A redação do UOL compilou opiniões de dez dos 11 candidatos à Presidência da República sobre alguns assuntos acalorados, como a descriminalização da maconha, do aborto e o ensino religioso obrigatório.
Os candidatos também foram questionados sobre a redução da maioridade penal, o fim da reeleição, a ampliação do Bolsa Família, a diminuição do número de ministérios (clique aqui para ler as respostas a estes assuntos) e aspectos da economia como a reforma tributária, a meta de inflação ideal e a independência do Banco Central (clique aqui para ler as respostas a estes assuntos).
As respostas foram colocadas em ordem alfabética pelo nome do candidato. O candidato Rui Costa Pimenta (PCO) ainda não havia respondido à solicitação de entrevista até a publicação desta reportagem.
Descriminalização do aborto
- Aécio Neves (PSDB)É contra. "Sou a favor da legislação atual, sem mudanças", afirmou o tucano em entrevista a uma revista em junho de 2013
- Eymael (PSDC)É contra. "A posição da democracia cristã é a manutenção das três hipóteses que hoje existem [para o aborto]: o estupro, o perigo de vida [para a mulher] e o feto destituído de cérebro"
- José Maria (PSTU)A favor
- Pastor Everaldo Pereira (PSC)É contra. "Defendo os princípios cristãos, defendo a vida a partir da concepção, e sou a favor de todas as leis civis e penais que defendam o direito à vida. A criminalização do assassinato de vida intrauterina é tão importante quanto a criminalização do assassinato de vida extrauterina. As exceções que hoje constam no direito brasileiro já são mais do que suficientes para regular a questão"
Descriminalização da maconha
- Dilma Rousseff (PT)Afirmou ser contra nas eleições de 2010, quando era candidata. Na campanha atual, não se pronunciou
- Eymael (PSDC)É contra. "[A descriminalização] é um equívoco. A maconha é a porta de entrada da droga"
- José Maria (PSTU)A favor
- Pastor Everaldo Pereira (PSC)Não respondeu diretamente. Disse que "devemos reforçar o combate ao tráfico e ao consumo de drogas, pois está comprovado cientificamente que essas substâncias criam dependência química, distúrbios psicológicos e até psiquiátricos. Mais do que se preocupar com a descriminalização da maconha, o desgoverno atual deveria se preocupar com o crescimento do tráfico de drogas e a explosão de cracolândias"
Ensino religioso obrigatório
- Dilma Rousseff (PT)Não se pronunciou sobre o assunto
- José Maria (PSTU)É contra. "A escola tem que ser laica", diz
- Luciana Genro (PSOL)Não se pronunciou sobre o assunto
- Pastor Everaldo Pereira (PSC)É contra. "Somos a favor da descentralização do ensino público e liberdade educacional, respeitando-se um conteúdo onde o foco, nos ensinos fundamental e médio, deva ser o ensino de língua portuguesa e matemática. Escolas que tenham interesse em oferecer ensino religioso devem ser livres para fazê-lo, sem obrigatoriedade, mas com liberdade"
Meta de inflação
- José Maria (PSTU)Defende outras políticas contra a inflação. "Tem que acabar com a inflação, o que significa controlar os preços e aumentar o salário. O governo tem instrumentos inflação melhores do que estabelecer metas. Por exemplo, ao invés de dar R$ 150 bilhões ao agronegócio, se fizesse uma reforma agrária para aumentar a produção de alimentos ao povo brasileiro, o preço dos alimentos baixaria"
- Pastor Everaldo Pereira (PSC)Não respondeu diretamente, mas cita medidas como aumentar o superávit primário e abrir o mercado brasileiro para o comércio internacional para "em pouco tempo chegarmos em metas de inflação cada vez mais próximas do sonhado 'zero', sem perda da capacidade de investimento e sem desemprego"
Independência do Banco Central
- Dilma Rousseff (PT)Atualmente, não há uma lei que garanta a independência do BC, como em outros países. Há uma autonomia informal. Em geral, analistas do mercado consideram que o BC tem algum grau de independência. Questionada sobre o assunto, a candidata não respondeu
- José Maria (PSTU)É contra. "O Banco Central tem que ser controlado pelo povo. Pelo governo, se o governo for um governo do povo. Não sou a favor de independência do Banco Central. Se você for traduzir, independência do Banco Central é 'Banco Central controlado pelos bancos privados'. É isso. Se o governo é eleito, tem mais legitimidade para decidir o que Banco Central vai fazer do que o sistema financeiro"
- Luciana Genro (PSOL)É contra. "Sou a favor do controle social do Banco Central. Ou seja, contra a chamada independência do Banco Central em relação ao governo eleito do país, e a correlata manutenção de sua dependência do capital financeiro e obediência cega ao mercado. O Banco Central, como autoridade monetária cujos poderes são outorgados pelo Estado, deveria ter como missão a preservação da soberania nacional"
- Pastor Everaldo Pereira (PSC)A favor. "Assim como em países desenvolvidos e democráticos, a autonomia do Banco Central será respeitada e incentivada, porém jamais praticando 'contabilidade criativa'"
Reforma tributária
- Dilma Rousseff (PT)Não se pronunciou sobre o assunto
- José Maria (PSTU)A favor. "Tem que mudar a estrutura tributária do Brasil. Quem paga imposto no Brasil são os trabalhadores, é o povo, que paga imposto sobre o consumo. Quem tem renda paga pouquíssimo imposto. Tem que haver uma inversão na pirâmide da estrutura tributária brasileira"
- Pastor Everaldo Pereira (PSC)A favor. "[Farei a reforma] a partir do meu primeiro dia de governo. Defendo abertamente um governo de 'mais Brasil e menos Brasília'. Vamos implantar um verdadeiro federalismo, com foco nos municípios e, principalmente, na família e no cidadão"
Diminuição do número de ministérios
- Dilma Rousseff (PT)Não se pronunciou sobre o assunto. Atualmente, seu governo conta com 39 ministérios.
- José Maria (PSTU)Defende outra estrutura de governo. "Não acho que o país tenha que ser governado por essa estrutura. Uma Presidência da República, ministros que são nomeados politicamente e que fazem aquilo que a gente vê todo dia. Nós tínhamos que constituir grupos, conselhos e comissões de trabalho, com pessoas que fossem eleitas pelos trabalhadores e pela juventude para isso, com mandato revogável"
- Luciana Genro (PSOL)"Mais importante que o número de ministérios é o número de cargos de confiança. Hoje são cerca de 20 mil, o que na minha opinião é um exagero e poderia ser reduzido pela metade. Mas o número de ministérios vem aumentando governo após governo e se deve menos à ampliação dos serviços necessários para a população e mais à política do toma-lá-dá-cá da chamada 'governabilidade'"
- Pastor Everaldo Pereira (PSC)A favor. "Vinte é o número ideal de ministérios, e essa é a nossa meta. Tão importante quanto diminuir ministérios é diminuir a quantidade absurda de cargos comissionados no governo federal. Nosso compromisso é com a redução de ministérios em conjunto com a redução de cargos comissionados e redução de gastos e competências do Estado, devolvendo à sociedade civil o protagonismo da vida política"
Redução da maioridade penal
- Eymael (PSDC)A favor. Eymael diz que era contra e mudou de ideia porque, segundo ele, adolescentes de 16 e 17 anos tomam a iniciativa de planejar e executar crimes. O pré-candidato afirma, porém, que a redução será inútil caso o sistema penitenciário não seja reformado. "O sistema penitenciário brasileiro não recupera ninguém"
- José Maria (PSTU)É contra. "O aumento da repressão e da penalização dos crimes no país tem levado ao aumento da violência. Vão aumentar a população das cadeias com crianças para resolver o quê? O combate à criminalidade e à violência tem que ser feito com outras políticas"
- Pastor Everaldo Pereira (PSC)A favor. "Defendemos a redução da maioridade penal, que tem se mostrado cada vez mais uma exigência da população brasileira. Se os jovens brasileiros, a partir de 16 anos, podem votar e escolher o presidente do país, também têm capacidade de discernir e se responsabilizar pelos atos que pratica, seja civil ou penal"
Fim da reeleição
- Dilma Rousseff (PT)Não se posicionou sobre o assunto
- Eymael (PSDC)É a favor. O ex-deputado federal é contra a reeleição nos cargos majoritários e defende a ampliação dos mandatos de quatro para cinco anos
- José Maria (PSTU)A favor
- Luciana Genro (PSOL)"Vou submeter esta proposta a um plebiscito. Minha opinião pessoal, entretanto, é que precisamos garantir a rotatividade no exercício de cargos públicos, mas não acho que uma reeleição seja necessariamente uma burla à democracia"
- Pastor Everaldo Pereira (PSC)Não respondeu diretamente. "Acredito que mais importante que a discussão sobre reeleição é a alternativa de uma sociedade mais próxima da política, de uma política cidadã. Defendemos o fim da obrigatoriedade do voto, defendemos que nas coligações majoritárias não seja acumulado o tempo de TV dos partidos coligados e o fim das coligações proporcionais"
Ampliação do Bolsa Família
- Dilma Rousseff (PT)Questionada pelo UOL, a candidata não respondeu
- José Maria (PSTU)A favor do programa como política emergencial. "As pessoas que recebem o Bolsa Família precisam dessa ajuda do Estado, devem continuar recebendo essa ajuda enquanto o Estado não garante a elas aquilo que de fato elas merecem, que é emprego, salário digno, saúde pública, educação pública, moradia, transporte coletivo. O Estado hoje tem recursos para fazê-lo, não faz porque dá dinheiro aos bancos"
- Luciana Genro (PSOL)"O Bolsa Família é um programa de inclusão que trouxe um impacto importante na redução da miséria no Brasil. O critério de renda não é suficiente para medir miséria e pobreza. Nós vamos manter o programa e tratar de acelerar o cumprimento de suas metas"
- Pastor Everaldo Pereira (PSC)É contra. "O programa atual está desvirtuado e sendo usado como moeda de troca eleitoral. Se o número de beneficiários está aumentando, é porque a política social está errada e as pessoas não estão sendo reinseridas no mercado de trabalho. No meu governo, vamos manter o Bolsa Família, estimulando o investimento em educação e capacitação no mercado de trabalho, com aumento da sua produtividade"
Financiamento público de campanha
- Dilma Rousseff (PT)Não se pronunciou sobre o assunto. No entanto, seu partido, o PT, defende o financiamento público
- José Maria (PSTU)A favor, "desde que os recursos colocados à disposição sejam poucos, modestos. O Brasil tem outras prioridades. Acho que tem que proibir o financiamento privado"
- Pastor Everaldo Pereira (PSC)É contra. "Lugar de dinheiro público é na educação, na saúde e na segurança pública, não em campanha política. Pessoas físicas e jurídicas devem ser livres para financiar candidatos e causas que acreditam. O combate à corrupção e ao caixa 2 eleitoral deve se dar com a criação de fórmulas de redução do custo de campanha, não usando dinheiro do povo brasileiro"
Uma vez comunista e petista,será sempre petista e comunista, não adianta mudar para melancia ou uma ave qualquer.