sábado, 20 de junho de 2015

As novas evidências de corrupção e caixa dois num contrato da Petrobras com a Odebrecht

Um caso exemplar de como a política manda na estatal

DIEGO ESCOSTEGUY E MARCELO ROCHA. COM LEANDRO LOYOLA
02/05/2014 - 22h22 - Atualizado 20/06/2015 00h00


ATROPELO A refinaria  de Pasadena,  no Texas. Uma auditoria diz  que a Petrobras desrespeitou  a regra para  fazer serviços  na unidade   (Foto: Richard Carson/Petrobras)











Há cerca de dois anos, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, convocou os principais executivos da estatal para uma reunião. Graça Foster, como é conhecida, assumira o cargo havia poucos meses, mas já queria exigir resultados. Como ocorrera com alguns dos subordinados de Dilma Rousseff, ela assimilara rapidamente o estilo da presidente: gritar primeiro e cobrar depois. O clima naquela reunião, como em tantas outras, era tenso. Internamente, a Petrobras já vivia tempos difíceis. Gastava demais para produzir – e vender – petróleo de menos. O motor da Petrobras engasgava porque ela rodava, desde o começo do governo Lula, com gasolina de má qualidade, batizada com política excessiva. Política na escolha de quem comandaria a empresa (subiu quem fosse mais amigo do PT e do PMDB) e na escolha por gastar muito em múltiplos e simultâneos contratos caríssimos (subiram as empresas amigas dos amigos do PT e do PMDB).
Naquela reunião, Graça Foster cobrava resultados. Quem deveria ser cobrado já deixara a Petrobras. Não estavam na reunião sindicalistas do PT, como José Sérgio Gabrielli, a quem Graça Foster sucedera, e executivos suspeitos de corrupção, como Paulo Roberto Costa, sustentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por um consórcio entre PT, PMDB e PP. Dilma conseguira derrubar Paulo Roberto da Diretoria de Abastecimento logo após Graça Foster virar presidente da Petrobras, mas não conseguira evitar que o número dois de Paulo Roberto, José Carlos Cosenza, assumisse o posto do antigo chefe. Cosenza fora escolhido pelo PMDB do Senado. Abaixo de Cosenza, mantinham-se apaniguados do PMDB. Nenhum era mais poderoso que outro José, de sobrenome Pereira, à frente da gerência responsável por compras e vendas milionárias (sem licitação) de produtos derivados de petróleo. Pereira era mantido no cargo por indicação pessoal do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, do PMDB.
Pereira estava na reunião. E ouviu muito. “Se você pensa que se manterá no cargo só porque foi indicado pelo Lobão, está enganado”, disse Graça Foster, segundo relatos de quem estava lá. Pereira ficou furioso. “Se a senhora pensa que é presidente da Petrobras porque é a melhor engenheira da empresa, está enganada”, disse, segundo os mesmos relatos. “A senhora está presidente porque sua indicação política é melhor do que a minha.” Graça Foster respondeu com “impropérios”, nas palavras de quem assistiu à cena. Pereira levantou-se e deixou a sala. Numa demonstração do peso que a política tem nas decisões tomadas – e nas que deixam de ser tomadas – na Petrobras, Graça Foster não conseguiu demitir Pereira. Ele permaneceu mais dois anos no cargo. Foi demitido apenas há três semanas, no dia em que a Polícia Federal entrou, com ordem judicial, na sede da Petrobras, em busca de provas do esquema de corrupção liderado por Paulo Roberto.
Segundo documentos obtidos pela PF na casa de Paulo Roberto, a que ÉPOCA teve acesso, como a agenda dele (leia abaixo), Cosenza continuava a se encontrar periodicamente com o ex-chefe. Despachavam sobre os assuntos discutidos na cúpula da estatal. Os documentos, como e-mails e planilhas, mostram que, mesmo fora da Petrobras, Paulo Roberto continuou seu esquema na Diretoria de Abastecimento. Ajudava a fechar e a prorrogar contratos de quem pagava a ele por isso. Quem o ajudava a mover a caneta dentro da Petrobras? A PF investiga.
 
Minha influência será sua herança (Foto: Sérgio Lima/Folhapress )















Na Petrobras, como em qualquer estatal, a caneta só se move por fortes razões – normalmente, por pressão ou ordem de quem indicou aquele que pode mover a caneta. Nos casos de corrupção descobertos nos últimos meses, pesam suspeitas graves contra seis empreiteiras e outras seis multinacionais, além de políticos do PT, do PMDB e do PP. A maioria das evidências está no inquérito aberto para investigar a “organização criminosa”, como define o Ministério Público, liderada por Paulo Roberto e pelo doleiro Alberto Youssef. Um contrato da Petrobras em especial (leia abaixo), investigado pela PF e pelo MPF em outra frente, assusta os políticos, ainda mais na iminência da criação de uma CPI no Congresso para apurar os desvios na Petrobras. O negócio, de US$ 826 milhões, foi fechado em outubro de 2010, durante o segundo turno das eleições presidenciais, entre a Petrobras, maior empresa do Brasil, e a Odebrecht, maior empreiteira do Brasil. Para quê? Serviços de segurança, meio ambiente e saúde em unidades da Petrobras no Brasil e no exterior – um conjunto de providências que, no mundo empresarial, leva a sigla SMS.
Por que tanta pressa? (Foto: reprodução)




























Em agosto do ano passado, o lobista João Augusto Henriques, responsável, no PMDB, por fazer a caneta da Diretoria Internacional da Petrobras se mexer, afirmou a ÉPOCA que montara essa operação. Disse que, para que a caneta do PT de Gabrielli se mexesse e aprovasse o contrato, foi preciso acertar uma doação equivalente a US$ 8 milhões à campanha de Dilma Rousseff. “Odebrecht? Eu montei tudo”, disse João Augusto. “A Odebrecht tinha de ganhar. Foi até ideia minha. Pelo tamanho dela. Pelo padrão.” Ele afirmou que acertou a doação com o tesoureiro informal do PT, João Vaccari. Segundo João Augusto, tudo começou no segundo semestre de 2009. Funcionava no Senado a CPI da Petrobras. Era uma CPI fajuta, que quase nada investigou. Pelo acordo revelado por João Augusto e confirmado a ÉPOCA por mais dois envolvidos na operação, o PMDB ajudaria a enterrar a CPI, relatada pelo senador Romero Jucá. Em troca, a direção da Petrobras, então comandada por Gabrielli, assinaria embaixo do projeto Odebrecht. Houve dificuldades, mas assim foi feito.
Em janeiro de 2012, pouco antes da intervenção branca de Dilma na Petrobras e da posse de Graça Foster, auditores encontraram irregularidades graves no contrato de US$ 826 milhões. ÉPOCA obteve acesso à auditoria. Era um trabalho preliminar, mas minucioso, que nunca veio a público. Nele, os auditores são contundentes nas ressalvas à operação. Alertam que o negócio com a Odebrecht fora ruim – e dizem que o contrato deveria ser rescindido (leia documentos e detalhes acima). “A estratégia de contratação para implantação da carteira (SMS) da ANI (Área de Negócios Internacional) se mostrou prejudicial aos interesses da Petrobras”, afirmaram os auditores. “Sob tais circunstâncias, o processo licitatório deveria ter sido interrompido”, afirmou Marise Feitoza, gerente de Auditorias Especiais.
Os auditores entenderam que a contratação fora equivocada, por causa do perfil das empresas convidadas e pelo prazo reduzido para apresentação de propostas. A Petrobras convidou formalmente outras empreiteiras: quatro no Brasil e quatro no exterior. Algumas não tinham nada a ver com esse tipo de serviço. Todas declinaram. Sobrou para a Odebrecht. A auditoria preliminar apontava numerosas irregularidades no contrato. Entre elas: a diretoria executiva da Petrobras determinara que os serviços relativos às refinarias de Pasadena, nos Estados Unidos, Bahía Blanca, na Argentina, e Okinawa, no Japão, deveriam ser submetidos a autorização específica antes de ser feitos. No caso de Pasadena, isso significou um aditivo de US$ 20,3 milhões ao contrato. Os auditores não encontraram evidência de que isso tenha sido respeitado. A fiscalização concluiu que a Odebrecht usou uma artimanha comum: atribuir preços elevados a serviços que fatalmente serão feitos em maior quantidade na execução do contrato. É uma prática conhecida como “jogo de planilha”. Aumenta o lucro da empresa contratada. E dá prejuízo a quem contrata.
O relatório causou pânico na cúpula da Petrobras e fúria na Odebrecht. De acordo com técnicos da estatal, Graça Foster e sua equipe pretendiam seguir a orientação da auditoria e anular o contrato. Ao saber disso, João Augusto e o PMDB agiram. Segundo o relato de João Augusto, o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, procurou Graça Foster para impedir a anulação do contrato. Ele mencionou, segundo João Augusto e outro lobista envolvido no negócio, as “contribuições políticas” decorrentes do contrato.
Após a pressão da Odebrecht e dos lobistas envolvidos, fez-se uma nova versão da auditoria. Ela não falava em anular o contrato e usava linguagem mais leve. Era uma solução intermediária. Em janeiro de 2013, decorridos pouco mais de dois anos da contratação, a Petrobras anunciou a redução do contrato: de US$ 826 milhões, para US$ 480 milhões. Como justificativa, a direção disse que o contrato precisava “refletir o portfólio atualizado de ativos e necessidades de serviços de controladas no exterior”.
ÉPOCA localizou a auditora Marise Feitoza, que trabalhou nas duas versões da auditoria. Ela disse não se lembrar da primeira e mais pesada versão. “Em nossa rotina, a gente sempre emite os primeiros comentários e envia a quem foi auditado, para que possa fazer seus comentários sobre o que foi levantado. A partir de ajustes e acertos, às vezes alguém pode apresentar novos dados para a gente, pode ter errado em alguma análise. Todo auditor trabalha assim”, disse.
Investigações independentes da PF, do MPF e de uma cada vez mais inevitável CPI são fundamentais em casos como este e também em outros. É o caso de outro contrato fechado por Paulo Roberto, com a petroquímica Unipar, em 2008. A Petrobras se uniu à Unipar, para criar a maior empresa do setor, chamada Quattor. “A parceria entre a Petrobras e o grupo Unipar não poderia ser mais auspiciosa”, disse Paulo Roberto, ao assinar o contrato. A sociedade foi criticada dentro da Petrobras e por executivos independentes. Segundo essas críticas, a Unipar pagou muito pouco (R$ 380 milhões) para entrar na sociedade, ainda por cima tendo controle sobre ela.
No começo de 2009, a “auspiciosa” parceria rendeu propina ao esquema de Paulo Roberto e Youssef, segundo suspeita a PF. Um relatório do Conselho de Controle das Atividades Financeiras, o Coaf, obtido por ÉPOCA no inquérito da Lava Jato, revela que a Unipar depositou R$ 466 mil na conta de uma das empresas de fachada de Youssef – a mesma que recebia depósitos de propina das empreiteiras com contratos na Petrobras (leia acima). Pelo relativo baixo valor do pagamento em relação ao total do negócio, a PF suspeita que obtiveram apenas um retrato de uma relação financeira mais estável, que envolveu outros pagamentos. Agora, a PF tenta rastrear outras transações da Unipar com Youssef.
O ministro Edison Lobão afirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que conhece o ex-gerente José Raimundo Pereira. De acordo com a nota, Pereira chegou ao cargo de gerente executivo de Marketing e Comercialização “por decisão da direção da empresa” e “contou com o apoio”. Procurado, Pereira não retornou os recados deixados por ÉPOCA. O empresário Frank Geyer e a Unipar informaram, por intermédio da assessoria de imprensa, que não se manifestariam. A Petrobras não respondeu até o fechamento desta edição. ÉPOCA não conseguiu localizar João Vaccari e o senador Romero Jucá. No ano passado, por meio da assessoria do PT, Vaccari afirmou não ter sido responsável pela tesouraria da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010 e que as doações recebidas foram todas legais. Jucá negou ter conversado com João Augusto ou ter barganhado o contrato da Odebrecht pelo fim da CPI da Petrobras, em 2009.
Em nota, a Odebrecht afirma: “A Odebrecht nega veementemente a existência de qualquer irregularidade nos contratos firmados com a Petrobras, conquistados legitimamente por meio de concorrências públicas. Esclareça-se que a redução no valor do mencionado contrato para a execução de serviços em instalações da Petrobras fora do Brasil foi única e exclusivamente consequência da diminuição do escopo deste contrato. Em decorrência do plano de desinvestimentos da Petrobras no exterior, a prestação dos serviços elencados no contrato, originalmente prevista para ocorrer em nove países, foi reduzida para quatro. A Odebrecht desconhece questionamentos feitos em auditoria interna da Petrobras e as conclusões dessa mesma auditoria. A empresa está à disposição de qualquer órgão de fiscalização para fornecer informações sobre o mencionado contrato, cujas obras previstas já foram concluídas e entregues.”
Na Petrobras, as canetas sempre se movem na direção certa. Após pagar pouco para virar sócia da Petrobras, a Unipar ganhou muito para sair da sociedade. Em 2010, a Petrobras uniu os ativos dela aos de uma outra empresa para formar uma petroquímica ainda maior, a Braskem. Essa outra empresa era a Odebrecht.
 
Uma união suspeita (Foto: Agência Petrobras)






FONTE: http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2014/05/novas-evidencias-de-corrupcao-e-caixa-dois-num-contrato-da-bpetrobras-com-odebrecht-b.html

Simplesmente vergonhoso: O lobista Lula protegido até 2030


O PT armou mais uma farsa para acobertar Lula.
Quando O Globo denunciou a tramóia do Itamaraty para esconder os documentos relativos à Odebrecht, o governo prometeu acesso irrestrito ao material.
Ontem, porém, Dilma Rousseff classificou como secretos e reservados 760 documentos sobre as viagens ao exterior do lobista Lula, a serviço da Odebrecht.
Os telegramas que foram liberados - e que podem ser lidos no site da Época - vão até 2010, cobrindo apenas os dois mandatos presidenciais de Lula.
O que ele fez de lá para cá, depois de deixar o governo, contratado como lobista da Odebrecht, sempre com o apoio das embaixadas brasileiras, só será conhecido em 2030.
É uma gente repulsiva.

fonte:http://www.oantagonista.com/posts/o-lobista-lula-protegido-ate-2030


Chefe da Corrupção em desespero quer guerra: Lula diz que é o próximo alvo do Juiz Moro na Lava Jato e ameaça com o MST

O Brasil à beira de uma guerra civil? POR CAUSA DESSE CORRUPTO??????

O sujeito rouba e se faz de vítima,tipico de picareta comunista safado,cadeia para esse bandido. Lula saiu vociferando que o PT é vítima de tudo isso que está acontecendo, que a Lava Jato é uma 'armação golpista' e que o MST, a CUT e outros vão para guerra ao seu lado para manter 'o progresso' do Brasil.

O Brasil à beira de uma guerra civil?
Lula e o PT estão desesperados após a prisão dos amigos de esquema das maiores empreiteiras do país metidos até o talo no maior roubo da história da nação, até o momento, enquanto o BNDES-salão não vem à tona. O desespero é tanto que Lula meio que 'canta a bola' antes da hora e até critica Dilma por não ter afastado o Moro de algum jeito.
Lula saiu vociferando que o PT é vítima de tudo isso que está acontecendo, que a Lava Jato é uma 'armação golpista' e que o MST, a CUT e outros vão para guerra ao seu lado para manter 'o progresso' do Brasil>>>
Depois das prisões dos maiores figurões das maiores gatunas/empreiteiras do Brasil, a 'cumpanherada' está numa campanha suicída, do tipo Kamikaze para destruir a Operação Lava Jato e o seu maior alvo é o Juiz Moro e PF.
Desdes as primeiras horas de sexta até agora, blogues, sites e veículos financiados pelo PT e subsidiados pelo governo estão numa campanha difamatória terrível contra Moro e a Força Tarefa Federal Patriota, buscando desqualificar todas as ações.  (Reveja a Lista da Mídia Vermelha)
E como não poderia ser diferente, Lula, meio de porre pelo visto e com o rabinho na rifa como diz o povão, saiu vociferando que o PT é vítima de tudo isso que está acontecendo, que é uma 'armação golpista' e que ele é o próximo alvo do implacável Juiz Sérgio Moro e da força tarefa da Lava Jato. Além disso, o Molusco 51 tem reiterado, assim como o João Pedro Stédile que se algo acontecer, o MST vai fazer o diabo no Brasil com invasões e manifestos nervosos por todo o território. (REVEJA:  Governo Dilma 'firma acordo' e 'guerrilha bolivariana Madurista' instrui o MST no Brasil)
LULA APELA PARA VITIMIZAÇÃO E AMEAÇA SE FOR PRESO
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a aliados que a prisão dos presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez é uma demonstração de que ele será o próximo alvo da Operação Lava-Jato. Segundo reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, Lula também reclamou do que chamou de "inércia" da presidente Dilma Rousseff para a contenção dos danos causados pela investigação.

A reportagem cita interlocutores que teriam afirmado que Lula se queixa da atuação do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, por ter convencido Dilma a minimizar o impacto político da operação.

O ex-presidente se mostraria preocupado, em conversas, pelo fato de não ter foro privilegiado, podendo ser chamado a depor a qualquer momento. Por isso, expressa insatisfação que o caso ainda esteja sob a condução do juiz Sérgio Moro, aponta a publicação.
A reportagem também cita a preocupação dos petistas em relação ao caixa do partida e sobre a prestação de contas da campanha da presidente Dilma, o que preocuparia o Palácio do Planalto pelos efeitos negativos na economia.
Nesta sexta-feira, segundo a reportagem, Lula manteve sua agenda: um almoço com o ministro da Educação, Renato Janine, e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, além do secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita. Segundo participantes, ele exibia bom humor.







MARCELO ODEBRECHT AMEAÇA DERRUBAR A REPÚBLICA.. -SERÁ??? O MARCOS VALÉRIO RECEBEU E FICOU CALADO.



• “Terão de construir mais 3 celas: para mim, Lula e Dilma”, dizia Emilio Odebrecht, sobre possível prisão do filho. O presidente da Odebrecht, Marcelo, foi preso nesta sexta feira.
Desde que o avançar inexorável das investigações da Lava Jato expôs ao Brasil o desfecho que, cedo ou tarde, certamente viria, o mercurial empresário Emilio Odebrecht, patriarca da família que ergueu a maior empreiteira da América Latina, começou a ter acessos de raiva.
Nesses episódios, segundo pessoas próximas do empresário, a raiva – interpretada como ódio por algumas delas – recaía sobre os dois principais líderes do PT: a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A exemplo dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, outros dois poderosos alvos dos procuradores e delegados da Lava Jato, Emilio Odebrecht acredita, sem evidências, que o governo do PT está por trás das investigações lideradas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
“Se prenderem o Marcelo (Odebrecht, filho de Emilio e atual presidente da empresa), terão de arrumar mais três celas”, costuma repetir o patriarca, de acordo com esses relatos. “Uma para mim, outra para o Lula e outra ainda para a Dilma.”
Na manhã da sexta-feira, 19 de junho de 2015, 459 dias após o início da Operação Lava Jato, prenderam o Marcelo. Ele estava em sua casa, no Morumbi, em São Paulo, quando agentes e delegados da Polícia Federal chegaram com o mandado de prisão preventiva, decretada pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal da Justiça Federal do Paraná, responsável pelas investigações do petrolão na primeira instância. Estava na rua a 14ª fase da Lava Jato, preparada meticulosamente, há meses, pelos procuradores e delegados do Paraná, em parceria com a PGR. Quando ainda era um plano, chamava-se “Operação Apocalipse”.
Para não assustar tanto, optou-se por batizá-la de Erga Omnes, expressão em latim, um jargão jurídico usado para expressar que uma regra vale para todos – ou seja, que ninguém, nem mesmo um dos donos da quinta maior empresa do Brasil, está acima da lei.
Era uma operação contra a Odebrecht e, também, contra a Andrade Gutierrez, a segunda maior empreiteira do país. Eram as empresas, precisamente as maiores e mais poderosas, que ainda faltavam no cartel do Petrolão. Um cartel que, segundo a força-tarefa da Lava Jato, fraudou licitações da Petrobras, desviou bilhões da estatal e pagou propina a executivos da empresa e políticos do PT, do PMDB e do PP, durante os mandatos de Lula e Dilma.
Os comentários de Emilio Odebrecht eram apenas bravata, um desabafo de pai preocupado, fazendo de tudo para proteger o filho e o patrimônio de uma família? Ou eram uma ameaça real a Dilma e a Lula? Os interlocutores não sabem dizer. Mas o patriarca tem temperamento forte, volátil e não tolera ser contrariado. Também repetia constantemente que o filho não “tinha condições psicológicas de aguentar uma prisão”. Marcelo Odebrecht parece muito com o pai. Nas últimas semanas, segundo fontes ouvidas por ÉPOCA, teve encontros secretos com petistas e advogados próximos a Dilma e a Lula. Transmitiu o mesmo recado: não cairia sozinho. Ao menos uma dessas mensagens foi repassada diretamente à presidente da República. Que nada fez.
Quando os policiais amanheceram em sua casa, Marcelo Odebrecht se descontrolou. Por mais que a iminência da prisão dele fosse comentada amiúde em Brasília, o empresário agia como se fosse intocável. Desde maio do ano passado, quando ÉPOCA revelara asprimeiras evidências da Lava Jato contra a Odebrecht, o empresário dedicava-se a desancar o trabalho dos procuradores. Conforme as provas se acumulavam, mais virulentas eram as respostas do empresário e da Odebrecht. Antes de ser levado pela PF, ele fez três ligações. Uma delas para um amigo que tem interlocução com Dilma e Lula – e influência nos tribunais superiores em Brasília. “É para resolver essa lambança”, disse Marcelo ao interlocutor, determinando que o recado chegasse à cúpula de todos os poderes. “Ou não haverá República na segunda-feira.”
A reportagem de maio de 2014 de ÉPOCA sobre evidências de corrupção e caixa dois num contrato da Petrobras com a Odebrecht

Antes mesmo de chegar à carceragem em Curitiba, Marcelo Odebrecht estava “agitado, revoltado”, nas palavras de quem o acompanhava. Era um comportamento bem diferente de outro preso ilustre: o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo. Otávio Azevedo, como o clã Odebrecht, floresceu esplendorosamente nos governos de Lula e Dilma. Tem uma relação muito próxima com eles – e com o governador de Minas Gerais, o petista Fernando Pimentel, também investigado por corrupção, embora em outra operação da PF. Otávio Azevedo se tornou compadre de Pimentel quando o petista era ministro do Desenvolvimento e, como tal, presidia o BNDES.
Não há como determinar com certeza se o patriarca dos Odebrechts ou seu filho levarão a cabo as ameaças contra Lula e Dilma. Mas elas metem medo nos petistas por uma razão simples: a Odebrecht se transformou numa empresa de R$ 100 bilhões graças, em parte, às boas relações que criou com ambos. Se executivos da empresa cometeram atos de corrupção na Petrobras e, talvez, em outros contratos estatais, é razoável supor que eles tenham o que contar contra Lula e Dilma.
A prisão de Marcelo Odebrecht encerra um ciclo – talvez o maior deles – da Lava Jato. Desde o começo, a investigação que revelou o maior esquema de corrupção já descoberto no Brasil mostrou que, em 2015, é finalmente possível sonhar com um país com menos impunidade. Pela primeira vez, suspeitos de ser corruptores foram presos – os executivos das empreiteiras. Antes, apenas corruptos, como políticos e burocratas, eram julgados e condenados. E foi precisamente esse lento acúmulo de prisões, e as delações premiadas associadas a elas, que permitiu a descoberta de evidências de corrupção contra Marcelo Odebrecht, o empreiteiro que melhor representa a era Lula.
Foram necessárias seis delações premiadas, dezenas de buscas e apreensão em escritórios de empresas e doleiros e até a colaboração de paraísos fiscais para que o dia 19 de junho fosse, enfim, possível.


sexta-feira, 19 de junho de 2015

Dilma edita MP com regra alternativa à do Congresso para substituir o fator previdenciário

Dilma edita MP com regra alternativa à do Congresso para substituir o fator previdenciário

Presidente vetou proposta aprovada pelos parlamentares que instituía o fator 85/95 como condição para o trabalhador se aposentar mantendo integralmente seu salário, criando no lugar tabela gradual para que em 2022 passe a valer o fator 90/100
A presidente Dilma Rousseff editou a Medida Provisória (MP) 676/15, que prevê uma alternativa à proposta vetada por ela nesta quarta-feira (17) que criava uma nova fórmula para o cálculo de aposentadorias. A proposta tinha sido aprovada por meio de emenda à MP 664/14 e permitia ao trabalhador, na hora da aposentadoria, aplicar a regra chamada 85/95 em vez do fator previdenciário.
A regra 85/95 permitiria que a mulher se aposentasse quando a soma de sua idade com o tempo de contribuição à Previdência Social atingisse 85 anos, exigido um mínimo de 30 anos de contribuição. No caso do homem, essa soma deveria ser igual ou superior a 95, com mínimo de 35 anos de contribuição. Com essa regra, a aposentadoria seria integral em relação ao salário de contribuição – cujo valor máximo é de R$ 4,6 mil. Para os professores, haveria diminuição de 10 anos nesses totais.
O governo argumentou que o fim do fator previdenciário poderia provocar um rombo de R$ 135 bilhões na Previdência em 2030. O fator é um cálculo matemático que leva em conta a expectativa de vida do brasileiro e reduz o benefício quando o trabalhador se aposenta antes dos 60 anos (mulheres) ou 65 anos (homens).
O fator vigora desde 2000 e foi criado como alternativa à idade mínima para aposentadoria, que não foi aprovada pelo Congresso.
Aumento gradual
A MP 676/15, publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (18), cria uma regra nova, que já está em vigor e deve ser votada pela Câmara e pelo Senado.
A medida prevê que a pessoa que já tem o direito de se aposentar por tempo de contribuição pode optar pela não incidência do fator previdenciário caso a soma de sua idade com o tempo de contribuição seja de 95 anos, se for homem (com tempo mínimo de contribuição de 35 anos), ou 85 anos, se for mulher (com tempo mínimo de contribuição de 30 anos).
No entanto, prevê um aumento gradual dessa soma a partir de 2017 até 2022. Em 2017, a soma deverá ser de 96 para os homens e de 86 para as mulheres. Dois anos depois, em 2019, passa a ser de 97 e 87. A partir daí, terá ajustes anuais: 98 e 88 em 2020; 99 e 89 em 2021; e 100 e 90 em 2022.
Já nos casos de professores que comprovarem exclusivamente o tempo de efetivo exercício de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, serão acrescidos cinco pontos à soma da idade com o tempo de contribuição.
Ontem, quando o governo anunciou a proposta, o autor da emenda vetada, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), criticou a progressão. “É o mesmo que correr atrás do rabo, não vai chegar nunca, porque quando chegar [a soma de] 85 vai pra 86, quando chegar [a sina de] 86 vai para 87”, disse.
Já o líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (PT-AC), disse que a adoção da progressividade na aplicação do fator previdenciário foi lúcida. “Foi uma lucidez muito grande essa progressividade que o governo está propondo por meio da medida provisória, somando à regra aprovada no Congresso, do fator 85/95, a progressão inevitável de uma maior expectativa de vida da população brasileira, que caminha para chegar perto dos 75 anos”, disse Sibá.


Reportagem – Antonio Vital
Edição – Marcos Rossi

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'


FONTE: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/TRABALHO-E-PREVIDENCIA/490550-DILMA-EDITA-MP-COM-REGRA-ALTERNATIVA-A-DO-CONGRESSO-PARA-SUBSTITUIR-O-FATOR-PREVIDENCIARIO.html?utm_campaign=boletim&utm_source=agencia&utm_medium=email

MORO MANDA PRENDER AMIGOS DO LULA: SERGIO MORO MANDA PRENDER PRESIDENTES DA ODEBRECHT E ANDRADE GUTIERREZ



MARCELO ODEBRECHT E OTÁVIO MARQUES AZEVEDO, PRESIDENTE DA ANDRADE GUTIERREZ, 
ESTÃO ENTRE OS ALVOS DA 14ª FASE DA OPERAÇÃO LAVA JATO. (FOTOS: ESTADÃO CONTEÚDO)
O juiz federal Sergio Moro mandou prender Marcelo Odebrecht, presidente da maior
 construtora brasileira, que concentra mais de 50% dos contratos da Petrobras e dos
 financiamentos do BNDES no exterior. Moro, que coordena a Lava Jato determinou
 nesta sexta-feira à Polícia Federal o cumprimento de 59 mandados judiciais, na 14ª fase
 da Operação Lava Jato, sendo 12 de prisão. Também foi preso Otávio Marques de
 Azevedo, presidente da empreiteira Andrade Gutierrez.
Além de Marcelo Odebrecht, também foram presos seus executivos Rogério Araújo e
 Márcio Freitas, que o representava, segundo os investigadores, na coordenação das 
empresas que se cartelizaram para fraudar licitações, distribuir contratos e subornar
 autoridades. Quatro dos mandados de prisão, cinco de condução coercitiva e 17 de
 busca e apreensão são cumpridos em São Paulo. A PF vasculha os escritórios da
 Odebrecht na capital paulista.
Também estão sendo cumpridos 38 mandados de busca e apreensão e nove de condução
 coercitiva. Os mandados são cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais
 e Rio Grande do Sul e têm como alvo as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez,
 segundo a PF.
Desde o início da operação, dezenas de pessoas já foram presas, entre elas estão o 
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa –  que cumpre prisão
 domiciliar no Rio de Janeiro e Alberto Youssef, que está preso em Curitiba.
Até agora, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, 
aceitou denúncia contra mais de 80 pessoas. São alvo de ações as empreiteiras 
Camargo Corrêa, Sanko-Sider, Mendes Júnior, OAS, Galvão Engenharia e Engevix.







VEJAM BEM.. VAI COMEÇAR A FALTAR ALIMENTOS: Falta boi para abate e 26 frigoríficos do país já fecharam; 14 deles em MS



Frigoríficos do país fecham as portas por falta de bois para abates. (Foto: Claudio Vaz/Divulgação)
Frigoríficos do país fecham as portas por falta de bois para abates. (Foto: Claudio Vaz/Divulgação)

A falta de bois para abate que já fechou 14 unidades e deixou 1,5 mil desempregados em Mato Grosso do Sul, tem atingido frigoríficos de outros Estados. Matéria publicada ontem (14) pelo jornal Estadão, confirma o que o Campo Grande News afirmou no dia 08 de junho, em 90 dias, ao menos três unidades fecharam as portas por aqui. Além disso, a situação é parecida no Mato Grosso, Rondônia, São Paulo e Goiás.

De acordo com o Estadão, dos 26 frigoríficos que fecharam ou deram férias coletivas no Brasil, 14 são de Mato Grosso do Sul, que possui o quinto maior rebanho, com 20,8 milhões de bovinos. O número pode ser ainda maior, já que as empresas não repassam dados para a Abrafrigro (Associação Brasileira de Frigoríficos). 
Mato Grosso que tem o maior rebanho bovino do país, com 28,4 milhões de cabeças, vive uma situação parecida com Mato Grosso do Sul. Sete fábricas foram fechadas e em maio, o JBS encerrou temporariamente a unidade de São José dos Quatro Marcos.
Em junho, o JBS suspendeu abates em Ariquemes (RO), alegando aumento de ociosidade na indústria nacional. Já o Marfrig, decidiu transformar em um centro de armazenagem e distribuição uma de suas fábricas em Promissão (SP). Segundo o Estadão, a empresa paralisou em janeiro a unidade em Rio Verde (GO).
A menor oferta de animais para o abate fez o preço da arroba em São Paulo subir 25% entre janeiro e dezembro de 2014. Conforme o Estadão, como os preços da carne no atacado não subiram em igual proporção, a rentabilidade encolheu e as empresas do Estado enfrentam dificuldades este ano.
Em entrevista ao Estadão, o presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar, comentou que o plantel bovino diminui nos últimos anos e as unidades industriais aumentaram. "Há unidades em que as disponibilidades de bois é menor e aí elas não aguentam", afirmou. 
Para ele, a reversão do ciclo pecuário não deve acontecer brevemente. "O processo de retenção de vacas para aumentar o rebanho e ganhos de produtividade com o melhoramento genético, são processos lentos", finalizou. 

fonte: http://www.campograndenews.com.br/economia/falta-boi-para-abate-e-26-frigorificos-do-pais-ja-fecharam-14-deles-em-ms