terça-feira, 3 de maio de 2016

Não nos representa nenhum estudante em todo o Brasil: Por que Carina Vitral é inimiga dos estudantes brasileiros?

Enquanto a CPI da UNE é aberta, temos um ótimo momento para reavaliar o que significa a presidência de Carina Vitral na organização. Se o que a maioria dos estudantes mais espera em um futuro próximo é um emprego, que moral tem Carina para representá-los se atua em favor de um governo que destrói intencionalmente os empregos?

Dias atrás soubemos que o deputado Marco Feliciano conseguiu as assinaturas necessárias para abrir a CPI da UNE, como diz a Época:

O deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) conseguiu 216 assinaturas de colegas para abrir a CPI da UNE, a União Nacional dos Estudantes. O pedido de abertura da CPI foi protocolado na tarde de quinta-feira, dia 28. A comissão vai investigar a destinação de verba pública à UNE. Nenhum parlamentar do PT, do PCdoB e do PSOL assinou o requerimento. O deputado Miro Teixeira (RJ) foi o único representante da Rede que subscreveu o pedido de CPI. Feliciano lista seis pontos a serem investigados. Entre eles, os R$ 44,6 milhões recebidos pela entidade como reparação da perseguição sofrida durante da ditadura militar. A briga entre o deputado e a UNE começou ainda durante comissão de impeachment na Câmara, no início do mês, quando Feliciano se disse agredido por estudantes. A UNE nega. A discussão foi parar nas redes sociais – o deputado ameaçou: “me aguardem líderes da UNE”. Parlamentares do PCdoB tentaram dissuadir colegas de assinar o requerimento, sem sucesso.

Mas o que é também importante relembrar é como a atual presidência da UNE – que não difere muito das anteriores -, na figura de Carina Vitral, tem muitas explicações para dar aos estudantes do Brasil por suas escolhas crueis.
Acima, vemos sua foto com o tirano psicopata Nicolas Maduro, que cometeu violências imperdoáveis contra estudantes na Venezuela. Há vários casos de pessoas que tiveram seus intestinos destruídos após serem estuprados com baionetas. Maduro só não é um Hitler moderno – em número de mortes – em razão dos smartphones, que forçaram os psicopatas comandando tiranias serem mais discretos.
Mas Carina também pode ser vista em fotos com outros monstros, como Lula:

Assim como em fotos ao lado da (quase ex-)presidente que, junto com Lula, se tornou especialista em destruir sonhos do povo brasileiro:
É claro que ela cumprimenta e abraça o que há de pior não só na política, como também na espécie humana.
Mas por que Carina Vitral é tão imoral (e sua imoralidade deve ficar ainda mais evidente na época da CPI da UNE )?
É por que é inaceitável que tal figura presida uma organização nacional de estudantes. Ao colocar sua organização como serviçal de um governo destruidor de empregos – e não se pode negar o recebimento de verba estatal a ser investigada na CPI -, ela escolheu seu lado, que não pode ser o lado dos estudantes sob qualquer análise lógica ou moral.
O que a maioria dos estudantes mais quer é empregos para serem disputados por estudantes saídos das faculdades. Mas ao se aliar ao governo Dilma, ela se colocou do lado de quem afugentou investidores em nome de um projeto de poder, sabendo que com isso destruiria empregos e os sonhos de muitos jovens. Com isso, está do lado daqueles que estão tirando as oportunidades de empregos dos estudantes. É talvez o cúmulo da traição à uma categoria que se finge representar. Talvez ela se equipare apenas à Katia Abreu que, dizendo representar agricultores, se uniu a um governo que apoia o terrorismo do MST. Katia Abreu e Carina Vitral vão juntas.
Carina Vitral é inimiga dos estudantes do Brasil.

Temer quer evitar ‘terra arrasada’ em comando de bancos públicos

É para isso que o Sr. Barroso, do STF, lutou tanto para que Dilma pudesse ficar no cargo por mais algumas semanas após a votação de impeachment: destruir as contas públicas. Agora a preocupação é que os bancos públicos não sejam completamente destruídos.

Mais outra notícia sobre a vingança de Dilma afim de destruir o Brasil:

Interlocutores próximos ao vice-presidente Michel Temer afirmam que, diferentemente do que ocorrerá na cabeça dos ministérios, a transição nos bancos públicos, caso o Senado aprove a abertura do impeachment de Dilma Rousseff, será lenta e não terá caráter de “terra arrasada”.
Embora o vice já tenha anunciado a intenção de promover uma auditoria no BNDES, no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal, ele discute com a equipe um modelo em que os diretores sejam substituídos aos poucos, para não provocar um vácuo de gestão.
A única cuja troca deverá ser imediata, segundo aliados de Temer, é a presidente da CEF, Miriam Belchior, muito associada a Dilma e ao PT. Mesmo Luciano Coutinho, do BNDES, poderia permanecer no início do governo Temer e tem mantido diálogo aberto com alguns dos braços-direitos do vice.
Que fase, que fase…
Por culpa única e exclusiva do ministro do STF Barroso – que inventou um rito maluco de impeachment somente para dar algumas semanas de prazo pós-votação do impeachment, úteis apenas para ela destruir ainda mais a economia -, temos que ficar assistindo um programa podre e imoral de devastação.



segunda-feira, 2 de maio de 2016

SEM WHATSAPP?? SINTA O GOSTINHO DO COMUNISMO!!!


A Grande Farsa por Jorge Serrão do Alerta Total



2a Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Nossas zelites oligárquicas são mesmo especializadas. No quê? Em buscar saídas para se perpetuarem no poder. Se possível, lucrando de modo rentista ou roubando deslavadamente. Façamos um exercício breve, sintético, simples mas eficaz dos acontecimentos recentes, para constatarmos uma grande farsa em andamento na veloz sucessão de Dilma Rousseff para Michel Temer:

a.    Lula estava disposto a brigar com todas as forças para assumir a Casa Civil do Governo Dilma. Não toca mais no assunto e nem vai à mesma manifestação de 1º de Maio que a Presidenta.
b.    Lula tentou diversas vezes emplacar o ex-banqueiro Meirelles como Ministro da Fazenda do Governo Dilma. Nunca conseguiu e divulgava que quando assumisse a Casa Civil seria uma de suas primeiras medidas – combinado com a Presidenta, claro.
c.    Michel Temer anuncia que tomará todas as medidas necessárias para reduzir o tamanho do Estado brasileiro e que se preciso fará privatizações.
d.   Michel Temer promete que vai extinguir Ministérios e que é preciso cortar o gasto e as despesas públicas senão o país não voltará a crescer.
e.    Michel Temer recebe apoio do PSDB para fazer um governo de “salvação” ou dito “emergencial”.
f.     Michel Temer recebe diversas Centrais Sindicais, que fazem romaria e discursam que precisam defender os interesses dos trabalhadores.
g.   Michel Temer recebe representantes dos diversos setores empresariais, federações de indústria e do comercio e grandes empresários para ouvir as sugestões que tirem o Brasil da Crise.
h.   Michel Temer começa a discutir com os Partidos Políticos as distribuições de cargos que caberia a cada grupo político, em seu eventual governo.
i.     Michel Temer admite que será difícil fechar Ministérios pois precisará de bastante apoio político para as mudanças que o Brasil precisa.
j.     Michel Temer ameaça a volta da CPMF pois é preciso aumentar os impostos para equilibrar as contas públicas.
k.    Michel Temer se reúne diversas vezes com o ex-banqueiro Meirelles que já fala praticamente como seu Ministro da Fazenda.
l.     Michel Temer “deixa vazar” que, assim que empossado, conversará com Lula, buscando entendimentos políticos.

Não devemos nos esquecer que o STF acabou de abrir mais inquéritos contra os Senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, avalistas e cardeais do PMDB no futuro governo Temer.

Não é nem necessário falarmos do Presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, aquele com quem Michel Temer tem uma dívida política “impagável”.

Deixa ver se eu entendi: só a Dilma que sai do baralho.

a)   O Lula vai nomear diversos novos Ministros do Michel Temer.
b)   O PMDB vai ter muitos Ministérios e a Presidência da República.
c)   O PSDB ganha espaço no novo governo e serão coleguinhas de Ministério de Petistas notórios, mas não filiados.
d)   O PSDB apoiará o PMDB em nome de um novo projeto para o país.
e)   O MALUF e seu famoso PP estarão contemplados mais ainda do que já estiveram em todos os governos anteriores.

E implanta-se a CPMF porque é necessário muito imposto para deixar todo esse pessoal feliz?

É isso ou faltou listar alguma coisa.

Faltou sim.

Mantendo Ministérios importantes e com bastante recursos, o PT fará uma oposição moderada e vai tentar emplacar LULA Presidente em 2018. Vice ideal? Henrique Meirelles...

LULA tem falado abertamente que, quando voltar a ser Presidente da República, entre suas primeiras decisões será a de punir a REDE GLOBO.

Para LULA, seguidor do modelo bolivariano, punir um veículo de comunicação é fechá-lo.

FECHAR MESMO! Acabar com o negócio. Claro, distribuindo o espólio lucrativo para aliados e amigos próximos.

Será que o pessoal da Rede Globo está percebendo a grande farsa que estão organizando em Brasília?

Reveja a primeira edição desta segunda-feira: Antecipação de eleição presidencial proposta por Dilma desesperada é o inútil golpe no golpe



fonte: http://www.alertatotal.net/2016/05/a-grande-farsa.html?spref=fb

COMO O BRASIL FOI TRANSFORMADO PELO PT NO QG DA REVOLUÇÃO COMUNISTA NA AMÉRICA LATINA

O site da revista Vila Nova publicou um excelente texto analítico sobre a estratégia revolucionária comunista na América Latina coordenada pelo Foro de São Paulo e o papel do Brasil sob o governo do PT. O texto é de autoria de de Rodrigo Sias, mestre em economia pelo IE-UFRJ. Fiz a postagem deste texto aqui no blog ainda em 2015, mas parece que não está acessível na postagem original. Todavia, em função da explosão de movimentos oposicionistas ainda em 2015 e que confluíram agora em 2016 com o processo de impeachment contra Dilma Rousseff, as informações contidas nesta análise são muito importantes para o conhecimento de todos e, sobretudo, dos deputados e senadores no momento em que o impeachment avança no Senado.
Faço a postagem da parte inicial desse trabalho com link ao final para leitura completa. O link remeterá o leitor para o site Epoch Times que republicou a matéria completa. Vale a pena ler para entender diversos aspectos da atualidade política brasileira e latino-americana que, em certos casos podem parecer até mesmo esquisitos e sem sentido para os menos avisados. Ainda que o artigo tenha sido publicado em julho de 2014 e portanto não contemple os últimos acontecimentos no Brasil consubstanciados nas recentes manifestações de massa contra o governo do PT, mesmo assim ainda possui validade analítica no que respeita à arquitetura revolucionária comunista no continente sul-americano. Leiam:

No vídeo acima Lula fala no encontro do Foro de São Paulo que se realizou na capital paulista em 2013, resumindo a estratégica utilizada pela esquerda para dominar toda ad América Latina. Mas grande mídia brasileira - toda ela sem exceção - não toca na ação do Foro de São Paulo. Raros são os analistas políticos que se referem a esta organização transnacional fundada pelo próprio Lula e Fidel Castro em 1990 no coração da capital paulista. Com extremo zelo, os esbirros do movimento comunista que dominam as redações da grande mídia tratam de dissimular, esconder e sonegar esta informação fundamental para entender o que realmente ocorre na América Latina, embora o Foro de São Paulo tenha inclusive página oficial no Facebook, como se pode verificar aqui.
Deve-se assinalar que se não fossem as investigações da Operação Lava jato, que se iniciaram em Curitiba sobre um esquema de lavagem de dinheiro aparentemente envolvendo delinquentes comuns. Todavia, mais adiante, a polícia descobriu o elo ligando o esquema aos operadores do petrolão. Não fosse isso, tudo teria ficado em segredo. Porém havia um nexo direto com a pilhagem dos cofres públicos envolvendo diretamente os governos de Lula e Dilma. O petrolão, via PT, fornecia milhões de dólares para as ações comunistas em toda a América Latina por meio Foro de São Paulo. Afinal, Lula é o chefão dessa organização, o seu fundador a mando do tirano Fidel Castro. 
Análise que segue foi escrita em 2013, portanto numa época em que o petrolão ainda não tinha sido descoberto, mas os fatos davam a entender que por trás de tudo que ocorria havia um mistério: afinal, quem financiava as ações do Foro de São Paulo em todo o continente Latino Americano. Quem pagava hotel e hospedagem para mega eventos reunindo os dirigentes do Foro de todo o continente?
A ONDA ESQUERDISTA
Desde o fim dos anos 1990, a América Latina vem passando por uma “onda” de governos de esquerda, considerados mais radicais ou mais moderados, conforme avaliação de suas políticas e discursos. Por muito tempo, o governo brasileiro foi considerado moderado e umplayer confiável para estabilizar a região. Em suma, um modelo de “pragmatismo” a ser seguido.
Com os últimos eventos na Venezuela e o decidido apoio brasileiro à Maduro, no entanto, os principais analistas da mídia brasileira mostram-se confusos. Com Dilma, o Brasil teria dado uma guinada ainda mais à esquerda? Os afagos a Cuba teriam quais motivações?
Em toda parte, há enorme grau de insatisfação com a atual política externa brasileira. Dilma é cobrada a se pronunciar sobre a violação dos direitos humanos pelo governo de Caracas e atuar como mediadora do conflito, o qual já fez mais de três dezenas de mortes e uma centena de prisões. Empresários reclamam do Mercosul (e sua intensa ideologização) e do imobilismo da política comercial em costurar acordos bilaterais com outros parceiros.  Enquanto isso, o caso de espionagem dos EUA foi tratado de forma histérica com discursos tipicamente antiamericanos atrapalhando toda a agenda bilateral existente. Para aqueles que se surpreendem pelos posicionamentos do Brasil, é bom lembrar: há muito tempo nossa política externa saiu das mãos do Itamaraty para ser gerida pelo Foro de São Paulo[1].
A crise na Venezuela apenas está explicitando novamente qual o papel do Brasil na região e dentro da estratégia do Foro.
A DIALÉTICA DO FORO DE S. PAULO 
O principal fator a ser observado em qualquer movimento revolucionário é a existência de duas faces: uma face visível e pública e outra clandestina ou discreta – onde fica o cérebro e o comando da operação. A parte visível faz a militância, promove a guerra cultural, proclama sentimentos nobres e posa de moderada enquanto defende e acoberta as ações da parte discreta, através da mobilização de meios legais, diplomáticos, jornalísticos.
“Radicais” e “moderados”: todos “companheiros” por uma mesma distopia socialista.
Há também sempre uma facção radical e histriônica que chama a atenção e desvia o foco, enquanto a facção considerada mais pragmática viabiliza as verdadeiras ações decisivas no processo de conquista do poder.
Dentro deste panorama, a tradicional divisão entre os grupos de esquerda “moderados” e os grupos “radicais” é apenas estratégica e artificial, pois a falsa dissidência radical atua em unidade com os “moderados”. Essas divisões dentro da esquerda revolucionária – “público x discreto” e “moderados x radicais” – apenas provam sua vitalidade e multiplicam sua capacidade para ataques “desconexos” e “contraditórios”, os quais deixam os adversários paralisados ou os induz a reações que reforçam a própria esquerda, em um de seus pólos.
No entendimento marxista, a história é dialética e movida por contradições. Portanto, a tarefa da vanguarda revolucionária é estimular as contradições para acelerar o “sentido da história”[2]. Por essa razão, a esquerda acaba dividindo-se em pólos “opostos”, mas que atuam em conjunto.
Com esses conceitos, pode-se entender o papel desempenhado pelos países e seus governos esquerdistas no âmbito geral da cooperação dentro do Foro de São Paulo.
A Cuba castrista é o símbolo ideológico e a unidade de inteligência estratégica do Foro. A Venezuela e a Argentina, cujos governos são fanfarrões e radicais, podem ser consideradas “pontas de lança” do processo, auxiliadas por satélites como Bolívia e Equador. Nesses países, o estágio de socialismo é avançado, com as instituições totalmente aparelhadas, economia subjugada pela burocracia estatal e um clima de controle social ostensivo, seja através da repressão governamental, seja através da ameaça de grupos pró-governo.
Já o Brasil é o verdadeiro quartel-general da revolução latino-americana, dando cobertura para o avanço socialista no resto do continente. Ao nosso país cabe o papel de fornecedor de recursos – o “prestígio” e o peso econômico – para guarnecer a tomada de poder em outros lugares. É a face discreta e moderada do movimento.
Essa divisão de trabalho implica na diversidade de “experiências socialistas”, que terão velocidades distintas dependendo da situação de cada nação. Porém, todas essas experiências apontam na mesma direção e nos mesmos objetivos: agem em unidade rumo à concentração de poder progressiva nas mãos dos revolucionários.
Como as ações do Foro e de seus membros são dialéticas e na base da duplicidade, os grandes lances estratégicos e a radicalização dos processos socializantes se dão fora do QG central – o Brasil -, mas contam com sua complacência e cobertura.  Leia a matéria abaixo:
Desde o fim dos anos 1990, a América Latina vem passando por uma “onda” de governos de esquerda, considerados mais radicais ou mais moderados, conforme avaliação de suas políticas e discursos. Por muito tempo, o governo brasileiro foi considerado moderado e um player confiável para estabilizar a região. Em suma, um modelo de “pragmatismo” a ser seguido.
Com os últimos eventos na Venezuela e o decidido apoio brasileiro à Maduro, no entanto, os principais analistas da mídia brasileira mostram-se confusos. Com Dilma, o Brasil teria dado uma guinada ainda mais à esquerda? Os afagos a Cuba teriam quais motivações?
Em toda parte, há enorme grau de insatisfação com a atual política externa brasileira. Dilma é cobrada a se pronunciar sobre a violação dos direitos humanos pelo governo de Caracas e atuar como mediadora do conflito, o qual já fez mais de três dezenas de mortes e uma centena de prisões. Empresários reclamam do Mercosul (e sua intensa ideologização) e do imobilismo da política comercial em costurar acordos bilaterais com outros parceiros.  Enquanto isso, o caso de espionagem dos EUA foi tratado de forma histérica com discursos tipicamente antiamericanos atrapalhando toda a agenda bilateral existente. Para aqueles que se surpreendem pelos posicionamentos do Brasil, é bom lembrar: há muito tempo nossa política externa saiu das mãos do Itamaraty para ser gerida pelo Foro de São Paulo[1].
A crise na Venezuela apenas está explicitando novamente qual o papel do Brasil na região e dentro da estratégia do Foro.
A Dialética do Foro e o sentido socialista da história
O principal fator a ser observado em qualquer movimento revolucionário é a existência de duas faces: uma face visível e pública e outra clandestina ou discreta – onde fica o cérebro e o comando da operação. A parte visível faz a militância, promove a guerra cultural, proclama sentimentos nobres e posa de moderada enquanto defende e acoberta as ações da parte discreta, através da mobilização de meios legais, diplomáticos, jornalísticos.
“Radicais” e “moderados”: todos “companheiros” por uma mesma distopia socialista.
Há também sempre uma facção radical e histriônica que chama a atenção e desvia o foco, enquanto a facção considerada mais pragmática viabiliza as verdadeiras ações decisivas no processo de conquista do poder.
Dentro deste panorama, a tradicional divisão entre os grupos de esquerda “moderados” e os grupos “radicais” é apenas estratégica e artificial, pois a falsa dissidência radical atua em unidade com os “moderados”. Essas divisões dentro da esquerda revolucionária – “público x discreto” e “moderados x radicais” – apenas provam sua vitalidade e multiplicam sua capacidade para ataques “desconexos” e “contraditórios”, os quais deixam os adversários paralisados ou os induz a reações que reforçam a própria esquerda, em um de seus pólos.
No entendimento marxista, a história é dialética e movida por contradições. Portanto, a tarefa da vanguarda revolucionária é estimular as contradições para acelerar o “sentido da história”[2]. Por essa razão, a esquerda acaba dividindo-se em pólos “opostos”, mas que atuam em conjunto.
Com esses conceitos, pode-se entender o papel desempenhado pelos países e seus governos esquerdistas no âmbito geral da cooperação dentro do Foro de São Paulo.
A Cuba castrista é o símbolo ideológico e a unidade de inteligência estratégica do Foro. A Venezuela e a Argentina, cujos governos são fanfarrões e radicais, podem ser consideradas “pontas de lança” do processo, auxiliadas por satélites como Bolívia e Equador. Nesses países, o estágio de socialismo é avançado, com as instituições totalmente aparelhadas, economia subjugada pela burocracia estatal e um clima de controle social ostensivo, seja através da repressão governamental, seja através da ameaça de grupos pró-governo.
Já o Brasil é o verdadeiro quartel-general da revolução latino-americana, dando cobertura para o avanço socialista no resto do continente. Ao nosso país cabe o papel de fornecedor de recursos – o “prestígio” e o peso econômico – para guarnecer a tomada de poder em outros lugares. É a face discreta e moderada do movimento.
Essa divisão de trabalho implica na diversidade de “experiências socialistas”, que terão velocidades distintas dependendo da situação de cada nação. Porém, todas essas experiências apontam na mesma direção e nos mesmos objetivos: agem em unidade rumo à concentração de poder progressiva nas mãos dos revolucionários.
Como as ações do Foro e de seus membros são dialéticas e na base da duplicidade, os grandes lances estratégicos e a radicalização dos processos socializantes se dão fora do QG central – o Brasil -, mas contam com sua complacência e cobertura.
Protagonismo bolivariano e a discrição petista
A Chávez sempre coube o protagonismo na criação e patrocínio de projetos políticos no subcontinente, entoando o “socialismo do século XXI” e o “sonho da Pátria Grande”, atribuído a figura histórica de Simon Bolívar. Com dinheiro do petróleo de sobra – graças ao boom das commodities – a Venezuela exerceu uma forte diplomacia pró-comunismo na América Latina, interferindo abertamente em países estrangeiros.
Chávez passou a sustentar a ditadura cubana através da criação da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), um acordo o qual estabelecia o envio em massa de médicos cubanos para o país, enquanto a Venezuela abastecia a Ilha caribenha com petróleo barato.
Posteriormente, Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador) e Daniel Ortega (Nicarágua) também aderiram, complementando a aliança com alguns pequenos países do Caribe, que venderam seus apoios em troca de petróleo barato.
Chávez também atraiu o casal Kirchner para o bolivarianismo comprando os títulos da dívida externa argentina (o que viabilizou a sua reestruturação após o calote) e fornecendo petróleo barato para a combalida economia platina. Graças a decisiva “solidariedade” chavista, o governo argentino pôde enfrentar seus credores e reestatizar diversas empresas estratégicas para controlar a economia do país.
Já no Mercosul, a entrada da Venezuela, de forma concomitante com a decisão de suspensão do Paraguai, em junho de 2012, deixou claro que o Foro passou a mandar no bloco[3], o qual desde a ascensão de Lula e Kirchner, passou a ser uma instância de acomodação de interesses argentinos. A integração comercial perdeu espaço para um arranjo totalmente político, beneficiando os “companheiros”.
Outro projeto multilateral do Foro capitaneado pelo chavismo foi a constituição, em 2008, da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). Ali foram criadas diversas instâncias de planejamento estatal, na forma de conselhos para infra-estrutura, economia, energia, etc. Na atual crise venezuelana, é a entidade que monitora os “diálogos” e apóia Maduro contra a oposição.
A Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) foi outra iniciativa chavista para incluir Cuba e excluir EUA e Canadá das discussões e, praticamente, substituir a OEA. A Celac passou a ser um palanque para discursos anti-EUA e de apoio à Cuba, feitos até por “moderados”, como Bachelet do Chile.
No fim de janeiro de 2013, Rául Castro, ditador de Cuba, assumiu a presidência rotativa e os discursos dos Chefes de Estados da Celac deram o tom de hostilidade ostensiva contra os EUA. Cristina Kirchner, presidente da Argentina, falou que a liderança cubana marcaria “uma grande mudança” para a região.
Na última Cúpula de janeiro de 2014, realizada em Havana, todos os chefes de Estado presentes ajudaram a endossar o bolivarianismo e Maduro[4]. Dilma aproveitou para condenar o “bloqueio cubano”, e depois inaugurar o Porto de Mariel – que conta com financiamento público brasileiro.
Propaganda da oposição venezuelana mostra a “incoerência” daqueles que apoiam Maduro
Foi Chávez também o responsável por dar guarida às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) quando o combate à guerrilha pelo governo Uribe estava no auge. O papel das Farc é essencial: além de um poderoso braço militar pronto a intimidar os inimigos, vê-se claramente que a marcha da revolução comunista no continente é financiada pelo narcotráfico[5], que avançou, principalmente, no Brasil, que saiu da condição de rota do tráfico para ser um grande mercado consumidor.
Em 2013, relatório da ONU chegou a conclusão que o Brasil tornou-se o principal reduto de passagem de cocaína para a Europa. No mesmo relatório, chama atenção o fato de que em 6 anos, o consumo de cocaína no Brasil dobrou, alcançando o país a condição de segundo maior consumidor da droga no mundo, atrás apenas dos EUA[6].
As Farc possuem relacionamento intenso com petistas graduados, e a diplomacia brasileira, através de Marco Aurélio Garcia, constantemente apóia o grupo nas “discussões de paz” com o governo da Colômbia. O Brasil jamais reconheceu-as como um grupo terrorista, mas a considera como “força beligerante” legitimando sua atuação, enquanto viabiliza uma saída “política” para a guerrilha .
Nesse ponto, há duas estratégias: a primeira é transformar as Farc num partido legal. A segunda é legalizar sua fonte de receita, o que será conseguido com a legalização das drogas, levando as Farc a terem um quase monopólio do comércio na região[7].
A diplomacia brasileira, enquanto brada um antiamericanismo caricato, acostumou-se a ceder em prol dos interesses de aliados do Foro. Tanto Evo Morales como Fernando Lugo ganharam as eleições com base em um discurso anti-imperialista contra o Brasil e suas principais promessas de campanha foram cumpridas graças a complacência do governo petista. Morales foi “agraciado” com as instalações da Petrobras – as quais foram encampadas pelo exercito boliviano, sem nenhuma reação do Brasil -, fundamental para que ganhasse legitimidade interna. O mesmo ocorreu com os acordos de Itaipu com o Paraguai, quando o Brasil passou a pagar mais pela energia. Rafael Correa, assim que se tornou presidente do Equador, também ameaçou dar calote em financiamentos providos pelo Brasil.
O governo brasileiro deixou-se aparentemente conduzir em todos esses processos, nos quais, na verdade, liderou nas sombras e nos bastidores do Foro, apenas para não perder sua face “moderada” e de “mediador isento”. Em todos os casos, a disputa entre os “companheiros” era apenas uma fachada a encobrir as articulações no âmbito do Foro e desnortear os adversários.
O recuo da vanguarda e o avanço da retaguarda: o Brasil petista mostra a sua cara… mais uma vez!
O “modelo bolivariano” de gestão da economia, no entanto, tem cobrado seu preço e as economias venezuelana e argentina começaram a sofrer de graves problemas estruturais, colocando em risco a vanguarda do movimento.
“O socialismo dura enquanto durar o dinheiro dos outros”, nos dizia Margaret Thatcher. O fracasso econômico bolivariano faz o Brasil assumir os fardos e tomar a dianteira do processo, mostrando a unidade entre os movimentos nacionais e arcando com custos da desestabilização econômica de Argentina e Venezuela: medidas protecionistas prejudicam as exportações de bens e serviços brasileiros para o mercado argentino e penalizam nosso setor industrial, enquanto imensos atrasos comerciais e confiscos cambiais são provocados pela Venezuela.
Embora a Unasul tenha sido chamada para “mediar” o conflito, o governo brasileiro tem sido forçado a agir diretamente nos bastidores e tomar posições que evidenciam sua cumplicidade mafiosa com a vanguarda venezuelana. A retaguarda brasileira avança, expondo o flanco, ou seja, o compromisso com os “radicais”.
Situação semelhante ocorreu quando da deposição de representantes do Foro no Paraguai e em Honduras, que precipitou reações rápidas e enérgicas das lideranças da esquerda latino-americana.
O governo brasileiro não tem medido esforços para apoiar Maduro[8]e cala-se sobre o massacre de estudantes e opositores na Venezuela.
O Brasil também tem sido forçado a aumentar seu apoio aos Castros para dar legitimidade ao processo de “abertura” do regime. Cuba tem recebido ajuda econômica fundamental com acesso a linhas de crédito para obras de infra-estrutura e importação de serviços e bens brasileiros: o comércio bilateral aumentou dez vezes desde que o PT chegou ao poder. Por fim, o programa “Mais médicos” é um verdadeiro “mensalão cubano” para sustentar o regime. Mas também não é possível duvidar da hipótese, altamente plausível, de que esse dinheiro poderia voltar ao Brasil na forma de “caixa 2″ para a campanha presidencial petista, cuja vitória é fundamental para os planos do Foro.
Próximos lances no tabuleiro
Se o governo de Maduro cair, será muito provável um recuo estratégico da esquerda latino-americana, mas não a derrota do projeto, pois o principal país coordenador do esquema é o Brasil. No entanto, os efeitos psicológicos da derrota do bolivarianismo na Venezuela, onde ele reina há mais de 15 anos, seriam perturbadores e muito piores para o Foro que a queda de Manuel Zelaya em Honduras ou Lugo no Paraguai.
Outra “pedra no sapato” do Foro é a Colômbia. O país vem mostrando força para resistir ao avanço comunista na América Latina, e nas últimas eleições legislativa elegeu para o Senado o ex-presidente Álvaro Uribe , principal inimigo das Farc e talvez único líder conservador de projeção na região. O bloco formado por Uribe conseguiu tirar a maioria de cadeiras da coalizão de seu antigo aliado Juan Manuel Santos – que passou a colaborar com o Foro – e deverá bloquear qualquer acordo de paz com a narcoguerrilha.
Mais ainda, o partido União Patriótica (comunista e ligado à guerrilha) não conseguiu eleger nenhum representante para o senado.
Iconografia petista: a semelhança com a propaganda comunista não é uma mera coincidência.
No Brasil, as manifestações de junho de 2013, inicialmente estimuladas por membros do petismo para forçar um upgrade revolucionário, saíram do controle, colocaram Dilma na berlinda e um recuo foi necessário para garantir a reeleição em outubro deste ano. Apesar de tudo, o PT ainda não tem o total monopólio para comandar os protestos, e muitos recusam o petismo, mesmo que por motivos difusos. Se a oposição foi liquidada no campo político-partidário, ainda há forças esparsas que impedem a hegemonia e a total mutação revolucionária das instituições brasileiras.
Texto de Rodrigo Sias é mestre em economia pelo IE-UFRJ

[1] O Foro de São Paulo, criado em 1990 por Lula e Fidel Castro, é a maior organização política da América Latina, reunindo centenas de partidos políticos, ONGs, movimentos sociais, terroristas, narcotraficantes, guerrilheiros, etc. Sob os auspícios do Foro, foi possível a esquerda passar de apenas um único governo em 1990 (Cuba) para mais de uma dezena de governos no ano corrente, cumprindo sua missão de “recuperar na América Latina, o que se perdeu no Leste Europeu”. Basicamente, o Foro coordena e monitora as ações e políticas desempenhadas por seus integrantes em prol do avanço socialista na região.
[2] O Foro absorveu toda a mitologia de um passado ligado a cultura socialista da América Latina e a dialética entre opressores e oprimidos. Há “mártires” da causa em todos os países: Índios aymarás andinos, considerados “proto-comunistas”, o peronismo (Kirchneres como representantes do peronismo no Museu do Bicentenário, criado há dois anos), heróis guerrilheiros (Brasil, Uruguai e Chile), o grande líder Bolívar (Venezuela).
[3] Através de manobra diplomática, a Venezuela passou a fazer parte do Mercosul e ajudou a isolar o Paraguai assim que Lugo, membro do Foro, foi destituído.
[4] A atual presidência pró-tempore cabe a presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, pertencente ao “Partido de Libertação Nacional”, partido membro da Internacional Socialista, que derrotou o partido Frente Ampla, membro do Foro, em uma disputa do tipo “PT x PSDB”.
[5] O narcotráfico como instrumento de financiamento da revolução vem desde o início das Farc e é indissociável do movimento, desde que a URSS resolveu apoiar Cuba a replicar a experiência maoísta na América Latina.
[6] O aumento do banditismo brasileiro nas últimas duas décadas veio do avanço da droga. O Brasil é recordista em mortes oficiais, que hoje estão em 50 mil por ano, aumentando bastante desde os anos 1990.Em números não-oficiais, 70mil homicídios.
[7] O Foro encontra aliados na elite globalista a qual também objetiva a legalização das drogas para utilizá-las como controle social e aumentar o poder estatal. Além da intensa campanha de sua Open Society, há indícios de que o mega investidor George Soros tem comprado terras nas regiões produtoras de coca – Bolívia, Peru, etc – para lucrar com a futura legalização. O Uruguai de Mujica, pertencente a Frente Ampla (membro do Foro) tornou-se um balão de ensaio para a legalização das drogas no subcontinente.
[8] Durante a greve de nove semanas da PDVSA, Chávez foi apoiado por Lula com embarques de produtos brasileiros, possibilitando que o chavismo consolidasse seu poder. Foi também Lula um dos idealizadores do grupo “Amigos da Venezuela”, o qual obteve uma saída diplomática àquela crise.
Rodrigo Sias é mestre em economia pelo IE-UFRJ.