terça-feira, 30 de junho de 2015

Verdades que socialistas. comunistas, a esquerda esconde:A fome na Ucrânia, um dos maiores crimes do socialismo foi esquecido

A fome na Ucrânia, resultado das políticas soviéticas, é um dos maiores crimes do Estado socialista, mas foi esquecido (Imagem da internet)
A fome na Ucrânia, resultado das políticas soviéticas, é um dos maiores crimes do Estado socialista, mas foi esquecido (Imagem da internet)
Como ocorre em todos os regimes totalitários, a Rússia bolchevique temia toda e qualquer manifestação de sentimento nacionalista entre aqueles povos que eram reféns do regime. A propaganda bolchevique relativa aos direitos das várias nacionalidades dentro da esfera de influência da Rússia mascarava o temor do regime em relação ao poder do nacionalismo.
No início de 1918, o líder russo Vladimir Ilitch Lênin tentou impor um governo soviético sobre o povo da Ucrânia, o qual, apenas um mês antes, em janeiro, havia declarado sua independência. De início, o objetivo de Lênin havia sido aparentemente alcançado. Esse governo soviético imposto à Ucrânia tentou de imediato suprimir as instituições educacionais e sociais ucranianas; há até relatos sobre a Cheka, uma precursora da KGB, matando pessoas pelo crime de falar ucraniano nas ruas.
Embora o povo ucraniano tenha, ao final de 1918, conseguido restabelecer sua república, essa vitória foi efêmera. Lênin, sem dúvida, iria querer incorporar a Ucrânia ao sistema soviético de qualquer jeito, porém seu real desejo de assegurar o controle da Ucrânia era por causa de seus grandes recursos naturais. Em particular, a Ucrânia ostentava o solo mais fértil da Europa — daí o seu apelido de “o manancial da Europa”.
Já no início de 1919, um governo soviético havia novamente sido estabelecido na Ucrânia. Porém, esse novo governo soviético acabou se tornando mais um fracasso. Todos esses eventos estavam ocorrendo durante a Guerra Civil Russa, e a ajuda de facções rivais contribui para um segundo triunfo da independência ucraniana.
Com esses dois fracassos, o regime de Lênin aprendeu uma valiosa lição. De acordo com Robert Conquest, autor do livro The Harvest of Sorrow (A colheita do sofrimento): “Concluiu-se que a nacionalidade e a língua ucraniana eram de fato um elemento de grande peso, e que o regime que ignorasse isso de maneira ostentosa estaria fadado a ser considerado pela população como uma mera imposição usurpadora.”
Quando os soviéticos adquiriram o controle da Ucrânia pela terceira e última vez em 1920, eles constataram que iriam enfrentar uma contínua resistência e incessantes insurreições a menos que fizessem grandes concessões à autonomia cultural ucraniana. E assim, pela década seguinte, os ucranianos basicamente não foram incomodados em seu idioma e em sua cultura.
Porém, uma facção dos comunistas russos se mostrou incomodada com isso, e seguidamente alertava que o nacionalismo ucraniano era uma fonte de intolerável divisão dentro do quadro militar soviético, e que, mais cedo ou mais tarde, a situação teria de ser confrontada de alguma maneira.
Avancemos agora oito anos no tempo. Em 1928, com Josef Stalin firmemente no poder, a União Soviética decidiu implantar uma política de requisição compulsória de cereais — uma maneira polida de dizer que o governo iria tomar à força todo o cereal cultivado pelos camponeses, pagando em troca um preço fixado arbitrariamente pelo governo, muito abaixo dos custos de produção. A liderança soviética, em decorrência tanto de informações equivocadas quanto de sua típica ignorância dos princípios de mercado, havia se convencido de que o país estava no limiar de uma crise de escassez de cereais. A requisição compulsória funcionou, mas apenas no limitado sentido de que forneceu ao regime todo o volume de cereais que ele julgava ser necessário. Porém, tal política solapou fatalmente a confiança futura dos camponeses no sistema. Durante a Guerra Civil Russa, em 1919, para tentar combater a fome da população urbana, Lênin havia confiscado em escala maciça os cereais de vários camponeses, que foram chamados de especuladores e sabotadores. Agora em 1928, a possibilidade de novos confiscos, algo que os camponeses imaginavam ser apenas uma aberração bárbara da época da Guerra Civil, passaria a ser uma constante ameaça no horizonte.
Os camponeses, naturalmente, passaram a ter menos incentivos para produzir, pois sabiam perfeitamente bem que, dali em diante, os frutos de seu trabalho árduo poderiam ser facilmente confiscados por um regime sem lei — o mesmo regime que havia prometido aos camponeses, quando da promulgação da Nova Política Econômica (NEP) em 1921, que eles poderiam produzir e vender livremente.
Foi apenas uma questão de tempo para que o regime decidisse embarcar num amplo programa de coletivização forçada das propriedades agrícolas, uma vez que a abolição da propriedade privada da terra era um importante aspecto do programa marxista. Os camponeses despejados foram enviados bovinamente para enormes fazendas estatais. Essas fazendas iriam não apenas satisfazer as demandas da ideologia marxista, como também iriam resolver o grande problema prático do regime: garantir que uma quantidade adequada de cereais fosse ofertada às cidades, onde o proletariado soviético trabalhava duramente para expandir a indústria pesada. Fazendas coletivas estatais significavam cereais estatizados.
Alguns especialistas tentaram alertar Stalin de que seus objetivos, tanto industriais quanto agrícolas, eram excessivamente ambiciosos e estavam em total desacordo com a realidade. Mas Stalin não queria ouvir. Um de seus economistas, diga-se de passagem, chegou a afirmar: “Nossa tarefa não é estudar a ciência econômica, mas sim mudá-la. Não estamos restringidos por nenhuma lei. Não reconhecemos leis. Não há uma só fortaleza que os bolcheviques não possam atacar e destruir.”
Paralelamente à política de coletivização forçada implantada por Stalin, ocorreu também uma brutal campanha contra os grandes proprietários de terras, fazendeiros ricos conhecidos como “kulaks“, os quais o governo temia liderarem movimentos de resistência contra a coletivização. Mas era uma fantasia de Stalin imaginar que apenas os kulaks se opunham à coletivização; toda a zona rural estava unida contra o governo. (Até mesmo o jornal Pravda noticiou um incidente no qual uma mulher ucraniana tentou bloquear a passagem de tratores que estavam chegando para começar a trabalhar nas fazendas coletivizadas; ela gritara: “O governo soviético está recriando a escravidão!”)
Stalin falava abertamente de sua política de “liquidar toda a classe dos kulaks”; eles eram a classe inimiga na zona rural. Com o passar do tempo, como era de se esperar, a definição padrão do que constituía um kulak foi se tornando bastante ampla, até chegar ao ponto em que o termo — e as terríveis penalidades que eram aplicadas a todos os infelizes assim rotulados — fosse usado contra qualquer camponês.
Uma historiografia do Partido Comunista, autorizada pelo próprio, afirmava que “os camponeses caçaram impiedosamente os kulaks por toda a terra, tomaram os seus animais e maquinaria, e então pediam ao regime soviético para aprisionar e deportar os kulaks”. Como descrição do reino de terror imposto aos kulaks, esse relato não pode nem sequer ser classificado como uma piada sem graça. O regime, e não os camponeses, é que perseguiu os kulaks. Por fim, segundo testemunhas oculares, para que um homem fosse condenado a um destino cruel, bastava que “ele tivesse pagado algumas pessoas para trabalhar para ele como empregados ou que ele tivesse sido o proprietário de três vacas”.
As quase 20 milhões de propriedades agrícolas familiares que existiam na Rússia em 1929 estariam, cinco anos depois, concentradas em 240 mil fazendas coletivas. Em grande parte da história soviética, não era incomum algumas pessoas obterem permissão para serem donas de alguns poucos hectares de terra para uso privado. Quando Mikhail Gorbachev assumiu o poder em 1985, 2% da terra agrícola era de propriedade privada, mas produzia nada menos que 30% de todo o cereal do país — uma resposta humilhante a todos aqueles que ignorantemente afirmavam que a agricultura socializada seria mais eficiente que a agricultura capitalista, ou que poderiam alterar a natureza humana e reescrever as leis da economia.
Na mesma época em que Stalin começou a coletivização forçada; em 1929, ele também recriou a campanha contra a cultura nacional ucraniana, campanha essa que estava dormente desde o início da década de 1920. Foi na Ucrânia que a política de coletivização stalinista deparou-se com a mais ardorosa e violenta resistência — o que não impediu, entretanto, que o processo já estivesse praticamente completo por volta de 1932. Stalin ainda considerava a contínua e inabalável presença do sentimento nacionalista ucraniano uma permanente ameaça ao regime, e decidiu lidar de uma vez por todas com aquilo que ele via como o problema da ‘lealdade dividida’ na Ucrânia.
A primeira etapa de sua política foi direcionada aos intelectuais e personalidades culturais da Ucrânia, milhares dos quais foram presos e submetidos a julgamentos ridículos e escarnecedores. Após isso, tendo retirado de circulação aquelas pessoas que poderiam se transformar em líderes naturais de qualquer movimento de resistência, Stalin passou então a atacar o próprio campesinato, que era onde estava o real núcleo das tradições ucranianas.
Mesmo com o processo de coletivização já praticamente completo na Ucrânia, Stalin anunciou que a batalha contra os perversos kulaks ainda não estava ganha — os kulaks foram “derrotados, mas ainda não exterminados”. Stalin começaria agora uma guerra — supostamente contra os kulaks — direcionada aos poucos fazendeiros que ainda restavam e dentro das próprias fazendas coletivas. Dado que a essa altura qualquer pessoa podia ser classificada como um kulak já havia sido expulsa, morta ou enviada para campos de trabalho forçado, essa nova etapa da campanha soviética na Ucrânia teria o objetivo de aterrorizar os camponeses comuns. Estes deveriam ser física e espiritualmente quebrados, e sua identidade de seres humanos seria drenada deles à força.
Stalin começou estipulando metas de produção e entrega de cereais, as quais os ucranianos só conseguiriam cumprir caso parassem de se alimentar, o que os faria morrer de fome. O não cumprimento das exigências era considerado um ato de deliberada sabotagem. Após algum tempo, e com a produção e entrega inevitavelmente abaixo da meta, Stalin determinou que seus ativistas confiscassem dos camponeses todo o volume de cereais necessário para o governo satisfazer a meta estipulada. Como a produção era baixa, os camponeses frequentemente ficavam sem nada. O desespero se instalou. Um historiador conta que uma mulher, por simplesmente ter tentado reservar para si um pouco do próprio centeio, foi levada presa junto com um dos filhos. Após conseguir fugir da prisão, ela coletou, com a ajuda do filho, alguns poucos itens comestíveis e foram viver na floresta. Eles morreram um mês e meio depois. As pessoas eram sentenciadas a dez anos de prisão e a trabalhos forçados pelo simples fato de colherem batatas ou por colher espigas de milho nos pedaços de terra privada protegidos pelo Estado. Tudo tinha de ser do governo.
Os ativistas comunistas afirmavam que os sabotadores estavam por todos os lados, sistematicamente retendo e escondendo comida, impedindo o abastecimento das cidades, e desafiando as ordens de Stalin. Esses ativistas invadiam de surpresa as casas dos camponeses e faziam uma varredura no local em busca de qualquer comida escondida. Os ativistas mais bondosos ainda deixavam algum resquício de comida para as famílias, porém os mais cruéis levavam tudo o que encontravam.
O resultado foi totalmente previsível: as pessoas começaram a passar fome em números cada vez maiores. Um camponês que não tivesse a aparência de alguém que estava esfomeado era imediatamente considerado suspeito pelas autoridades soviéticas de estar estocando comida. Como relata um historiador: “Um ativista comunista, após fazer uma busca minuciosa pela casa de um camponês que não aparentava a mesma fome dos demais, finalmente encontrou um pequeno saco de farinha misturada com cascas de árvore e folhas. O material foi confiscado e despejado num lago do vilarejo.”
Robert Conquest cita o testemunho de outro ativista:
“Eu ouvi as crianças… engasgando sufocadas, tossindo e gritando de dor e de fome. Era doloroso ver e ouvir tudo aquilo. E ainda pior era participar de tudo aquilo… Mas eu consegui me persuadir, me convencer e explicar a mim mesmo que aquilo era necessário. Eu não poderia ceder; não poderia me entregar a uma compaixão debilitante… Estávamos efetuando nosso dever revolucionário. Estávamos obtendo cereais para a nossa pátria socialista…”
“Nosso objetivo maior era o triunfo universal do comunismo e em prol desse objetivo tudo era permissível — mentir, enganar, roubar, destruir centenas de milhares e até mesmo milhões de pessoas…”
“Era assim que eu e meus companheiros raciocinávamos, mesmo quando… eu vi o real significado da ‘coletivização total’ — como eles aniquilaram os kulaks, como eles impiedosamente arrancaram as roupas dos camponeses no inverno de 1932-33. Eu mesmo participei disso, percorrendo a zona rural, procurando por cereais escondidos… Junto com meus companheiros, esvaziei as caixas e os baús onde as pessoas guardavam seus alimentos, tampando meus ouvidos para não ouvir o choro das crianças e a lamúria suplicante das mulheres. Eu estava convencido de que estava realizando a grande e necessária transformação da zona rural; e que nos dias vindouros as pessoas que viveriam ali estariam em melhor situação por minha causa.”
“Na terrível primavera de 1933, vi pessoas literalmente morrendo de fome. Vi mulheres e crianças com barrigas inchadas, ficando azuis, ainda respirando, mas com um olhar vago e sem vida… Eu não perdi a minha fé. Assim como antes, eu acreditava porque eu queria acreditar.”
Em 1933, Stalin estipulou uma nova meta de produção e coleta, que deveria ser cumprida por uma Ucrânia que estava agora à beira da mortandade em massa por causa da fome que começou em março daquele ano. Vou poupar o leitor das descrições mais gráficas do que aconteceu a partir daqui. Mas os cadáveresestavam por todos os lados, e o forte odor da morte pairava pesadamente no ar. Casos de insanidade, e até mesmo de canibalismo, estão bem documentados. As diferentes famílias camponesas reagiam de maneiras distintas à medida que lentamente iam morrendo de fome:
“Numa choupana, era comum haver algum tipo de conflito na família. Todos vigiavam estritamente uns aos outros. As pessoas brigavam por migalhas, tomando restos de comida umas das outras. A esposa se voltava contra o marido e o marido contra ela. A mãe odiava os filhos. Já em outra choupana, o amor permaneceria inviolável até o último suspiro da família. Eu conheci uma mulher que tinha quatro filhos. Ela costumava lhes contar lendas e contos de fadas com a intenção de fazê-los esquecer da fome. Sua própria língua mal podia se mover, mas mesmo assim ela se esforçava para colocá-los em seus braços, ainda que ela mal tivesse forças para levantar seus braços quando eles estavam vazios. O amor vivia dentro dela. E as pessoas notaram que, onde havia ódio, as pessoas morriam mais rapidamente. Entretanto, o amor não salvou ninguém. Todo o vilarejo sucumbiu; todos juntos, sem exceção. Não restou uma só vida.”
Normalmente é dito que o número de ucranianos mortos na fome de 1932-33 foi de cinco milhões. De acordo com Robert Conquest, se acrescentarmos outras catástrofes ocorridas com camponeses entre 1930 e 1937, incluindo o grande número de deportações dos supostos “kulaks”, o total chega a estonteantes 14,5 milhões de mortes. E, mesmo assim, se apenas 1% dos alunos do ensino médio tiverem ouvido falar desses eventos, isso já seria um pequeno milagre.
No artigo, referi-me várias vezes a Robert Conquest, um excelente historiador da União Soviética. Convido e reforço que qualquer pessoa interessada nesses eventos leia seu extraordinário livro The Harvest of Sorrow. A leitura flui como se fosse um romance, mas a história relatada é cruamente real.

fonte: https://www.epochtimes.com.br/fome-ucrania-crime-socialismo-esquecido/#.VZMV8BtVhUZ

Na mira da PF, Pimentel apura vazamentos. E constrange Cardozo


o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel
Governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT)(Valter Campanato/Agência Brasil/VEJA)














Pedido coloca ministro da Justiça, já em processo de fritura no partido, em nova saia-justa: ele teme ser acusado de agir sob pressão do PT

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), orientou seus advogados a pedirem abertura de investigação sobre o vazamento de informações sigilosas da Operação Acrônimo, da Polícia Federal (PF). Segundo disseram fontes do governo mineiro ao jornal O Estado de S. Paulo, o pedido deve ser formalizado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), foro responsável por processos contra governadores, mas o alvo é mesmo a PF.
O pedido coloca numa saia-justa o titular da Justiça, José Eduardo Cardozo, a quem a PF é subordinada. Na semana passada, a Executiva Nacional do PT aprovou convite para o ministro explicar ao partido as ações da PF nas Operações Acrônimo e Lava Jato. Segundo pessoas próximas ao ministro, Cardozo está disposto a instaurar a investigação sobre o vazamento na Acrônimo, mas teme o desgaste político de ser acusado de agir sob pressão do partido, por causa do convite feito pelo PT.

Fontes do ministério lembram que Cardozo nunca se negou a investigar supostos abusos da PF e chegou a instaurar um procedimento em relação ao vazamento de peças do inquérito que apura a formação de cartel no metrô de São Paulo a pedido de tucanos, em agosto de 2013.
Agora, o ministro, que já é alvo de fritura por parte do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por 'não controlar as investigações da Polícia Federal contra o partido', deve entrar também na linha de tiro da oposição - que poderá acusá-lo de pressionar a PF.
A Operação Acrônimo investiga indícios de caixa dois na campanha que elegeu Pimentel no ano passado. A primeira-dama de Minas, Carolina Oliveira, é uma das investigadas.
(Com Estadão Conteúdo)

















Tirano de Guaranhuns se apossa da Presidência em Brasília na ausência da Anta Titular em viagem ao EUA:Com Dilma fora, Lula vai a Brasília brincar de presidente e armar golpe do Parlamentarismo (a história se repetindo como 1961)


O tiranete Lula aproveita a ausência de Dilma para reuniões em Brasília com as bancadas do Partido Totalitário no Congresso. O objetivo é cobrar dos petistas uma reação às novas denúncias que envolvem o Palácio do Planalto. Reação contra fatos, tirano?


Com Dilma Rousseff em viagem aos Estados Unidos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca nesta segunda-feira (29) em Brasília para comandar reuniões com o objetivo de cobrar do PT uma reação às novas denúncias que atingem o partido e o Palácio do Planalto.

Lula vai jantar com as bancadas do PT no Congresso. O encontro foi agendado antes do aprofundamento da crise que atinge o governo, que se agravou no fim de semana com a revelação de novos detalhes dos depoimentos do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, a procuradores da Operação Lava Jato.

O empresário confessou que pagou propina para fazer negócios com a Petrobras e relatou encontros em que discutiu contribuições políticas com os ministros Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil, e Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social.

Antes do jantar, Lula se reunirá com dirigentes do PT. Os temas dos encontros serão a Lava Jato, a relação com o aliado PMDB e a agenda do partido e do governo após a aprovação do ajuste fiscal.

Ministros petistas defendem uma estratégia conjunta de Dilma e Lula para reagir à crise política e econômica, embora a relação entre os dois esteja estremecida.

O ex-presidente tem feito críticas públicas à condução do governo. Emissários de Dilma o procuraram na semana passada e pediram a Lula que reassumisse a liderança da reação petista, com o que o ex-presidente concordou.

Nas palavras de um assessor presidencial, Dilma, Lula e o PT sabem que são uma coisa só, e "ninguém vai superar essa crise sozinho". Lula tem conversado com ministros, mas não com Dilma. Eles não se falaram depois da revelação dos novos detalhes dos depoimentos de Pessoa.

A UTC deu R$ 7,5 milhões para a campanha de Dilma em 2014. Pessoa diz que fez a doação porque Edinho, então tesoureiro da campanha, sugeriu que ele poderia ter problemas na Petrobras se não colaborasse, o que Edinho nega.

O empreiteiro disse ter dado R$ 250 mil de caixa dois para a campanha de Mercadante ao governo paulista em 2010. O ministro diz ter recebido R$ 500 mil em duas doações de empresas de Pessoa, ambas legais e registradas.

Lula pretende cobrar dos deputados e dos senadores do PT uma defesa mais enérgica do partido contra o que o governo chama de "vazamentos seletivos" na Lava Jato --na visão dos petistas, para prejudicar só o partido.

SILÊNCIO

O clima nas hostes governistas está envenenado, com acusações veladas de lado a lado. No Palácio do Planalto, assessores estranham o silêncio do PT diante das acusações contra os dois ministros.

Em conversas reservadas, petistas dizem que aguardam acesso ao teor integral dos depoimentos de Pessoa. Mercadante teve de cancelar sua viagem com Dilma aos EUA para se defender, junto com Edinho e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Dilma manteve distância dos jornalistas neste domingo (28). Ela se reuniu a portas fechadas com um grupo de empresários em Nova York, almoçou no hotel, saiu para passear e recolheu-se depois de três horas sem ser vista.

Nas bancadas, a principal cobrança dos petistas deverá ser pela adoção de uma agenda que ultrapasse o marco da aprovação do ajuste fiscal --que teve medidas impopulares. (FSP).




LULA ARMA GOLPE!DILMA VIAJA E ELEARTICULAO PARLAMENTARISMO

lula mafioso

A Presidente da República Dilma Roussef viaja para os Estados Unidos…
LULA viaja para Brasília e marca várias reuniões com aliados. Primeiro com a bancada do PT, depois com Michel Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros.
Eduardo Cunha acaba de afirmar: ” Temos de discutir o parlamentarismo no Brasil,  e RÁPIDO!  Ele sugere que o sistema , que daria ao legislativo o papel preponderante na administração do país, reduzindo o poder do Presidente da República”.
QUALQUER COISA PARECIDA COM 1961, ONDE RETIRARAM O PODER DE JOÃO GOULART É MERA CONINCIDÊNCIA!
Lula articula, sem nenhum segredo o afastamento de Dilma do Poder. O caminho mais curto é o Tribunal de Contas da União. As “pedaladas” fiscais serão usadas como pretexto para “apear” Dilma do Poder.
Lula não está fazendo isso de bonzinho, em favor do Brasil. Ele só está pensando NELLE.  Sonha em ser o eterno Primeiro Ministro, tipo assim como o FIDEL CASTRO… Eternamente!

fonte: http://otambosi.blogspot.com.br/2015/06/com-dilma-fora-lula-vai-brasilia.html
 http://cristalvox.com.br/2015/06/29/lula-arma-golpe-dilma-viaja-e-ele-articula-o-parlamentarismo/

Os ganhos pornográficos da família Brahma



Vavá, no canto inferior esquerdo, abaixo de Lulinha; do outro lado, Marcos Lula (em cima) e o sobrinho de Lula, Taiguara: essa família é muito unida e também muito ouriçada
Em outubro de 2005, VEJA revelou que o irmão mais velho do ex-presidente Lula, Genival Inácio da Silva, conhecido como Vavá, atuava como lobista em órgãos do governo federal. Dois anos depois, Vavá teve a casa vasculhada por agentes da Polícia Federal durante a Operação Xeque-Mate – e foi indiciado por “tráfico de influência no Executivo” e “exploração de prestígio no Judiciário”.
Agora, a IstoÉ informa:
“Investigações em curso indicam que um empresário português ligado a Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão de Lula, foi beneficiado com dinheiro da Fundação Postalis, a previdência dos funcionários dos Correios. Mais de R$ 200 milhões foram usados para a compra de cédulas de crédito imobiliário. Uma dessas CCIs foi emitida pela Riviera Empreendimentos, de Emidio Mendes. Vavá atuou como lobista de Mendes no primeiro mandato de Lula, inclusive na busca de negócios com a Petrobras”.
Eu já havia mostrado aqui a fome de dinheiro de Lulinha e de um sobrinho de Lula, Taiguara; eaqui, a do outro filho do “Brahma”, Marcos Lula. Todos eles, de uma forma ou de outra, faturaram após a chegada do patriarca ao poder.
Pare de acreditar no governoNo livro obrigatório Pare de acreditar no governo, Bruno Garschagen conta que “lapidou-se no Brasil um sistema desenvolvido em Portugal cuja prova é o exemplo pessoal de Pero Vaz Caminha”, nomeado mestre de balança na cidade do Porto, “e o conteúdo da sua carta”, na qual “a narrativa sobre o descobrimento foi um mero pretexto” para pedir mais uma boquinha ao rei, além do favor de que permitisse o retorno a Portugal de seu genro, condenado por roubar uma igreja e ferir um clérigo.
“A economia das mercês, um modelo no qual o Estado distribuía privilégios e concessões a partir de acordos pactuados entre o rei, o poder local e os seus súditos, é a versão medieval do capitalismo de compadrio, capitalismo de Estado ou capitalismo de laços, que teve aqui uma terra fértil e gentil, pátria amada, Brasil.
Já perdi a conta de quantas vezes ouvi histórias pouco edificantes sobre a necessidade de prestar submissão voluntária a pessoas investidas em determinado cargo ou função no governo para obter algum ganho, um contrato, uma licitação, uma promoção, uma transferência.
E se o detentor do poder político for um familiar, tanto melhor. É possível construir uma carreira meteórica com ganhos volumosos, diria até mesmo pornográficos.”
Com o Brahma no poder, de fato, a pornografia público-privada atingiu o ápice no Brasil.
Perto de pelo menos quatro de seus parentes, Caminha era apenas um amador.

fonte: http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/2015/06/29/os-ganhos-pornograficos-da-familia-brahma/

A marolinha da Dilma, Lula e PT: Nem a zona de comércio mais rica de São Paulo escapa da crise

Nem a zona de comércio mais rica de São Paulo escapa da crise
SÃO PAULO, 26 DE JUNHO DE 2015 ÀS 10:00 POR FÁTIMA FERNANDES
Na rua Oscar Freire e arredores, lojas não resistem ao fraco movimento e fecham as portas. Na tradicional galeria Ouro Fino (foto), há 70 pontos comerciais vagos
Quem circula pelo comércio de áreas nobres de São Paulo vai se surpreender: a crise chegou com tudo à rua Oscar Freire e arredores, no coração dos Jardins.
Em uma das regiões onde os pontos comerciais sempre foram fortemente disputados, mesmo em períodos de fraca atividade econômica, o primeiro sinal de que os negócios não andam bem é a profusão de placas de “Aluga-se”, em alguns casos uma ao lado da outra.
Grifes famosas que já foram vizinhas, como a Louis Vuitton e a Dior, saíram da rua Haddock Lobo em 2014. Na semana passada, a vizinha delas, a Brooksfield, também fechou as portas.
O letreiro com o nome da Brooksfield e a placa, que anuncia uma liquidação de 70%, ainda continuam por lá. Agora, três pontos comerciais, um ao lado do outro, estão vazios, uma cena rara de se ver por ali.
Outras lojas, em consequência, avaliam deixar a rua, como a Benedixt, que comercializa peças para a casa e artigos de decoração. É que os pontos comerciais vazios, especialmente quando eles estão tão próximos, causam a sensação de local abandonado, o que afugenta clientes que já não estão nada entusiasmados com as compras.
O problema maior ocorre à noite, quando os trechos das ruas com pontos comerciais vagos ficam totalmente escuros, tornando-se áreas propícias para os assaltos. Ao Diário do Comércio, uma vendedora disse que se sentiu envergonhada quando uma cliente assídua, que reside fora de São Paulo, foi assaltada assim que saiu da sua loja.
Um pouco mais acima, na alameda Lorena, as lojas Puket, Guaraná e  Louloux também fecharam as portas neste ano. Como elas eram praticamente vizinhas, quem passa no trecho entre as ruas Haddock Lobo e Augusta sente claramente que a crise bateu por ali.
“Nunca vimos nada igual por aqui. As pessoas simplesmente não compram. Há um clima de insegurança muito forte no país. O psicológico está falando mais alto”, afirma Rosangela Lyra, presidente da Associação dos Lojistas dos Jardins, fundada em 2004, que reúne 112 lojas.
"Eu também nunca vi tantas lojas fechadas, especialmente na rua Haddock Lobo", diz Nelson Kheirallah, coordenador-geral do Conselho de Varejo da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Quem poderia imaginar que, em uma região dos Jardins, sempre muito visitada por turistas de fora de São Paulo e estrangeiros, lojas pudessem ficar dias sem vender uma única peça,  nem sequer um cinto ou uma echarpe. É o que se constata agora na zona de comércio mais nobre do país.
A reportagem do Diário do Comércio percorreu durante dois dias (terça,23 e quarta,24), as ruas Oscar Freire, Augusta, Haddock Lobo e Alameda Lorena, e ouviu de boa parte de vendedores e gerentes de lojas que, nem mesmo o corte de preços pela metade tem sido capaz de movimentar a região. As lojas anteciparam em duas semanas a liquidação de inverno.
Com 11 lojas no país, a Fit, especializada em moda feminina, localizada na rua Oscar Freire, está, desde a  semana passada, vendendo a coleção de inverno com 40% de desconto. “Se as vendas melhoram com a liquidação? Não, não melhoraram, pelo menos até agora”, afirma a vendedora Juliana Benachio.
O preço médio das roupas da Fit é de cerca de R$ 800. Para tentar atrair consumidores, a loja fotografa peças e envia os "looks" para as clientes pelo What’s up. “Tentamos fidelizar a clientela de alguma forma”, diz Juliana.
LOJA DA ZEFERINO: COMÉRCIO PARADO
Outro depoimento que não se ouvia há anos por ali: “O comércio está parado. Com a liquidação, as vendas melhoraram, mas ainda estão menores do que as do ano passado”, afirma Valéria Rodrigues, vendedora da Zeferino, loja de calçados femininos feitos à mão, que custam, na liquidação, a partir de R$ 688.
Assim como a Fit e boa parte do comércio da região, a Zeferino também tem encaminhado por WhatsApp fotos de sapatos para a clientela, inclusive de fora de São Paulo. É essa ação, diz Valéria, que tem dado algum resultado para a loja.
Pertinho dali, na mesma rua, a Princess, especializada em roupas femininas, sente falta dos clientes que estavam toda a semana na loja em busca de alguma novidade.
Bruna Thomaz, gerente da loja, conta que, de outubro a dezembro do ano passado, pelo menos sete clientes visitavam a loja toda a semana. Hoje não passam de três.
E essas sete clientes, diz ela, não compravam só uma peça ou outra. “Algumas delas chegavam a gastar até R$ 2 mil numa única compra. Hoje, quem vem compra uma peça e, às vezes, nenhuma. A crise chegou à rua Oscar Freire neste ano”, afirma Bruna.
É o cliente de fora do país que tem “salvado” as lojas. Maytê Camargo, gerente da Espaço Havaianas, localizado na rua Oscar Freire, diz que a loja tem vendido mais do que o ano passado.
Ela explica a razão: neste ano um evento do Rotary Clube trouxe muitos estrangeiros para o Brasil. Como a marca é conhecida fora do país, os clientes fizeram a festa na loja. “Os estrangeiros estão fazendo a diferença. Os brasileiros vêm na loja mais no final de semana”, diz Maytê.
FALTA CONFIANÇA
O fato é que consumidores com maior poder aquisitivo estão menos confiantes com a economia do que aqueles de menor renda. Veja o que mostra pesquisa feita em maio último pela Ipsos, com 1.200 consumidores no país.
Numa escala de zero a 200, o índice de confiança dos mais ricos é de 84 pontos; da classe C, de 108 pontos e, da D e E, de 116 pontos. Quanto mais próximo de zero, maior o pessimismo.
 “A classe alta é bem mais bem informada, por ela está mais pessimista. As classes C, D e E só vão se dar conta do que está acontecendo, quando houver perda de emprego, o que já começou a acontecer. Estamos no caminho de perder 20 anos de conquistas”, diz Rosângela Lyra.
LOJA DA CARMIM: NA COMPRA DE TRÊS PEÇAS, PREÇO CAI PELA METADE
“Este ano está impossível de trabalhar”, diz Karina Pereira Bonfim, sub-gerente da Carmim, localizada na Oscar Freire. A loja acaba de dar início à liquidação de inverno. Na compra de três peças, o preço cai 50%. “As vendas melhoraram nos últimos dias, mas ainda estão bem menores do que as do ano passado”, diz ela. Como o dono é proprietário do ponto, diz, fica um pouco mais fácil enfrentar a crise. 
GALERIA OURO FINO
Uma das galerias mais famosas de São Paulo, a Ouro Fino, localizada na rua Augusta, no trecho entre a rua Oscar Freire e a alameda Lorena, também expõe o momento complicado enfrentado pelo comércio neste ano. Nos dois dias visitados pela reportagem, as lojas estavam às moscas. 
Conhecida pela venda de roupas alternativas e alusivas ao rock, a galeria, com 70 anos, e cerca de cem pontos comerciais, possui hoje apenas 30 lojas abertas. Nos bons tempos,ocorria o oposto: 30 pontos fechados e 70 abertos, de acordo com Alessandro Gobbi, síndico da galeria.
Com seis anos no local, a Cherry Pie, especializada em roupas estilo retrô, não resistiu. Fechou as portas recentemente, partindo somente para a venda online.
A vendedora Bruna Gabriel foi para a loja de bijuterias que fica bem na frente, a VirginAgain, que após 11 anos no local, já anuncia para os cliente, em uma placa na vitrine, que também vai fechar.
“O movimento caiu cerca de 40%”, diz Bruna, que ainda tem a esperança de manter o emprego. A dona do ponto da VirginAgain diz que fará uma reforma no local para trabalhar com peças de arte e de decoração.
Na mesma galeria, Bruno D’ Errico, dono da Fockstore, com duas lojas no local e uma na rua Augusta, diz que está pensando em ficar somente com o ponto da rua Augusta.
GALERIA OURO FINO: 70 PONTOS ESTÃO FECHADOS
A Fockstore está abrigada há 12 anos na galeria Ouro Fino. “Só mantive a loja porque consegui reduzir o valor do aluguel em cerca de 30%. O faturamento caiu cerca de 40% este ano, na comparação com o ano passado. É um baque”, diz Bruno. O que tem dado um gás para o seu negócio, segundo ele, são os show de rock que acontecem na cidade. Os roqueiros sempre correm atrás de algum look para esses eventos.
Especializada em roupas alternativas, a Ima Mix, que fica ao lado da Fokstore, já chegou a vender apenas três peças em uma semana, e, ainda assim, com 70% de desconto. “As vendas estão paradíssimas desde dezembro do ano passado”, diz Andressa Cardoso, vendedora da loja.
Uma das mais tradicionais imobiliárias da região, a Moises Gomes, informa que existem mais ou menos 15 pontos comerciais disponíveis para aluguel no trecho que vai das ruas Melo Alves até a Peixoto Gomide e entre a alameda Lorena e a rua Estados Unidos. A oferta de pontos vagos é de 20% e 30% superior ao registrado em períodos de bom desempenho da economia.
“Há uma crise geral no país, mas senti algum sinal de melhora muito recentemente nos Jardins”, afirma Adriano Gomes, sócio-diretor da Moises Gomes. Alguns pontos comerciais que estão com placas de “Aluga-se”, afirma ele, acabam de ser alugados neste mês.
Muitos pontos ficaram fechados na região, segundo ele, porque está havendo dificuldade para negociar preços entre inquilinos e proprietários. "As pessoas não são bobas. Se o preço do imóvel não estiver dentro da realidade do mercado, ele fica vazio."
Coleção de inverno encalha e lojas fecham as portas no Bom Retiro



No maior polo de confecção do país, comerciantes que vendem no atacado e no varejo não resistem à crise. Placas de 'aluga-se' ou 'passo o ponto´ proliferam pelo bairro
Os sinais de que a crise não seria algo fácil de enfrentar surgiram logo no início do lançamento da coleção outono-inverno. Na semana em que as peças foram expostas nas vitrines, no início de março, as lojas estavam às moscas.
Dois meses depois, em um período em que as vendas de artigos para o frio deveriam estar fervilhando, as lojas de atacado e varejo do bairro do Bom Retiro, o maior polo de confecções do país, localizado na região central de São Paulo, com movimento anual da ordem de R$ 3,5 bilhões, estão em plena liquidação ou simplesmente fechando as portas.
“Estamos praticamente vendendo com prejuízo para ver se entra algum dinheiro no caixa”, afirma Valdenice Pereira da Silva, gerente da Infinite, loja de roupa feminina localizada no coração da Rua José Paulino, a principal rua do bairro.
LIQUIDAÇÃO FOI ANTECIPADA PARA REFORÇO DO CAIXA DAS LOJAS
Tradicionalmente, a liquidação no Bom Retiro ocorre no mês de julho. Neste ano, informa Valdenice, o corte nos preços foi antecipado para o final de abril, antes mesmo do Dia das Mães, o segundo melhor período de vendas para o comércio, depois do Natal.
Diferentemente de anos anteriores, a Infinite não está sozinha. A maioria das lojas das ruas José Paulino, Silva Pinto, Aimores, Anhaia, Júlio Conceição, Professor Lombroso, Rua da Graça anuncia liquidação de até 50% para quem compra no atacado, a especialidade do bairro, e no varejo.
Convidamos um dos mais tradicionais empresários do bairro para percorrer essas ruas, na terça-feira, 26/05, a fazer uma avaliação da situação dos negócios na região, que chega a empregar cerca de 70 mil pessoas diretamente.
“Desde 1963, venho praticamente todos os dias no Bom Retiro. Nunca vi em todo esse tempo tantas placas de ‘aluga-se’ como neste ano. É uma placa atrás da outra”, afirma Stefanos Anastassiadis, 71 anos, sócio-fundador da Controvento, confecção e loja de atacado e varejo de roupas femininas, com sede na Rua dos Italianos.
STEFANOS E O IRMÃO ANTÔNIO COMEÇARAM NO BAIRRO COM OFICINA DE PLISSÊ DE SAIA
A história de Stefanos e do irmão Antônio, de origem grega, no bairro começa em 1963, com uma oficina de plissê de saias, montada pelo pai. A empresa possuía mão-de-obra e máquinas especializadas para fazer pregas em peça de vestuário (principalmente, em saias) ou em tecido.
Os serviços se ampliaram, em seguida, para costuras de roupas. Em 1970, os irmãos já estavam preparados e capitalizados para criar a Fé Modas, uma confecção especializada em roupas femininas, batizada com o nome fantasia de Controvento.
“Como não tínhamos nada naquela época, optamos pelo nome Fé porque precisávamos de fé para tocar a vida e os negócios. O nome Controvento surgiu porque prevíamos, já naquela época, que teríamos de andar contra o vento neste país, onde é preciso encarar tudo com sabedoria, como a crise deste ano”, diz Stefanos.
A partir da Controvento, na Rua dos Italianos, Stefanos sai andando para mostrar para a reportagem as lojas que fecharam as portas. "Uma tristeza". Em todas as ruas do bairro há placas de “aluga-se”. As que possuem mais pontos comerciais vagos estão localizadas, principalmente, as ruas Anhaia, Júlio da Conceição e parte da Rua da Graça.
PONTOS COMERCIAIS VAGOS NA RUA ANHAIA
“Não vou revelar quem são os donos porque ninguém admite que está fechando loja por causa da crise. Isso é péssimo para os negócios. Terça-feira é um dia da semana que o bairro costumava receber lojistas de todos os Estados brasileiros. Era impossível andar por aqui, às terças-feiras, nesta época do ano. Hoje, está cheio de lugar para estacionar”, diz.
O Bom Retiro possui cerca de 1.600 lojas. Chegou a ter 2.200 há cerca de oito anos. Em fevereiro deste ano, havia 160 pontos comerciais fechados no bairro, o dobro do mesmo período do ano passado, segundo levantamento realizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Bom Retiro.
“Estávamos acostumados, há quatro ou cinco anos, a começar o ano com cinco a dez lojas fechadas. Geralmente, é um período no qual as lojas fecham para reformas ou mesmo para passar o ponto, uma rotatividade normal. Os números deste ano assustaram”, afirma Kelly Cristina Lopes, secretária executiva da CDL do Bom Retiro.
A Luxo Mix, localizada na Rua Júlio Conceição, exibe a placa “Passo o ponto”. Thaís Lopes, gerente da loja, diz que o proprietário, de origem coreana, decidiu ficar só com a unidade da Rua José Paulino. “As vendas estão fracas e o aluguel está caro”, diz ela. Há dois meses, a loja ao lado que, segundo ela, chamava-se G. Rock, também fechou.
A Triângulo Modas também decidiu ficar com apenas uma loja no bairro, a da José Paulino. Fechou o ponto da Rua da Graça por conta da queda nas vendas e do aluguel alto. Outras lojas que fecharam: Lua Luana (acessórios e bolsas), Colorida (roupas femininas de moda) e Pirulito Mágico (roupas infantis).  
A Semine, confecção especializada em atacado de roupas femininas a partir do tamanho 44, que fica na mesma calçada da Luxo Mix, ainda resiste. “Desde o ano passado vem caindo muito o número de lojistas por aqui, devido à queda no consumo”, afirma Eva Tavares de Lima, caixa da loja.
Quando chegou à empresa, há cerca de um ano, diz Eva, havia seis ‘piloteiras’, pessoas especializadas em fazer peças-piloto das coleções. Agora, só tem uma. “A confecção reduziu muito. São cinco pessoas que cuidam da produção e uma que cuida do estoque”, diz Eva.
LOJAS CHEGAM A 'PULAR' A COLEÇÃO DE INVERNO POR CONTA DE MERCADO DESAQUECIDO
Prevendo que a crise seria intensa, alguns lojistas decidiram até “pular” a coleção de inverno. É o caso da Chadely, localizada na Rua dos Italianos. As prateleiras da loja já exibem regatas e outras peças leves para serem usadas no verão.
“Falta dinheiro para bancar a produção de peças mais pesadas, que são mais caras, por isso, muitas lojas produziram pouquíssimas roupas para o frio”, diz Stefanos, enquanto caminha e comenta as informações dos lojistas.
“Costumo comparar o setor de vestuário com o da agricultura. Há duas estações básicas, a do inverno e a do verão.  Às vezes, o inverno é curto, improvável”, diz.
TRADIÇÃO
Stefanos conta que o polo de confecção do Bom Retiro é um dos mais antigos do país e já foi palco de diversas gerações de empresários. Foi, inicialmente, reduto de empreendedores de italianos. Depois de judeus, gregos e agora está na fase dos coreanos, que dominam cerca de 60% dos pontos comerciais da região.
Há casos de coreanos que, com a crise, simplesmente fecham as portas e somem da região. Quando os negócios voltam a aquecer, eles voltam.
O empresário da região, segundo Stefanos, é considerado de porte médio. É aquele que possui uma pequena confecção e uma, duas ou três lojas no próprio bairro.
No passado, as confecções tinham mais funcionários e terceirizavam uma parte da produção. Atualmente, quase toda a produção é sub contratada, até porque as empresas não possuem capital suficiente para manter empregados fixos durante o ano todo.
“Há grandes organizações que são prestadoras de mão-de-obra. Para as confecções e para esses prestadores de serviços, há uma tremenda vantagem em trabalhar assim. Para nós é bom porque focamos no produto”, diz Stefanos.
“Se você tem uma empresa que vende calça, você vai contratar especialistas em calça, que possuem o maquinário completo para isso. Se você faz vestido de festa, vai chamar especialistas em vestido de festa. Para quem presta serviço também é bom porque essa empresa consegue produzir para vários clientes (confecções), não fica dependente de uma empresa só”, diz.
Uma curiosidade no bairro é que, apesar de haver pontos comerciais disponíveis acima do normal, os preços dos aluguéis praticamente não se alteraram, um sinal de que os donos dos imóveis ou das lojas consideram que este momento de crise pode ser passageiro.
Nas ruas Aimorés, Professor Lombroso e José Paulino, os aluguéis caíram cerca de 10% de um ano e meio para cá, assim como os valores dos pontos comerciais, negociados em dólares, que ficam na casa de US$ 300 mil a US$ 350 mil.
Nas ruas mais afastadas, onde estão mais concentradas as confecções, os aluguéis já caíram entre 15% e 20%, segundo informa a imobiliária Hai, que atua na região. Em algumas ruas, como a Júlio Conceição, também já não existe mais negociação de luvas para pontos comerciais.
"Os proprietários estão conscientes sobre a realidade do mercado e solidários com os seus inquilinos, que solicitam descontos para tentar permanecer com o seu negócio saudável. Melhor reduzir o preço do que ter o imóvel desocupado", diz Adriana Weizmann, sócia da Hai. "O Bom Retiro continua sendo um bairro bem procurado por comerciantes e consumidores", afirma.

fonte: http://www.dcomercio.com.br/categoria/negocios/nem_a_zona_de_comercio_mais_rica_de_sao_paulo_escapa_da_crise

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