Enterro do PT? Mas o PT ainda não está morto... Cuidado!
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
O Palácio do Planalto parece o edifício "Balança, mas não cai". Mas quem pensa que Dilma possa renunciar, por algum motivo, pode tirar o cavalinho da chuva. O PT quer retomar a hegemonia e conquistar o poder de fato. Ela não sairá por vontade própria. Se o PT for tirado do poder, via impeachment ou intervenção constitucional, seus militantes e meliantes estão prontos para partir para a batalha, na base da porrada real e objetiva. Está escrito, para quem quiser e tiver saco de ler no começo da cartilha nazicomunopetalha: "Um Partido para tempos de Guerra".
Já se cansou de escrever aqui que Dilma não tem condições morais de governabilidade. Mas a sobrevivência política dela, infelizmente, não depende exclusivamente da moralidade. Até porque a imoralidade e a amoralidade, bases da politicagem tupiniquim, operam a todo vapor na aliança do PT com PMDB e demais partidos da base desgovernista. Engraçado é ver os peemedebistas fazendo Dilma de refém, como se nada tivessem de co-responsáveis por tudo de errado ou criminoso que acontece em Bruzundanga.
O cinismo deles é pragmático. O PMDB não quer assumir o poder diretamente. Prefere continuar manobrando por trás. Dilma e o PT arcam com o desgaste maior. Os peemedebistas lhe dão suposta sustentação congressual, e continuam operando os negócios que lhes interessam no "Condomínio" que tem a petista como "síndica". Eles querem apenas fazer parte do "conselho". Pelo menos por enquanto, não desejam a linha de frente. Sabem que viram vidraça em dois segundos. Se derrubarem Dilma, o PT os derruba em seguida... Por isso, prevalece a pragmática simbiose, pautada pelo cinismo: um atura o outro até quando der e for suportável...
O tal "mercado" - que sempre fica nervoso com a Dilma - se comporta do mesmo jeito. Enquanto Joaquim Levy e sua equipe econômica continuar privilegiando o rentismo, com juros altos para ganhos fáceis e imediatos, tudo fica como dantes no banco do Abrantes. Curiosamente, os petistas metem o pau na tal "política econômica neoliberal".
No entanto, a sobrevivência de Dilma depende do "sucesso" dela - que, na mão inversa, é a desgraça do Brasil: caro, cartelizado, cartorial e repleto de 92 impostos, taxas, contribuições e instruções normativas que atrapalham ou inviabilizam a vida de quem precisa trabalhar e produzir. Este modelo errado é que precisa mudar urgentemente. Vai mudar? Não... A não ser que ocorra alguma milagrosa "revolução". Até agora, os santos de casa não demonstraram nem vontade e muito menos competência para fazer...
Quem deseja a cobra, desesperadamente, a saída de Dilma ou a mudança do modelo falido? Um segmento oposicionista faz isto. Vide o deputado federal Paulo Pereira da Silva, presidente do Solidariedade. A assessoria dele soltou a detonação para o fim de semana: "Assim como quase 60% da população brasileira é a favor do impeachment, segundo pesquisas recentes, a oposição também está desesperada para tirar do poder um bando de sangue sugas que está destruindo o país. E o desespero cresce na mesma proporção que aumenta a inflação e o desemprego. A cada dia fica mais claro que ela mentiu e executou manobras fiscais para vencer as eleições. Mal assumiu, subiu os juros e reduziu benefícios como o seguro desemprego, o abono do PIS/Pasep e a pensão por morte. Por isso é preciso tirar Dilma e o PT do poder antes que o Brasil vá definitivamente para o buraco".
Grande parte do PSDB quer a saída da Dilma. Alguns, como o "Presidente" Aécio Neves, falam até no impeachment - do qual o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso não aceita falar e condena publicamente, como se fosse um primo-aliado do PT. Como diria o Caboclo, "até aí morreu Tancredo Neves, e o José Sarney assumiu"... Dizem que ele continua mandando até agora, sendo um dos "quatro fantásticos" do PMDB, com Michel Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros... O imortal Sarney deveria agradecer eternamente ao General Leônidas Pires Gonçalves - que lhe garantiu a posse indevida, no "golpe militar" de 1985...
Dilma que não conte com apoio semelhante dos Generais. Eles podem até não lhe tirar via golpe. Mas também não vão lhe dar sustentação, em caso de alguma reviravolta (não claramente desenhada no horizonte). Os militares não têm a menor intenção de promover qualquer intervenção - nem Constitucional. O discurso de sempre continua valendo... Só agirão se algo grave acontecer... O que pode ser mais grave para o Exército de Caxias que um ex-Presidente, como Lula, mobilizar o tal "exército" do Stédile? O que pode ser mais grave que um texto assinado por petistas pregando uma guerra contra militares da ativa, da reserva e a mídia? Realmente, pode ser que exista algo mais grave, mas ainda não sabemos o que é ou pode ser...
Dilma já era. Aliás, sem nunca ter sido. Exatamente por isso, tentará sobreviver. Politicamente, está quase impossível. Mas tudo pode melhorar para o lado dela se a situação econômica não se agravar, ou ficar menos ruim... Por isso, Dilma tem de fazer muita promessa para São Levy, e não dar bola para coisas ruins sobre ela que o ministro fale de vez em quando. Ele sabe jogar o jogo. Fala o que quer e pensa para agradar a plateia e dar aquela vaidosa demonstração de "independência intelectual"... Enquanto ele finge que sacaneia Dilma, para delírio da galera econômica, ela vai sobrevivendo... Neste caso, a alegria do palhaço é ver o circo quase pegar fogo, mas com o corpo de bombeiros aparentemente de prontidão...
Entre lobistas, reina uma confusão danada. As análises são mais emocionais que racionais. Por isso, muita adora apostar que Dilma cai, mas não investe as fichas no cassino do Al Capone... Assim, entre uma gigantesca impopularidade nunca antes vista na História, Dilma segue em frente, como se nada de ruim estivesse acontecendo. A Presidente aposta suas fichas no sucesso da estratégia formulada por um dos ministros de sua mais alta confiança - que nem sempre está no fogo dos acontecimentos ruins, porém atuando fortemente nos bastidores. O nome dele é Roberto Mangabeira Unger - Ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Mangabeira deve ser um dos poucos fiéis a Dilma. Tanto que seria o padrinho da indicação do filósofo Renato Janine Ribeiro para o Ministério da Educação. Enquanto Mangabeira monta o projeto da "Pátria Educadora" (que Dilma pode não ter condições de implantar, tal qual João Goulart não pode fazer com as famosas "reformas de base"), os ideólogos petistas se dividem entre a ocupação do poder e a ligeira sabotagem interna contra Dilma. As teses para o 5o Congresso Nacional do PT, entre 11 e 13 de junho, em Salvador (BA), parecem gols contra Dilma...
Se o PT exagerar na dose de radicalismo, e partir para a ignorância (como pregam alguns militantes meliantes), Dilma tem tudo para se ferrar antes do tempo. Do contrário, se a crise econômica não acabar com ela, chegará, desgastadíssima, até o final do mandato, caso a saúde não atrapalhe, por somatizar problemas... Seria bom que ela saísse fora (ou que nem tivesse entrado e se reeleito)... Dilma balança e "sangra" (como teria dito um Vampiro de seu desgoverno, com jeitão de Amigo da Onça)...
Problema é que a verdade objetiva, no Brasil da impunidade e da conciliação canalha, indica que ela não vai sair da Presidência de imediato... A gente pode até torcer que ela caia e saia. Mas apenas a torcida otimista não garante esta vitória. Ainda mais porque, se a Dilma sair ou cair, quem entra no lugar dela?
Quem tiver a resposta 100% correta faça uma aposta na próxima Megasena, e, se ganhar, promova uma doação de 13% para o PT...
O PT não está morto... Cuidado! O personagem morto-vivo do imortal Machado de Assis tinha uma sábia frase: "Não está morto quem peleja"...
O PT continua no jogo, pelejando... Mas não está morto porque pelega...
Agora vai
Releia o artigo de ontem: Tese petista "Partido para tempos de guerra" tenta convencer militância a combater os militares e a mídia
O que é melhor para Lula, Dilma e o Brasil?
Reflexão do psicanalista Mtnos Kalil, do Grupo Mãos Limpas Brasil, sobre nossa matéria de semana passada, advertindo sobre a preferência de Lula pelo impeachment de Dilma Rousseff:
Segundo o jornalista Jorge Serrão, Lula preferiria que Dilma fosse "impichada" pelo crime de responsabilidade fiscal do que por corrupção. (v. matéria abaixo)
E para Dilma, o que seria melhor? A meu ver a melhor opção seria ela renunciar e cair fora do Brasil, porque já chegou num nivel de desmoralização pessoal insuportável.
Quanto a Lula, se eu fosse amigo dele recomendaria que cuidasse da saúde (física e mental) indo morar na Itália.
E para o Brasil o que seria melhor? Que importância tem sabermos quem vai substituir a Dilma se o "programa" de governo já está sendo executado pelo Levy?
Como já sugeri meses atrás, com a queda da Dilma e do PT a pauta do Alerta Total teria que ser redirecionada para os tucanos. Segue abaixo da matéria do Serrão, outra do Estadão (Promotoria denuncia 12 por cartel dos trens no governo Serra) que denuncia os tucanos. Se o PT continuar existindo, sairá desta crise obviamente em frangalhos, não merecendo mais tanta atenção daqueles que militam contra a corrupção.
Perdemos o inimigo, mas não perdemos a piada...
fonte: http://www.alertatotal.net/2015/04/dilma-balanca-mas-quando-cai-ou-nao-sai.html?spref=fb