democratas (
PSDB, PSD), observaremos uma extensão ainda maior do domínio da esquerda no mapa político do país. São, ao todo, 2.769 prefeituras, 50% dos municípios, totalizando um orçamento de R$ 232,5 bilhões, ou seja, 68% do orçamento total destinado aos municípios.
Partidos de Centro e Centro-Direita
Em 2000, os dois partidos que mais possuíam prefeituras sob a sua administração eram o PMDB, com 1.256 prefeituras, seguido do PFL, com 1.026 prefeituras. Juntos, contavam com a administração de 41% dos municípios brasileiros, e um orçamento que representava 26% do total do orçamento dos municípios.
Em 2006, o PFL passou por uma drástica mudança. Após resultados negativos nas eleições federais de 2006, o partido, sob a batuta de Jorge Bornhausen, decidiu se reestruturar em um novo nome, Democratas (sigla DEM), com um discurso de renovação, e com o intuito de desvincular o partido da imagem conservadora e de direita.
Bornhausen, que desfiliou-se do partido em 2011, deixou como legado para o PFL/DEM as consequências das mudanças que propôs: o partido passou de 1.026 prefeituras em 2000 para 278 em 2012, uma redução de 73% (perdeu 748 prefeituras).
Nem mesmo o PMDB, fiel aliado do PT no governo federal, escapou da redução em seu quadro de prefeitos. O número de prefeituras sob o governo do PMDB passou de 1.256 em 2000 para 1.032 em 2012, uma redução de 18% (perdeu 224 prefeituras).
Conclusão.
As eleições municipais de 2012 foram emblemáticas. Em pleno fervor do julgamento do Mensalão, que resultou na condenação de lideranças históricas do PT (Dirceu, Genoíno e Delúbio) e revelou os detalhes do maior esquema de corrupção da estrutura democrática que já se teve notícia no país, o projeto de poder hegemônico da esquerda, orquestrado pelo PT e acompanhado por outros partidos, continuou mostrando sua força e sua marcha cada vez mais retumbante.
A exposição pública do caso Mensalão durante as eleições praticamente não abalou os objetivos eleitorais do PT. No estado de São Paulo, por exemplo, suas 3 maiores cidades (Guarulhos, Campinas e São Paulo – responsáveis por 14% do PIB do país [2]) contaram com representantes petistas no segundo turno das eleições. Apenas em Campinas o PT perdeu, e para o não menos socialista (e tradicional aliado do PT)
PSB.
Na cidade de São Paulo, a eleição foi ainda mais emblemática. Foi eleito Fernando Haddad, ilustre desconhecido, lançado de para-quedas na cidade por Lula, e cuja incompetência à frente do Ministério da
Educação fora muito bem comprovada nos casos de irregularidade no ENEM [3].
Nem mesmo a comprovação dos meios criminosos de que a esquerda lançou mão para se instalar no poder parece frear a marcha do país rumo à hegemonia totalitária da esquerda. Muito pelo contrário: tal comprovação parece facilitar ainda mais essa marcha, encobrindo-a com um véu de aparente moralidade, justiça e democracia.
Por outro lado, não há a menor expectativa pelo surgimento de alguma força política que venha fazer frente a esse plano de poder hegemônico. Até mesmo os partidos de centro e de centro-direita convenceram-se de que, longe do discurso populista e socializante, não é possível ganhar eleições.
Esses partidos renderam-se à máxima de que, “se não é possível vencê-los, junte-se a eles”. Dessa forma, acreditam que, mantendo o poder pontual através da eleição de um ou outro prefeito ou deputado, podem manter-se respirando, à espera de um ressurgimento triunfante no futuro, ludibriando o inimigo. Ledo engano: agindo dessa forma e suportando essas idéias, nada estão ganhando. De fato, estão dando a vitória ideológica à esquerda.
O resultado é um vácuo de representação político-partidária das idéias conservadoras da sociedade, e a total ausência de uma oposição, de fato, às ideias socialistas.