domingo, 11 de outubro de 2015

Por que o Brasil não deslancha Por Roberto Amaral

A universidade brasileira, como um todo, não conhece a cultura da inovação

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Roberto Amaral

Na economia globalizada, sob o império do capitalismo monopolizado e o reino do sistema financeiro, condicionada por acordos tarifários e comerciais e o protecionismo imposto pelos grandes mercados consumidores, além da guerra entre blocos, a indústria nacional precisa de estratégia, desenvolvimento de produto, logística e gestão da produção –além de tecnologia de fabricação.

É a conditio sine qua non para um mínimo de competitividade, mesmo no mercado interno. Mas, no Brasil, o desenvolvimento cientifico e tecnológico é relegado a segundo plano pelas chamadas elites, especialmente as empresariais, com impacto nas políticas governamentais, descontínuas, à míngua de estratégia.

Assim, quando o desafio da economia do desenvolvimento é dominar a tecnologia de ponta nos setores industriais, quando os insumos principais deixam de ser bens físicos e cedem lugar ao trabalho intelectual, ao conhecimento, quando a mão-de-obra barata e farta deixa de ser fator decisivo na composição do preço, a produtividade, de que decorrem os ganhos de mercado, torna-se o resultado da equação tecnologia-mão de obra qualificada (leia-se conhecimento).

É bastante conhecer as transformações que se operam, por exemplo, na produção industrial da China e da Índia. A polaridade subdesenvolvimento versus desenvolvimento cede espaço à disjuntiva dominante versus dominado, a saber, mundo produtor de tecnologia versus mundo dependente de tecnologia (os novos subdesenvolvidos).

A economia e a política hegemônicas são a economia e a política ditadas pelos países altamente industrializados, distinguidos pelo conteúdo tecnológico de seus produtos, e a tecnologia cada vez mais se torna estratégica e decisiva tanto para a economia quanto para as políticas de poder que determinam a geopolítica e as estratégias de blocos e guerras, imperialismo, dominação e tudo o mais.

É assustador que o Brasil, um dos maiores territórios do mundo com população de 200 milhões de habitantes, participe com apenas 1,4% da produção mundial científica em engenharia. A Coreia do Sul, devastada pela guerra nos anos 50 e hoje com população que é um quarto da nossa, responde por 4,5% desse mesmo total; nas áreas de engenharia elétrica e eletrônica e em engenharia mecânica, a produção coreana é quatro vezes maior que a do Brasil.

Não há milagres, nem o atraso é determinismo. Simplesmente não há desenvolvimento sem aumento da produtividade, que, hoje mais do que nunca, depende da produção e aplicação do conhecimento. Nessa sociedade a inovação é sistêmica, contínua, correndo mesmo à frente das demandas de mercado, o que requer estoque de conhecimento e capital. Quanto mais o mundo se globaliza, mais se tornam importantes os mercados consumidor e produtor nacionais como demonstram os exemplos contemporâneos dos EUA e da China.

O Brasil dispõe de quase tudo o que requer o desenvolvimento econômico e a soberania – território, mercado consumidor em expansão, recursos naturais, população, e estabilidade institucional. Por que a coisa não funciona? A industrialização cobra de seus agentes alta tecnologia/inovação que, por seu turno, depende de uso intensivo de capital e de recursos humanos qualificados. E investimentos em pesquisa, de que o empresariado nacional se afasta como o diabo da cruz.

Aqui, contrariando a trajetória dos países que deram certo, nosso desenvolvimento científico e tecnológico está restrito às universidades públicas e nelas aos cursos de pós-graduação, que produzem milhares de dissertações e teses, mas tem pouquíssimas patentes depositadas no exterior. Entre as 20 maiores instituições depositárias de patentes, cinco são universidades públicas.

Os pesquisadores que atuam em pesquisa e desenvolvimento estão nas universidades. Por quê?

Porque a empresa brasileira não os absorve, porque não investe nem em pesquisa científica nem em inovação, em contraste com o mundo desenvolvido, onde cabe ao setor produtivo privado a fixação de pesquisadores no setor industrial. Essa, a primeira distorção. A segunda, dela derivada, é o fato de a pesquisa, no Brasil, desviada para a vida acadêmica, descolar-se de qualquer projeto de desenvolvimento nacional estratégico.

Enquanto exportamos minério de ferro para importar trilhos da China, chegamos, em 2006, a publicar 35 mil dissertações e 10 mil teses, mas sem qualquer correspondência no registro de patentes. Nosso investimento em CTI em relação ao PIB é de três a cinco vezes menor do o de qualquer país à nossa frente. Há estreita relação entre os investimentos empresariais e o volume de patentes registradas, e esse fato não temos como superar.

A comunidade universitária desenvolve suas pesquisas com ênfase na produção acadêmica, quase sempre dirigida pela linha das revistas científicas internacionais. A Academia produz a partir de seu foco, pois não conhece as prioridades nacionais. E as temos? São poucos os cientistas e pesquisadores brasileiros trabalhando em empresas.

Nos EUA, 80% dos pesquisadores estão em empresas e só 15% em instituições de ensino. Na Coréia e no Japão, 75% estão no setor privado. Na Alemanha, 75% dos cientistas trabalham nas indústrias, 18% nas universidades e 10% no governo. No Brasil, o percentual de cientistas e engenheiros trabalhando diretamente nas indústrias é de apenas 10%.

A universidade, assim, se vê na contingência de formar o cientista e ter de recebê-lo de volta, para a atividade docente, porque o mercado privado não o absorve. Essa distorção teria evidente correspondência na formação de nossos profissionais. O caso das engenharias é exemplarmente lamentável. O Japão possui 17 engenheiros para cada 100 mil habitantes, os EUA 9,5 e a China 13,8.

18% das exportações brasileiras são produtos de média e alta intensidade tecnológica, contra 46% da China / Crédito: Wikimedia

Temos apenas 2,8 engenheiros para cada 100 mil brasileiros. Em 2011 formamos 45 mil engenheiros, a Coréia, 80 mil, com seus 49 milhões de habitantes. No mesmo período, 60% dos engenheiros americanos com doutorado trabalhavam em empresas; aqui, 2%.

O Brasil possui somente 60 mil cientistas, um para cada três mil habitantes, 20% do que carece. Já os EUA apresentam um milhão de cientistas, um para cada 300 habitantes, ocupando o 42% lugar no ranking de uso de tecnologias.

Talvez tudo isso explique o fato de 40% das exportações brasileiras serem commodities primárias de baixo ou nenhum valor agregado, e só 18% produtos de média e alta intensidade tecnológica, contra 46% da China. Nosso quadro é o inverso dos desenvolvidos.

Não pode ser grande a expectativa de reversão do quadro, pois a crise econômica estimula o antipioneirismo e o rentismo de nossos empresários, que preferem pagar royalties a investir em pesquisa. De outra parte a clamorosa e crônica crise do ensino, em todos os graus, e a destruição da escola pública de segundo grau: temos escolas do século XIX, professores do século XX e alunos do século XXI, espantados.

O PISA mensura o desempenho em leitura, matemática e ciências de estudantes de 15 anos em todo o mundo; em 2009, o Brasil ficou em 57º lugar!

O País avançou na democratização da universidade e abriu o acesso a milhões de jovens. Não obstante o crescimento das matrículas das escolas públicas nos dois governos Lula, o fato é que apenas 15% do alunado superior estuda, hoje, em universidades públicas. Na Grande São Paulo, o ensino privado chega a absorver 93% do alunado universitário, 56% dos quais são cotistas. Ocorre, e eis a tragédia, que o ensino universitário privado é, no geral, de baixa qualidade, pouco investe em cursos técnicos e não investe em pesquisa.

A universidade brasileira, como um todo, não conhece a cultura da inovação. Se conhecimento gera conhecimento, a ignorância nada gera; se tecnologia gera tecnologia, sua ausência é o atraso.

Roberto Amaral é Diplomata.


fonte: http://www.alertatotal.net/2015/10/por-que-o-brasil-nao-deslancha.html

Por que Cunha não cai Por Arnaldo Bloch


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Arnaldo Bloch

O título da crônica é ambíguo. Num primeiro momento, parece que se quer saber, com certa ansiedade e um vício de ensejo, porque o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ainda não caiu. Mas não é isso o que se quer saber. O lixo de Cunha, antes intuído, ou sabido sem se poder provar, só está se materializando agora. Logo, não haveria tempo hábil para se o defenestrar de imediato.

Tempo hábil teria havido, sim, para não se ter conduzido uma das figuras mais nefastas da história da República ao posto de presidente daquela casa.

O que se quer saber, então, com o título ambíguo da crônica?

Se quer saber por que Cunha não cairá.

É um título que, embora imbuído da fantasia de ver Cunha fora dali, fora daqui, fora de vista, fora do horizonte de eventos, rende-se a um pessimismo atroz, alimentado pelas tristes circunstâncias.

Se fosse bagrinho, peixe pequeno, um Severino, Cunha cairia ao primeiro ou ao segundo peteleco, bastando uma interpelação qualquer minimamente inteligente.

Mas Cunha é peixe grande. É cão de caça.

E, acima de tudo, patrocina os interesses de um poderoso exército que conduz a pauta mais retrógrada do país, e arrebanha para suas fileiras todos os que desejam um Brasil truculento, rico em retrocesso.

A bandeira de Cunha é a bandeira do desmatamento. Da revisão da demarcação de terras indígenas, passando a prerrogativa da União para o Congresso, e reabrindo a corrida das mineradoras, dos ruralistas, dos fazendeiros. É a bandeira das armas.

É a bandeira da homofobia.

Da criminalização de toda liberdade (desde que não seja a liberdade de dilapidar o patrimônio público).

Por que Cunha não cai? Por que não cairá?

Porque sua permanência interessa não somente à bancada do atraso, dos valores pétreos, da traição à pátria, da família à 1964.

Interessa também à oposição e, eventualmente, à base e até ao Governo: todos disputam, dependendo do vento, uma casquinha do Cunha.

Aos que se empenham, dia e noite, em aprovar o impeachment de Dilma, Cunha não causa espanto, asco, nada. Causa até admiração.

As revelações diárias sobre o envolvimento de Cunha com o colosso de corrupção na Petrobras, seu balé desesperado para tourear as evidências, sua negativa sistemática e seu silêncio posterior — nada disso importa, nada disso é grave diante da oportunidade de levar à frente a tomada do Planalto.

Para os que têm como prioridade a queda da presidente, a queda de Cunha pode, e deve, esperar. É questão de ordem.

Não importa a estatura ou os serviços prestados pelos políticos da oposição que partilham dessa agenda: vale rasurar suas biografias, vale esfregar as mãos na lama e gritar: diga a Cunha que fique! E vamos todos juntos botar pólvora no canhão do Cunha. Vamos salvaguardar os alicerces da pauta-bomba!

Viva a pauta-bomba!

Vamos obstruir o veto da presidente, e que venham também a este mutirão os insatisfeitos da reforma ministerial! Sê bem-vindo!

São aqueles momentos podres, cada vez mais comuns do Brasil, em que a tese da prevalência do peemedebismo (a classe política virou um grande saco de gatos, como o PMDB) se comprova em tempo real, na práxis: somos todos iguais nessa noite de trevas que não se quer dissipar, e, apesar de vocês (esses seres invisíveis que ainda anseiam por uma guinada ética), amanhã não há de ser outro dia.

Por que Cunha não cai?

Por que não cairá?

Até cairá, mas só quando sua função de circunstância se esgotar, só quando se lhe tiverem sugado todo o veneno.

E haja veneno correndo naquelas veias, e haja veias sedentas por veneno, secas por sangue ruim, no corpo político vigente. É o momento da grande transfusão.

Se o ovo da serpente estiver em vias de frutificar, Cunha só cai depois de Dilma.

E, só então, se for interessante para os que logo acorrerem como cães às casas da República, o bagaço chupado, o que tiver restado do Senhor do Mal, será lançado à masmorra, pelas vias da Justiça ou pelas vias disciplinares da babel legislativa.

Ou será que cai? Hoje? Cai amanhã?

Depois do feriado?

Cairá em rito sumário?

Não cai. Ou alguém aí vê uma disposição moral dentro da Câmara forte o suficiente para suplantar o fel que constitui a liga daquele bolo?

Notável é que a coincidência entre a rejeição das contas de Dilma e a revelação das contas de Cunha não se faz por acaso.

Embora meritórios os dois eventos, a coincidência, em si, é resultante de uma guerra que se trava, em primeiro lugar, em nome de interesses pessoais, de grupos de pressão, de partidos, de empresas, de corporações, e, em último lugar, da sociedade, do povo, do Brasil.

Mas, alguém dirá, isto é política.


Arnaldo Bloch é Jornalista. Originalmente publicado em o Globo em 10 de outubro de 2015. 


fonte: http://www.alertatotal.net/2015/10/por-que-cunha-nao-cai.html

Rondando petistas: IMPEACHMENT RONDA O PALÁCIO DA LIBERDADE: CAIXA DOIS PODE DERRUBAR FERNANDO PIMENTEL.


Pimentel e sua mulher: de azarão a favorito e vencedor da eleição em Minas Gerais, agora sob investigação da Polícia Federal.
No projeto de poder traçado pela cúpula do PT, vencer as eleições para o governo de Minas Gerais em 2014 era mais que uma questão de honra. Era vital. As pesquisas indicavam que havia chances reais de o petista Fernando Pimentel interromper a hegemonia do PSDB no estado. No plano nacional, Dilma Rousseff também estava de olho nas urnas mineiras. Um bom desempenho em Minas poderia garantir a disputa a seu favor. Um mau desempenho poderia influir na disputa presidencial e consolidar de vez a imagem de candidato imbatível do seu principal adversário, o ex-governador mineiro Aécio Neves. Não havia uma segunda opção. O PT montou uma estrutura de campanha como poucas vezes se viu. Carros, aviões, farto material de propaganda, marqueteiros contratados a peso de ouro, centenas de comitês municipais. Não faltou dinheiro. De azarão, Fernando Pimentel logo passou a franco favorito e ganhou no primeiro turno. No plano nacional, o segundo maior colégio eleitoral do país assegurou a Dilma a vitória no segundo turno por uma diferença apertada de pouco mais de 3 milhões de votos. Só Minas Gerais garantiu 6 milhões de votos à presidente. A investida se mostrou per­feita. Quase perfeita.
Dois dias depois do primeiro turno, com o petista Pimentel ainda comemorando a vitória esmagadora, a Polícia Federal interceptou no aeroporto de Brasília um avião turboélice procedente de Belo Horizonte. Uma denúncia anônima alertou os agentes sobre a presença de dinheiro clandestino a bordo. Não era trote. Os agentes encontraram 113 000 reais dentro de uma sacola. Mais interessante, porém, era a identidade de um dos passageiros. Assustado, falando intensamente ao telefone desde que a aeronave havia sido cercada pelos policiais, estava o empresário Benedito de Oliveira Filho. Amigo íntimo de Fernando Pimentel, Bené, como é conhecido, é um daqueles personagens que ninguém sabe ao certo de onde surgiram, o que fazem, para quem trabalham. É um daqueles personagens que, de uma hora para outra, aparecem do nada, são tratados como autoridade, se comportam como autoridade e vivem as delícias de uma autoridade. Doutor Bené tinha todos esses predicados.
Bené, o enigmático empresário ligado a Pimentel. 
SAINDO DAS SOMBRAS
Em 2010, quando Dilma foi eleita presidente pela primeira vez, Doutor Bené saiu das sombras pela primeira vez. Ninguém sabia, mas, no governo petista, ele se transformara num megaempresário. Em poucos anos ganhou contratos que somariam mais de 500 milhões de reais - muitos deles sem licitação e, pior, sem a devida prestação de serviço. Mesmo com esse currículo desabonador, Bené foi escolhido como uma espécie de gerente do comitê central da campanha presidencial do PT. Ao mesmo tempo em que faturava milhões do governo, ele era o responsável por pagar as despesas do comitê - as corriqueiras e também as nada republicanas. Uma delas, a que trouxe o operador à luz, resultou num grande escândalo. O empresário arregimentou um grupo de arapongas para produzir dossiês contra adversários da candidata petista. Na época, o coordenador da campanha e chefe de Bené era Fernando Pimentel. Quatro anos depois, a história se repetiu.
Um avião misterioso: PF mergulhou num poço de ilegalidades patrocinadas pela dupla Bené-Pimentel.
GANHANDO MILHÕES
A bordo da aeronave, além do dinheiro, a Polícia Federal encontrou documentos e arquivos digitais que, pouco depois, se mostrariam cruciais para uma descoberta muito maior. Sempre nas sombras, Bené tinha participado ativamente da vitoriosa campanha do amigo Fernando Pimentel ao governo de Minas. Os papéis e anotações mostravam que o protagonismo do empresário no escândalo da campanha de 2010 não serviu, sequer, como lição - nem para ele, nem para seu patrão. Bené continuou a ganhar milhões no governo federal e, paralelamente, a prestar auxílio financeiro aos seus companheiros petistas, em especial a Fernando Pimentel. Planilhas apreendidas indicavam que o dinheiro do empresário bancou parte da campanha de Pimentel, além de suas contas pessoais, passeios e mordomias, inclusive no período em que ele esteve no cargo de ministro do Desenvolvimento do governo Dilma. A mão generosa era extensiva a Carolina Oliveira, a mulher do governador. Era generosidade com dinheiro público.
UM FLAGRANTE FATÍDICO
Deflagrada pela Polícia Federal a partir dos indícios surgidos no flagrante do aeroporto, a Operação Acrônimo mergulhou num poço de ilegalidades patrocinadas pela dupla Bené-­ Pimentel que extrapola em muito os limites do favorecimento pessoal. Os investigadores já descobriram que o empresário atuou como um eficiente pagador de despesas não contabilizadas da campanha de Pimentel ao governo. Em um relatório juntado aos autos na terceira etapa da operação, iniciada na semana retrasada, a delegada encarregada do caso afirma, taxativamente, que o governador cometeu crime eleitoral ao esconder de sua prestação de contas despesas milionárias contabilizadas apenas no caixa dois administrado por Bené. Os policiais juntaram aos autos cópias de notas fiscais que mostram que gráficas da família de Bené produziram uma parte significativa do material de campanha usado pelo PT, sem que esse custo fosse declarado à Justiça Eleitoral, como manda a lei. Um crime que pode resultar na cassação de mandato do governador. Mas é ainda mais grave.
NEGÓCIOS ESCUSOS
As investigações estão comprovando que o dinheiro que abastecia esse caixa dois era proveniente de negócios escusos fechados no governo federal nos tempos em que Pimentel era ministro e tinha em mãos uma caneta poderosa, sob a qual estavam vinculadas, por exemplo, decisões importantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), subordinado à pasta que ele comandava. A partir dos documentos apreendidos, de e-mails e mensagens telefônicas interceptadas, a polícia já reuniu provas de que os amigos de Pimentel cobravam propina de empresas em troca de decisões do ministério e do BNDES. Para a PF, a quadrilha começou a vender facilidades em 2011, com Pimentel, e seguiu com o sucessor dele, Mauro Borges. Quem intermediava as decisões de interesse das empresas era Bené. E, depois que Pimentel deixou o governo federal, quem atuava para que essas decisões fossem tomadas era Mauro Borges, também amigo do petista. Os lucros eram repartidos entre todos - incluindo a campanha, o governador e sua mulher. Do site da revista Veja
fonte: http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2015/10/impeachment-ronda-o-palacio-da.html

E as pedaladas continuam: PEDALADAS FATAIS EM 2015: REPORTAGEM EXCLUSIVA DE 'ISTOÉ' REVELA O FATO CONCRETO QUE FALTAVA PARA O IMPEACHMENT DA DILMA.


Na última quinta-feira 8, o Ministério Público junto ao TCU concluiu uma investigação com base em demonstrativos contábeis oficiais da Caixa Econômica, Banco do Brasil e BNDES que pode encalacrar de vez a presidente Dilma Rousseff. Segundo representação do MP, obtida com exclusividade por ISTOÉ, os crimes de responsabilidade fiscal reprovados pelo Tribunal de Contas na última semana, em decisão unânime, voltaram a ser praticados pelo governo em 2015. De nada adiantaram os reiterados alertas do tribunal e a possibilidade, confirmada em julgamento na quarta-feira 7, de rejeição das contas do governo de 2014 – em razão da maquiagem das finanças públicas levada adiante por Dilma e sua equipe econômica com claros propósitos eleitorais. Como se ignorasse uma norma prevista na Constituição Federal, a presidente persistiu na prática do crime fiscal. Tornou a “pedalar” – nome dado ao ato de atrasar de forma proposital o repasse de dinheiro para bancos públicos e privados a fim de melhorar artificialmente as contas federais. A julgar pelo momento delicadíssimo atravessado pela presidente, o relatório do MP junto ao TCU é nitroglicerina pura. Nele o procurador Júlio Marcelo de Oliveira é taxativo: “Verifica-se que continuam a ser praticados pela União no presente exercício financeiro de 2015, atos de mesma natureza daqueles já examinados no TC-021.643/2014-8 e reprovados pelo Acórdão 825/2015-TCU-Plenário, ou seja, operações de crédito vedadas pelo art. 36 da Lei de Responsabilidade Fiscal”. O documento foi encaminhado ao ministro do TCU Raimundo Carreiro, relator do Tesouro deste biênio.
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FATO CONCRETO PARA IMPEACHMENT
Em junho deste ano, último mês de apuração dos valores pelo MP, o governo devia R$ 38 bilhões ao BNDES e Banco do Brasil. A prática – totalmente ilegal – configura a chamada operação de crédito de que trata o artigo 29, III, da Lei de Responsabilidade Fiscal. Por se tratar de instituição financeira federal, esse tipo de operação é expressamente vedado pelo artigo 36 da lei. A conclusão do Ministério Público de que a presidente voltou a incorrer no mesmo crime em 2015 resolve de forma definitiva um ponto considerado até então fundamental para a deflagração do processo de impeachment de Dilma Rousseff: a de que uma presidente só poderia ser cassada por fatos ocorridos no atual mandato. Como a investigação do Ministério Público deixa claro que as manobras se reproduziram este ano, a possibilidade de impeachment nunca esteve tão forte como agora. Pela primeira vez, é alcançada a materialidade necessária para o início de um processo de impedimento da presidente no Congresso. 
PEDALADAS CRIMINOSAS
A dívida do Tesouro com o BNDES, segundo o relatório do MP, somava R$ 24,5 bilhões em junho. “Não obstante a forma clara e categórica com que este TCU reprovou essa conduta, o governo federal, em 2015, não promoveu qualquer alteração na forma como os valores das equalizações são apurados e pagos ao BNDES”, critica a representação do MP. Sobre as chamadas equalizações em atraso, acrescentou o procurador, a União promoveu a liquidação dos valores referentes apenas até o exercício de 2011. De acordo com a investigação, todos os valores devidos pela União ao BNDES desde o primeiro semestre de 2012 continuam pendentes de pagamento. Assim, os débitos que deveriam ter sido liquidados no segundo semestre de 2012, continuam em aberto ainda neste segundo semestre de 2015. “São três anos, portanto, de atraso no pagamento desta específica parcela. Todos os demais valores apurados desde 2012 continuam pendentes de pagamento pelo Tesouro Nacional, mantida, pois, a violação à Lei de Responsabilidade Fiscal”, acusa o MP.
Já as demonstrações contábeis do Banco do Brasil encaminhadas ao MP junto ao TCU mostraram que, em junho de 2015, o montante a receber da União era de R$ 13,5 bilhões. O passivo foi contraído durante a equalização dos juros para conceder facilidades a produtores rurais, chamado de Programa de Equalização de Taxas – Safra Agrícola. De acordo com o procurador Julio Marcelo, “houve atrasos sistemáticos” desses pagamentos. O que mais chama a atenção do MP de Contas é a velocidade com que o saldo devedor cresceu. Em 31 de dezembro de 2014, a dívida era de 10,9 bilhões. Em 30 de junho de 2014, de R$ 7,9 bilhões. Ou seja, de dezembro do ano passado para cá, Dilma pedalou somente no Banco do Brasil R$ 2,6 bilhões. Isto, segundo o procurador, “demonstra um quadro de agravamento na situação de endividamento ilegal da União perante o Banco do Brasil”. Clique AQUI para ler a reportagem completa

fonte: http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2015/10/pedaladas-fatais-em-1015-reportagem.html

Dilma: perdida no espaço e na fronteira final por Jorge Serrão


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Nada como apelar para um dos maiores gênios da ciência mundial para dar uma cutucada em nossa Presidenta, a cada dia mais misteriosa e temerosa sobre o comportamento imprevisível do encrencado Eduardo Cunha - aquele que parece ser o principal inimigo dela. O britânico Stephen Hawking, diretor do Centro de Cosmologia Teórica na Universidade de Cambridge, acaba de proclamar em recente entrevista: "Mulheres. Meu assistente pessoal me lembra que, apesar de eu possuir um Ph.D. em Física, as mulheres devem continuar sendo um mistério".

A mente de nossa Presimente parece um mistério insondável... Não dá para exagerar e diagnosticar que ela tem uma cabeça de vento ensacada. Nem o mais malvado nazicomunopetralha deveria cometer tal insulto, depois que Dilma ganhou fama interplanetária com aquela "tese", exposta na ONU, sobre o "ensacamento do vento". Poderia se esperar algo diferente de quem produziu - ou foi omissa e/ou conivente com - tantas bobagens durante a ocupação do cargo de presidente do Conselho da Administração da Petrobras, na Era Lula, que continua em plena força e vigor?

A Presidanta se supera! Semana passada, Dilma advertiu sobre os perigos de um tal "golpe democrático". Peraí, Dilma! Se é democrático (baseado na segurança do Direito) não é golpe. Mas tudo que possa lhe tirar o poder, do qual ela mesma abdicou por incompetência e submissão ao Presidentro Lula, é considerado "golpe" por Dilma e os seguidores mais fanáticos da seita PT. O Brasil foi golpeado por eles. Mas eles só enxergam "golpismo" nos outros. Inclusive em uma "oposição" que só existe em outro planeta...

Deve ser por isso que Dilma e Eduardo Cunha formam o casal perfeito da Republiqueta de Bruzundanga - Carlos Araújo e Cláudia Cruz que nos perdoem... Com o brilhantismo da decadente estrela vermelha do petismo, Dilma e Cunha estrelariam, facilmente, vários filmes de ficção pornopolítica, com títulos que seus roteiristas poderiam "roubar" de Hollywood. Coisa bem original, do tipo: "Perdidos no Espaço"... Ou: "A Última Fronteira"... A racionalidade de Dilma mataria de inveja o super lógico Sr Spock... A astúcia de Cunha deixaria Dart Vader no chinelo... Talvez essa aventura cinematográfica não seja uma boa... Ambos estão com o filme muito queimado...

Pelo que revela a inútil fofocagem política, Dilma parece uma passageira do PTitanic. Um senador petista falou, e O Globo reproduziu o desespero: "A reforma não adiantou nada, Dilma perdeu aliados e fortaleceu Eduardo Cunha. Depois de um mês apanhando, mesmo com a revelação das contas na Suíça ele saiu fortalecido. Viu a facilidade com que ele esvaziou Picciani e comanda o boicote do quórum? Agora na próxima semana, aproveitando o calor da decisão do TCU, eles botam o impeachment para andar. Só não fazem isso se forem idiotas. O que podemos fazer? Ir amanhã para o plenário denunciar o golpe".

Um outro personagem muito próximo de Dilma abriu o bico, e O Globo reproduziu a inconfidência: "A presidente está meio catatônica. Ela ouve a gente falar mas parece que não processa, fica te olhando sem responder. Sabe aqueles boxeadores que são nocauteados e continuam de pé? Ele está de pé, mas já foi nocauteada, demora a cair. Dilma está desse jeito. E Lula, que tenta ajudar, também está num constrangimento só, não tem muito o que fazer".

Enquanto os desgovernantes ficam tão paralisados quanto o Brasil, os cidadãos-eleitores contribuintes se ferram ainda mais. O tal endividamento das famílias já passa de 40%. Seriam 57 milhões de brasileiros com dificuldades de pagar o que estão devendo. Até os nossos banqueiros de araque, que vivem da usura estratosférica, parecem assustados. O calote virou uma tendência. Em breve, ninguém vai conseguir pagar impostos e multas. Aliás, essa "desobediência" (forçada ou espontânea) poderia causar  um abalo fatal para acabar com o Capimunismo no Brasil...

Entramos no tempo das mudanças. Quanto mais as pessoas ficarem de saco cheio (longe do ensacamento oficial), mais rapidamente as transformações acontecerão. A Revolução Brasileira está em andamento...

Vida difícil...


O que é mais difícil no Brasil: ser super herói pobre, em tempos de crise, ou filho de guerreiro em decadência do povo brasileiro?

O jornalista Lauro Jardim reestreia em O Globo causando para a famígliaitaliana da Silva...

Revela que o delator premiado Fernando Baiano contará que bancou R$ 2 milhões em gastos pessoais do fenômeno Fábio Luiz da Silva, que odeia ser chamado de "Lulinha".

A "colaboração premiada" do acusado de ser o "operador do PMDB" também traz broncas contra Eduardo Cunha...

Pronta para a guerra

Releia o artigo de ontem: Brasil próximo do "Dia de Fúria"?


Humorista Presidenta


Vamos comer?!

Da acadêmica e feminista Rosiska Darcy de Oliveira, em reportagem de O Globo que denuncia a "ditadura da magreza":

"A repressão sexual passou da cama para a mesa. Ela agora é aos prazeres do paladar, o que é mais difícil porque a ditadura da magreza se esconde sob argumentos de saúde. A cidade reflete isso: onde antes havia bares alegres agora existem farmácias assépticas".

Das autoras de “A mulher perfeita é uma vaca: guia de sobrevivência para mulheres normais" (Intrínseca), Anne-Sophie Girard e Marie-Aldine Girard, também em O Globo:

"Nenhuma mulher parece se sentir magra o bastante... Nem bonita, nem jovem o suficiente. Assim, passamos nossa adolescência querendo esconder um corpo que sonhamos ter quando adultas".

Nota da redação do Alerta Total- Nossa Presidenta tem feito uma dieta danada desde que assumiu o segundo mandato, e o resultado é um desgoverno magro

Roteirinho


Sem ilusões

Da Historiadora por formação e aspirante a revolucionária comunista no século passado, por herança familiar, Anita Leocadia Prestes, de 78 anos, promovendo o lançamento do livro sobre o pai dela - "Luiz Carlos Prestes - Um Comunista Brasileiro" (ed. Boitempo):

"Se há alguém que nunca se iludiu com o PT foi Prestes. Ele nunca considerou o PT um partido socialista ou revolucionário, ele achava o partido burguês. Inclusive o Lula, em quem ele reconhecia talento e inteligência, mas dizia a ele que era preciso estudar, pois só talento, sem conhecimento, não resolve nada".

Salvação




fonte: http://www.alertatotal.net/2015/10/dilma-perdida-no-espaco-e-na-fronteira.html

CLIMA DE TENSÃO E MEDO NO PLANALTO DILMA TEME O IMPEACHMENT por Aluizio Amorim



A presidente Dilma Rousseff avalia que o movimento pelo impeachment, definido por ela como um "golpe", pode ganhar fôlego a partir desta semana e pediu a auxiliares que redobrem as forças para reaglutinar a base aliada no Congresso. Em reunião realizada neste sábado, 10, com ministros, no Palácio da Alvorada, Dilma disse temer um "comportamento desesperado" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acuado pela suspeita de manter contas secretas na Suíça com dinheiro desviado da Petrobrás.
"Não há uma acusação frontal contra a presidente, mas Cunha pode se tornar uma fera ferida e aceitar um pedido de impeachment. O quadro é imprevisível", afirmou um ministro que participou da reunião.
Antes das novas denúncias contra Cunha, o governo argumentava que, sem conseguir recompor o bloco aliado no Congresso mesmo após a reforma ministerial, teria no máximo 70 dias para estancar a crise política. Embora a votação do parecer do Tribunal de Contas da União (TCU), que reprovou o balanço do governo, esteja prevista somente para o ano que vem, Dilma corre contra o tempo para soldar sua base de apoio, desarmar a oposição e barrar a abertura de um processo de impeachment.
PRESSÃO POPULAR
Os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e José Eduardo Cardozo (Justiça) participaram da reunião com Dilma, que retornou da Colômbia na madrugada deste sábado. Na avaliação dos ministros, Cunha está fragilizado, mas, se não houver um freio de arrumação nesse período e um sinal claro de que a governabilidade foi retomada, 2015 estará perdido e, no ano eleitoral que se avizinha, a pressão popular pode ser decisiva para mobilizar o Congresso contra Dilma.
O diagnóstico é o de que, diante da gravidade do quadro, novas derrotas podem ser fatais para Dilma. O prazo de 70 dias é o calendário com o qual o governo sempre trabalhou para pacificar a Câmara e o Senado, com o objetivo de aprovar, até o fim de dezembro, o projeto de Orçamento de 2016, necessário para o ajuste fiscal, e a Desvinculação das Receitas da União (DRU). Sem o corte de gastos de R$ 26 bilhões e sem a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), um tributo muito difícil de passar com o clima de conflagração política, a presidente terá uma vida ainda mais dura pela frente. Leia MAIS sobre o nervosismo no Palácio do Planalto

fonte: http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2015/10/clima-de-tensao-e-medo-no-planalto.html

‘Deixei o comunismo porque tenho cérebro!’, diz ator Juca de Oliveira

Aos 79 anos, com mais de 60 de carreira, o ator e dramaturgo Juca de Oliveira não gosta de ser chamado de senhor. “Senhor é de escravo, odeio”, já avisa logo no início da entrevista. Segundo ele, está vivendo o maior desafio da carreira: interpretar Rei Lear, de Shakespeare, no teatro. Durante o espetáculo, traduzido e adaptado por Geraldo Carneiro e dirigido por Elias Andreato, o ator faz seis personagens e chega a perder mais de 1 quilo. Para recuperar o fôlego e estar 100% no palco, fala pouco durante a semana. Veja vídeo relatando a entrevista:
Casado com a flautista Maria Luisa há mais de 40 anos e pai da bióloga Isabella – “ambas me proíbem de falar a idade delas e eu acabo esquecendo”, brinca –, Juca ficou alegre com a notícia de que sua única filha vai se casar no mês que vem. Ele tem vontade de ter netos. “O avô é infinitamente mais generoso do que o pai”, justifica. Filiado ao Partido Comunista na década de 60, ele se autoexilou na Bolívia quando começaram as perseguições da ditadura, e diz que nunca experimentou drogas. “Comunista é careta!”, brincou ele, que teve oportunidades de ganhar muito dinheiro na profissão, mas não abriu mão de sua paixão: os palcos.

Ao ser questionado pela Revista Quem se tinha algum partido atualmente, por já ter sido filiado ao partido comunista, Juca de Oliveira foi categórico. Não. Há um ditado muito interessante que diz: “Se você não for comunista até os 25 anos, você não tem coração. Se continuar comunista depois dos 25 anos, você não tem cérebro”. Então deixei de ser comunista. Tenho cérebro.”