domingo, 11 de outubro de 2015

‘Deixei o comunismo porque tenho cérebro!’, diz ator Juca de Oliveira

Aos 79 anos, com mais de 60 de carreira, o ator e dramaturgo Juca de Oliveira não gosta de ser chamado de senhor. “Senhor é de escravo, odeio”, já avisa logo no início da entrevista. Segundo ele, está vivendo o maior desafio da carreira: interpretar Rei Lear, de Shakespeare, no teatro. Durante o espetáculo, traduzido e adaptado por Geraldo Carneiro e dirigido por Elias Andreato, o ator faz seis personagens e chega a perder mais de 1 quilo. Para recuperar o fôlego e estar 100% no palco, fala pouco durante a semana. Veja vídeo relatando a entrevista:
Casado com a flautista Maria Luisa há mais de 40 anos e pai da bióloga Isabella – “ambas me proíbem de falar a idade delas e eu acabo esquecendo”, brinca –, Juca ficou alegre com a notícia de que sua única filha vai se casar no mês que vem. Ele tem vontade de ter netos. “O avô é infinitamente mais generoso do que o pai”, justifica. Filiado ao Partido Comunista na década de 60, ele se autoexilou na Bolívia quando começaram as perseguições da ditadura, e diz que nunca experimentou drogas. “Comunista é careta!”, brincou ele, que teve oportunidades de ganhar muito dinheiro na profissão, mas não abriu mão de sua paixão: os palcos.

Ao ser questionado pela Revista Quem se tinha algum partido atualmente, por já ter sido filiado ao partido comunista, Juca de Oliveira foi categórico. Não. Há um ditado muito interessante que diz: “Se você não for comunista até os 25 anos, você não tem coração. Se continuar comunista depois dos 25 anos, você não tem cérebro”. Então deixei de ser comunista. Tenho cérebro.”

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