terça-feira, 2 de junho de 2015

PARAISO DA VIOLÊNCIA: AUMENTO DA VIOLÊNCIA NO NORDESTE.. (CENAS FORTES).




























































































































METIAM O PAU NO FMI, AGORA FORAM COM O PENICO NA NÃO: É PETRALHADA, VCS PAGARAM QUE DIVIDA EXTERNA MESMO? A DE CUBA?: Em Washington, Levy reforça aceno do Brasil ao FMI

Para analistas, aproximação com o fundo, antes criticado pelo governo, visa tranquilizar mercado sobre rumos da economia


Após vários anos na geladeira, a relação entre o governo brasileiro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) vive dias agitados. Em visita a Washington nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se encontrou com dirigentes da organização pela terceira vez em três meses, quando mais uma vez tentou tranquilizá-los sobre os rumos da economia brasileira.

O ministro Joaquim Levy se reuniu com a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde
BBC
O ministro Joaquim Levy se reuniu com a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde

Ele já havia participado da reunião de primavera da organização, em abril, e no mês passado recebeu em Brasília a diretora-geral da instituição, Christine Lagarde.
Levy foi a principal atração de um painel sobre a economia latino-americana. Em sua fala, ele reforçou o discurso de que o Brasil tem feito ajustes para voltar a crescer e foi elogiado por membros da plateia.
A postura do ministro quanto ao fundo contrasta com a dos quatro primeiros anos do governo Dilma Rousseff e a gestão de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Lula e Dilma costumam criticar a relação que o Brasil mantinha com o FMI nos anos 1990, quando o país recorreu ao fundo em busca de empréstimos durante crises.
Tradicionalmente o PT e partidos de esquerda brasileiros acusam o FMI de impor nos países onde atua uma agenda "neoliberal", que prejudicaria trabalhadores e favoreceria bancos e grandes empresas. 
Em 2013, Lula afirmou em Portugal que o "FMI nunca resolveu nenhum problema". "Muitas vezes o FMI empresta dinheiro a um país, que ao receber o dinheiro paga a dívida de outros bancos e o prejuízo fica com a parte pobre da população que trabalha. Sempre foi a assim e sempre será assim."
Em 2014, ao se referir à quitação da dívida do Brasil com o fundo, Dilma afirmou que "o FMI nunca mais dirigiu a política brasileira". No ano passado, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, não participou da reunião anual da instituição.


O governo brasileiro chancelou ainda o lançamento de duas iniciativas dos Brics (bloco que integra ao lado de Rússia, índia, China e África do Sul) que, segundo analistas, reduzirão o poder do FMI e outras organizações financeiras tradicionais: o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e um acordo de reserva de contingência.
O acordo, que prevê a criação de um fundo para socorrer países dos Brics, em tese livraria os membros do bloco de pedir socorro ao FMI.
Há tempos o Brasil e os demais membros dos Brics cobram mudanças no FMI para que a organização reflita melhor a nova ordem global, cedendo mais espaço e poder de voto a países emergentes. A própria direção do FMI defende a necessidade de reformas, mas a proposta está empacada no Congresso americano, que precisa dar aval às mudanças e teme ceder espaço na instituição a rivais russos e chineses.
De devedor a credor
No governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), o Brasil recebeu três empréstimos do FMI, somando US$ 67 bilhões. Como contrapartida, o país teve de realizar ajustes fiscais e cumprir metas definidas pela instituição. Já no governo Lula o Brasil sanou sua dívida com o FMI e, em 2009, tornou-se credor do fundo.
Para Paulo Sotero, presidente do Brazil Institute do Wilson Center, centro de pesquisas e debates em Washington, não se pode comparar o momento que o Brasil vive hoje com o que enfrentava nos anos 1990, quando perigava dar calote em suas dívidas e teve de bater às portas do fundo por ajuda.
Hoje, apesar da economia em recessão, o país possui US$ 370 bilhões em reservas internacionais, o que lhe protege dos riscos daquela época, diz ele. Sotero afirma que, ao visitar Washington e manter reuniões frequentes com o FMI, Levy busca pôr fim a uma "crise de confiança" entre o Brasil e a organização, criada em parte pela postura do ex-ministro Guido Mantega.
"A crise foi alimentada por ele (Mantega) não vir tanto aqui, não manter diálogo. Deve-se estar em contato permanente, não perder nenhuma oportunidade de alimentar a confiança, e é isso o que o Joaquim (Levy) está fazendo."
Sotero diz que, ao se acercar do FMI, Levy também busca tranquilizar investidores, que normalmente compartilham das visões do fundo. "Ele mostra que o Brasil está dialogando, atento e que valoriza essas instituições."
No painel, Levy atualizou os presentes sobre o ajuste fiscal em curso no país. Ele comemorou a aprovação pelo Congresso de alguns pontos do ajuste e disse que novas medidas serão submetidas aos legisladores em breve. 
O brasileiro Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial, diz que não é Levy quem tem buscado uma maior aproximação com o FMI, "mas sim o mundo que se interessa cada vez mais pelo que ele tem a dizer" sobre a economia brasileira. "O importante é que há uma mensagem consistente, reconhecida como uma que conduzirá ao crescimento de longo prazo da economia brasileira."
Em sua visita, o ministro também se reuniu com o secretário do Tesouro americano, Jacob Lew, para tratar da viagem de Dilma a Washington no fim do mês.
Há outro motivo - pessoal - para as vindas frequentes de Levy à capital americana: a mulher e as duas filhas do ministro moram na cidade.
Visita a Paris
O giro do ministro se encerrará em Paris, onde ele se reúne com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em abril, estimulado por Levy, o governo anunciou que firmaria um acordo marco com o grupo, que reúne 34 países, em sua maioria desenvolvidos.
O Brasil já recebeu convites para aderir à organização, o último deles em 2009, mas sempre recusou. Para participar da OCDE, o país teria, entre outras ações, de adotar padrões de transparência nas contas públicas e de combate à corrupção em empresas privadas.
Em 2009, ao justificar a recusa brasileira ao convite, Mantega disse que ela impediria o país de exportar ou importar em moeda local e perdoar as dívidas de nações pobres, o que o Brasil já fez na África e no Haiti.
Assessores do ministério da Fazenda disseram que, em Paris, Levy discutirá a adesão do Brasil ao bloco.
Para Sotero, do Brazil Institute, o gesto marcaria uma nova etapa na relação do Brasil com organizações econômicas mundiais. "O Brasil sempre teve muita dificuldaes com essas instituições (...), mas não são elas que estão impondo nada ao Brasil - quem está impondo as reformas é o governo, é a presidente reeleita, é o seu ministro da Fazenda e é o Congresso nacional".


FONTE: http://economia.ig.com.br/2015-06-01/em-washington-levy-reforca-aceno-do-brasil-ao-fmi.html

TINHA QUE O PT ESTAR ENVOLVIDO EM MAIS UMA FALCATRUA NÃO: ESSE É DE MINAS GERAIS: A candidata humilde

A candidata humilde

helena ventura
Helena Ventura, a enfermeira milionária
A Gráfica e Editora Brasil, do notório Benedito de Oliveira de Neto, o Bené, preso pela PF na semana passada e solto ontem, recebeu nada menos que 40,1 milhões de reais nas eleições de 2014.
A maior parte do dinheiro que entrou no caixa da gráfica de Bené não veio, no entanto, de seus prestimosos serviços ao PT mineiro e à campanha do governador Fernando Pimentel.
O PT de Minas Gerais pagou 3 268 197 reais à empresa do operador; o PSB do Distrito Federal, outros 9 950 reais.
Dos 36,8 milhões de reais restantes, pagos por candidaturas individuais, nada menos que 36,2 milhões de reais vieram de Helena Maria de Sousa, ou Helena Ventura, uma enfermeira de 61 anos que se candidatou a deputada estadual pelo PT-MG e sequer teve seu registro aceito pelo TSE.
Os pagamentos foram feitos a título de “Publicidade por materiais impressos”.
Helena declarou 290 000 reais em bens à Justiça Eleitoral e pretendia gastar, no máximo, 3 milhões de reais em sua campanha. Até outubro de 2014, a candidata arrecadou apenas 26 930 reais, dos quais 1 450 vindos da gráfica de Bené, 22 300 do PT mineiro e 3 180 da Sempre Editora.
De onde veio tanto dinheiro para santinhos e adesivos, não se sabe.
Difícil encontrar um sujeito mais enrolado que Bené, mesmo no PT.
Por Lauro Jardim

fpmte: http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/brasil/a-candidata-humilde-que-pagou-36-milhoes-de-reais-a-grafica-de-bene-o-operador-do-pt-mineiro-nas-eleicoes-de-2014/

O pior prefeito do país recebeu os aplausos que merece: Haddad é vaiado em musical na Vila Olímpia


por: RICARDO CHAPOLA E UBIRATAN BRASIL - O Estado de S.Paulo

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foi vaiado anteontem ao ter sua presença anunciada pelo ator Jarbas Homem de Mello na peça "Chaplin, o Musical", em cartaz no Theatro Net São Paulo, na Vila Olímpia, bairro nobre da zona sul. Foi o quarto ato de hostilidade a um integrante do PT na capital paulista em menos de um mês - todos em situações privadas, e não em eventos da vida pública.

Haddad foi alvo de vaias de parte da plateia do musical após a apresentação, quando o protagonista da peça agradecia a presença de autoridades. O prefeito estava acompanhado do secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita (PMDB).

"Percebi que a vaia estava aumentando. Disse que estávamos numa democracia, que todo mundo tem o direito de se manifestar, mas que estávamos ali para celebrar Chaplin", relatou Jarbas ao Estado

Depois disso, o ator voltou a agradecer o público e se despediu. A orquestra tocou uma música para amenizar o clima de constrangimento e as cortinas se fecharam. A Prefeitura afirmou ontem que "as vaias ao prefeito Fernando Haddad fazem parte da democracia"

Pessoas que estavam na apresentação também disseram que professores e crianças que assistiram à peça pediram para tirar fotos com Haddad. Ao término do espetáculo, Haddad e Chalita foram ao camarim - as vaias não foram tema da conversa com o elenco. A atriz Claudia Raia, uma das produtoras do musical, também participou do bate-papo

'Errado' - Em entrevista recente à revista Vice, Haddad mostrou desconforto com protestos contra políticos feitos em ambiente ou momentos da vida particular. "Acho que quando você mistura público com o privado em relação a pessoas eleitas e democráticas, que têm uma trajetória democrática, é uma confusão que me lembra o pior da tradição política", afirmou Haddad, ao ser questionado sobre ato do Movimento Passe Livre (MPL), em frente à sua casa. O protesto ocorreu em fevereiro, em meio à discussão sobre aumento da tarifa de ônibus. Dois meses depois, um grupo apoiado pelo MPL fez um protesto na aula de pós-graduação que Haddad ministra na USP.

"Eu não fui o primeiro prefeito hostilizado dessa maneira por eles, mas não recomendo para as pessoas progressistas agirem dessa maneira contra nenhum político", disse Haddad. "Eu acho errado, mas penso que eles vêm de uma tradição política complicada, uma visão antiestatal. Para minha formação de esquerda democrática, vejo com alguma preocupação a forma como eles se organizam, embora reconheça a legitimidade da reivindicação."

No mês passado, a presidente Dilma Rousseff foi recebida com panelaço em sua chegada ao casamento do cardiologista Roberto Kalil Filho. O secretário municipal Alexandre Padilha foi alvo de protesto em uma churrascaria nos Jardins. Na semana seguinte, o ex-ministro Guido Mantega foi hostilizado pela segunda vez, também em um restaurante - a primeira havia sido no Hospital Albert Einstein, no Morumbi


fonte: http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,haddad-e-vaiado-em-musical-na-vila-olimpia-imp-,1698563



CAMPANHA AONDE O LULA VAI AS VAIAS VÃO ATRÁS: Brasileiros que estão em Milão ou na Expo de Milão façam uma recepção calorosa como ele merece.


Lula fará viagem à Itália para falar de fome. Ex-presidente discursará na FAO e em evento da Expo Milão
(ANSA) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará à Itália na próxima quarta-feira (3) para participar de eventos nos quais discursará sobre fome e pobreza, além de se reunir com o primeiro-ministro do país, Matteo Renzi.
Na quinta-feira (4), o ex-presidente será recebido por Renzi no Palácio Chigi, em Roma, às 13h locais (8h de Brasília). No dia seguinte, Lula irá discursar na sessão de encerramento do Fórum de Ministros da Agricultura da Expo Milão 2015, cujo tema é "Para além da Expo: A Agricultura para Alimentar o Planeta".
Já no sábado (6), Lula participa da 39ª Conferência da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), cujo presidente é o brasileiro José Graziano da Silva. Também consta na agenda do ex-presidente um encontro no domingo (7) com jovens no âmbito do evento "Rome 4 the Planet" ("Roma para o Planeta"), organizado pela Prefeitura da capital italiana.
A viagem de Lula ocorrerá uma semana após a presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Laura Boldrini, fazer uma visita por Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Os dois devem se reunir na manhã desta sexta-feira (29) na sede do Instituto Lula para um encontro privado.
Ontem, Boldrini teve uma reunião na capital federal com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), com quem discutiu as reformas políticas que os dois país estão tentando aprovar. (ANSA)




Essa é a agenda dele na Italia:

SERVIÇO (horário da Itália – Brasília + 5 horas)

Encontro com primeiro-ministro italiano Matteo Renzi
Data: 04/06/2015
Horário: 13h
Local: Palácio Chigi (Roma)

Sessão de encerramento do Fórum de Ministros da Agricultura na EXPO2015
Data: 05/06/2015
Horário: 10h
Local: EXPO2015 (Milão)

39ª Conferência da FAO
Data: 06/05/2015
Horário: 09h30
Local: Sede da FAO (Roma)

Ou seja, se ele sai do Brasil dia 3/6, só pode ser em um vôo privado, pois o único que tem direto GRU x MXP é esse da foto que chega em Milão às 14:50h o que não daria tempo de ele atender ao primeiro compromisso da agenda.










FONTES: http://ansabrasil.com.br/brasil/noticias/americalatina/brasil/2015/05/29/Lula-fara-viagem-Italia-falar-fome_8536885.html

http://www.institutolula.org/lula-viaja-a-italia-para-falar-sobre-combate-a-fome-e-a-pobreza
















O Brasil não enfrenta uma crise, mas sim um ajuste recessivo - InfoMoney

leque de notas de real
Colunista convidado:Rogério Mori, professor da Escola de Economia da FGV


Recorrentemente os economistas, a mídia e a classe política tem se referido ao momento atual como uma " crise econômica". Na verdade,  a economia  brasileira não atravessa uma crise econômica típica de economia emergente no momento. O que o País enfrenta, de fato, são os reflexos de um ajuste recessivo promovido pelo governo orientado por uma política econômica contracionista e por um ajuste das contras públicas.

Nesse sentido, vale lembrar que as crises típicas de economias emergentes (como é o caso da economia brasileira) são cambiais, bancárias ou de dívida pública  (interna e/ou externa). O que ocorre na economia brasileira no momento não se enquadra em nenhum dos casos mencionados.

Sob essa perspectiva, o que vivenciamos atualmente na nossa economia decorre da inversão da política econômica a partir de janeiro deste ano face a falência da estratégia adotada durante o período 2014-2015. Naquele período, o governo, com vistas a manter a demanda aquecida e evitar a recessão, optou por dar uma sobrevida aos estímulos ao crédito para as famílias, conjugada a diversos incentivos fiscais.
Esse processo foi associado a um ciclo de redução da taxa de juros, iniciado em 2011, irreal face ao quadro inflacionário que já se desenhava no País. Mesmo com a alta da inflação, já delineada em 2012, o governo decidiu não apenas manter suas apostas, mas aprofundá-la, concedendo descontos na energia elétrica e isenções fiscais adicionais em impostos indiretos visando segurar a inflação.


Por trás desse programa, estava uma grande aposta do governo que era a retomada dos investimentos produtivos no País em bases mais elevadas, o que não acabou ocorrendo.

O resultado desse processo ficou mais evidente para a sociedade e para o governo em 2014, com a aceleração da inflação, decorrente de um ciclo de afrouxamento de política monetária exagerado anteriormente, e contas públicas totalmente desajustadas.


Em razão disso, antevendo um desastre maior, o governo optou por um ajuste na economia, abandonando sua aposta original e focando de forma mais clara no controle da inflação, e em um ajuste das contas públicas. Ambos os processos, reconhecidamente, são recessivos, uma vez que a alta da taxa de juros desacelera o consumo das famílias e os investimentos privados e o ajuste fiscal implica aumentos de impostos, que retiram renda disponível das famílias, e corte de gastos, que implicam redução da demanda do setor público na economia.

Nesse sentido, o que o Brasil enfrenta no momento é uma recessão decorrente de um ajuste recessivo promovido por conta de uma inversão da estratégia de política econômica.


A próxima crise econômica brasileira, muito provavelmente, será cambial e ainda não começou. Ela potencialmente será detonada no momento em que os fluxos de capitais internacionais inverterem de sentido e começarem a sair maciçamente do Brasil. Nesse sentido, um aperto da política monetária norte-americana, que já está no horizonte, pode ser o elemento detonador desse processo.

fonte: http://www.infomoney.com.br/mercados/na-real/noticia/4078000/brasil-nao-enfrenta-uma-crise-mas-sim-ajuste-recessivo


segunda-feira, 1 de junho de 2015

Comunismo dentro da Igreja Católica sob as mãos do Papa Francisco: Com papa Francisco, Vaticano faz as pazes com Teologia da Libertação


JIM YARDLEY
SIMON ROMERO
DO NEW YORK TIMES
DO VATICANO


Seis meses depois de se tornar o primeiro pontífice latino-americano, o papa Francisco convidou um padre octogenário do Peru para uma conversa particular em sua residência no Vaticano. A reunião em setembro de 2013 com Gustavo Gutiérrez logo se tornou pública -e foi rapidamente interpretada como uma mudança definitiva na Igreja Católica.

O padre Gutiérrez é um dos fundadores da Teologia da Libertação -movimento latino-americano que se aproxima dos pobres e pede mudança social-, que os conservadores já desprezaram como marxista e o Vaticano tratou com hostilidade. Hoje o padre Gutiérrez é um visitante respeitado na igreja, e seus textos foram elogiados no jornal do Vaticano. Francisco trouxe outros padres latino-americanos de volta às boas graças e muitas vezes seu discurso sobre os pobres lembra a Teologia da Libertação.

















Homenagem ao arcebispo Óscar Romero, assassinado em 1980 em En Salvador



Então, em 23 de maio, multidões lotaram San Salvador para a beatificação do arcebispo salvadorenho assassinado Óscar Romero, o que o situou a um passo da santificação.

Francisco colocou os pobres no centro de seu papado. Ao fazê-lo, está se envolvendo com um movimento teológico que já dividiu fortemente os católicos e foi rejeitado por seus antecessores, os papas João Paulo 2° e Bento 16. Mesmo Francisco, como jovem líder jesuíta na Argentina, teve hesitações.

Hoje o papa fala em criar "uma igreja pobre para os pobres" e tenta posicionar o catolicismo mais perto das massas -uma missão espiritual que surge enquanto ele também busca reanimar a igreja na América Latina.

Durante anos, os críticos da Teologia da Libertação no Vaticano e bispos conservadores latino-americanos ajudaram a conter o processo de canonização do arcebispo Romero, apesar de muitos católicos da região o considerarem uma figura moral importante: um crítico declarado da injustiça social e da repressão política, que foi assassinado durante uma missa em 1980.


Francisco resolveu o impasse.

A beatificação é o prelúdio do que provavelmente será um período definitivo do papado de Francisco, com viagens à América do Sul, a Cuba e aos EUA: a divulgação de uma encíclica sobre a degradação ambiental e os pobres, além de uma reunião em Roma para determinar se e como a igreja vai modificar sua abordagem em questões como a homossexualidade, a contracepção e o divórcio.

Ao avançar na campanha para a santificação do arcebispo Romero, Francisco envia um sinal de que a fidelidade de sua igreja é para com os pobres, que antes desacreditavam em alguns bispos mais alinhados a governos, segundo muitos analistas.

"Não é a Teologia da Libertação que está sendo reabilitada", disse Michael E. Lee, professor-adjunto de teologia na Universidade Fordham, em Nova York. "É a igreja que está sendo reabilitada".

A Teologia da Libertação inclui uma crítica das causas estruturais da pobreza e um pedido para que a igreja e os pobres se organizem para alcançar mudanças sociais.














Papa Francisco voltou a aproximar a igreja da Teologia da Libertação; ele em cerimônia no Vaticano



O movimento surgiu depois de uma reunião de bispos latino-americanos em 1968 e se enraizava na crença de que as dificuldades dos pobres deveriam estar no centro da interpretação da Bíblia e da missão cristã. Mas, com a Guerra Fria em vigor, alguns críticos denunciaram a Teologia da Libertação como marxista e seguiu-se uma reação conservadora.

"Toda aquela retórica deixou o Vaticano muito nervoso", disse Ivan Petrella, argentino estudioso dessa doutrina. "Se você viesse de trás da Cortina de Ferro, poderia cheirar um certo comunismo lá."


João Paulo 2° reagiu indicando bispos conservadores na América Latina e apoiando grupos católicos conservadores como o Opus Dei e os Legionários de Cristo, adversários da Teologia da Libertação. Nos anos 1980, o cardeal Joseph Ratzinger -que mais tarde se tornaria o papa Bento 16, mas na época era o guardião da doutrina do Vaticano- emitiu duas declarações sobre a Teologia da Libertação. A primeira era crítica, mas a segunda mais branda, levando alguns analistas a se perguntarem se o Vaticano estava amolecendo.

Desde sua nomeação em 1973 como chefe dos jesuítas na Argentina, o papa Francisco -então conhecido como Jorge Mario Bergoglio e com 36 anos- foi visto como profundamente preocupado com os pobres. Mas figuras religiosas que o conheciam dizem que Francisco achava a Teologia da Libertação política demais. Quando foi nomeado arcebispo de Buenos Aires, ele se concentrou nos esquecidos pela recuperação econômica da Argentina.

"Com o fim da Guerra Fria, ele começou a ver que a teologia da libertação não era sinônimo de marxismo, como muitos conservadores haviam afirmado", disse o americano Paul Vallely, autor de "Pope Francis: Untying the Knots" [Papa Francisco, desatando os nós]. Ele "começou a ver que os sistemas econômicos, e não apenas os indivíduos, podiam ser pecadores."

Francisco havia feito fortes críticas ao capitalismo, reconhecendo que a globalização tirou muitas pessoas da pobreza, mas dizendo que ela também criou grandes disparidades e "condenou muitos à fome". E advertiu: "Sem uma solução para os problemas dos pobres, não poderemos resolver os problemas do mundo"


Na Argentina, alguns críticos não estão convencidos de que a franqueza de Francisco sobre os pobres representa a adoção da Teologia da Libertação.

"Ele nunca tomou as rédeas da Teologia da Libertação porque é radical" disse Rubén Rufino Dri, que trabalhou no final dos anos 1960 e 70 com um grupo de padres que atuou nas favelas de Buenos Aires. Para ele, a decisão de Francisco de acelerar a beatificação do arcebispo Romero foi política. " É uma manobra populista de um grande político", disse.

Outros deram uma opinião mais matizada. José María di Paola, 53, um padre próximo de Francisco, disse que a beatificação refletiu uma maior pressão de Francisco para reduzir o enfoque do Vaticano na Europa. Faz parte de um processo de pôr fim à interpretação eurocêntrica do mundo pela igreja e ter um ponto de vista mais latino-americano", disse ele.


Muitos analistas comentam que João Paulo e Bento nunca denunciaram abertamente a Teologia da Libertação e aos poucos começaram a mudar de opinião. Em 2012, Bento reabriu o caso da beatificação do arcebispo Romero.

Francisco muitas vezes pede que os fiéis atuem em benefício dos pobres, dizendo que se o fizerem serão transformados. Para os que conheceram Romero em El Salvador, essa transformação foi notável. Antes considerado um conservador, ele começou a mudar em meados dos anos 1970, quando era bispo de uma diocese rural onde soldados do governo tinham massacrado agricultores. Pouco depois de se tornar arcebispo de San Salvador, ficou horrorizado quando um amigo próximo, um padre jesuíta, foi assassinado, e logo começou a falar contra o terror e a repressão do governo.

"Ele começou a surpreender as pessoas", disse Jon Sobrino, proeminente Teólogo da Libertação."Eles o fizeram ser diferente, mais radical, como Jesus."

Em 2007, o padre Sobrino teve seu choque pessoal com o Vaticano, quando o órgão doutrinário contestou alguns de seus escritos. Ele se recusou a modificá-los e atribuiu o congelamento da beatificação do arcebispo Romero em parte à hostilidade do Vaticano. "Foi necessário um novo papa para mudar a situação" disse.
Colaboraram Elisabeth Malkin, Gene Palumbo e Jonathan Gilbert







FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/05/1634840-sob-papa-francisco-vaticano-reata-com-teologia-da-libertacao.shtml