segunda-feira, 15 de abril de 2013

A falta que nos faz uma boa direita por Carlos Alberto Sardenberg - e nós brasileiros temos uma dama de lata que esta levando a decadencia economia.





Vou falar francamente: uma Thatcher, hoje, seria perfeita para o Brasil. Mas uma Thatcher em grande estilo: líder de partido, ganhando eleições com uma agenda liberal. Seria bom até para modernizar a cultura esquerdista amplamente dominante no país. Isso aconteceu na Inglaterra e, nos 80 e 90, em boa parte do mundo, inclusive no Brasil. Precisava acontecer de novo.
A longa administração conservadora de Margaret Thatcher fez o trabalho, digamos, sujo de demitir funcionários excedentes, cortar gastos públicos, controlar o poder dos sindicatos de empresas estatais (e depois privatizá-las), além de desregulamentar a economia, reformar a legislação trabalhista e reduzir a pesada burocracia do Estado.
Depois de um início custoso, com greves e desemprego em alta, funcionou. Com investimentos privados, o país voltou a crescer e gerar emprego e renda. Não por acaso, Thatcher ganhou três eleições seguidas.
Quando veio o desgaste até normal da administração conservadora, o serviço principal estava feito, a quebra do imenso, custoso e já ineficiente Estado do Bem-Estar. Aí veio Tony Blair com a suave conversa do “Novo trabalhismo”: retomada dos investimentos públicos em educação, saúde e segurança, mas em uma economia livre, aberta e competitiva.
Os eleitores foram trocando, conforme a ocasião. Elegeram o Partido Trabalhista no pós-guerra, que instalou o Estado do Bem-Estar, depois fartaram-se dos excessos desse modelo, que estatizava tudo de grande que via pela frente, como disse Churchill, e finalmente entregaram o poder para Thatcher desmontar tudo. E aí devolveram o governo à esquerda, mas uma esquerda reeducada.
Já entre nós, quando o eleitorado comprou a ideia de que era preciso desmontar o Estado excessivo e abrir a economia, porque só produzíamos carroças protegidas, acabou elegendo Fernando Collor, cuja agenda correta para o momento não resistiu ao caixa de PC. E terminou que a agenda liberal caiu no colo de Fernando Henrique.
FHC não liderou um movimento dentro de seu partido e junto aos aliados para construir uma agenda comum de reformas. Para dizer francamente, pelo menos no começo, foi tudo no vai da valsa. As trapalhadas seguidas de Itamar Franco acabaram jogando o Ministério da Fazenda no colo de FHC. Aí valeram a sabedoria e aguda percepção política do professor, que definiu logo o inimigo imediato — a superinflação — e escalou a equipe certa para atacá-lo.
Então, foi na sequência: para consolidar o combate à inflação, era preciso controlar o déficit das contas públicas, para o que eram necessárias as reformas, incluídas as privatizações. A agenda liberal se impôs no calor dos acontecimentos.
Daí as dificuldades de implementação. Não foi como na Inglaterra, com propostas bem definidas. Aqui, FHC, vindo da esquerda, eleito com base nas novíssimas notas de um real, precisou construir essa agenda momento a momento.
Excetuada a equipe econômica, quase ninguém entre seus colaboradores e seguidores estava preparado para a missão. Tratava-se de uma elite intelectual criada nas ideias socialistas e social-democratas, que viu ruir o Muro de Berlim e alcançou o poder em um mundo em que só existia capitalismo — e numa fase de liberalismo à americana ou “thatcherista”.
Além dessa turma, havia os velhos políticos, todos acostumados a viver em torno do Estado, fonte de nomeações, privilégios e bons negócios. Visto assim, a gente até se espanta de ver quanto o governo FHC avançou na agenda modernizadora.
Mas, é claro, não terminou o serviço. E parte desse serviço, eis outra peça do destino, ficou para o governo Lula. É a origem de nossos problemas atuais, o eleitorado se cansou de uma agenda liberal antes que ela tivesse sido completada. E elegeu um governo propondo mudar tudo para a esquerda, mas topando com os entraves causados justamente pela não conclusão da agenda liberal.
Daí o Lula do primeiro mandato. Manteve as bases macroeconômicas de FHC e ainda avançou em reformas micro claramente liberais e pró-negócios, sem reestatizações. De certo modo, os dois governos acabaram bem parecidos: construir alianças a meio do caminho para implementar reformas difíceis.
Depois, mais seguro, Lula parou com as reformas e começou a voltar para a agenda da velha esquerda estatizante, movimento agora claramente tomado pela presidente Dilma — e com os velhos políticos Estado-dependentes.
Tudo considerado, eis o que sempre nos faltou: uma boa direita, moderna, capaz de ganhar uma eleição com uma agenda liberal e implementá-la rigorosamente. E depois abrir espaço para uma boa esquerda, também moderna, que se eleja para fazer o seu serviço, que é gastar com educação, saúde e segurança. Mas gastar com eficiência e sem atrapalhar a economia privada.
Carlos Alberto Sardenberg, O Globo


Os ingleses tiveram a dama de ferro que tirou a Inglaterra da decadencia economica, e nós temos a dama de lata que esta levando o Brasil para a decadencia politca e economica.

 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Entidades entregam ao Congresso manifesto por financiamento público de campanha -A sociedade foi consultada?? sinceramente essas ONGs só podem estar a serviço do PT, partidos e do Governo.



Representantes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entregaram ao presidente do Congresso Nacional, um manifesto contra o financiamento privado de campanha.

Renan recebe manifesto contra financiamento privado de campanha



Agência Senado
O presidente do Senado, Renan Calheiros, recebeu nesta segunda-feira (8), do vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasi (OAB), Cláudio Lamachia, um manifesto em defesa do "financiamento democrático de campanha". O documento, subscrito por cerca de 50 entidades da sociedade civil, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), foi lançado em ato no início da tarde na sede do Conselho Federal da OAB, em Brasília.
O objetivo do manifesto, batizado de “Eleições limpas: Contra o financiamento privado e em defesa do financiamento democrático de campanhas”, é defender a realização de uma reforma política no país, com foco na instituição do financiamento público das campanhas, que exclui as doações de pessoas jurídicas do processo eleitoral. Nesta semana, a Câmara dos Deputados inicia a discussão de uma reforma política que, se aprovada, chegará em breve ao Senado.
O juiz de direito e cofundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Márlon Reis, presente ao encontro, explicou que a proposta do manifesto é estabelecer regras que distribuam aos candidatos valores baixos em comparação às "quantias absurdas" gastas hoje nas campanhas. A distribuição também precisa ser feita de forma completamente transparente, com, por exemplo, publicação de prestação de contas em tempo real na Internet.


Essa proposta não é uma proposta não é uma proposta séria, somos contra o financiamento publico de campanha, bem como as doações por pessoas jurídicas, as empresas não votam. Os partidos que encontrem outro tipo de alternativa.  Isso é golpe com a desculpa de do Mensalão.  A sociedade foi consultada?? Com todo respeito ao MCCE e ao Juiz Dr. Marlon Reis, sinceramente essas ONGs, entidades só podem estar a serviço do PT, partidos e do Governo.  Eles não representam toda a sociedade brasileira.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

POLÍCIA DESCOBRE PLANO DE MEGA-ATENTADO TERRORISTA EM SANTA CATARINA, NA REGIÃO SUL DO BRASIL.


POLÍCIA DESCOBRE PLANO DE MEGA-ATENTADO TERRORISTA EM SANTA CATARINA, NA REGIÃO SUL DO BRASIL.

Famosa ponte Hercílio Luz, que liga Florianópolis ao continente, estaria na mira dos terroristas, segundo a polícia.

Em meio aos ataques de fevereiro, a polícia nas ruas, as autoridades traçando planos para transferir os líderes, três frases de um preso ouvido pela polícia sintetizavam a ameaça: havia plano do PGC em assaltar uma pedreira no Sul do Estado, roubar as bananas de dinamite e explodir uma ponte ou uma torre.

Aquele que seria um atentado emblemático, de impacto sem precedentes, não chegou a acontecer. O plano dos criminosos existiu e foi oficializado no dia 7 de fevereiro pela Deic, no depoimento de um preso que está trancafiado há mais de 14 anos em São Pedro de Alcântara.

Ele falou sob a garantia de anonimato, previsto no provimento da Corregedoria de Justiça. Não se sabe ao certo qual era o alvo. As pistas indicam que seria no Sul do Estado. Policiais não descartam que fosse o maior cartão postal de Santa Catarina: a ponte Hercílio Luz, em Florianópolis.

Investigadores experientes ouvidos pelo DC afirmam que o fácil acesso de assaltantes a explosivos nos últimos anos e a praticamente inexistente vigilância noturna na Hercílio Luz, são razões suficientes para crer que um episódio do tipo não seria algo impossível de ser concretizado.

Além de uma ponte ou torre, a facção tramou colocar explosivos em um shopping. Outra cogitação foi a de roubar armas de um quartel do Exército — por sorte, nenhum atentado do tipo ocorreu.

A investigação ainda tenta descobrir a dimensão destas ameaças, encaradas como catastróficas para o Estado. No interrogatório, o detento declara ter ouvido que os planos partiram do preso Evandro Sérgio Silva, o Nego Evandro, um dos integrantes do 1º ministério. (pág. 290 do inquérito traz esse depoimento da ponte). Do site do Diário Catarinense


Nota da Redação OCC Alerta Brasil
Inteligência Militar soprou, a petralhada em desespero para se manter no poder, manter os condenados na CCJ, blindar o corrupto Chefe, prepara o aumento da violência, finalizando com cala boca a imprensa... a noite dos cristais versão tupiniquim está muito mais próxima do que se imagina.
Curta e Faça parte da OCC Alerta Brasil 
https://www.facebook.com/organizacaodecombateacorrupcao
Siga-nos no Twitter: https://twitter.com/occ2013




Agnaldo Timoteo e Netinho de Paula não devolvem notebooks da Câmara de SP -Isso é apropriação indebita é roubo!!


Agnaldo Timoteo e Netinho de Paula não devolvem notebooks da Câmara de SP


COM RODRIGO BURGARELLI
Lançado em 2011 para tornar a Câmara Municipal de São Paulo mais ecológica, o programa “Papel Zero” registrou suas primeiras baixas no início deste ano. Dois vereadores da última legislatura não devolveram equipamentos como notebooks e tablets que foram cedidos a cada um dos 55 parlamentares e sequer informaram se vão fazê-lo, segundo a Presidência da Casa. São eles os cantores Agnaldo Timóteo (PR) e Netinho de Paula (PCdoB).
Agnaldo Timoteo (PR) não se reelegeu, mas levou notebook da Câmara para casa; cantor já foi notificado pela presidência da Casa
Não reeleito para o seu terceiro mandato no Palácio Anchieta, Timóteo ainda não devolveu o notebook que foi comprado pela Câmara no ano passado. Segundo o órgão, o cantor será notificado em breve para que faça a devolução do equipamento, avaliado em cerca de R$ 2 mil. No total, o Legislativo municipal pagou R$ 143,5 mil pela aquisição de 70 notebooks.
Questionado pela reportagem, Timóteo diz não saber onde está o notebook. “Pode sim ter sido algum canalha que trabalhava no meu gabinete”, disparou o vereador. “Sou semialfabetizado, fiz só até a terceira série do primário. Não sei nem ligar um aparelho desses. Estou na verdade ajuntando dinheiro para comprar um para minha filhinha”, argumentou.
Já Netinho de Paula não devolveu nem o notebook nem o tablet cedido pela Câmara. Ele foi reeleito para um novo mandato mas foi nomeado secretário de Igualdade Racial pelo prefeito Fernando Haddad (PT) no começo do ano. “O secretário municipal Netinho de Paula foi oficiado posteriormente para entregar seu notebook e o tablet”, informou a Casa. A internet 3G de seus equipamentos ficarão desligados até a devolução.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa de Netinho e também a da Prefeitura, mas não obteve resposta até as 20h30. Cada um dos tablets vai custar cerca de R$ 4,1 mil para a Câmara, valor que compreende o aluguel por dois anos e o pagamento da internet 3G. No total, o gasto previsto para todos os tablets é de R$ 115,3 mil – mais do que os R$ 90 mil que deixariam de ser gastos pela Câmara por causa da economia de papéis, conforme anunciado pelo ex-presidente da Casa, José Police Neto (PSD), em 2011.
Para saber a situação de cada um dos equipamentos que foram cedidos aos parlamentares, a nova Mesa Diretora eleita em janeiro deste ano realizou um levantamento dos tablets e notebooks de cada um dos vereadores. O relatório constatou que os ex-vereadores Quito Formiga (PR) e Adolfo Quintas (PSDB), além de um antigo funcionário da Rádioweb, também não haviam devolvido seus tablets. Segundo a Casa, os três foram notificados e devolveram os equipamentos ainda em fevereiro.



A CENSURA EM AÇÃO -Justiça proíbe advogado de acessar redes sociais


Cassius Haddad é acusado de usar a internet para criticar a atuação de promotor; se acessar o Facebook, pode ser preso

SÃO PAULO – O advogado Cassius Haddad, de 31 anos, começou a fazer críticas ao Ministério Público Estadual de Limeira (SP) pela internet, sobretudo pelo Facebook. Agora, está proibido pela Justiça de acessar as redes sociais. Ele é processado pelo Ministério Público por supostas ofensas ao promotor Luiz Bevilacqua, sob pena de prisão preventiva. Haddad afirmou que vai recorrer da decisão.

Advogado há dois anos, Haddad é proibido de acessar redes sociais pela Justiça. FOTO: Reprodução/Arquivo pessoal
A liminar do juiz Henrique Alves Correa Iatarola, da 2ª Vara Criminal, veta que Haddad acesse páginas do Facebook, Twitter, Orkut, MySpace, Flixster, LinkedIn e Tagged. “Os comentários depreciativos estão sendo feitos através da internet, devendo o denunciado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações”, escreveu o juiz.

A decisão prevê ainda que Facebook e Twitter comuniquem à Justiça, em um prazo de 24 horas, se o advogado acessar seu perfil nessas redes. Além disso, as empresas deverão enviar relatórios mensais de eventuais acessos realizados por Haddad às páginas.

“O Facebook vai ser obrigado a informar todos os meus meus passos”, disse Cassius Haddad ao Link por telefone. Ele afirmou que fará uma defesa prévia em dez dias. “Vou ingressar com um mandado de segurança para cancelar a decisão e com um habeas corpus preventivo para não ir preso”, relata ele. “Acabei cutucando alguns lances de corrupção na cidade e algumas pessoas estão usando o poder no Estado pra tentar me calar.”

Blecaute. Haddad começou a usar as redes sociais em dezembro para fazer críticas a uma série de ações do Ministério Público, sobretudo a respeito de denúncias de corrupção. “Fiz questionamentos na internet, como o caso do shopping da minha cidade, feito com dinheiro público. Descobri que o Ministério Público também estava envolvido, fiz denúncias. Aí ele começou a criar resistência”.

Segundo o advogado, o promotor Luiz arquivou o processo de denúncias de corrupção do shopping, o que levou Haddad a publicar críticas. Haddad então foi processado por Bevilacqua na esfera cível, e ficou proibido de acessar as redes sociais para fazer críticas ao promotor, sob pena de mil reais por dia. Depois, seguiu-se o processo na esfera criminal.

“Tudo aconteceu em apenas três dias. Imprimiram tudo o que eu fiz na internet, rastrearam tudo o que eu fiz na internet e entraram com uma ação na última quinta-feira”, contou. “Na segunda-feira, o oficial de Justiça me pegou na rua.”

Haddad fala que a liminar especifica as redes sociais, mas também menciona o uso da internet em geral, podendo dar margem a condená-lo por outras atividades na web. Portanto, por ora o advogado não só parou de acessar Facebook e Twitter, mas não checa seus e-mails e nem usa o navegador – um verdadeiro blecaute de internet. “Sou um cidadão de Limeira fiscalizando os cofres públicos e criou resistência mais que o próprio réu (Bevilacqua)”, afirmou.

Ele espera reverter o processo e cobrar os prejuízos financeiros que terá. “Uso a internet para me comunicar com meus clientes. No momento, estou impossibilitado de trabalhar. É um transtorno enorme.”

Na última segunda-feira, 8, o advogado publicou em seu perfil no Facebook uma “carta de despedida”:

10 de abril de 2013| 16h39| Tweet este Post
Por Anna Carolina Papp
http://blogs.estadao.com.br/link/mp-proibe-advogado-de-acessar-redes-sociais/
 

“OBA, O VANDERLEI CHEGOU” DIZIA O CHUPITA, QUANDO A PROPRINA CHEGAVA, MESMO TENDO DESVIADO VERBA DA EDUCAÇÃO O CHALITA É MEMBRO DA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, SÓ NO BRASIL MESMO.

GABRIEL CHALITA: Escândalo deve encurtar a carreira do político carismático que pretendia ir longe

publicado originalmente na coluna do Ricardo Setti -
04/03/2013
 às 14:00 \ Política & Cia


A CANOA VIROU -- O deputado Gabriel Chalita com o seu ex-assessor Roberto Grobman em uma viagem a Étretat, na França, em 2004: o amigo do peito agora é seu acusador (Foto: Arquivo Pessoal)
A CANOA VIROU -- O deputado Gabriel Chalita com o seu ex-assessor Roberto Grobman em uma viagem a Étretat, na França, em 2004: o amigo do peito agora é seu acusador (Foto: Arquivo Pessoal)
Reportagem de Leonardo Coutinho, publicada na edição da VEJA que está nas bancas

“OBA, O VANDERLEI CHEGOU”
“Vanderlei” era como o deputado Gabriel Chalita chamava o dinheiro que recebia de propina, segundo o ex-assessor que o denuncia ao Ministério Público. A acusação tirou do parlamentar um cargo certo no novo ministério de Dilma e interrompeu alguns sonhos do PMDB para 2014
Até duas semanas atrás, o deputado federal Gabriel Chalita era uma estrela ascendente na política. Em 2010, ganhou prestígio ao defender a então candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, quando ela foi atacada por grupos religiosos por, supostamente, defender o aborto e o casamento entre homossexuais.
Dois anos depois, candidatou-se a prefeito de São Paulo pelo PMDB e, com sua imagem de bom moço, discursou em defesa da ética e da amizade com padres-celebridade, como Marcelo Rossi e Fábio de Melo, conseguindo 13% dos votos.
Saiu com o passe valorizado a ponto de, agora, ser nome certo na reforma ministerial que a presidente Dilma fará neste mês — além de peça no tabuleiro das eleições de 2014, quando poderia ser candidato ao Senado ou a vice-governador.
O depoimento demolidor feito ao Ministério Público por um ex-assessor e ex-amigo do peito fez tudo ruir. Roberto Grobman, o ex-assessor, contou aos promotores que se aproximou de Chalita em 2004, quando ele era secretário da Educação de São Paulo. Fez isso por determinação do empresário Chaim Zaher, que era dono do Sistema COC de Ensino e teria interesse em conseguir contratos com o governo.
“Virei seu acompanhante de viagens”
Grobman diz que Zaher lhe pagava um salário para que ele atuasse na secretaria. “O Zaher queria ter uma pessoa dele lá dentro para que pudesse vender os seus produtos. Queria ser favorecido, obviamente.”
Ficou, assim, estabelecida a bizarra situação em que Grobman, empregado pago por uma empresa privada, dava expediente numa secretaria de governo, com direito a cartão de visita timbrado e o título de “assessor de gabinete”.
Nessa condição, ele se tornou íntimo do então secretário, com quem viajou para diversos países (“O Chalita disse que gostou de mim e eu virei seu acompanhante de viagens”).
Mas nem essa proximidade com o titular da pasta nem as supostas vantagens que o COC teria ofertado a Chalita — entre elas o pagamento de parte da reforma de um dos seus apartamentos, fato que Zaher nega — resultaram em algum negócio para o grupo.
Diz Grobman: “O Chalita deixava o Zaher sempre no fim da fila. Dizia que tinha acordos mais importantes”. Grobman permaneceu como assessor informal de Chalita por dois anos.
SERVINDO A DOIS SENHORES --  O crachá e o cartão de visita mostram que   Roberto Grobman era funcionário do Sistema COC de Ensino, do empresário Chaim Zaher, mas dava expediente na Secretaria da Educação de São Paulo,   cujo titular era Chalita. Escalado para defender os interesses do grupo, Grobman diz que serviu ao secretário por dois anos — como intérprete e até   coordenador da reforma de um de seus apartamentos, segundo ele, bancada por   empresários
SERVINDO A DOIS SENHORES -- O crachá e o cartão de visita mostram que Roberto Grobman era funcionário do Sistema COC de Ensino, do empresário Chaim Zaher, mas dava expediente na Secretaria da Educação de São Paulo, cujo titular era Chalita. Escalado para defender os interesses do grupo, Grobman diz que serviu ao secretário por dois anos — como intérprete e até coordenador da reforma de um de seus apartamentos, segundo ele, bancada por empresários
“Arrancava as tiras dos maços de dinheiro e imitava Silvio Santos: “Quem quer dinheiro?!!!”
Nesse período, disse ao Ministério Público, assistiu a reuniões em que ele combinava como seriam feitas as cobranças de propina a fornecedores da secretaria, como a Zinwell, uma empresa de origem chinesa contratada para fornecer por 5 milhões de reais 5.000 antenas parabólicas para escolas.
A “taxa”, de 25%, era entregue diretamente a Chalita em seu apartamento em Higienópolis.
Segundo Grobman, o ex-secretário chamava o dinheiro de “Vanderlei”. “Quando tocava o interfone, ele gritava, eufórico: ‘Oba, chegou o Vanderlei!’. Só mais tarde descobri que Vanderlei não era uma pessoa. Como ele dizia que mandava a sua parte para uma conta bancária em Luxemburgo, fazia graça com o nome do técnico de futebol”, diz.
Grobman contou ao MP que, por diversas vezes, viu Chalita distribuir o dinheiro que recebia. “Ele derramav as notas no chão do closet. Arrancava as tiras dos maços e jogava em cima dos assessores, imitando o Silvio Santos: ‘Quem quer dinheiro?!!’.”
Empresas fornecedoras da Secretaria seriam compelidas a comprar livros de autoria do secretário
O ex-assessor afirmou ainda que empresas fornecedoras da Secretaria da Educação eram compelidas a comprar lotes de livros do deputado — uma manobra que o ajudaria a justificar o seu exuberante aumento patrimonial (os 741.000 reais em bens que ele declarava possuir em 2000 transformaram-se em 11,5 milhões em 2011).
Aos promotores, Grobman pôs em dúvida não apenas os motivos pelos quais os livros eram vendidos, mas também quem os escrevia. Um dos inquéritos abertos apurará se houve uso de dinheiro público no pagamento de uma equipe de ghost writers que, segundo Grobman, ajudava o ex-secretário a escrever seus livros — ele já lançou 64 até agora.
Procurado por VEJA, Chalita disse, por meio de nota, ser vítima de uma disputa política e negou que Grobman tenha sido seu assessor — embora tivesse e-mail funcional, cartão de visita e tenha aparecido nos prospectos da Unesco como representante da secretaria em evento realizado em 2004, na França (onde ele e Chalita posaram para a foto que ilustra esta reportagem).
Na segunda-feira, o governo federal anunciou ter desistido de nomear o peemedebista para um ministério. A aventada vaga no Senado em 2014 soa agora uma impossibilidade, sem falar nos planos para a candidatura a vice-governador.
Na quinta, Chalita se reuniu com um grupo de assessores e admitiu: “Eu estou acabado”. O resultado das investigações do Ministério Público dirá se o país deve ou não lamentar essa constatação.

MENSALÃO: É grave a acusação de Dirceu de que o ministro Fux prometeu absolvê-lo antes de ir para o Supremo. Só tem um problema: é a palavra de um réu condenado contra a de um juiz que o condenou. Onde estão as provas?


José Dirceu e Luiz Fux (Fotos: AE :: STF)
José Dirceu e Luiz Fux : o primeiro não tem provas do que agora acusa Fux de ter feito (promessa de absolvição), recusa-se a identificar eventuais intermediários nas conversas com o ministro e está desesperado com a condenação. O outro é o juiz que, com base nos autos e com votos consistentes, mandou para a cadeia os mensaleiros e o próprio acusador. (Fotos: AE :: STF)
É certamente grave, gravíssima a acusação feita pelo ex-ministro-chefe da Casa Civil e ex-deputado José Dirceu segundo a qual teve encontro com o ministro Luiz Fux durante a fase em que este realizava contatos para realizar seu “sonho” de chegar ao Supremo Tribunal Federal e que, no curso da reunião, Fux prometeu absolve-lo no caso do mensalão, caso fosse designado para a corte.
Dirceu fez a acusação em entrevista aos jornalistas Fernando Rodrigues e Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, publicada também no portal UOL.
A própria Folha, porém, lembrou que em dezembro do ano passado — espontaneamente -, Fux admitiu, durante em entrevista, que efetivamente se encontrara com Dirceu, mas negou ter prometido a absolvição. Disse também que, mais tarde, ao ler o processo do mensalão, ficou “estarrecido”.
O problema da acusação de Dirceu é que ela está cheia de interrogações soltas, sem respostas.
Primeira interrogação sem resposta: onde estão as provas?
O chefe da quadrilha do mensalão diz ter sofrido durante meses “assédio” do ministro Fux (então integrante do Superior Tribunal de Justiça) “através de terceiros, que eu não vou nominar”. E que o encontro em que Fux teria prometido a absolvição se deu depois desse “assédio”, quando Dirceu concordou em recebê-lo, mas foi a sós.
Segunda interrogação: por que não identifica quem são esses “terceiros”?
Dirceu conferiria solidez a uma acusação, que caso contrário se tornará leviana, irresponsável e até passível de processo, se trouxesse à público esses “terceiros”, que seriam advogados.
Terceira interrogação: Fux, afinal, teria prometido a suposta absolvição ao próprio Dirceu ou aos misteriosos “terceiros”?
Dirceu se contradiz ao longo da entrevista. Na primeira parte, diz, sobre o encontro: “Eu o recebi e, sem eu perguntar nada… (…) Ele tomou a iniciativa de dizer que ia me absolver. Textualmente”.
Mais adiante, porém, respondendo a outra pergunta dos repórteres, diz o seguinte: “Ele, de livre e espontânea vontade, se comprometeu com terceiros, por ter reconhecimento do processo, por ter convicção, certo?”
Afinal, a quem o ministro teria prometido?
Quarta interrogação: por que Dirceu não levantou esse problema DURANTE O JULGAMENTO?
Por que Dirceu só agora, na fase final do processo, em que cabem recursos que dificilmente reverterão a decisão do Supremo de condená-lo a 10 anos e 10 meses de cadeia, trouxe a público a denúncia?
Não faria muito mais sentido que trouxesse logo no começo do julgamento? A enorme barulheira que as declarações causariam poderia levar seus advogados a levantar a questão no plenário do Supremo, obrigaria a algum tipo de discussão entre os ministros, constrangeria Fux a dizer algo durante o julgamento. Quiçá — nunca se sabe — o ministro, pressionado, poderia declarar-se impedido?
Fux está há 13 meses no Supremo e sua atuação vem sendo correta, como foi durante os dez anos em que, antes disso, exerceu o alto cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça.
O lobby que desenvolveu para chegar ao Supremo, em que conversou até com diretores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), não o enobrece nem um pouco, embora conte ponto a seu favor o fato de ser ele próprio quem contou. Certamente não é o primeiro ministro a fazer isso, nem será o último — o que tampouco torna esse comportamento aceitável.
Mas, no final das contas, nesse episódio com Dirceu, fica a palavra de um contra a palavra de outro.
E um — o que acusa — foi qualificado pelo Ministério Público Federal como “chefe da quadrilha” do mensalão, o que seria aceito pelo Supremo Tribunal. Foi condenado e está desesperado para livrar-se das barras da penitenciária.
E o outro — o acusado — é um juiz que, baseado nos autos, e com votos consistentes e elogiados pelo mundo jurídico, mandou para a cadeia, sem contemplação, mensaleiros graúdos, inclusive seu agora acusador.
Até que surja alguma eventual nova evidência, fico, portanto, com a palavra do ministro Luiz Fux.