sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Justiça condena ex-juiz da Fazenda de São Paulo que comprou 41 imóveis de luxo

Élcio Fiori Henriques, que integrou o Tribunal de Impostos e Taxas (TIT), pagou R$ 30,7 milhões por apartamentos e escritórios de alto padrão, com salário de R$ 13 mil mensais;
Por Ricardo Chapola
A Justiça de São Paulo condenou o ex- juiz do Tribunal de Impostos e Taxas (TIT) da Secretaria da Fazenda do Estado Élcio Fiori Henriques por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito. A investigação revelou que Fiori adquiriu 41 imóveis de luxo de forma irregular.
Na sentença, de 6 de outubro, a juíza da 9ª Vara de Fazenda Pública, Simone Gomes Rodrigues Casoretti, impôs a Fiori sanções previstas na Lei de Improbidade – perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por 8 anos e pagamento de multa correspondente a duas vezes o acréscimo patrimonial indevido.
A condenação acolhe ação civil movida pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social, braço do Ministério Público Estadual que investiga corrupção e malfeitos na administração pública.
Segundo a Promotoria, Fiori apresentou uma movimentação financeira astronômica entre 2010 e 2013. No período, o então magistrado comprou 41 imóveis de alto padrão, apesar de seu contracheque mensal no Fisco estadual não passar de R$ 13,02 mil. A Promotoria suspeita que, no exercício da função de juiz de Impostos e Taxas, ele ‘vendia’ votos para empresas autuadas.
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Fiori registrava os bens em cartório por valores subestimados e os revendia quase imediatamente a preço de mercado, operação típica de lavagem, segundo linha de investigação do Ministério Público Estadual. As compras eram realizadas em nome do próprio magistrado, ou em nome de suas empresas, a JSK Serviços, Investimentos e Participações Ltda e a KSK – a primeira também foi condenada pela juíza da 9ª Vara da Fazenda Pública.
“Élcio não só fez uso de suas funções públicas como Juiz do TIT para enriquecer-se ilicitamente, como utilizou as empresas rés, JSK e KSK, como ‘fachada’ para a compra de imóveis, cujo pagamento, em grande parte, era feito em dinheiro (espécie)”, destacou a juíza na sentença que cita uma transação de R$ 1,64 milhão realizada por Élcio em dinheiro vivo.
A investigação do Ministério Público apontou que Fiori desembolsou cerca de R$ 30,7 milhões para comprar os 41 imóveis, montante classificado pelos promotores como “incompatível com sua renda mensal como servidor público estadual”. A Promotoria aponta que o ex-juiz realizou as aquisições dos imóveis no mesmo período em que, no TIT, “participava de julgamentos de recursos contra pagamento de tribunos envolvendo valores elevados e com interesses de grandes empresas”.
elcio
“Élcio valeu-se da empresa ré como sócio majoritário, adquiriu bens imóveis, com dinheiro de origem ilícita (enriquecimento indevido oriundo do exercício das funções de juiz TIT) e, assim, agiu para disfarçar sua atuação ilegal, dolosa e não levantar suspeitas junto a COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e a Receita Federal”, diz o texto assinado por Simone Gomes Rodrigues Casoretti.
Ainda na sentença, a juíza afirma que Elcio “afronta a legalidade e a moralidade”. Ela também determinou o perdimento de todos os bens da JSK Serviços, Investimentos e Participações Ltda, além dos valores adquiridos pela empresa do ex-juiz desde a sua constituição, sobretudo os que não possuírem origem comprovada. Além disso, condenou a empresa a pagar multa de 2 vezes o valor do acréscimo patrimonial indevido.
A juíza cravou. “Entre 2010 e 2012, Élcio obteve um patrimônio imobiliário invejável, sem respaldo em seus rendimentos como agente fiscal de rendas, porque em 2011 seus rendimentos brutos foram de R$ 310.000,00 e, em 2010, foram de R$ 178.829,99. Como ele conseguiu adquirir 40 imóveis, em São Paulo (SP), em locais nobres, cujo montante, considerando o valor de mercado, segundo tabela FIPE-ZAP, foi de R$ 30.750.000,00? A resposta é clara, enriquecimento indevido em virtude do exercício da função pública de agente fiscal de rendas e Juiz do Tribunal de Impostos e Taxas (TIT) caracterizando, sem dúvida, ato de improbidade administrativa, como previsto no artigo 9º, incisos I e VII e art. 11 da Lei nº 8429/92.”
Simone Casoretti é categórica: “Não há dúvidas de que a atitude de Élcio afronta não só a legalidade, mas também a moralidade, pois deveria ter agido em conformidade com a lei e a conduta ética que pauta a carreira dos Juízes dos Tribunais de Contas, que devem atuar com honestidade em prol dos interesses públicos, isto é, em conformidade com os princípios que pautam a ação da administração pública, previstos no “caput” do artigo 37 da Constituição Federal.”
COM A PALAVRA, A DEFESA:
A defesa de Élcio Fiori Henriques reagiu à condenação do ex-juiz do Tribunal de Impostos e Taxas da Secretaria da Fazenda de São Paulo sob argumento de não ter tido a oportunidade de provar o “aumento natural” de seu patrimônio. O advogado Ricardo Sayeg, defensor de Fiori Henriques, disse que vai recorrer da sentença.
“O dr. Elcio não teve o direito de mostrar através de um perito que ele tem razão, que foi um aumento natural de patrimônio.”
Ricardo Sayeg é taxativo. “Ele simplesmente foi fulminado. Acabou o direito. Vamos recorrer da decisão.”

Pressão Nela: Contas de Dilma irão para as mãos de aliada de Renan Calheiros, aliado de… Dilma!

Trata-se da senadora Rose de Freitas, descrita pela Folha como "fiel aliada" do presidente do senado.


Nos próximos dias, caberá à Comissão Mista de Orçamento do Congresso definir o relator que analisará o parecer do TCU que rejeitou as contas de Dilma. Essa definição virá da senadora Rose de Freitas, senadora pelo PMDB e aliada de Renan Calheiros. Eles já se reuniram na última quarta e decidiram que respeitarão todos os prazos do processo. Se isso, por um lado, significa que não tentarão postergar nada, por outro significa que embromarão até o limite permitido por lei, o que soa ótimo para Dilma, que teria até o Carnaval para negociar a salvação. A oposição, no entanto, trabalha para o impeachment de Dilma se concretizar em novembro ainda de 2015

fonte: http://www.implicante.org/noticias/contas-de-dilma-irao-para-as-maos-de-aliada-de-renan-calheiros-aliado-de-dilma/







Lava Jato investiga R$ 10 bilhões em propina, diz Dallagnol


O esquema de pagamento de propinas envolvendo a Petrobras e outras estatais, investigado na Operação Lava Jato, é de R$ 10 bilhões. A expectativa é o valor envolvido nas investigações ultrapasse os R$ 20 bilhões caso sejam inclusos os desvios referentes a contratos com fornecedores e negócios superfaturados, segundo informações do procurador do Ministério Público Federal (MPF), Deltan Dallagnol.
Ainda de acordo com o procurador a estimativa foi feita com base em um contrato entre a Camargo Corrêa e a Petrobras, no valor de R$ 1,5 bilhão. “A Lava Jato combate um tumor, mas o sistema é cancerígeno. Não temos uma defesa jurídica contra a corrupção no Brasil. Vivemos um janela de oportunidade e – se não aproveitarmos esse momento para mudarmos nossa realidade  – não sabemos quando teremos outra oportunidade como essa”, declarou.
Dallagnol disse que sua estimativa se baseia em um contrato entre a Petrobras e a Camargo Corrêa, no valor de R$ 1,5 bilhão.  Só o superfaturamento nesse contrato chegou a R$ 600 milhões, conforme acrescentou. Na Petrobrás, o valor de propina “envolveu mais de R$ 6,2 bilhões”, afirmou.
Dallagnol abriu nesta manhã, em São Conrado, RJ, a programação do último dia do 21º Congresso Nacional do Ministério Público e da 5ª Conferência Regional da International Associations of Prosecutors (IAP) para a América Latina.


fonte: http://www.paranaportal.com.br/blog/2015/10/09/lava-jato-investiga-r-10-bilhoes-em-propina-diz-dallagnol/

Simples assim: Para descobrir o tamanho real da fortuna acumulada pelo Pai dos Pobres, a PF só precisa seguir o dinheiro dos filhos


Antes que o pai chegasse ao poder, Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, era monitor do zoológico de São Paulo. Em 2004, a Telemar pagou 5 milhões de reais para associar-se ao primogênito do presidente numa empresa de fundo de quintal. Hoje, como constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, Lulinha é latifundiário, industrial  e nada em dinheiro.
Antes que o pai acampasse no Planalto, Luis Cláudio Lula da Silva era ajudante de preparador físico de time de futebol. Soube-se nesta semana que o irmão de Lulinha virou dono de uma empresa de marketing esportivo e também protagonizou um suspeitíssimo milagre da multiplicação de pixulecos: embolsou R$ 2,4 milhões ede um escritório de advocacia interessado na aprovação de uma medida provisória. Com as bênçãos de Lula, claro, a jogada deu certo.
“Sigam o dinheiro”, recomendou o informante conhecido como Garganta Profunda aos repórteres do jornal The Washington Post que desvendaram o caso Watergate. Para descobrir o tamanho real da fortuna acumulada pelo pai, e as origens do patrimônio formidável, a Polícia Federal só precisa seguir o dinheiro dos filhos.

fonte: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/para-descobrir-o-tamanho-real-da-fortuna-acumulada-pelo-pai-dos-pobres-a-pf-so-precisa-seguir-o-dinheiro-dos-filhos/

Por que defendemos a imediatamente renuncia, prisão ou a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff ?


A comuno petralhada que nos enche o saco em mensagens inbox, denunciando as postagens  com solicitação de remoção das imagens. PORQUE NÃO RECLAMAM COM OS LADRÕES?

No julgamento , que culminou no parecer unânime recomendando a rejeição pelo Congresso das contas de 2014 do governo Dilma, o TCU deixou explícito para todo o Brasil o tamanho e a gravidade da irresponsabilidade fiscal e da desonestidade contábil do governo.

Foi mascarado um rombo de R$ 106 bilhões no orçamento. Não se trata, é bom frisar, apenas de mau uso dos recursos públicos; mas de tentativa de esconder esse mau uso com práticas ilegais, fazendo com que bancos públicos cobrissem repasses atrasados e melhorassem as contas do governo.

Comprovado este fato, questiona-se o que o Congresso deve fazer. Será que a rejeição das contas justifica o impeachment? Não é preciso dizer que, em qualquer instituição séria, a comprovação de malfeitos desta magnitude resultaria na saída imediata do dirigente.

Não cabe entrar em questões estratégicas sobre qual partido será beneficiado ou prejudicado pelos diferentes desfechos possíveis. O que está em jogo é algo muito mais sério: se o Brasil estabelecerá um regime em que a justiça vale mesmo para o Presidente da República ou se assumirá o princípio de que o governante pode cometer crime fiscal sem qualquer punição, com todas as consequências que um precedente desses trará para as decisões de futuros ocupantes do cargo.

A viabilidade jurídica do impeachment tem sido afirmada por juristas de peso. As consequências de longo prazo de se deixar o governo impune serão imensas.

Por essas razões,  defendemos a imediatamente renuncia, prisão ou  a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff.




Dando adeus! Dilma começa a dar sinais de ‘jogar a toalha’

Golpes recentes do TCU, TSE e do STF minaram forças de Dilma

Golpes recentes do TCU, TSE e até do STF minaram foças de Dilma. Foto: Lula Marques

A presidente Dilma já passa a impressão aos mais próximos e até a funcionário do Planalto de que “entregou os pontos”. Já não consegue esconder o desânimo com a própria incapacidade de superar a crise e de manter-se no cargo. Os primeiros sinais de prostração foram vistos terça, ao ser informada das derrotas no Congresso, que não conseguiu votar seus vetos, e no TSE, que decidiu investigar sua campanha.
Mulher voluntariosa, que costuma tratar subordinados como se fossem dementes, e aos gritos, Dilma agora se mostra triste e cabisbaixa.
Na quarta (7), antes do julgamento de suas contas TCU, a presidente ficou abatida com a nova frustração no Congresso e a derrota no STF.
Mais cedo, na quarta, ela mal conseguia dar atenção no vistoso evento sobre as Olimpíadas. Sequer trocou palavra com o vice, Michel Temer.
O desânimo chegou ao auge na condenação no TCU. Ela se isolou em seu gabinete. Depois, auxiliares perceberam em Dilma sinais de choro. Leia mais na Coluna Cláudio Humberto


fonte: http://www.diariodopoder.com.br/noticia.php?i=41938581696

Para o Financial Times o Brasil é um “paciente na UTI”. E eles não sabem metade da história.


Poucas coisas são tão emblemáticas quanto a relação do governo brasileiro com a mídia estrangeira. Para o partido do governo, o PT, o que parece valer é exatamente o oposto daquilo que descrevia George Orwell, segundo o qual “jornalismo é dizer aquilo que não querem que você diga, todo o resto é propaganda”. Com a mesma velocidade em que se utiliza de capas favoráveis como a da The Economist com o Cristo Redentor decolando, governistas se apressam em dizer que capas negativas representam uma “intromissão dos estrangeiros na política brasileira”. 
No início de seu primeiro mandato, Dilma chegou a dizer que “nenhuma revista estrangeira irá fazê-la demitir um ministro”, algo que soou um tanto quanto irônico dado que as capas semanais da revista Veja derrubaram inúmeros ministros em seu mandato. Ao que parece, o problema reside sempre com os estrangeiros. Para a mídia, porém, isso raramente importa. Acostumados a manter uma visão e uma linha editorial clara, os jornais ingleses emitem opiniões com relativa frequência, sem se preocupar com o mito da imparcialidade.
Em uma das mais contundentes declarações recentes, o centenário Financial Times declarou que o caso brasileiro é o que se poderia chamar de “um paciente na UTI”. A análise do FT é profunda e certeira – retrata como nenhuma revista ou jornal brasileiro o peso de um Congresso inepto em meio a um ajuste fiscal sem qualquer preocupação em poupar o governo. Como vimos recentemente, o cenário é tão confuso que o próprio presidente do Partido dos Trabalhadores convocou seus militantes para protestar contra as políticas do governo. Em suma, o Financial Times comenta com grande precisão aquilo que temos comentado constantemente aqui. O tal ajuste fiscal, que busca equilibrar as contas destruídas pela primeira gestão Dilma, não é um ajuste de fato, mas algo, se me permitem a expressão, “para inglês ver”. O FT viu. E não acreditou.

Em um outro  momento, em seu primeiro mandato, Lula realizou um longo e profundo ajuste – chegou a bater orecorde de maior economia para pagar os juros da dívida em toda a história do país. A diferença para o ajuste atual reside exatamente no apoio. Lula contava com o apoio da sociedade, do seu partido, do Congresso e de uma ampla gama de economistas liberais em seu governo que garantiam credibilidade ao ajuste. Trata-se do exato oposto do governo Dilma.
Para a análise do Financial Times, o momento, que entra para a história como a segunda vez em que o Brasil tem uma dupla recessão econômica em 120 anos (a outra foi nos anos de 1930 e 1931, após a crise de 1929), possui causas bem nítidas no próprio governo. Trata-se não de uma consequência inesperada, mas de uma bomba plantada com esforço pelo próprio Planalto, e que agora encontra dificuldade em ser desarmada, graças a um governo fraco e um Congresso mais preocupado em salvar a si mesmo da operação Lava-Jato do que poupar a governabilidade.
Poucas coisas são tão emblemáticas quanto a relação do governo brasileiro com a mídia estrangeira. Para o partido do governo, o PT, o que parece valer é exatamente o oposto daquilo que descrevia George Orwell, segundo o qual “jornalismo é dizer aquilo que não querem que você diga, todo o resto é propaganda”. Com a mesma velocidade em que se utiliza de capas favoráveis como a da The Economist com o Cristo Redentor decolando, governistas se apressam em dizer que capas negativas representam uma “intromissão dos estrangeiros na política brasileira”. 
No início de seu primeiro mandato, Dilma chegou a dizer que “nenhuma revista estrangeira irá fazê-la demitir um ministro”, algo que soou um tanto quanto irônico dado que as capas semanais da revista Veja derrubaram inúmeros ministros em seu mandato. Ao que parece, o problema reside sempre com os estrangeiros. Para a mídia, porém, isso raramente importa. Acostumados a manter uma visão e uma linha editorial clara, os jornais ingleses emitem opiniões com relativa frequência, sem se preocupar com o mito da imparcialidade.
Em uma das mais contundentes declarações recentes, o centenário Financial Times declarou que o caso brasileiro é o que se poderia chamar de “um paciente na UTI”. A análise do FT é profunda e certeira – retrata como nenhuma revista ou jornal brasileiro o peso de um Congresso inepto em meio a um ajuste fiscal sem qualquer preocupação em poupar o governo. Como vimos recentemente, o cenário é tão confuso que o próprio presidente do Partido dos Trabalhadores convocou seus militantes para protestar contra as políticas do governo. Em suma, o Financial Times comenta com grande precisão aquilo que temos comentado constantemente aqui. O tal ajuste fiscal, que busca equilibrar as contas destruídas pela primeira gestão Dilma, não é um ajuste de fato, mas algo, se me permitem a expressão, “para inglês ver”. O FT viu. E não acreditou.
Em um outro  momento, em seu primeiro mandato, Lula realizou um longo e profundo ajuste – chegou a bater orecorde de maior economia para pagar os juros da dívida em toda a história do país. A diferença para o ajuste atual reside exatamente no apoio. Lula contava com o apoio da sociedade, do seu partido, do Congresso e de uma ampla gama de economistas liberais em seu governo que garantiam credibilidade ao ajuste. Trata-se do exato oposto do governo Dilma.
Para a análise do Financial Times, o momento, que entra para a história como a segunda vez em que o Brasil tem uma dupla recessão econômica em 120 anos (a outra foi nos anos de 1930 e 1931, após a crise de 1929), possui causas bem nítidas no próprio governo. Trata-se não de uma consequência inesperada, mas de uma bomba plantada com esforço pelo próprio Planalto, e que agora encontra dificuldade em ser desarmada, graças a um governo fraco e um Congresso mais preocupado em salvar a si mesmo da operação Lava-Jato do que poupar a governabilidade.
Bundles Of The Financial Times Newspaper Arrive At A Distribution Centre And Are Delivered Around London
A análise, porém, é bastante restrita no tempo. Os problemas políticos e econômicos do Brasil são históricos e bem enraizados. Aqui, não se trata de um mero caso de escândalo de corrupção que, como se sabe, é mais consequência que causa da inabilidade política. Historicamente os governos brasileiros se opõem por um falso dilema – o de que é preciso gerar estabilidade para então gastar e fazer a economia crescer. Esta é a razão de tantos governos realizarão ajustes que permitirão ao Planalto voltar a gastar até que um novo ajuste seja necessário.
Tal ideia se pauta em uma falsa lógica de que o crescimento deve ser induzido pelo governo; de que mais relevante do que se preocupar em garantir uma moeda forte, conter despesas para fazer os juros caírem, ser austero em gastos para permitir que as famílias gastem mais consigo mesmas, ser previsível em suas leis para permitir um melhor planejamento, é garantir aquela falsa ajuda ao capitalismo – que no fundo não passa de uma mera ajuda às grandes corporações.
Desde Vargas e seu BNDES, o governo brasileiro possui um certo fetichismo de que crescer é desenvolver a indústria. Em nome desta causa, o Planalto apoia medidas que retiram bilhões de reais dos bolsos dos trabalhadores anualmente para injetar em corporações como a Odebrecht e outras tantas, responsáveis por mais de 70% do crédito subsidiado do BNDES em determinadas áreas como exportações (ao todo, o subsidio do BNDES custará ao Tesouro R$ 38,6 bilhões apenas em 2016, cerca de 1,4 vezes o custo do Bolsa Família).
A ideia de que a economia se move não pela estabilidade, pelo aumento de poupança e confiabilidade do governo, mas pelos planos econômicos no melhor estilo de “planos quinquenais” (aqueles mesmos com os quais se planejava o desenvolvimento da União Soviética), levou o Brasil a vivenciar uma série de grandes planos, inevitavelmente frustrados pela incapacidade de gestão do próprio governo. Vimos um Plano de Metas, PND, PND II, Avança Brasil e as incontáveis versões do PAC, intercalados por tímidas versões de planos que pensassem o pequeno empreendedor, aquele responsável por 99% das empresas do país e que empregam 52% da força de trabalho. Somos um país de mais de 6 milhões de pequenos empresários que merecem menor atenção do governo que quatro famílias de empreiteiras.

Certamente não se pode negar que um ajuste macro tenha invariavelmente impacto em pequenos empresários. Seria tolice comparável aos defensores da ideia de que não se come PIB. Indicadores macros são importantes como um todo, mas certa atenção aos microempreendedores é vital. Cuidado com regras e instituições transparentes, e maior segurança jurídica, são parte importante para reaquecer a economia. E é justamente este o maior destaque do ajuste fiscal comandado pelo atual presidente do Insper, em 2005, que criou o empréstimo consignado e melhorou as regras de financiamento bancário, levando a um longo ciclo de crescimento do setor (ou você tinha ilusão de que foi o Lula quem fez isso?), interrompido apenas quando o governo decidiu inflar os números do setor com crédito artificial.
O artigo do FT peca em não distinguir estes pontos entre um ajuste que dá certo e um que fracassa, mas age de forma irrefutável ao demonstrar que o país se preparou extremamente mal para o momento de desaceleração da economia mundial e em um arrefecimento do crescimento chinês. Isto torna o cenário futuro bastante incerto quanto ao grau do estrago – o que sabemos apenas é que ele virá.
Apenas neste ano os gastos com juros devem superar R$ 480 bilhões, contra R$ 311 bilhões do último ano. O custo com o aumento da taxa de juros para conter a inflação e impedir que os empresários sigam o governo, que reajusta os preços controlados (gás, combustível, energia etc), tem seu peso. Cada 1 ponto percentual na taxa SELIC custa aproximadamente R$ 36 bilhões. A consequência é, como comentou o FT, um aumento expressivo na relação de endividamento do país, podendo chegar a 70% nos próximos anos, caso a recessão de 3% em 2015 e de 2% em 2016 se confirmem. Quanto menor o crescimento da economia, maior a necessidade de cortar gastos, o que dado o caráter obrigatório dos gastos públicos é algo cada vez mais difícil no Brasil.
Os economistas costumam diferenciar os cortes de gastos feitos pelo governo daqueles que você faz na sua casa através de uma única diferença. Toda vez que o governo corta gastos, ele gera menor demanda na economia, e assim reduz a produção, que reduz a arrecadação de impostos. Este é um dos fatores (questionável, dado que os gastos são muitas vezes artificiais). O outro e mais claro de se perceber é aquele ocasionado pelo aumento de impostos. Algumas pessoas costumam fazer contas de padaria – a velha regra de 3, definindo que se hoje arrecadamos R$ 100 com uma alíquota de 10%, ao dobrarmos a alíquota para 20%, arrecadaremos R$200. Porém, como a curva de Lafferdemonstra, ao se ampliar constantemente os impostos inevitavelmente se afeta a arrecadação – pois com mais impostos, menos é consumido e menos é arrecadado.
Isto explica parte da queda de arrecadação do governo, o que dá ao ajuste um peso muito maior do que teria se fosse feito em um momento de euforia econômica. Como uma reportagem recente demonstrou, o ajuste foi adiado em quase 1 ano, pois Dilma preferiu sacrificar as contas públicas em nome da reeleição.
Esta irracionalidade política é algo que a matéria do FT não conseguiu captar, certamente por seus jornalistas estarem acostumados a debates mais claros e a uma bem dividida linha política (entre conservadores e trabalhistas que se assumem como tal). O FT não foi capaz de perceber o jogo político brasileiro por inteiro. É esta falta de conexão do governo (o que inclui Legislativo, Judiciário e Executivo) com as ruas, com o dia a dia do país, que nos afasta de soluções verdadeiras, que melhorem nosso aspecto institucional e ponham um freio nos políticos e no estrago que eles podem ocasionar.
Enquanto o país espera por mais algumas décadas por uma reforma tributária que simplifique a cobrança e reduza o peso do governo sobre os mais pobres, uma reforma previdenciária que permita às pessoas serem donas do próprio futuro e não apenas uma fonte de renda para a gastança do governo (algo que, mude o sistema atual que se assemelha a pirâmides para um modelo de fundos de pensão), uma reforma que impeça o governo de criar dívida para privilegiar bancos, empreiteiras ou quem quer que seja (ou seja, uma lei de responsabilidade fiscal que sirva para a União),  seguiremos invariavelmente na UTI. Ou ainda pior. Independentemente do que a imprensa estrangeira diga ou deixe de dizer.
fonte: http://spotniks.com/para-o-financial-times-o-brasil-e-um-paciente-na-uti-e-eles-nao-sabem-metade-da-historia/