quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

A MARCHA DAS PANELAS NA VENEZUELA, AS CABEÇAS VAZIAS DA OPOSIÇÃO DEMOCRÁTICA E O AVANÇO DO FORO DE SÃO PAULO -by Blog do Aluizio Amorim

Milhares de pessoas sairam às ruas neste sábado novamente na Venezuela para protestar contra a tirania comunista bolivariana de Nicolás Maduro e seus sequazes. Se olharmos como atenção para as fotografias e vídeos da Marcha das Panelas Vazias que ocorreu em Caracas e em mais algumas cidades venezuelanas, veremos que se parecem  com as últimas manifestações de oposição que ocorreram no Brasil. Da mesma forma, essas passeastas também se parecem com aquelas havidas recentemente na Argentina e até mesmo em Paris após o atentado do terror islâmico que, aliás, continua degolando cidadãos ocidentais enquanto os chefes de Estado das nações democráticas fazem que não vêem.
Tanto em Caracas, como em São Paulo, Venezuela, Buenos Aires e Paris se notarem bem as manifestações populares tem impacto zero no que concerne aos seus objetivos.


Isto decorre de um fato: a ausência do embate político e ideológico. Exemplo flagrante vem da França quando dias depois do atentado e das manifestações a grande mídia divulgou pesquisas revelando que o desastrado dirigente socialista francês François Hollande saiu fortalecido politicamente em decorrência do macabro e funesto episódio da matança.
A França não é a Venezuela ou o Brasil. Mas no contexto global e geopolítico se igualam. O mesmo vale para a Alemanha onde meia dúzia de malucos islâmicos conseguiram barrar uma manifestação da direita que a grande mídia qualifica de xenófoba, quando não a acusa de reeditar o nazi-fascismo. 
Guardadas as devidas proporções o jogo político é jogado de maneira uniforme em nível global. Entretanto, o fato mais curioso ocorre na América Latina que talvez seja o único continente do planeta onde as ações e reações na esfera da política ocorram rigorosamente de forma sincronizada. Este sincronismo fica evidente pela forma como agem os agentes políticos e seus partidos.
Fotomontagem que circula pelas rede sociais a partir da Venezuela
O TRIUNFO DO MAL
Enquanto as oposições em todos nesses países estão completamente desarticuladas ziguezagueando como baratas tontas os partidos esquerdistas agem de forma coordenada não apenas em seus respectivos países mas em termos continentais. Variam apenas algumas estratégias de ação que se vinculam a questões econômicas e culturais. Se na Venezuela, no Equador e na Bolívia o dito regime bolivariano, eufemismo para edulcorar tiranias comunistas, torna-se mais efetivo e escancarado, no Brasil, na Argentina ou no Chile ainda se terça armas com um resquício de democracia.
Os fatos políticos não acontecem por acaso. São operados e protagonizados pelos agentes políticos. Um sincronismo político de abrangência continental, como é o caso presente na América Latina, não é obra do acaso. Chega-se aqui, portanto, a uma indagação: como isto foi e é possível? A resposta que pode desagradar os menos avisados ou imbecis de todos os gêneros é apenas uma: a organização esquerdista transnacional Foro de São Paulo que em 1990, num congresso em São Paulo, transformou em realidade uma estratégia desenhada por Fidel Castro. Era uma questão de vida ou morte para a ditadura comunista, cubana haja vista que a debacle da URSS significava o fim do subsídio russo. Vem daí o projeto da tal “pátria grande”, ou seja, a transformação de todo o continente sul americano numa versão cucaracha da ex-URSS.
Como o Brasil havia se redemocratizado e a anistia geral e irrestrita deu status de cidadão  àqueles psicopatas que tentaram dar o golpe comunista em 1964, a Nação brasileira por sua grandeza econômica e influência geopolítica foi escolhida para concretizar o esquema formulado por Havana. Acresce a isto o fato de que Lula e seus sequazes já tinham pronto e organizado o PT. Lula estava em ascensão e por isso foi convocado por Fidel Castro para presidir e liderar o Foro de São Paulo fato que se concretizou naquele famigerado congresso na capital Paulista em 1990.
Portanto, o Foro de São Paulo está em campo há 24 anos anos. São quase um quarto de século de permanente atividade em todo o continente latino-americano. Mas o maior avanço desse plano comunista se deu a partir de 2002, quando Lula foi eleito presidente do Brasil e empossado em 2003.
SÍNDROME DA AVESTRUZ
Se a Marcha das Panelas Vazias na Venezuela ou as rececentes manifestações pós-eleitorais no Brasil ou ainda os protestos na Argentina têm, guardadas algumas nuances específicas, a mais absoluta semelhança como aludi no início destas linhas, isto decorre justamente de uma realidade: aqui no Brasil, na Venezuela ou em qualquer país sul americano, as reações populares acontecem na medida em que se aprofundam as ações do Foro de São Paulo. 
Enquanto as oposições democráticas em todos os países sul americanos continuarem com a síndrome da avestruz negando-se a encarar e enfrentar a realidade dos fatos, ou seja, admitir a existência e a atividade permanente do Foro de São Paulo seguirá perdendo eleições sucessivamente até que seja exterminado o último bastião de resistência. 
Uma das mais bem sucedidas estratégias do Foro de São Paulo, que impulsiona o dito comunismo do século XXI no continente, é disfarçar a tirania comunista com eleições supostamente democráticas, limpas e autênticas. Trata-se de um estratagema que reveste de legalidade todas as ilegalidades. As instituições democráticas, os Poderes Legislativo e Judiciário, tornam-se pantomimas depois de completamente aparelhados pelo partido. No caso brasileiro é o PT; na Venezuela e PSUV, o partido chavista; na argentina o peronismo e assim por diante em todos os países sul americanos.
Quem se der ao trabalho de acompanhar a política internacional no âmbito latino-americano constatará com facilidade que tudo o que estou discorrendo aqui e agora é a verdade absoluta. As variações no que tange ao avanço ou retrocesso estratégico do Foro de São Paulo se devem particularmente a realidades regionais e fatos diversos.
Se na Venezuela já esqueceram das sucessivas fraudes eleitorais que levou o defunto caudilho Hugo Chávez ao poder e mais recentemente o seu sucessor Nicolás Maduro, isso se deve particularmente ao descalabro econômico que degenerou na escassez de alimentos e demais bens de primeira necessidade. Isto é, a escassez, diga-se de passagem, também é uma forma de reprimir o povo e apagar a memória recente dos fatos políticos, pois a ausência de alimentos deixa todos desnorteados.
Fotomontagem criada na Venezuela que mostra a trágica realidade: os grandes supermercados com as gôndolas vazias.
CONFUSÃO E DIVERSIONISMO
Pelo Twitter informava-se neste sábado que enquanto milhares de pessoas batiam panelas vazias nas ruas, outro tanto se acumulava nas filas nas portas dos supermercados. Por ironia do destino, ou pela estratégia do Foro de São Paulo, neste sábado, justo no dia da marcha, apareceram de forma repentina no comércio alguns alimentos que haviam desaparecido durante as últimas semanas. O próprio tiranete Maduro apareceu num desses mercados estatais fazendo comícios relâmpagos acusando a oposição de promover uma “guerra econômica”.
Com a maioria dos veículos de mídia na mão - a totalidade das redes de televisão e rádio - o controle dos meios de comunicação pelo governo é total. O que continua de pé como mídia mais ou menos livre faz parte do processo de dourar a pílula, de fazer crer ao mundo que não há censura à imprensa. Como frisei, as tiranias comunistas do século XXI  utilizam todas as instituições democráticas para mascarar um dos sistemas ditatoriais mais truculentos já aparecidos na face da Terra. Qualquer partido comunista do passado é pinto magro perto do esquema do Foro de São Paulo. 
Dentre as instituições democráticas é a grande mídia a principal responsável pelo avanço desse neo-comunismo no continente sul americano. Mesmo aqueles veículos de mídia que se alinham mais à direita do espectro político também têm em suas redações a infiltração de elementos do Foro de São Paulo. A maioria dos jornalistas na atualidade cultiva o esquerdismo e isso já começa nas universidades ou, quiçá, no jardim de infância. Ao lado da mídia é a área educacional em todos os seus estágios controlada pelos agentes do Foro de São Paulo. É essa área a mais sensível e onde se aplica uma permanente lavagem cerebral mistificada pela ideologia do “pensamento politicamente correto”. 
Como podem ver pelo que declinei nestas linhas a questão fundamental que se coloca neste momento para salvar os últimos resquícios de democracia em nossos respectivos países é que as lideranças democráticas que restam ainda com algum poder e influência encarem de frente a questão em toda a sua abrangência. E isso começa por um mergulho na realidade política continental. Essas lideranças têm de agir de forma política e ideológica e isso significa que têm de admitir que o inimigo da democracia e da liberdade é o Foro de São Paulo. 
Fora disso é dar tiro n’água. O embate que tem de ser travado no Brasil, na Venezuela, na Argentina, em todas as Américas, incluindo sim os Estados Unidos é ao nível político e ideológico de forma a banir para sempre o espectro comunista seja qual for a denominação que lhe dêem.
Se isso não acontecer, passeatas, marchas, manifestações variadas pacíficas e democráticas servirão mais para levar água ao moinho do Foro de São Paulo, porquanto apenas revestirão de democracia uma farsa


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A “pedalada” no balanço da Petrobras: prejuízo de R$ 60 bilhões vira lucro de R$ 3 bilhões


A Petrobras decidiu divulgar o balanço contábil do terceiro trimestre de 2014 sem revisão pelos auditores independentes, em nome da “transparência”. A estatal compreende que será necessário realizar ajustes contábeis nos ativos imobilizados, por conta da Operação Lava-Jato, mas, “em face da impraticabilidade de quantificar de forma correta” essas perdas, preferiu usar uma metodologia mais gradual até se chegar ao valor justo desses ativos no balanço.
Reconheceu, portanto, uma perda de “apenas” R$ 2,7 bilhões com as refinarias Premium I e Premium II, em razão da descontinuação desses projetos. Mas, em carta assinada pela presidente Graça Foster (alguém a viu por aí recentemente?), a empresa reconhece que o tamanho provável do rombo é muito maior.
Praticamente um terço dos ativos da estatal foram avaliados por firmas independentes, mas a presidente julga que “o amadurecimento adquirido no desenvolvimento do trabalho tornou evidente que essa metodologia não se apresentou como uma substituta ‘proxy’ adequada para mensuração dos potenciais pagamentos indevidos”.
Ainda assim, ela prossegue: “O resultado das avaliações indicou que os ativos com valor justo abaixo do imobilizado totalizaram R$ 88,6 bilhões de diferença a menor. Os ativos com valor justo superior totalizaram R$ 27,2 bilhões de diferença a maior frente ao imobilizado”. Apesar disso, a empresa decidiu não utilizar a metodologia do valor justo para ajustar os ativos no balanço.
Trocando em miúdos, aquilo que seria um prejuízo de mais de R$ 60 bilhões por perdas contábeis se transformou num lucro de R$ 3 bilhões no trimestre (que, ainda assim, representa uma queda de quase 40% em relação ao trimestre anterior). O EBITDA ajustado, uma proxy da geração bruta de caixa da empresa, ficou em R$ 11,7 bilhões no trimestre, uma queda de 28% em relação ao segundo trimestre.
A Petrobras terminou o trimestre com um endividamento líquido de R$ 261,4 bilhões, um aumento de 18% (ou R$ 40 bilhões) em relação ao fechamento de 2013. A empresa investiu R$ 62 bilhões até o terceiro trimestre em 2014. Ou seja, a geração própria de caixa da empresa não consegue financiar seus projetos, e ela precisou buscar dois terços do total investido com terceiros.
Além do elevadíssimo endividamento, grande parte dele é em moeda estrangeira, principalmente dólar (70% do total). Se o real sofrer uma desvalorização acentuada, o impacto no resultado da Petrobras será enorme. A empresa deve muito, e deve em moeda estrangeira. Teoricamente ela teria um “hedge”, pois vende uma commodity cujo preço é dolarizado. Mas sabemos que isso é só na teoria, pois a empresa não repassa o aumento do petróleo para os preços, por pressão do governo para combater a inflação.
Em resumo, o balanço da Petrobras, não auditado, sem reconhecer os rombos por conta dos “malfeitos”, e com um endividamento desta magnitude, em dólar, é mesmo um show de horror. Ninguém fica surpreso ao ver as ações da empresa valendo cada vez menos. A destruição da maior empresa do país pela incompetência e corrupção do PT segue seu curso, ainda que a “pedalada” tenha transformado um prejuízo de R$ 60 bilhões em um lucro de R$ 3 bilhões no trimestre…
Rodrigo Constantino

fonte: http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/corrupcao/a-pedalada-no-balanco-da-petrobras/

A impiedosa destruição do real por Leandro Roque

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 por Leandro Roque
A melhor maneira de aferir a saúde de uma moeda é analisando a evolução de sua taxa de câmbio em relação às outras moedas do mundo.
A taxa de câmbio é um preço formado instantaneamente pela interação voluntária de bilhões de agentes econômicos ao redor do mundo.  Se esses bilhões de agentes econômicos acreditam que a inflação de preços no seu país será baixa, sua moeda irá se valorizar.  Se eles acreditam que a inflação está alta ou que ela será alta, sua moeda irá se desvalorizar. 
Grosso modo, a taxa de câmbio representa, em tempo real, a razão entre o nível geral de preços vigente em dois países distintos.  A taxa de câmbio entre dois países é igual à razão de seus níveis de preços relativos.
Sendo assim, a evolução da taxa de câmbio é uma narrativa da evolução do poder de compra atual de sua moeda em relação a todas as outras. 
A conclusão, portanto, é que com a taxa de câmbio não há segredo: se ela está se desvalorizando por muito tempo, então é porque o país está em rota inflacionária.  Se ela está se valorizando com o tempo, então é porque o país está em rota sadia.
Não há mensurador mais confiável e mais acurado do que esse. 
E qual foi o histórico do real durante os quatro anos do governo Dilma?  De maneira simples e educada, pavoroso.
O real não só apanhou de todas as moedas tradicionais (dólar americano, euro, franco suíço, libra esterlina, dólar australiano, dólar canadense, dólar neozelandês, dólar de Cingapura e renminbi chinês), como também conseguiu apanhar de portentos como o guarani paraguaio, o novo sol peruano, o peso uruguaio, o boliviano, o baht tailandês e o gourde haitiano (sério).
Naturalmente, o real também apanhou do peso mexicano, do peso colombiano e do peso chileno.
Como consolo, fomos melhores que o peso argentino e que o rublo russo (mas só na prorrogação).
Veja a carnificina. 
(Obs: quando uma unidade de moeda estrangeira é maior que 1 real, a cotação se dá em termos de moeda estrangeira por real; quando 1 real é maior que uma unidade da moeda estrangeira, a cotação se dá em termos de real por moeda estrangeira).
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Gráfico 1: evolução da taxa de câmbio do dólar americano em relação ao real.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o dólar se apreciou 53% em relação ao real.

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Gráfico 2: evolução da taxa de câmbio do franco suíço em relação ao real.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o franco se apreciou 71% em relação ao real.

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Gráfico 3: evolução da taxa de câmbio do euro em relação ao real.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o euro se apreciou 35% em relação ao real.

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Gráfico 4: evolução da taxa de câmbio da libra esterlina em relação ao real.  De 31 de dezembro de 2010 a 23 de janeiro de 2015, a libra se apreciou 48% em relação ao real.

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Gráfico 5: evolução da taxa de câmbio do dólar canadense em relação ao real.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o dólar canadense se apreciou 25% em relação ao real.

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Gráfico 6: evolução da taxa de câmbio do dólar australiano em relação ao real.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o dólar australiano se apreciou 24% em relação ao real.

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Gráfico 7: evolução da taxa de câmbio do dólar neozelandês em relação ao real.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o dólar neozelandês se apreciou 55% em relação ao real.

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Gráfico 8: evolução da taxa de câmbio do dólar de Cingapura em relação ao real.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o dólar de Cingapura se apreciou 49% em relação ao real.

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Gráfico 9: evolução da taxa de câmbio do real em relação ao iuane chinês.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o real se desvalorizou 39% em relação ao iuane.

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Gráfico 10: evolução da taxa de câmbio do real em relação ao peso mexicano.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o real se desvalorizou 22% em relação ao peso mexicano.

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Gráfico 11: evolução da taxa de câmbio do real em relação ao peso colombiano.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o real se desvalorizou 20% em relação ao peso colombiano.

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Gráfico 12: evolução da taxa de câmbio do real em relação ao peso chileno.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o real se desvalorizou 13% em relação ao peso chileno.

Agora o massacre se torna mais humilhante:

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Gráfico 13: evolução da taxa de câmbio do real em relação ao boliviano.  De 31 de dezembro de 2010 a 22 de janeiro de 2015, o real se desvalorizou 36% em relação ao boliviano.

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Gráfico 14: evolução da taxa de câmbio do real em relação ao sol peruano.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o real se desvalorizou 30% em relação ao sol peruano.

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Gráfico 15: evolução da taxa de câmbio do real em relação ao gourde haitiano.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o real se desvalorizou 24% em relação ao gourde haitiano.

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Gráfico 16: evolução da taxa de câmbio do real em relação ao guarani paraguaio.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o real se desvalorizou 33% em relação ao guarani paraguaio.

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Gráfico 17: evolução da taxa de câmbio do real em relação ao peso uruguaio.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o real se desvalorizou 20% em relação ao peso uruguaio.

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Gráfico 18: evolução da taxa de câmbio do real em relação ao baht tailandês.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o real se desvalorizou 30% em relação ao baht.

A consolação
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Gráfico 19: evolução da taxa de câmbio do real em relação ao peso argentino.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o real se valorizou 41% em relação ao peso argentino. E, mesmo assim, toda a valorização do real ocorreu em 2014, quando a Argentina decretou moratória.

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Gráfico 20: evolução da taxa de câmbio do real em relação ao rublo russo.  De 31 de dezembro de 2010 a 21 de janeiro de 2015, o real se valorizou 39% em relação ao rublo. E, mesmo assim, toda a valorização do real ocorreu apenas em dezembro de 2014, quando o rublo se esfacelou no mercado mundial. De 2011 a meados de 2014, o real se desvalorizou em relação ao rublo.

Conclusão
Nossa moeda está sendo impiedosamente esfacelada em decorrência das políticas monetária e fiscal do governo, perdendo poder de compra em relação até mesmo à moeda do Haiti. 
Em julho de 2011, o dólar custava R$1,54.  Quem ganhava R$ 3.000 naquela época tinha um salário equivalente a US$ 1.948.  Hoje, com o dólar a R$ 2,60, essa mesma pessoa teria de estar ganhando R$ 5.065 (aumento de 70%) apenas para voltar ao valor nominal em dólares de 2011.
Da mesma forma, um salário mínimo em meados de 2011 valia US$ 353. Hoje vale apenas US$ 303.
O povo está sendo enganado direitinho.
Enquanto isso, economistas desenvolvimentistas continuam batendo bumbo para a destruição do poder de compra da moeda e seguem dizendo que o país precisa é de um câmbio ainda mais desvalorizado, pois, segundo eles, o câmbio está "apreciado demais" e isso está "prejudicando a indústria".
Segundo esses magos, a desvalorização do câmbio é o segredo para impulsionar a indústria e o setor exportador brasileiro.  
Tudo indica que eles habitam outra dimensão.  Senão, como explicar o fato de que a desindustrialização no Brasil chegou ao auge, e as exportações caíram, justamente no período em que a moeda mais se desvalorizou?  Eles parecem não perceber — ou fingem ignorar — que a desindustrialização está ocorrendo é justamente agora, quando temos uma moeda fraca, inflação alta, e as maiores tarifas protecionistas da história do real
Eles também ignoram que o que acaba com a indústria, como explicado em detalhes aqui, é a inflação de preços e de custos, gerada justamente pela desvalorização da moeda.  É a inflação de preços e de custos o quedesorganiza todo o planejamento de uma indústria e falsifica toda a sua contabilidade de custos, e não uma (fictícia) taxa de câmbio valorizada.
Uma taxa de câmbio valorizada, aliás, ajuda as indústrias mais competentes.  Qualquer indústria exportadora tem também de importar máquinas e bens de capital de qualidade, além de peças de reposição, para produzir seus bens exportáveis (pergunte isso a qualquer mineradora ou siderúrgica).  Se isso puder ser feito a um custo baixo (permitido por uma moeda forte), tanto melhor.
Uma moeda forte permite que as indústrias comprem bens de capital, máquinas e equipamentos de qualidade a preços baixos.  Isso as deixaria mais produtivas, aumentaria a qualidade dos seus produtos, e faria com que eles fossem mais demandados lá fora.
(Nos primeiros anos do Plano Real, a moeda era muito mais forte do que é hoje, e não houve nenhuma desindustrialização; ao contrário, houve modernização do parque industrial).
Nenhum país que tem moeda fraca e inflação alta produz bens de qualidade que sejam altamente demandados pelo comércio mundial.  Todos os bens de qualidade são produzidos em países com inflação baixa e moeda forte.  Apenas olhe a qualidade dos produtos alemães, suíços, japoneses, americanos, coreanos, canadenses, cingapurianos etc.
Se moeda forte fosse empecilho para a indústria, todos esses países seriam hoje terra arrasada.  No entanto, são nações fortemente exportadoras.  Moeda forte e muita exportação.
Essa destruição do poder de compra da nossa moeda tem de acabar.  A carestia que estamos vivenciando hoje não será resolvida enquanto o real não voltar a se fortalecer.  É impossível ter uma carestia minimamente tolerável se a sua moeda é gerenciada por incompetentes e perde poder de compra até mesmo em relação à moeda do Haiti.

Leandro Roque é o editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.

Por que os serviços do setor privado parecem ser mais caros ,por Predrag Rajsic

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Imagine que você seja um excelente mecânico e queira abrir uma nova oficina no seu bairro.  O seu objetivo é ofertar serviços básicos de manutenção e conserto de carros para pessoas de baixa renda.  E sua intenção é cobrar preços realmente bem acessíveis.

Para isso, você iria cobrar o mínimo possível por sua mão-de-obra, e utilizaria peças de reposição de segunda mão (mas decentes).   
Esse seu serviço seria excelente para aquelas pessoas que querem apenas manter seus automóveis funcionando por alguns anos a mais — ou seja, seu empreendimento não seria nada muito chique, apenas funcional.
Imagine agora que o seu vizinho, vendo que o seu modelo foi bem-sucedido, também decida abrir uma oficina mecânica.  Só que ele tem em mente um modelo diferente de negócios.  Ele, por meio de um insistente lobby, conseguiu persuadir o governo local de que o acesso a serviços básicos de oficina mecânica é um "direito humano natural", de modo que tal serviço deve ser ofertado gratuitamente para todos os cidadãos.
Dado que ninguém é capaz de ter lucro ofertando serviços mecânicos gratuitos, torna-se necessário alguma maneira de financiar esse serviço "gratuito".  Sendo assim, o governo e seu vizinho criam o seguinte esquema: o governo irá criar a "taxa da manutenção automotiva" e irá cobrá-la de absolutamente todas as pessoas que tenham carros no seu bairro, independentemente de se elas queiram ou não utilizar a oficina do seu vizinho.  O dinheiro coletado será repassado para o seu vizinho. 
Ato contínuo, seu vizinho abrirá a oficina e anunciará a todos que está ofertando serviços básicos de manutenção e conserto de carros gratuitamente a todos que queiram.
Agora você tem um problema.  Mesmo que você esteja cobrando o mínimo por sua mão-de-obra e esteja utilizando as mais acessíveis peças de reposição — de modo que, por exemplo, você cobre apenas $50 para trocar um pára-choque —, você ainda sim estará cobrando muito mais caro do que seu vizinho subsidiado pelo governo, que cobra $0 pelo mesmo serviço.
Você pode tentar baratear ainda mais seu serviço não cobrando nada por sua mão-de-obra.  Mas, mesmo não cobrando nada por sua mão-de-obra, você ainda tem de pagar pelas peças de reposição que você compra no mercado de usados.  Esse é um custo que você tem, e você tem de repô-lo, caso contrário irá à falência.  Ou seja, no longo prazo, você terá de ter alguma fonte de renda.  Logo, você não pode ofertar sua mão-de-obra gratuitamente para sempre. 
Portanto, reduzir o preço do seu serviço não irá torná-lo menos competitivo perante seu vizinho.  Você tem de ofertar algo diferenciado, algo que atraia aquelas pessoas que estejam dispostas a pagar por serviços bons.  Você pode continuar tentando ofertar serviços automotivos básicos, mas aí você terá de superar seu vizinho oferecendo serviços superiores aos seus clientes.  Por exemplo, você pode tentar ser mais educado e mais cortês do que seu vizinho; você pode ofertar serviços mais rápidos; você pode dar algumas garantias a mais por seus serviços etc.
Mas a questão permanece: será que seus clientes valorizariam tanto esses benefícios extras ao ponto de estarem dispostos a pagar, digamos, $50 por eles?  Talvez alguns até estejam, mas é mais provável que a maioria prefira receber um serviço inferior, mas gratuito, a um serviço superior, mas que cobre $50.
Lembre-se de que seus clientes são pessoas que querem apenas funcionalidade, e não coisas de primeira.  Elas não ligam muito para os penduricalhos extras que você está disposto a oferecer.
Nesse ponto, você irá perceber que tem de mudar o enfoque.  Você terá de se concentrar em outro nicho de clientes.  Você agora precisa de pessoas que não estejam satisfeitas com os serviços do seu vizinho, ainda que eles sejam gratuitos.  Seu objetivo será cortejar pessoas com carros mais novos, que queiram peças novas instaladas, e que também valorizem coisas como cortesia, pontualidade e conveniência ao ponto de estarem dispostas a pagar por elas.
É claro que esse novo tipo de serviço será mais caro do que aquele serviço simples e austero que você estava planejando inicialmente.  Você irá abandonar seus planos de ofertar serviços básicos e, em vez disso, irá abrir uma oficina sofisticada e avançada, que ofereça serviços de alta qualidade a clientes dispostos a pagar mais caro.
Agora existem duas oficinas mecânicas no seu bairro: a do seu vizinho, que oferece serviços básicos a preço zero, mas que é sustentada com o dinheiro "taxa da manutenção automotiva" criada pelo governo e que incide sobre todos do bairro; e a sua, que oferece serviços superiores a clientes que estejam dispostos a pagar bem.
Qualquer um que olhe para essa situação sem saber de nada do que se passou durante o processo de tomada de decisão irá acreditar que a sua oficina privada é inerentemente mais cara por puro motivo de ganância, e que você é um elitista que se recusa a ofertar serviços a clientes mais pobres.
No entanto, é claro que essa é uma interpretação incorreta.  Conhecer o processo de tomada de decisão que ocorreu nos bastidores, mas que ninguém viu, nos ajuda a entender que o surgimento da oficina sustentada por impostos obrigou a oficina privada a abandonar seus planos de ofertar serviços baratos.  Mais ainda: empurrou a oficina privada para o mercado de serviços mais caros. 
Nesse exemplo, a oficina privada não era inerentemente cara.  Sua capacidade de ofertar serviços baratos é que foi impedida pelo surgimento da oficina financiada por impostos.
Utilizei um exemplo de uma oficina mecânica, mas é óbvio que a mensagem é muito mais geral.  Esse raciocínio pode ser aplicado a absolutamente todos os produtos e serviços, e os resultados seriam similares. [Nota do IMB:entenda aqui como a existência do SUS encarece a medicina privada e os planos de saúde].
A existência de serviços básicos financiados por impostos expulsa a oferta privada do mesmo (ou até de um melhor) serviço, e estimula os empreendedores privados a se concentrarem em uma clientela de mais alta renda.  Isso faz com que os serviços privados aparentem ser inerentemente mais caros.  Mas essa é apenas uma impressão superficial.  Entender a lógica das escolhas humanas que levam a esse resultado nos faz entender por que não podemos nos deixar enganar por essa impressão superficial.

Predrag Rajsic é pós-doutorando no Departamento de Agricultura, Alimentação e Recursos na Universidade de Guelph, Ontário, Canadá. 

Dilma Rousseff briga com o operador de teleprompter; Assista ao vídeo

Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR

Dilma Rousseff tem um novo desafio para o próximo mandato: domesticar o operador de teleprompter da TV NBR.





fonte: http://teleguiado.portalvox.com/grandes-momentos-da-tv/2015/01/dilma-rousseff-reclama-operador-de-teleprompter-em-discurso-assista.html?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

EM RESPOSTA A SUA OBESIDADE, O GOVERNO NOS PÔS DE REGIME by Ricardo Amorim

2015-01-Resolucoes-de-ano-novo

Todo fim de ano, bilhões de pessoas em todo o planeta decidem mudar. Infindáveis resoluções são tomadas. Faremos um regime rígido, frequentaremos a academia e ligaremos mais para nossos pais. A estas alturas, a maior parte destas resoluções já caiu por terra.

E as do governo brasileiro? Assim que reeleita, a Presidenta mudou o discurso, reconheceu que nossaobesidade fiscal já não nos deixa caminhar e prometeu combatê-la.

O governo moderaria sua alimentação e se exercitaria mais. Para não deixar dúvidas quanto à seriedade do compromisso, Joaquim “Mãos de Tesoura” Levy foi chamado para personal trainer e nutricionista.

Levy anunciou a nova meta de peso: um superávit das contas públicas desconsiderando gastos com juros da dívida de 1,2% do PIB e prometeu o fim da contabilidade criativa. Com o ministro Mantega, as calorias de chocolate, churrasco e cerveja não contavam. Para chegar lá, o governo teria de emagrecer uns R$ 70 bilhões. No ano passado, mesmo com arrecadação recorde, nosso setor público gastou mais do que arrecadou desconsiderando os gastos com juros pela primeira vez em 17 anos.

Para afinar a cintura governamental e permitir que o Brasil voltasse a caminhar em 2015 e correr nos anos seguintes, Levy prometeu pôr a tesoura para funcionar. À elevada carga de impostos que pagamos não correspondem serviços públicos em quantidade e qualidade condizentes, sinal evidente de que gordura para se cortar nos gastos públicos há de sobra.

Para fazer isso, o ministro Nelson Barbosa anunciou a revisão da fórmula de reajuste do salário mínimo. Aí, entrou em ação o inimigo número um das resoluções de Ano Novo: a própria pessoa que as tomou, no caso a Presidenta Dilma. Uma coisa é prometer emagrecer, outra é manter a boca fechada para que isso aconteça.

Ao desautorizar seu ministro, a Presidenta pareceu não estar disposta a fazer os sacrifícios que o objetivo exige. Não há nada de errado em não concordar com esta medida em si. Dado o fim, é prerrogativa da Presidenta escolher os meios para alcançá-lo. Alguém que decide se exercitar mais pode preferir correr ou nadar.

O problema é que, desde então, as medidas de ajuste têm sido concentradas em aumentos de impostos. Dos R$46 bilhões anunciados, só R$18 bilhões viriam de cortes de gastos e o Congresso ainda pode reduzir este número. Os outros R$28 bilhões sairão do nosso bolso, não do bolso do governo. O aumento do imposto de renda reduzirá o quanto teremos para gastar e ainda pagaremos mais pela gasolina, veículos, produtos importados, cosméticos e crédito. Em resposta a sua obesidade, o governo nos pôs de regime. Ao invés de apertar o próprio cinto e cortar gastos, ele aperta o nosso e aumenta impostos.

Além das medidas já anunciadas, cerca de R$25 bilhões em ajustes adicionais serão necessários. Para o bem da economia brasileira, espero que eles venham de cortes de gastos públicos.

Mau desempenho e desequilíbrios macroeconômicos pioraram as expectativas, causando a estagnação da economia brasileira em 2014. As expectativas de crescimento para este ano são parecidas. No entanto, ao contrário do que aconteceu nos últimos quatro anos, podemos terminar o ano melhor do que começamos. Medidas corretas aumentariam o otimismo de consumidores e empresários, levando-os aconsumir e investir mais. O país voltaria a crescer e o crescimento poderia acelerar-se nos anos seguintes. Para isso, Presidenta, não basta contratar o personal trainer. É preciso fazer o que ele propõe.

Economista, apresentador do programa Manhattan Connection da Globonews e presidente da Ricam Consultoria.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

E os rumores só vão aumentando....CONTRA GOLPE MILITAR NA AMÉRICA LATINA SE APROXIMA




 Oposição do governo Venezuelano orienta o presidente Maduro a renunciar ao cargo para que o País não mergulhe numa recessão. Porém, um golpe militar não é descartado.