sábado, 13 de agosto de 2016

O livre comércio nos enriquece e o protecionismo nos empobrece - como reconhece Paul Krugman


Enterrada em uma recente postagem de blog feita por Paul Krugman estava a seguinte e surpreendente declaração:
"Sim, o protecionismo reduz a renda mundial."
A frase está perfeitamente correta, e sintetiza praticamente tudo o que você precisa saber sobre o protecionismo: ele reduz a renda mundial da população, principalmente dos mais pobres.
O protecionismo, como o próprio nome diz, serve para proteger as empresas nacionais ruins e blindá-las contra os desejos dos consumidores — principalmente dos mais pobres, que ficam sem poder aquisitivo para comprar produtos bons e baratos feitos no exterior.
Para os protecionistas, as indústrias nacionais não devem ser submetidas à liberdade de escolha dos consumidores nacionais.  Os consumidores não devem ter o direito de escolher produtos estrangeiros.  Eles devem ser obrigados a comprar apenas produtos nacionais mais caros.
Sem a concorrência de produtos estrangeiros, e com aqueles cidadãos mais pobres podendo comprar apenas produtos mais caros fabricados nacionalmente, os grandes empresários industriais do país não têm motivo nenhum para reduzir seus preços e elevar a qualidade de seus produtos.  Eles passam a usufruir um mercado cativo.
E os consumidores, principalmente os mais pobres, passam a ser tratados como gado em um curral: ficam proibidos de comprar produtos estrangeiros baratos e são obrigados a comprar apenas os produtos nacionais mais caros desses empresários privilegiados.
Enquanto os lucros destes se tornam inabalados, a renda disponível dos mais pobres vai definhando.
Qual é a melhor maneira de eliminar o protecionismo — se por meio de acordos unilaterais, bilaterais, continentais etc. — é algo que pode ser debatido, mas não deveria haver dúvida de que o protecionismo deveria ser abolido por causa de seu impacto negativo sobre a renda.
No entanto, e estranhamente, Krugman não termina por aí.  Algo ainda o incomoda.  Em todo o restante de sua postagem, bem como em todas as outras em que ele aborda o assunto, ele inventa explicações forçadas e convolutas para justificar por que o protecionismo não deve ser atacado. 
Por exemplo, imediatamente após ter feito essa afirmação contra o protecionismo, ele diz que:
"mas se você quiser argumentar que a liberalização comercial foi o principal motor do crescimento econômico, ou qualquer coisa nesse sentido, bem, os modelos não indicam isso."
A liberalização comercial é o "principal motor do crescimento econômico"?  Não sei se é o "principal motor do crescimento econômico".  Aliás, não se conhece algum modelo que afirme que a liberalização comercial, por si só, seja o "principal motor do crescimento econômico".  Mas o que realmente se sabe, e o próprio Krugman reconhece, é que o protecionismo "reduz a renda mundial da população".
Isso, e apenas isso, já não seria o bastante para condená-lo?
Em outra ocasião, Krugman afirmou o seguinte:
"Com efeito, a defesa elitista de um comércio cada vez mais livre é uma enganação. [...] O que os modelos de comércio internacional utilizados pelos verdadeiros especialistas dizem é que, no geral, acordos comerciais não geram mais comércio e nem criam e nem destroem empregos."
Sim, isso parece estar correto.  O livre comércio não deve ser buscado com o intuito de "aumentar empregos", mas sim com o intuito de aumentar a renda e a qualidade de vida.  E, sobre a renda, lembre-se de que, segundo o próprio Krugman, o protecionismo "reduz a renda mundial"!
Livre comércio e empregos
Agora, é verdade que uma maior concorrência entre trabalhadores nacionais e estrangeiros pode levar a um declínio nos salários (e no emprego) em alguns setores da economia.  Porém, esse seria apenas um efeito de curto prazo.  A livre concorrência entre produtores domésticos e estrangeiros também leva a uma redução nos preços dos bens e serviços, os quais podem agora ser livremente importados de fora.  Portanto, ao passo que os salários nominais podem cair em alguns setores, os salários reais sobem para todos, pois estará havendo um declínio geral de preços na economia.
Graças ao livre comércio, os consumidores agora irão gastar menos dinheiro em bens e em vários serviços.  Consequentemente, eles poderão agora gastar mais dinheiro em outros bens e serviços, levando a um aumento da demanda e, logo, dos lucros nos setores que fornecem estes bens e serviços.  Consequentemente, haverá mais investimentos nestes setores.  E essa maior taxa de investimento naturalmente levará à criação de mais empregos nestes setores, desta maneira contrabalançando qualquer eventual aumento no desemprego que possa ter ocorrido.
Alternativamente, os consumidores podem optar por poupar essa renda extra possibilitada pelo declínio nos preços.  Esse aumento na taxa de poupança tende a gerar um declínio nas taxas de juros, tornando mais lucrativos determinados investimentos de longo prazo e intensivos em capital, os quais não eram viáveis antes.  Aproveitando a oportunidade fornecida por esse aumento na poupança, empreendedores irão tomar emprestado para investir nesses projetos de longo prazo e intensivos em capital, os quais, por si sós, não apenas criam mais empregos, como também geram um aumento na demanda por bens de capital, o que eleva os lucros nas indústrias produtoras de bens de capital e, consequentemente, levam a mais investimentos e empregos nestes setores.
Livre comércio e especialização
Fabricada na Malásia utilizando máquinas feitas na Alemanha, algodão proveniente da Índia, forros de colarinho do Brasil, e tecido de Portugal, em seguida sendo vendida no varejo em Sidney, em Montreal e em várias cidades dos países em desenvolvimento (ao menos naqueles que são mais abertos ao comércio exterior), a camisa típica da atualidade é o produto dos esforços de diversas pessoas ao redor do mundo.  E, notavelmente, o custo de uma camisa típica é equivalente aos rendimentos de apenas umas poucas horas de trabalho de um cidadão comum do mundo industrializado.
Obviamente, o que é verdadeiro para uma camisa vale também para incontáveis produtos disponíveis à venda nos países capitalistas modernos.
Como é possível que, atualmente, um trabalhador comum seja capaz de adquirir facilmente uma ampla variedade de bens e serviços, cuja produção requer os esforços coordenados de milhões de trabalhadores? A resposta é que cada um desses trabalhadores faz parte de um mercado tão vasto e abrangente, que passa a ser vantajoso para muitos empreendedores e investidores organizarem operações de produção altamente especializadas, as quais são lucrativas somente porque o mercado para seus produtos é grande.
Esta especialização tanto do trabalho quanto da produção, ao longo de diferentes setores industriais ao redor do mundo, é exatamente o fenômeno da globalização.
Suponha, por exemplo, que as camisas possam ser feitas somente de duas maneiras. A primeira é manualmente. Para um fabricante de camisas que utiliza este método — independentemente de quantas camisas produz —, o custo para produzir cada camisa é de $ 250. Trabalhando em tempo integral na produção manual de camisas, o camiseiro consegue produzir dez camisas por mês.
A segunda maneira é produzindo as camisas em uma fábrica altamente mecanizada. Se a fábrica funciona ao máximo de sua capacidade de um milhão de camisas por mês, cada camisa tem um custo de produção de $ 5. Porém, como as instalações e todo o maquinário da fábrica exigem um grande investimento inicial, operar a fábrica abaixo de sua capacidade máxima faz com que o custo de cada camisa aumente. A razão para este aumento é que produzir menos camisas — já tendo incorrido em um investimento alto — impede o fabricante de diluir todo o custo do investimento, algo que só ocorre quando a produção é máxima. Quanto menor for a produção da fábrica, maior será o custo por camisa produzida.
Sendo assim, qual método de produção seria utilizado pelo fabricante? A resposta é: depende do tamanho de seu mercado.
Se um fabricante de camisas pretende servir a um mercado de milhões de pessoas, ele utilizará o método da fábrica. Contudo, se ele espera atender a um mercado de apenas umas poucas dúzias de clientes em potencial, ele optará por produzir as camisas manualmente. Se cada fabricante de camisas tivesse acesso somente a mercados pequenos, o preço das camisas seria mais elevado do que se os fabricantes tivessem acesso aos mercados maiores.
Este exemplo proporciona um importante argumento em prol do livre comércio: ao expandir os mercados para além das fronteiras políticas, as empresas podem aproveitar melhor as vantagens daquilo que os economistas chamam de "economias de escala", possibilitando assim que os consumidores usufruam preços mais baixos.
Outra vantagem da especialização é que ela permite aos consumidores aproveitarem ao máximo os recursos e talentos localizados em lugares distantes. Canadenses podem desfrutar dos abacaxis cultivados no Havaí, ao passo que havaianos podem desfrutar do xarope de maple produzido no Canadá; os franceses aproveitam a expertise financeira concentrada na cidade de Londres, enquanto os londrinos desfrutam dos vinhos da Borgonha e Bordeaux. Brasileiros se beneficiam de produtos tecnológicos manufaturados na China, ao passo que os chineses usufruem a carne e o café produzidos no Brasil.
Embora outros fatores estejam sempre presentes, as características geográficas de uma região — por exemplo, seu clima, topologia e reservas de minerais —, assim como os talentos especiais de sua força de trabalho, determinam quais são os bens e serviços que podem ser produzidos nessa região com o menor custo — ou, como dizem os economistas, "com vantagem comparativa".
Quanto mais livre for o comércio, maior a probabilidade de que regiões se especializem na produção daqueles bens e serviços que sua população local é capaz de produzir com mais eficiência, e em seguida importem aqueles bens e serviços que são produzidos de maneira mais eficiente em outras localidades.
O livre comércio proporciona aos consumidores a oportunidade de comprar bens e serviços dos melhores produtores do mundo. Se as camisas pudessem ser mais bem produzidas domesticamente, então o livre comércio ajudaria a manter esses produtores lucrativamente no negócio (não haveria outros locais de onde importar camisas melhores e mais baratas). Alternativamente, se as camisas fossem mais bem produzidas no exterior, os consumidores domésticos somente poderiam ter pronto acesso a essas camisas por meio do comércio.
Assim, o livre comércio faz com que os ineficientes produtores domésticos de camisas tenham de redirecionar seus talentos para outros setores em que sejam mais capacitados, removendo-os da produção de camisas e alocando-os para outras atividades produtivas.  Isso beneficia os consumidores.  Empreendimentos ineficientes são ruins para uma sociedade.  Eles consomem recursos escassos e não entregam valor.  Na prática, eles subtraem valor da sociedade.  Não faz sentido econômico manter uma fábrica de pentes em um país se sua população está mais bem servida comprando pentes melhores e mais baratos de outros produtores.
Ao redirecionar os recursos ao redor do globo para aquelas tarefas nas quais cada recurso aplicado faz um trabalho melhor, o livre comércio rearranja os recursos mundiais de maneira a gerar a maior produção possível, ao mesmo tempo em que proporciona aos consumidores o máximo acesso (mais fácil e mais barato) a essa produção.
Ausência de livre comércio é escravidão
Apenas imagine viver em uma sociedade na qual nosso trabalho diário serve unicamente ao propósito de sobrevivermos, e não para desenvolver nossos talentos. Pois essa é a realidade nos países que mais restringem o livre comércio: as pessoas, ao serem praticamente proibidas de utilizar os frutos do seu trabalho para adquirir aqueles bens e serviços que são mais bem produzidos por estrangeiros, acabam sendo obrigadas a desempenhar várias atividades nas quais não têm nenhuma habilidade.
Uma pessoa boa em informática acaba tendo de trabalhar como operário em uma siderurgia, pois seu governo restringe a importação de aço, que poderia ser adquirido mais barato de estrangeiros.
Estando isoladas da divisão mundial do trabalho, tais pessoas trabalham apenas para sobreviver, e não para desenvolver seus talentos. Elas não podem trabalhar naquilo em que realmente são boas, pois a restrição ao livre comércio obriga os cidadãos a fazerem de tudo, inclusive aquilo de que não entendem.
Isso é uma vida cruel.
Apenas imagine como seria sua vida se você tivesse de fabricar seu computador (ou tablet ou smartphone), cultivar a comida que você come, criar as roupas que você veste, e construir a estrutura na qual você mora. Caso tivesse de fazer tudo isso, você certamente morreria esquálido, faminto, nu, desabrigado e desempregado.
Graças ao livre comércio, no entanto, você não é obrigado a se concentrar naquilo em que você não é bom. Em vez disso, você pode apenas trocar os frutos do seu trabalho por todos aqueles bens de consumo que você não é capaz de fabricar.  Nesse cenário, quanto maior a sua liberdade para adquirir esses bens — não importa se eles foram fabricados na sua cidade ou em uma indústria do Vietnã —, melhor.
O protecionismo nos torna mais pobres
O protecionismo não apenas protege os ineficientes, garante seus lucros, e obriga os consumidores a pagarem preços maiores (o que configura uma redistribuição de recursos dos consumidores domésticos para os produtores domésticos), como também interrompe todo o processo de especialização descrito acima, desta maneira impedindo que o padrão de vida aumente no longo prazo — podendo, inclusive, levar ao seu declínio.
Ao dar uma sobrevida a empresas ineficientes, as tarifas protecionistas impedem que a mão-de-obra seja retirada dos setores menos eficientes e seja alocada para os comparativamente mais eficientes.  Consequentemente, dado que o protecionismo impede um maior grau de especialização, ou mesmo a reverte, os benefícios da especialização não podem ser obtidos.  A produtividade não aumenta (ou, no mínimo, não aumenta como poderia) e, consequentemente, os salários reais não sobem.
Contrariamente à retórica popular, o livre comércio não "destrói empregos".  Ele apenas leva a uma mudança de alocação de recursos (mão-de-obra, capital e outros fatores), retirando-os dos setores comparativamente ineficientes da economia doméstica para outros mais comparativamente eficientes.  Esse processo de especialização nas linhas de produção comparativamente mais vantajosas não apenas não destrói empregos, como também permite grandes ganhos em eficiência e produtividade, o que leva a um aumento na renda real.
É assim que, longe de prejudicar os trabalhadores domésticos, o livre comércio faz exatamente o oposto — ele os enriquece.  Com efeito, é o protecionismo o que nos deixa mais pobres, trabalhadores inclusos, ao artificialmente proteger as empresas ineficientes, levando a uma má alocação de recursos e a um declínio no padrão de vida de todos.
___________________________________________
Georgi Vuldzhev é graduando em ciências econômicas e membro do Instituto para a Economia de Mercado, em Sofia, na Bulgária.
John Tamny é o editor do site Real Clear Markets e contribui para a revista Forbes.
Donald Boudreaux foi presidente da Foudation for Economic Education, leciona economia na George Mason University e é o autor do livro Hypocrites and Half-Wits.
Leandro Roque é o editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.


fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2459

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

O socialismo e a mentalidade assistencialista destroem a moral e tornam as pessoas egoístas por Dennis Prager


No mundo contemporâneo, é dado como um fato consumado que o capitalismo de livre de mercado, com a sua concorrência entre produtores e a busca pelo lucro, se baseia no egoísmo e gera egoísmo.  Já o socialismo, e todo o suposto assistencialismo que ele gera, seria baseado na abnegação e na bondade, produzindo ainda mais abnegação e bondade.
A verdade é que a realidade é exatamente oposta.
Quaisquer que sejam suas autoproclamadas intenções, o socialismo — e todo o seu assistencialismo — produz indivíduos mais egoístas e uma sociedade muito mais egocêntrica do que uma economia de livre mercado jamais seria capaz de fazê-lo. 
Pior: tão logo esse egocentrismo se torna difuso, é praticamente impossível revertê-lo.
E essa corrupção da mente ocorre em todos os países, independentemente de sua renda.
Eis um exemplo: em 2010, o presidente dos EUA, Barack Obama, fez um discurso para uma enorme platéia formada por universitários.  Em um momento do seu discurso, ele anunciou que, após o governo ter adotado algumas medidas coercivas, as pessoas jovens agora poderiam permanecer usuárias dos planos de saúde dos pais até os 26 anos de idade.
Em toda a minha vida, não me lembro de já ter ouvido aplausos mais estrondosos e prolongados do que aqueles que ouvi naquele dia.  Houvesse o presidente anunciado a descoberta da cura do câncer, é altamente duvidoso que os aplausos teriam sido tão ruidosos ou prolongados quanto.
Mas, afinal, por que esses jovens estavam tão felizes?  O governo lhes dizer que agora podem permanecer dependentes de seus pais até os 26 anos de idade é algo que deveria ser visto por um jovem como totalmente humilhante e aviltante.  No entanto, a mentalidade assistencialista faz com que essa degradação seja vista como algo libertador.
Ao longo da história ocidental, o grande objetivo dos jovens sempre foi o de se tornar adultos maduros e independentes — começando pela independência em relação aos pais.  O socialismo e o assistencialismo estatal, no entanto, destroem essa aspiração.
Em vários países europeus já é cada vez mais comum jovens morarem com seus pais até depois dos 30 anos de idade.  Com alguma frequência, até os 40 anos.  E por que não?  Sob um estado assistencialista, a pessoa cuidar de si própria e assumir responsabilidade pelo próprio sustento não mais é uma virtude.
E por que é assim?  Porque o governo está cuidando de você.
Portanto, o socialismo possibilita — e, como resultado, produz — pessoas cujas preocupações se tornam cada vez mais egocêntricas:
# Quantos e quais benefícios irei receber do governo?
# O governo pagará por minha educação?
# O governo pagará por minha saúde?
# O governo cuidará de mim caso eu não queira trabalhar?
# Qual é o mais cedo em que posso aposentar?
# O governo cuidará de mim em minha velhice?
# A quantas férias pagas tenho direito?
# Se eu for demitido, quanto meu ex-patrão terá de me pagar para me prover conforto?
# Quantos dias posso faltar ao meu trabalho sem receber desconto no salário?
# Quantas semanas de licença maternidade ou licença paternidade pagas tenho o direito de ter?
E, assim, cada benefício social se torna um "direito adquirido".
Mas ainda não terminou.  Há efeitos ainda mais devastadores do socialismo.
A sensação de se ter "direitos adquiridos" cria cidadãos sem aquele traço característico que todo e qualquer ser humano deveria ter: a gratidão.
É impossível ser feliz sem ser grato, e é impossível ser uma boa pessoa se você não tem gratidão.  É por isso que constantemente falamos para nossos filhos: "Diga 'obrigado'!"
Mas o socialismo e a mentalidade assistencialista destroem isso.  Afinal, por que uma pessoa seria grata por receber um benefício social?  Quem seria grato por receber "aquilo a que tem direito"?
Portanto, em vez de dizer "obrigado" aos pagadores de impostos que lhe provêem benesses, o cidadão de um estado assistencialista é ensinado a dizer: "O que mais tenho o direito de receber?  Quero mais, mais e mais!".
E, ainda assim, a esquerda insiste que é o capitalismo e o livre mercado, e não o socialismo, que produz pessoas egoístas.
A verdade é que o capitalismo e o livre mercado não apenas produzem pessoas muito menos egocêntricas, como ainda geram pessoas muito mais preocupadas em agradar aos outros. 
O capitalismo de livre mercado requer ações e interações voluntárias entre os indivíduos.  No livre mercado, não há coerção e ninguém é obrigado a sustentar terceiros.  Não há subsídios, não há tarifas protecionistas, ninguém é impedido de empreender livremente, e não há barreiras governamentais à entrada de concorrentes em qualquer setor do mercado (como ocorre em setores regulados por agências reguladoras).
Em um livre mercado, se eu quero algo de você, então eu tenho de fazer algo por você.
Consequentemente, como explicado neste artigo:
Um dos mais belos aspectos de uma economia de mercado é que ela é capaz de domar as pessoas mais egoístas, ambiciosas e talentosas da sociedade, fazendo com que seja do interesse financeiro delas se preocuparem dia e noite com novas maneiras de agradar terceiros. Empreendedores conduzem a economia de mercado, mas a concorrência entre empreendedores é o que os mantém honestos.
Ensinar as pessoas a trabalhar, a gerar valor, a satisfazer os desejos e as necessidades de terceiros, e, principalmente, a assumir responsabilidade pela própria vida.  Acima de tudo: ensinar que elas devem produzir para ganhar algo em troca. 
Isso gera pessoas menos egocêntricas, e não mais egocêntricas.
O capitalismo e o livre mercado ensinam as pessoas a trabalhar mais, a produzir mais e a gerar mais valor; o socialismo e a mentalidade assistencialista ensinam as pessoas a exigir cada vez mais benesses e a terceirizar o comando de suas vidas para o estado. 
Qual atitude você acredita que gera uma sociedade melhor?


fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2471

Dennis Prager é autor de livros, colunista de jornais, apresentador de talk show e conferencista.  Criou a Prager University, um centro de educação online voltado para a difusão de idéias pró-liberdade e pró-livre iniciativa.

O registro histórico da introdução da doença vassoura-de-bruxa nas plantações de cacau da Bahia. Um filme de Dilson Araújo

O registro histórico da introdução da doença vassoura-de-bruxa nas plantações de cacau da Bahia. Um filme de Dilson Araújo



O socialismo venezuelano: pessoas comendo cachorros, saqueando supermercados e morrendo de inanição

Jamais menospreze a capacidade destruidora do socialismo: a Venezuela, ainda na década de 1970, estava entre os 20 países mais ricos do mundo.  Bastou pouco mais de uma década de bolivarianismo para jogar a população do país na mais completa mendicância. Tudo começou quando, em sua fome por poder, o falecido Hugo Chávez prometeu redistribuir a riqueza do país para os mais pobres (sempre começa assim).  O pai do "socialismo do século XXI", ao que tudo indica, desconhecia a máxima econômica de que, para que os recursos possam ser redistribuídos para as massas, eles têm antes de ser produzidos.
E impedir a produção é exatamente aquilo que o socialismo faz.
A situação começou realmente a degringolar com a destruição da moeda.  Quando a moeda perde seu valor, toda a economia se deteriora.  Sendo a moeda a metade de toda e qualquer transação econômica, se ela deixa de funcionar, você retorna a um estado de escambo.  Ninguém aceita abrir mão de bens — principalmente alimentos e outros produtos essenciais — em troca de uma moeda sem poder de compra nenhum.  Escassez e desabastecimentos se tornam a consequência inevitável.
Uma moeda em contínuo enfraquecimento — que nenhum venezuelano quer portar e que nenhum estrangeiro está disposto a aceitar em troca de dólares (o que inviabiliza importações até mesmo a de produtos básicos e essenciais, como remédios) — e um controle total de preços decretado pelo governo levaram a uma escassez generalizada de bens essenciais na economia.
Um país tem de ou produzir o que consome ou importar.  A produção doméstica praticamente acabou e nenhum estrangeiro aceita trocar dólares por bolívares venezuelanos, o que significa que praticamente não há importações.
Após 15 anos de revolução bolivariana, a Venezuela está mergulhada na maior crise econômica da sua história.  O paraíso socialista criado por Hugo Chávez e aperfeiçoado por seu sucessor Nicolás Maduro vem quebrando paradigmas e alcançando façanhas: já conseguiu gerar escassez e racionamento de papel higiênico, comida, remédioscervejaeletricidade e até mesmo água.
O país está em hiperinflação.  Organismos internacionais, em uma projeção conservadora, estimam uma inflação de preços de 720% para este ano.
E as consequências não estão sendo bonitas.
Saques, mortes, e cachorros como alimentos
Não é nenhum exagero dizer que a situação da Venezuela já alcançou um ponto sem retorno.  O caos se tornou irreversível.
Eis uma foto de Caracas na sexta-feira passada:

De um lado, a polícia.  De outro, cidadãos venezuelanos protestando pelo fato de seus filhos estarem morrendo por falta de comida e remédios, e por não terem água e nem eletricidade. 
Ainda no início de 2015, toda a distribuição de alimentos na Venezuela foi colocada sob supervisão militar.  Em seguida, o governo impôs um sistema de checagem de digitais para se certificar de que a mesma pessoa não esteja comprando itens básicos mais de uma vez na mesma semana.   Em seguida, filas nos supermercados se tornaram rotinas. Os venezuelanos passaram a ter de pedir permissão para faltar ao trabalho e assim poder ficar o dia inteiro em longas filas nas portas dos poucos supermercados que ainda tinham produtos à venda.
Isso inevitavelmente os empurrou para o mercado negro.  A situação ficou tão escabrosa que os traficantes de drogas abriram mão de seu ofício em tempo integral e passaram a se especializar no mercado paralelo de alimentos.
Agora, a escassez e a fome chegaram a tal ponto, que os venezuelanos estão caçando cachorros, gatos e até mesmo pombos para poder comê-los.
Segundo o PanAm Post:

Ramón Muchacho, prefeito de Chacao (uma subdivisão administrativa de Caracas), disse que as ruas da capital venezuelana estão repletas de pessoas matando animais para comê-los.
Em seu Twitter, Muchacho relatou que, na Venezuela, é uma "realidade dolorosa" o fato de que pessoas estão "caçando gatos, cachorros e pombos" para aliviar sua fome.  As pessoas também estão catando restos de vegetais das lixeiras e do chão para se alimentar. [...]
Seis oficiais das forças armadas da Venezuela foram presos por roubarem bodes para matar a fome, uma vez que não havia mais comida em seus quartéis.
À medida que o desespero vai se intensificando, a criminalidade se torna inevitável.
De acordo com o jornal britânico The Daily Mail, um homem acusado de tentar assaltar as pessoas nas ruas de Caracas foi cercado por uma turba de cidadãos igualmente desesperados, espancado e queimado vivo.

O primeiro vídeo abaixo (cenas fortíssimas) mostra o homem sendo espancado.  Já o segundo vídeo o mostra sendo queimado vivo. (Desnecessário enfatizar que as cenas são fortíssimas; veja apenas se seu estômago for bem treinado).



http://www.dailymail.co.uk/video/news/video-1233642/Shocking-footage-shows-mob-viciously-attack-suspected-robbers.html


Também na semana passada, o país vivenciou uma nova onda de saques que resultou em pelo menos dois mortos, inúmeros feridos, e milhões de dólares em perdas e danos. 

Na manhã de quarta-feira, 5 mil pessoas saquearam um supermercado na cidade de Maracay, uma das mais ricas do país.  De acordo com o relato dos comerciantes, as intermináveis filas a que os venezuelanos são submetidos diariamente apenas para comprar itens básicos não puderam ser organizadas naquele dia.  À medida que o tempo ia se passando, os cidadãos desesperados foram ficando cada vez mais ansiosos e temerosos de não conseguirem comprar comida.  E então eles simplesmente começaram a pular os cercados e invadiram o supermercado.



"Não há arroz, nem macarrão e nem farinha", disse o venezuelano Glerimar Yohan. "Há apenas fome".
Ano passado, em uma situação incrivelmente similar, houve um tumulto em um supermercado estatal do país (que havia anunciado a venda de comida subsidiada) no qual milhares de pessoas entraram em conflito com a Guarda Nacional, que utilizou gás lacrimogêneo para dispersar a população.  Uma idosa de 80 anos foi pisoteada até a morte. E 75 pessoas ficaram feridas.
Um pouco diferente do prometido paraíso socialista, no qual haveria fartura para todos, o vídeo abaixo mostra pessoas quase saindo no braço para conseguir um simples pacote de arroz.




Ao longo das duas últimas semanas, várias províncias do país testemunharam saques a farmácias, shoppings, supermercados e caminhões que transportavam alimentos.  Em vários supermercados, gritos de "estamos com fome!" ecoavam.  No dia 27 de abril, a Camara Venezolana de la Industria de Alimentos (Cavidea) relatou que os produtores de alimentos do país tinham estoques para apenas mais 15 dias.




Na Venezuela, quando a ração se torna ainda mais escassa é assim que os supermercados terminam o dia
Com uma moeda morta, com um sistema de preços completamente desorganizado, e com tudo sob estrito controle estatal, a única coisa que resta é assistirmos a essa sociedade implodir.  Oscar Meza, diretor do Instituto Cendas (Centro de Documentacion e Análisis Social), disse que os índices de escassez e de inflação para maio serão os piores da história.  "Estamos oficialmente declarando maio como o mês em que a inanição geral começou na Venezuela", disse ele ao portal Web Noticias Venezuela.

  "Estamos oficialmente declarando maio como o mês em que a inanição geral começou na Venezuela" disse uma ONG que mensura inflação e escassez


A Venezuela e o lápis
Talvez a maior estupidez promovida pelo socialismo é a ideia de que, ao impor controle de preços e ao proibir o lucro, o governo conseguirá fazer com que os alimentos se tornem mais abundantes e mais baratos.  A privação dos venezuelanos gerada pela escassez de comida é exatamente a consequência do controle de preços imposto pelo governo, o qual gera apenas desabastecimento e fome.
A inanição é apenas um sintoma de um colapso econômico mais amplo, que perpassa toda a cadeia de produção, e que foi gerado por decretos do governo.
Em 1958, o legendário libertário Leonard Read escreveu o ensaio Eu, o Lápis, no qual, ao explicar como um simples lápis é fabricado, utilizando componentes oriundos de diversas partes do mundo e fabricado por pessoas visando ao lucro, ele demonstrou o poder da liberdade econômica.  Um lápis é criado por meio das decisões voluntárias de milhares de indivíduos, operando livremente e de acordo com seu interesse próprio.  E, ainda assim, todos agem em perfeita e coordenada harmonia. 
Praticamente todas as ações descritas na criação do lápis são ilegais, não-lucrativas e pessoalmente perigosas na Venezuela de hoje.
Veja o que aconteceu com todo o sistema de transporte.  De um lado, os trabalhadores precisam se locomover até seu local do trabalho.  De outro, as peças e os componentes têm de ser entregues às fábricas.  Os estoques têm de ser vendidos para o varejo.  E os tratores têm de arar os campos.  Mas tudo isso foi abolido na Venezuela.
O fabricante de baterias de carro em Caracas não consegue importar seus componentes, e o controle de preços imposto pelo governo o proíbe de ter lucros.  Para trocarem a bateria de seus carros, os consumidores têm de fazer fila na porta das fábricas — as quais, para cortar custos, não mais estão utilizando o varejo para distribuir seus bens — desde o início da madrugada.  Só que, além de serem necessários vários dias para se completar a transação, a bateria antiga do carro tem de ser dada em troca.  Isso significa que, se ela houver sido roubada — algo bastante corriqueiro na Venezuela —, o cliente tem de apresentar um certificado especial de uma delegacia de polícia, comprovando o roubo.
Uma mulher estava aos prantos às portas de uma fábrica.  Ela já havia perdido vários dias de trabalho esperando na fila.  Quando finalmente foi atendida, recebeu a notícia de que o certificado que ela apresentou para comprovar que sua bateria havia sido roubada não tinha validade.
Mas não são apenas baterias de carro que estão escassez.  Gangues estão invadindo fazendas e armazéns e desmontando completamente tratores e demais equipamentos agrícolas, os quais são vendidos a preços altíssimos no mercado negro exatamente porque se tornaram escassos.  Essa é apenas mais uma dor de cabeça para os agricultores.
Chávez, com sua reforma agrária (outro mantra socialista), já havia confiscado as terras mais produtivas do país e as distribuído para os chavistas, os quais nada entendem de agricultura.  E, mesmo nas terras que não foram confiscadas, a destruição do sistema de preços e a desorganização da economia fizeram com que o plantio desabasse.  A maior parte das sementes utilizadas na Venezuela é importada.  Porém, como não há dólares, elas não mais existem.  Adicionalmente, os agricultores estão relutantes para plantar quando os custos são altos e os preços de venda, controlados.  Ninguém quer produzir em troca de uma moeda que nada vale.  A maior parte da produção é destinada ao consumo próprio.
A pecuária se tornou igualmente menos produtiva, ainda mais agora que os apagões diários estão interrompendo o funcionamento das máquinas elétricas que produzem o leite.  Os poucos caminhões que ainda circulam para distribuir alimentos são frequentemente saqueados.
A oferta de proteína sumiu.  Os ovos desapareceram das prateleiras dos supermercados.  Em outubro do ano passado, sete fábricas de conservas de atum, que empregavam 3.000 pessoas, tiveram de fechar as portas, pois não conseguiam dólares com o Banco Central para pagar os fornecedores estrangeiros que forneciam os materiais para sua produção, como peixe e latas. 
Até mesmo remédios básicos, como uma simples aspirina, sumiram.
Conclusão
Ao passo que uma guerra civil parece inevitável, Nicolás Maduro segue no comando, disposto a continuar utilizando os venezuelanos como cobaias neste seu experimento socialista (em condições quase que de laboratório).
A nós, observadores externos, resta apenas torcer para que essas cenas chocantes se mantenham relegadas às ruas dos paraísos socialistas.  E que elas sempre sirvam de lição para nos lembrar do que é o socialismo na prática.
Por fim, vale ressaltar que, ironicamente, os venezuelanos muito ricos — aqueles a quem Chávez jurou que iria esmagar — ainda têm dólares, e não estão passando fome.  Quem realmente está sofrendo ao ponto de morrer de fome são os pobres e os proletários, aqueles mesmos que os socialistas juram amar.


Mary Anastasia O'Grady é editora do The Wall Street Journal e faz a cobertura de eventos da América Latina.
Andrea Rondón García, doutora em direito pela Universidad Central de Venezuela e diretora acadêmica do Instituto Ludwig von Mises Venezuela.  É também professora da Universidad Católica Andrés Bello.
Leandro Roque, editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.


fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2410

Cerimônia de abertura das Olimpíadas: uma aula de marxismo cultural por Leandro Ruschel

 
Lindo, mas qual é a mensagem?

Geralmente a propaganda marxista é produzida de forma sutil, mas não foi o caso aqui.
O próprio diretor da cerimônia, o cineasta Fernando Meirelles foi claro: “A cerimônia de hoje terá índios, empoderamento dos negros e das mulheres, transgêneros e um alerta contra os riscos do uso de petróleo”.
E emendou: “Bolsanaro vai odiar a cerimônia. Trump também. Pelo menos nisso acertamos”.
Por trás de lindos efeitos visuais, coreografias e fogos há uma mensagem, ou uma série de mensagens. Nesse caso:
1- Os índios são fundamentalmente bons e puros, foram massacrados por brancos malvados. A tese do bom selvagem prevalece, mesmo que ela seja absurda e não leva em conta o nível de violência e atraso que existe em muitas dessas comunidades até hoje.
2- Esses mesmos brancos malvados escravizaram os negros. Não foi apresentada uma única crítica sobre a escravidão de negros por negros na África e mesmo no Brasil, onde Zumbi era um dos grandes senhores de escravos.
3- Os negros carregam a alegria, a arte, a criatividade, enfim, a capacidade da expressão e são até hoje explorados pelo sistema.
4- A pobreza é algo bom. A favelização da cidade e mesmo da cultura não deve ser combatida, deve ser festejada e incentivada.
5- A sociedade está dividida, e a paz só virá pela favelização do país.
6- O maior problema do mundo é o aquecimento global. Temos que salvar o planeta em primeiro lugar. O ser humano tem importância secundária.
                              Quem liberou os escravos? Isso não importa, responderá Meirelles.

Poderia muito bem ser um programa do PT (comunismo gramsciano), ou do PCdoB (comunismo stalinista) ou do PSOL (comunismo chavista), talvez da REDE (comunismo verde), que tem entre seus quadros o próprio Fernando Meirelles.
Por que não foram apresentado outros aspectos da história e da cultura brasileira? Por exemplo, os brancos que formam a maioria, 45,9% da população, foram praticamente ocultados da festa, tirando a apresentação da Gisele Bundchen, que reforçou a ideia do individualismo, já que ela foi apresentada sozinha no grande palco.
Não houve nenhuma menção sobre a Monarquia, que foi quem acabou com a escravidão, sobre os valores cristãos que formam a base da nossa sociedade, sobre a imigração de europeus que ajudaram a construir o país. Nada sobre o maior fenômeno sociocultural da últimas décadas, que foram os protestos de 2015 e 2016.
 A favela e a mão esquerda cerrada, símbolo máximo do movimento comunista na história.


Para os criadores da apresentação, tudo isso não existiu. O que o Brasil criou de mais importante foi funk e sua representação legítima, resumida pelo verso:
“Eu só quero é ser feliz. Andar tranquilamente. Na favela onde eu nasci. É… E poder me orgulhar. E ter a consciência que o pobre tem o seu lugar.”
Um país com esse lema tem alguma chance de dar certo?

Leandro Ruschel

Compulsive reader and amateur writer. Financial markets, politics, philosophy and business are my subjects.





fonte: https://medium.com/@leandroruschel/cerim%C3%B4nia-de-abertura-das-olimp%C3%ADadas-uma-aula-de-marxismo-cultural-1a2ca056066d#.xt2r5uihx

POLÍCIA DE SP INDICIARÁ PATRÍCIA LÉLIS POR TENTATIVA DE EXTORSÃO E FALSA COMUNICAÇÃO DE CRIME; A CASA CAIU PARA A ATRIZ DA REDE GLOBO!


As acusações de Patrícia Lelis, 22 anos, contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) vem sendo divulgadas amplamente pela imprensa desde que o caso foi revelado no dia 3 de agosto. Através da Coluna Espalanada, ela divulgou prints de conversas com o pastor e áudios que gravou com Talma Bauer, chefe de gabinete do parlamentar.

A situação vem ganhando contornos diferentes desde que ela abriu um Boletim de Ocorrência (BO) contra Bauer por tê-la ameaçado de morte e a mantido em cárcere privado em São Paulo, para onde ‘fugiu’ logo após tudo vir à tona. Na volta para Brasília, onde mora, abriu outro BO, onde também acusa Feliciano de assédio sexual e agressão.

As contradições de Lelis e a incongruência dos fatos apresentados por ela às autoridades, contudo, podem fazer com que de acusadora ela passe a ser investigada pela polícia pelos crimes de extorsão e falsa comunicação de crime.

Segundo o delegado Luís Roberto Hellmeister, do 3º DP de São Paulo, onde o primeiro BO foi lavrado, já está descartada a possibilidade de Bauer ter mantido a jovem em cárcere privado. O assessor parlamentar foi ouvido pela polícia e liberado. Ele sempre negou as acusações.

Uma terceira pessoa, Emerson Biazon, citada por Patrícia nas declarações à polícia e à imprensa, também foi chamado para depor. Ele forneceu às autoridades um tablet que continham gravações feitas por ele. São vídeos onde ele aparece negociando tanto com a estudante quando com o assessor uma quantia em dinheiro que serviriam para comprar o silêncio de Lelis.

Está em poder da Polícia Civil de São Paulo a quantia de 20 mil reais, apreendida com Emerson, que ele nega ser dele. O dinheiro seria uma parcela do dinheiro pedido por Patrícia para não denunciar Feliciano, o que, se for verdade, caracterizaria o crime de extorsão.

Num dos vídeos divulgados pelo jornal O Estado de São Paulo, os três investigados aparecem conversando sobre um pagamento de R$ 50 mil à jovem que foi intermediado por uma outra pessoa, Artur Mangabeira, que tem seu nome citado, mas não estava no local.

Ele seria namorado de uma amiga da jovem, que Lélis só conhecia pela internet. Mangabeira teria afirmado ser agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), algo que posteriormente comprovou-se não ser verdade.

No diálogo, Bauer diz ter entregue R$ 50 mil a Artur, que repassou apenas 10 mil para Patrícia.

No vídeo divulgado, Patrícia se mostra indignada e pede: “Bauer, me promete que você vai fazer alguma coisa com ele”. Ela insinua que o assessor, um policial aposentado, poderia executar o intermediário que a prejudicou. A resposta do chefe de gabinete é: “Eu não vou matar ele, mas eu dou um nó nele, alguma coisa eu faço”.

Na interpretação da polícia, está claro que a estudante pediu o dinheiro. “Tem interesse dos dois, mas na gravação ela pede dinheiro”, afirmou o delegado Hellmeister. Ele descarta as acusações de Lélis dando conta que foi mantida refém em um hotel e forçada a gravar vídeos negando que Feliciano tenha tentado violentá-la.

O delegado diz ainda que imagens das câmaras do Hotel San Rafael, no centro de São Paulo, mostram Bauer, abraçando a jornalista no saguão. Outro vídeo mostra a jovem recebendo o namorado. Após analisar essas imagens e áudios , o delegado é categórico: “Ela passa a ser investigada. Ela mentiu para burro aqui”.

Segundo o policial, há comprovação que nas datas que dizia estar sob sequestra, Patrícia foi ao shopping fazer maquiagem e compras. Também esteve na Avenida Paulista passeando com o namorado. Há fotos da jornalista no carro onde gravou o primeiro vídeo e numa churrascaria com Bauer, sempre em clima amistoso.

300 mil para “comprar silêncio”

O valor de 50 mil citado no vídeo é compatível com o que vem sendo divulgado pelo blog Coluna Esplanada, responsável por vazar a história. Segundo as publicações, que incluem prints de conversa por WhatsApp, Patrícia negociou seu silêncio por R$ 300 mil reais, pagos em seis parcelas de R$ 50 mil. A primeira teria sido paga em espécie e parte desse dinheiro são os 20 mil apreendidos com Biazon, e que agora estão em posse da polícia.

Nas entrevistas, Patrícia Lélis sustenta que nunca pediu nem recebeu dinheiro, mas que Emerson poderia ter negociado em seu nome. Não é o que mostra o vídeo. José Carlos Carvalho, advogado dela, continua afirmando que sua cliente não recebeu nenhum dinheiro de Bauer e que os vídeos onde a jovem nega os crimes de Feliciano foram gravados “sob ameaça e em cárcere privado”.

O pastor Marco Feliciano tem evitado falar sobre o assunto. Ele publicou um vídeo no fim de semanaonde nega as acusações. Ao lado da esposa Edileusa, reiterou que a denúncia de assédio sexual é “uma grande farsa”. O PSC já anunciou que também vai processar a estudante que fez acusações contra a legenda, mas que não é capaz de provar.

 http://www.magnetoelenco.com.br/v2/Patricia_L%E9lis

 http://www.magnetoelenco.com.br/v2/pesquisa_resultado2.php?nome=patricia&form_enviado=sim






fonte: http://www.libertar.in/2016/08/policia-de-sp-indiciara-patricia-lelis.html

Como os socialistas deturpam a linguagem para conquistar corações, mentes e, é claro, o poder por Ludwig von Mises

Nota do Editor
O grande Theodore Dalrymple certa vez disse o seguinte:
Em meus estudos sobre as sociedades comunistas, cheguei à conclusão de que o propósito das propagandas feitas pelo regime não era persuadir ou convencer os cidadãos, nem tampouco informar; o propósito era humilhar.  Consequentemente, quanto menos a propaganda correspondesse à realidade, melhor.
Quando as pessoas são obrigadas a permanecer em silêncio ao mesmo tempo em que lhe contam as mais óbvias mentiras; ou, pior ainda, quando elas são forçadas a repetir elas próprias essas mentiras, perdem todo o senso de honestidade.
Consentir com mentiras óbvias faz com que você, de certa forma, se torne também uma pessoa perversa.  Qualquer resistência é erodida, e acaba sendo totalmente destruída.  Uma sociedade formada por mentirosos emasculados é fácil de ser controlada.
Se você examinar o fenômeno do politicamente correto, verá que ele possui o mesmo efeito.  Intencionalmente.
O fato é que a realidade já desmoralizou as idéias econômicas da esquerda há muito tempo (e essa desmoralização pode ser acompanhada em tempo real na Venezuela).  A esquerda sabe que essa é uma batalha que ela não tem como vencer.  E os esquerdistas mais espertos já perceberam isso há um bom tempo.  O que fizeram?  Mudaram de estratégia e encamparam uma batalha que eles realmente podem vencer: o controle da linguagem e a conquista da mente.
E eles podem vencer essa batalha porque não têm nenhuma inibição para fazer tudo aquilo que julgam necessário para vencer: mentir, manipular, trapacear, ser abertamente incoerente — nada disso está abaixo deles. 
E eles são pacientes.  Eles podem perder seguidas batalhas, ano após ano.  No entanto, enquanto as coisas estiverem caminhando para o rumo que desejam, não importa quão lentamente, eles sabem que estão vencendo.
O artigo abaixo foi extraído de um livro escrito ainda na década de 1950. Nele, Mises analisa os primórdios deste fenômeno.



Os socialistas criaram uma revolução semântica capaz de converter o significado dos termos em seu exato oposto.
No vocabulário desta "Novilíngua" — para utilizar um termo criado por George Orwell —, há, por exemplo, a expressão "o princípio do partido".  Etimologicamente, 'partido' é derivado do substantivo 'parte'.  Mas, na novilíngua, 'parte' passou a significar seu antônimo, 'o todo'.  Para os socialistas, 'parte' e 'todo' são sinônimos.
Consequentemente, quando eles se referem ao "princípio do partido", eles não estão se referindo a um partido específico ou a uma parte específica.  Eles estão se referindo a toda a sociedade sob seu comando.  Trata-se da supressão de toda e qualquer oposição.
Igualmente, 'liberdade' implica o direito de se poder escolher entre consentimento e divergência.  Porém, na novilíngua, 'liberdade' significa a obrigatoriedade de consentir incondicionalmente com os ditames socialistas.  Significa também a estrita proibição de qualquer discordância.
Essa inversão da conotação tradicional das palavras não representa apenas uma peculiaridade inocente da linguagem socialista.  Ao contrário, ela é extremamente necessária para a manutenção desse regime.  A ordem social gerada pela abolição da propriedade privada abole toda a autonomia e independência dos indivíduos, desta maneira sujeitando-os às ordens arbitrárias dos planejadores centrais.  Consequentemente, tamanha tirania e humilhação jamais teria o apoio das massas caso  não fosse camuflada por um linguajar mais sedutor.
Os socialistas jamais conseguiriam conquistar corações e mentes caso declarassem explicitamente que seu objetivo final é rebaixar todos os indivíduos à servidão. Por isso, por motivos de imagem e propaganda, os socialistas optaram pela falsa retórica de que defendem o socialismo junto com a liberdade, uma postura flagrantemente contraditória.
Já nos círculos de debate interno entre eles, a retórica é diferente.  Ali, os iniciados não dissimulam suas intenções em relação à liberdade.  Para eles, a liberdade, no passado, de fato representou uma característica positiva da sociedade burguesa, pois lhes forneceu a oportunidade de inventar e colocar em prática seus próprios esquemas.  Porém, tão logo o socialismo triunfou, não mais havia espaço para — ou mesmo necessidade de — idéias e pensamentos livres e discordantes.  Muito menos havia necessidade de se tolerar iniciativas autônomas da parte dos indivíduos.
Uma vez implantado o socialismo, qualquer mudança representaria uma intolerável perturbação no perfeito estado alcançado pela humanidade, que agora vive sob as bênçãos do socialismo.  Sob tais condições paradisíacas, seria loucura tolerar qualquer discordância.
Para os socialistas, a liberdade é um preconceito burguês. O cidadão comum não possui idéias próprias; ele não escreve livros, não promove heresias, e não inventa novos métodos de produção.  Ele simplesmente desfruta a vida.  Ele não dá valor aos intelectuais que apenas "querem o seu bem" e que ganham a vida fomentando a discórdia e a luta de classes.
Ao longo de sua carreira, Marx jamais confiou no povo e jamais acreditou que este pudesse espontaneamente exigir alterações no "arranjo burguês" e implantar o arranjo que Marx defendia.  Os trabalhadores nunca foram entusiastas do socialismo.  Eles apoiavam o movimento sindical cuja luta por maiores salários Marx desprezava como inútil. Eles pediam por todas aquelas medidas de interferência do governo nas empresas, medidas essas que Marx rotulava como tolices pequeno-burguesas.  Eles se opunham ao progresso tecnológico — nos primórdios, destruindo as novas máquinas; mais tarde, utilizando os sindicatos para, por meio da coerção, forçar o empregador a contratar mais operários do que o necessário.
O sindicalismo — a apropriação das empresas pelos trabalhadores que nela trabalham — é um programa que os trabalhadores desenvolveram espontaneamente.  Já o socialismo foi trazido para as massas por intelectuais de procedência burguesa.  Jantando e tomando vinhos conjuntamente nas luxuosas mansões londrinas e nas mansões rurais da "sociedade" vitoriana, damas e cavalheiros com trajes elegantes planejavam esquemas para converter o proletariado britânico ao credo socialista.
Como a revolução não veio espontaneamente, teve de ser imposta "pelo bem do povo".
Ao mesmo tempo em que dizem defender a liberdade, os socialistas defendem abertamente que a redução da liberdade e a submissão a seus ditames é um preço a ser pago pela obtenção de mais prosperidade.  Em sua novilíngua, "não vale a pena" ter liberdade se ela gera pobreza.  Sacrificar a liberdade com o intuito de "trazer riqueza para as massas" é plenamente justificável, dizem eles. 
Para os poucos e rebeldes individualistas que quiserem a liberdade de se recusar a aceitar os ditames socialistas, o destino será o mesmo dos camponeses ucranianos que morreram esfaimados por Stalin.
As populações que aceitaram a promessa de trocar um pouco de liberdade por um pouco mais de prosperidade ficaram sem ambas.

Ludwig von Mises  foi o reconhecido líder da Escola Austríaca de pensamento econômico, um prodigioso originador na teoria econômica e um autor prolífico.  Os escritos e palestras de Mises abarcavam teoria econômica, história, epistemologia, governo e filosofia política.  Suas contribuições à teoria econômica incluem elucidações importantes sobre a teoria quantitativa de moeda, a teoria dos ciclos econômicos, a integração da teoria monetária à teoria econômica geral, e uma demonstração de que o socialismo necessariamente é insustentável, pois é incapaz de resolver o problema do cálculo econômico.  Mises foi o primeiro estudioso a reconhecer que a economia faz parte de uma ciência maior dentro da ação humana, uma ciência que Mises chamou de "praxeologia".

fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2478