segunda-feira, 2 de março de 2015

GRANDE MÍDIA MANIPULA A INFORMAÇÃO PARA TENTAR SUFOCAR REBELIÃO POPULAR CONTRA O GOVERNO DO PT. CASO ANÁLOGO OCORREU NA TAILÂNDIA, MAS LÁ AS FORÇAS ARMADAS DEPUSERAM O PARTIDO VERMELHO.

BRASILEIRO QUE VIVE NA TAILÂNDIA DESMENTE NOTICIÁRIO DA REDE GLOBO PETISTA QUE MENTIU COVARDEMENTE SOBRE OS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS DA INTERVENÇÃO MILITAR NA TAILÂNDIA. A REDE GLOBO DIRIGIDA POR CANALHAS E MANCOMUNADA COM A PATIFARIA NOJENTA DESTE GOVERNO SUJO E CORRUPTO, CRIOU UMA NOTÍCIA MENTIROSA ALEGANDO O CLIMA TENSO NA TAILÂNDIA COM A INTERVENÇÃO MILITAR. A INTERVENÇÃO MILITAR FOI A MELHOR COISA QUE ACONTECEU NAQUELE PAÍS, POIS LIVROU OS TAILANDESES DA CORRUPÇÃO, DA TIRANIA E DO PARTIDO VERMELHO QUE QUERIA IMPOR UM REGIME TOTALITÁRIO E SANGUINÁRIO NA TAILÂNDIA DEMOCRÁTICA. NÃO PERCA, VEJA O VÍDEO E TIRE SUAS CONCLUSÕES: A diferença do Brasil para a Tailândia está na cultura e na coragem do seu povo que derrubou a tirania sanguinária e a corrupção do Partido Vermelho. Os militares acabaram com a farra da corrupção e impuseram a ordem no país e o povo aclamou e brindou a atitude de seus militares. Aqui a esquerda criminosa, terrorista e vagabunda idiotizou o povo abestalhado e ignorante e demonizou a maior e a mais limpa instituição brasileira, as Forças Armadas. Viva a cultura e a inteligência do povo tailandês.


Verificando todos os portais na internet da grande imprensa brasileira se nota um esforço tremendo para esvaziar o movimento dos caminhoneiros. Quem lê as manchetes pensa que tudo voltou ao normal. Quando se lê os textos nota-se que na realidade o movimento ainda resiste, pois uma das exigência é a redução imediata dos combustíveis.
Se os combustíveis subiram de preço para os brasileiros, os paraguaios estão pagando bem menos. A Petrobras é fornecedora de combustíveis para vizinho país. Tanto é que na fronteira brasileiros vão até o Paraguai para encher o tanque bem mais barato.
Os brasileiros continuarão sendo explorados de forma vil pelo governo do PT, do Lula, da Dilma e de seus sequazes.
Impeachment, convenhamos, é muito pouco. No ano passado, na Tailândia, o Partido Vermelho (Camisas Vermelhas) que estava no poder, como faz o PT no Brasil, afogou aquele país na corrupção e roubalheiras variadas. O povo foi para às ruas e houve inclusive violência com mortes. Porém ninguém desistiu. A deposição do governo vermelho tailandês ocorreu depois que o povo resolveu ir para a rua. Lá aconteceu o confronto com o Partido Vermelho. O povo foi às ruas e a Primeira Ministra Yingluck Shinawatra inclusive contratou mercenários, assassinos profissionais e franco-atiradores variados para alvejar os manifestantes! Houve mortes! Houve sangue! E o povo não teve outra alternativa: pediu ao Rei - lembrem que a Tailândia é uma Monarquia Constitucional - uma intervenção militar.
O Rei atendeu ao clamor popular e ordenou que as Forças Armadas agissem. Foi o que ocorreu e, posteriormente, foram convocadas novas eleições. Como esse fato não correspondente à narrativa esquerdista dominante nas redações dos veículos de comunicação, todos esses fatos foram cuidadosamente escamoteados ou então falsificados pelos jornalistas que controlam a grande imprensa sob o comando do Lula e seus asseclas. 
Deposto o governo vermelho, o povo comemorou aliviado. Foi isto que aconteceu na Tailândia e que é narrado neste vídeo que republico agora, contendo de viva voz a narrativa de um brasileiro que vive em Bangkok, a capital, conforme todos podem ver e ouvir aí acima.
Postei esta informação aqui no blog em post datado de 18 de novembro de 2014. Quem quiser ler pode clicar aqui.
E mais não precisa ser dito.


Doleiro Alberto Youssef envolve André Esteves, do BTG Pactual, no petrolão

Delação premiada, obtida por ÉPOCA, fala de esquema na BR Distribuidora

MURILO RAMOS, THIAGO BRONZATTO E DIEGO ESCOSTEGUY






SEM GÁS O banqueiro André Esteves e um trecho da delação premiada de Alberto Youssef. Segundo Youssef, foi Pedro Paulo Leoni Ramos quem confirmou a participação do BTG de Esteves no esquema (Foto: Clayton De Souza/Estadão Conteúdo/AE)
Em meados de 2008, numa festa infantil em São Paulo, iniciou-se – entre brigadeiros, bexigas coloridas e a algazarra das crianças – a primeira conversa de um negócio que, anos depois, arrastaria para as investigações da Operação Lava Jato um dos banqueiros mais ricos do Brasil. Ali, o empresário Carlos Santiago, mais conhecido como Carlinhos, soube que um grupo de executivos do mercado financeiro, liderados pelo banqueiro carioca André Esteves, pretendia fazer negócios pelo país afora. Carlinhos, dono de uma rede de postos de combustíveis em São Paulo, era uma figura mal-afamada no segmento em que atuava. Fora acusado pela Agência Nacional de Petróleo e por uma CPI no Congresso de adulterar combustíveis. Semanas depois, apesar dessa ficha corrida, Carlinhos já almoçava com Esteves para fechar uma sociedade em postos de combustível. Após o cafezinho, negócio fechado: o banqueiro apertou as mãos de Carlinhos – um “shake hands”, na expressão repetida por Esteves nessas ocasiões. Nascia ali, no fim de 2008, a Derivados do Brasil, a DVBR, uma rede de 118 postos espalhados principalmente por São Paulo e Minas Gerais. Era um dos primeiros negócios de Esteves no que ele gosta de chamar de “economia real”.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No ano seguinte, Esteves e seus sócios criaram o BTG Pactual, conglomerado que se tornou, hoje, o maior banco de investimentos do Brasil, responsável por administrar R$ 138,6 bilhões. Ao fazer negócio com Carlinhos, a turma de Esteves apostou que conseguiria comprar combustível barato e vendê-lo caro. Deu errado. Os prejuízos acumulavam-se. Em 2011, após procurar sem sucesso sócios no mercado privado, Carlinhos e os executivos do BTG recorreram à BR Distribuidora, principal subsidiária da Petrobras, que fatura R$ 86 bilhões anualmente. Em julho daquele ano, a BR topou pagar uma pequena fortuna para estampar sua marca na rede DVBR e assegurar que a rede comprasse combustível somente da estatal. “Houve uma grande comemoração quando o acordo foi fechado. A BR ofereceu uma proposta bem melhor que as outras”, afirma um ex-sócio do BTG que acompanhou a negociação. “O BTG conseguiu reverter parte daquela besteira que cometeu ao se juntar com Carlinhos.” Foi um excelente negócio para todos os envolvidos – menos para a BR, como se descobrirá abaixo.

A BR, naquele momento e desde então, era feudo de uma trinca política: a bancada do PT na Câmara, o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, do PMDB, e o senador Fernando Collor, do PTB. Eles haviam indicado os ocupantes dos principais cargos na estatal. Não é fortuito, portanto, que, nesta semana, Lobão e Collor vão aparecer na lista de políticos que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá ao Supremo para investigar na Lava Jato, acusados de receber propina. O presidente da BR naquele “shake hands” era José Lima de Andrade Neto, indicado por Collor e Lobão. Ele continua no cargo.
>> Os homens que sacodem o Brasil: como trabalha a força-tarefa da Lava Jato

O investimento da BR no negócio de Esteves e Carlinhos está sob investigação pela força-tarefa do Ministério Público Federal na Lava Jato. A nova fase de investigações concentrará esforços nos esquemas da BR Distribuidora e na Transpetro – e esquadrinhará as operações da Odebrecht e do BTG, de Esteves, com empresas da Petrobras. ÉPOCA teve acesso, com exclusividade, ao conteúdo integral do depoimento que o doleiro Alberto Youssef prestou à Polícia Federal no dia 4 de novembro do ano passado. No depoimento, que integra o anexo 31 das delações do doleiro, intitulado BR DISTRIBUIDORA E BTG PACTUAL (BANCO DE ANDRE ESTEVES), Youssef diz que houve propina no negócio com a BR Distribuidora – e que ele, Youssef, foi encarregado de entregar o dinheiro. No total, R$ 6 milhões – metade para Collor, uma parte para funcionários da BR e a outra para o principal operador dos esquemas, Pedro Paulo Leoni Ramos, o PP, amigo antigo de Collor. No depoimento, ele descreve, de memória, as linhas gerais do contrato entre a BR e a empresa do BTG com Carlinhos. Erra, segundo executivos envolvidos no negócio, apenas os valores. Diz que, segundo soube, a BR pagaria cerca de R$ 300 milhões à DVBR. No entanto, a empresa do BTG e de Carlinhos, segundo essas fontes, recebeu R$ 122 milhões da BR, em três parcelas iguais. Foi dessa dinheirama que, segundo Youssef, saíram os R$ 6 milhões de propina.

E como o doleiro poderia saber disso? Ele diz ter sido acionado para o serviço por Pedro Paulo Leoni Ramos. Desde que Collor indicou diretores da BR, no segundo governo Lula, PP passou a ser o intermediário do senador e dos demais políticos nos grandes negócios da empresa, conforme revelou ÉPOCA no ano passado. PP entende do assunto. Na década de 1990, PP fora afastado de seu cargo no governo de Collor precisamente após ser acusado de montar um esquema que beneficiava empresas indicadas por ele em contratos com a Petrobras. Segundo o acertado com PP, Youssef recolheria a propina, em dinheiro vivo, num dos postos de Carlinhos, sua taxa (3% dos R$ 6 milhões) e entregaria o restante a PP. E assim se fez, segundo Youssef. ÉPOCA ouviu a mesma história, há dois anos, de dois interlocutores de Youssef e de PP.

Para cumprir a tarefa, Youssef diz que manteve contatos apenas com Carlinhos e PP – ele afirma que nunca se encontrou com nenhum funcionário do BTG. Afirma que houve dois pagamentos. No primeiro, diz, encarregou dois de seus auxiliares da coleta e da entrega do dinheiro – Rafael Angulo e Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte. A outra parte, afirma, fora depositada numa conta de Leonardo Meirelles, um laranja de Youssef, em Hong Kong. Ato contínuo, de acordo com Youssef,
Meirelles realizou algumas operações cambiais e entregou valores em reais a Youssef. Depois disso, Youssef diz ter entregado os recursos a PP. A propósito, segundo o depoimento, foi o próprio PP quem confirmou a Youssef “a participação do BTG nesse esquema”.

Após a assinatura do contrato, o acordo foi submetido à apreciação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão que regula a concorrência no Brasil. No final de maio de 2012, os conselheiros do Cade deram o aval ao negócio. Com a decisão do Cade e com o dinheiro amealhado na negociação conduzida por Carlinhos, o BTG enxergou a chance de deixar de administrar postos de combustíveis. O desgaste na relação com Carlinhos e o resultado fraco com a operação dos postos estimularam o pessoal de Esteves a se desfazer de vários deles. Desde a assinatura do contrato, o BTG vendeu 43 postos – e se esforça para vender os demais. Quatro postos foram vendidos para um irmão de Esteves, proprietário de uma rede localizada no Rio de Janeiro. O irmão de Esteves, na verdade, retomou postos que vendera para a DVBR no começo da parceria entre o BTG e a empresa de Carlinhos.

Logo após a assinatura do contrato com a BR, alguns postos da rede DVBR deixaram de exibir a marca BR e de comprar a cota mínima de combustível estabelecida no documento. Em situações semelhantes, a BR costuma entrar imediatamente na Justiça para fazer valer o contrato. Nesse caso, nada fez por dois anos. Contenta-se, há cerca de um ano, a apenas notificar extrajudicialmente os postos da DVBR. Há mais de um ano, ÉPOCA cobra da Petrobras acesso aos termos do contrato com a DVBR. A reportagem recorreu à Lei de Acesso à Informação, mas a Petrobras negou o pedido repetidas vezes.
 
TRINCA Documento do Cade comprova que empresa citada por Youssef pertence ao BTG Alpha Participações,  que é parte do grupo BTG Pactual  1. Pedro Paulo Leoni Ramos, o PP,  operador na BR Distribuidora  2. O senador Fernando Collor, amigo de PP  3. O senador Edison Lobão, influente na BR Distribuidora (Foto: ABr)
Em nota, o BTG nega qualquer conhecimento das acusações narradas por Youssef, diz que a sociedade com Carlinhos foi um mau negócio e afirma que o banco vem, aos poucos, encerrando a parceria com o polêmico empresário. Diz a nota: “O Banco BTG Pactual esclarece que o investimento na Derivados do Brasil foi feito pela BTG Alpha Participações, uma companhia de investimento dos sócios da BTG, e não pelo Banco BTG Pactual. O investimento na Derivados do Brasil foi feito em 2009 e foi mantido apartado do Banco BTG Pactual desde então. O investimento, que nunca foi relevante nos negócios da companhia de sócios, foi malsucedido e apresentou perda de 100% do capital investido. Nunca houve qualquer distribuição de dividendos ou qualquer forma de retorno de capital. Ao longo do tempo, por diferenças de visões estratégicas e empresariais, a sociedade foi desfeita e o processo de cisão vem sendo conduzido há mais de dois anos. Nunca houve nenhum outro investimento da companhia de sócios no setor de distribuição e comercialização de combustíveis”.
Também em nota, a BR Distribuidora afirmou que o contrato com a DVBR foi importante para aumentar sua participação no mercado, principalmente em São Paulo, e que o preço do acordo foi compatível com o mercado. Afirmou ainda que o representante do BTG nas negociações com a BR Distribuidora foi Carlos Santiago. O presidente da BR admite conhecer Pedro Paulo Leoni Ramos, mas nega ter tratado do assunto DVBR com ele. Disse, ainda, ser funcionário de carreira da Petrobras e que sua indicação para o cargo foi submetida por Lobão. Pedro Paulo Leoni Ramos, o PP, por meio de nota, negou “qualquer atuação em negócios referentes a ‘embandeiramento’ de postos pela BR Distribuidora” e que “desconhece informações relativas ao assunto”. Em nota, o senador Fernando Collor disse que as declarações de Alberto Youssef  “padecem de absoluta falta de veracidade e credibilidade, ainda mais quando recolhidas e vazadas de depoimentos tomados em circunstâncias que beiram a tortura de um notório contraventor da lei, agravados por suas condições físicas e psicológicas”. 

FONTE: http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/02/doleiro-alberto-youssef-envolve-bandre-esteves-do-btg-pactualb-no-petrolao.html


Politicos no Brasil sabem duas coisas ROUBAR E MATAR O POVO- Fantástico mostra situação alarmante dos postos de saúde brasileiros

Milhões de pessoas enfrentam a triste realidade de quem é obrigado a  usar postos de saúde no país: faltam equipamentos, estrutura e remédios.




Como estão funcionando os postos de saúde Brasil afora? Fiscais dos Conselhos Regionais De Medicina saíram em busca dessa resposta. Visitaram mais de dois mil desses postos. E a situação é alarmante: falta remédio, falta equipamento. Às vezes, falta até estrutura. É essa a triste realidade que milhões de brasileiros enfrentam todos os dias.
O martírio de quem usa os postos de saúde no Brasil, muitas vezes começa antes mesmo da porta de entrada. Doze degraus separam a calçada da porta do posto onde pacientes com dificuldade de locomoção buscam ajuda.
“É difícil mas quem não tem tu, o que é que faz? Vai tu mesmo”, lamenta uma senhora.
O Fantástico entrou em diversos postos de saúde pelo país para mostrar a situação precária, caótica e escandalosa sofrida por milhões de brasileiros que dependem do atendimento do SUS - o Sistema Único de Saúde.
Nossa primeira parada é no estado do Rio de Janeiro. No município de São Gonçalo, existe um posto que não tem nem placa na porta.
“Parece uma casa abandonada. Ninguém diz que isso aqui é um posto de saúde”, diz uma mulher.
Na verdade, essa é só a primeira coisa que o posto não tem. Então, seja bem-vindo ao: Posto ‘não tem’. Paciente? Tem sim, doutor. Mas o resto...
Homem: Odontologia aqui não tem, não.
Fantástico: Há quanto tempo não tem raio-X?
Homem: Aqui tem mais de 2 anos.
Senhora: Os funcionários não têm água.
Fantástico: A senhora trouxe a água?
Senhora: Eu trouxe.
Mulher: Não tem água, não tem banheiro, falta mais médico.
Funcionária: Não temos enfermeira no posto. Não temos sala de medicação.
Fantástico: Você não consegue fazer um curativo aqui?
Funcionária: Não tem condição.
Fantástico: Tem uma seringa aqui?
Funcionária: Não tem nada. Não temos nada.
E para quem trabalha ali.
“Aqui tem caracterização de um pós-guerra. Parece que jogaram uma bomba e as pessoas retiraram e nós entramos para trabalhar”, revela uma médica.
Mas não é apenas no posto "não tem" que falta tudo isso. O Fantástico teve acesso com exclusividade a um levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina sobre a situação dos postos de saúde em todo o Brasil. E o diagnóstico não é nada bom.
Ao todo, 52% dos postos não tem negatoscópio, aquelas máquinas luminosas que o médico usa para ver o raio X. E 29% não tem estetoscópio. Em outros 32%, o que falta é aparelho para medir a pressão. E de cada quatro postos pesquisados, um não tem esterilização de materiais.
“O posto de saúde é um local de mais fácil acesso à comunidade, onde essa comunidade e os seus cidadãos podem ser atendidos em diagnósticos mais simples, em tratamentos mais simples e, se nós tivéssemos um sistema de atenção primária, ou seja de postos de saúde, onde a prevenção fosse eficaz, nós teríamos 80% dos casos da saúde resolvidos nesse sistema, evitando naturalmente a superlotação dos hospitais do SUS”, afirma o presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital.
A segunda parada da equipe do Fantástico é no norte do país, no Pará. E tem uma coisinha que acontece nessa região, que todo mundo que vive aqui sabe bem.
“A chuva quando vem, vem do nada, a gente tem que estar preparada”, conta uma mulher.
Por isso que é ainda mais revoltante que nesse local, onde chove todo dia, a gente encontre o próximo posto dessa reportagem, que vamos chamar de: "Posto cachoeira".
“Está correndo o risco de perder a medicação antes mesmo daquela validade que está escrita na medicação. Acaba sendo entregue uma medicação que a gente coloca em dúvida a sua eficácia”, afirma Jorge Tuma, do Conselho Regional de Medicina do Pará. 
E os funcionários sabem bem porque a situação chegou a esse ponto. “Esse prédio tem 10 anos. Nunca foi feito nenhuma manutenção”, conta um funcionário.
No mesmo estado, só que agora na periferia da capital, Belém, encontramos o que seria o: "Posto mágico".
Ao todo, 1,2 mil famílias são atendidas neste posto, mas nada é o que parece. A geladeira é estante. O freezer? Caixa de correio. A maca virou mesa e por último, o grande truque: a cozinha e o quintal se transformam em consultórios.
Enfermeira: Quando estão os médicos um dia eu atendo na sala e o médico atende aqui fora
Fantástico: Aqui fora onde?
Enfermeira: Aqui fora um dia é eu, um dia é ele. A gente reveza
Fantástico: Você já foi atendida lá na cozinha?
Mulher: Já. É bicho que está passando, a gente tem medo.
Fantástico: Que bicho você já viu ali dentro?
Mulher: Barata. É um constrangimento para gente que somo pobre. Tem tantas coisas que não são prioridade no nosso país, a saúde que tinha que ser prioridade não é.
Um outro posto tem um problema sério: ele fecha muito cedo. Então, poderia ser conhecido como: "Posto vapt-vupt". Ao todo, 900 famílias dependem desse posto de saúde mas o atendimento lá...
Enfermeira: Aqui a gente começa 7h15.
Fantástico: E vai embora que horas?
Enfermeira: Aqui a gente fica até 12h, 12h15.
Dona Maria Carmen Carvalho mora em frente ao posto. Com 68 anos, precisa se cuidar. Tem pressão alta e diabetes. Por isso tem em casa tudo para não depender do posto de saúde e controlar a quantidade de açúcar no sangue.
“Tá alta. Agora eu tenho que tomar a insulina”, diz a aposentada ao medir a quantidade de açúcar no sangue.
Maria Carmen: O problema é que não tem quem me aplique. Eu não sei me aplicar.
Fantástico: Por que não procura o posto do outro lado da rua?
Maria Carmen: Porque só funciona de manhã.
Uma das opções para dona Carmem seria ir a outro posto, mas fica longe e não tem transporte público. E aqui, a situação também não é das melhores.
Um dia o povo não aguentou a falta de remédios e ameaçou agredir quem trabalha na farmácia. Assim nasceu o: "posto blindado".
"Eu já fui quase agredida. Porque aqui era vidro e tinha esse buraco aqui era maior. Isso aqui é um papelão que nós botamos. Aí um senhor veio meio perturbado, não tinha o medicamento dele. Tinha um bocado de papel na mão, ele meteu, jogou na cara da outra minha colega que estava aqui sentada, a auxiliar, aí quis me pegar por aqui. Os meus superiores me pediram para cobrir para pessoa só pegar mesmo o medicamento e não olhar para cara da gente, só passar o medicamento e pronto", conta uma farmacêutica.
Mesmo assim a falta de remédios continua.
“Anti-inflamatório infantil não tem nenhum”, diz uma farmacêutica ao paciente.
Esse é justamente o remédio que o filho do Seu Silva precisava. “Eu estava correndo atrás da galinha eu furei o meu pé no quintal. O prego estava no pneu, furei”, conta o filho de Seu Silva.
O pai, preocupado, levou o menino até o posto. O médico receitou o remédio. Mas: “apenas não tem. Só isso que eles dizem. Não tem e não tem. Tem que comprar, tem que desembolsar, com o pouco que a gente ganha. Na realidade eu tinha R$ 5 mas aí eu comprei o analgésico anti-inflamatório aí sobrou R$ 2 de troco e o mototaxi não quis levar por R$ 2. A corrida é R$ 3”, lamenta o cabeleireiro Benizaire Silva.
Fantástico: E você mora perto do posto?
Benizaire Silva: Eu moro cerca de uns 3 quilômetros. Eu me sinto constrangido, me sinto humilhado.
O que o Seu Silva não sabe é que ele pagou duas vezes por esse remédio. Quem explica isso é o professor Ricardo Gomes, da Universidade de Brasília.
“O dinheiro sai do bolso do Seu Silva em termos de pagamentos de impostos e esse recurso vai para a União, vai para o Estado e vai para o Município. Ele é encaminhado para financiar o Sistema Único de Saúde e esse recurso é gerenciado pelas prefeituras e ele vai ser aplicado no posto de saúde e uma pessoa que pagou o imposto tem o direito de ir ao posto de saúde e ter o seu atendimento realizado porque ele pagou os impostos e ele participou desse processo todo”, ressalta o professor.
Em Maceió, o posto está fechado para reformas, e assim, o povo precisou de ajuda divina. “Há uns quatro meses a gente está aqui nessa igreja, que doou para a gente espontaneamente, sem cobrar custo nenhum”, conta a dentista Adeane Loureiro. Este é o: “Posto dos milagres”.
Os médicos, dentistas e enfermeiros fazem seus atendimentos nas salas e corredores do templo, mas a falta de equipamentos impede diagnósticos mais apurados. O que resta é a boa vontade dos funcionários, à espera de uma luz.
“A gente não pode fazer mais do que a gente está fazendo. A gente vem aqui todos os dias, a gente vai, sabe da real situação deles, tenta encaminhar para outro canto, mas fica de coração partido porque não tem como fazer”, afirma a dentista Adeane Loureiro.
Também em Maceió, existe um posto que parece ter saído de historinha para fazer criança dormir. É o: "Posto faz de conta"
Todo posto de saúde precisa enviar ao Ministério da Saúde um cadastro com o seu número de profissionais, a sua estrutura e tudo mais que tem no posto. Esse cadastro é chamado de CNES, que significa "Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde".
Nesse posto, o diretor administrativo faz de conta que tem tudo que tem no CNES. Faz de conta que tem raio X, que tem mamógrafo. E também faz de conta que tem 136 médicos trabalhando, mas na verdade só tem 63.
Fantástico: Quantos médicos tem aqui?
Cesar Oliveira, diretor administrativo: 63.
Fantástico: Esse aqui é o cadastro do CNES que eu imprimi ontem. Aqui está a data de atualização. Dia 2 de fevereiro. Está diferente do que você falou. Aqui diz médicos:135 profissionais.
Cesar Oliveira, diretor administrativo: 135 profissionais. Mas não tem isso tudo não. O CNES não está atualizado ainda.
Fantástico: Mas aqui diz que está atualizado no dia 2 de fevereiro.
Cesar Oliveira, diretor administrativo: Mas a gente não deu baixa. Em alguns médicos então não foi dado baixa.
Fantástico: Então mais da metade dos médicos já saíram e não está atualizado?
Cesar Oliveira, diretor administrativo: É.
O problema não é só o número menor de profissionais trabalhando. Há uma outra questão envolvida: a quantidade dinheiro que o governo federal repassa aos municípios.
“Você tem um controle de verbas que são repassadas da federação, da União aos estados e municípios e que são verbas repassadas com base exatamente nos números de profissionais que estão ali lotados, que estão cadastrados dentro do próprio CNES”, ressalta o presidente do CFM, Carlos Vital.
Em todos os postos que o Fantástico visitou nessa reportagem, o que estava no cadastro enviado ao governo não era o que de fato se via nos locais. Mas o Ministério da Saúde nega que o cadastro seja usado para calcular o repasse de verbas.
“Ele é um cadastro nacional de estabelecimentos. Isso que é o CNES. Ele não é base para o financiamento federal para a rede básica. Portanto ele não interfere na definição do financiamento federal para a rede básica”, destaca a secretária de Atenção à Saúde, Lumena Furtado.
Já a Controladoria-Geral da União, a CGU, afirma que sim, existe relação entre o cadastro do CNES e o repasse de verbas destinadas à atenção básica de saúde do governo federal para os municípios. Em 2014, a verba em questão foi de R$ 20 bilhões.
No meio desse disse me disse do governo, quem espera sofrendo é a população. E em uma comunidade, no interior do Espírito Santo, o povo ficou cansado de esperar.
“Vamos pegar, um pouco vem aqui vamos peneirar areia e quatro já vai mexendo aquela masseira lá e mais um pouco vão lá dentro começar a fazer o piso e botar a porta, tem que botar no lugar”, ordena um homem à um grupo.
O posto de saúde de lá mal saiu do papel. Há dez anos a prefeitura começou a construção. Cinco anos depois, o posto ainda não estava pronto e a obra foi abandonada.
“Aí a comunidade se reuniu e decidiu, ou vamos derrubar o posto ou vamos terminar ele. Aí optamos para terminar”, conta Edilson Gotardo, agricultor e organizador do mutirão.
Posto: "Faça você mesmo"
“Hoje a gente só tem o sábado para trabalhar porque a maioria do povo trabalha na roça aqui, de semana, então a gente se reúne no sábado. Nem tudo conseguiu doação, então eu já dei o cheque lá na barra, ele me deu uns dias de prazo, para gente poder estar juntando dinheiro, arrecadando para poder está pagando isso aí. A gente não desiste fácil não”, afirma Edilson, organizador do mutirão.
E esse lugar onde é o povo que usa as próprias mãos para construir um posto de saúde, tem um nome que serve de inspiração para todos: Distrito Novo Brasil.
“Então agora com o postinho a gente vai ver se consegue maca, essas coisas, para poder está sendo digno, dignidade”, completa Edilson, organizador do mutirão.
Procuradas pelo Fantástico, todas as secretarias municipais de Saúde responsáveis pelos postos mostrados nesta reportagem responderam por notas.
A Secretaria do Rio de Janeiro, responsável pelo posto que não tem rampa de acesso na entrada, disse que a reforma está programada para começar em seis meses.
Com relação ao posto que chamamos de “não tem”, a Prefeitura de São Gonçalo alegou que o que falta no posto está disponível em outras unidades do município.
A Secretaria de Marituba, no Pará, responsável pelo posto com goteiras, disse que o teto vai ser reformado.
Em Belém, estão os postos chamados de “mágico”, “vapt-vupt” e “blindado”, a prefeitura afirmou que instaurou procedimentos administrativos para apurar todos os problemas.
Em Maceió, a prefeitura afirmou que vai resolver os problemas no cadastro do posto chamado de “faz de conta”. Em relação aos funcionários que atendem em uma igreja, informou que as obras do posto onde eles deveriam trabalhar serão concluídas em até 40 dias.
E no Espírito Santo, onde a população constrói o próprio posto, a prefeitura de Governador Lindenberg afirmou que vai terminar a obra até o ano que vem e que os moradores não têm autorização para fazer o trabalho por conta própria.


fonte: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/03/fantastico-mostra-situacao-alarmante-dos-postos-de-saude-brasileiros.html

Governo Dilma quer doar 25 viaturas blindadas de combate para o Uruguai. ‘Mimo’ custará R$350 mil ao Brasil

Governo Dilma quer doar 25 viaturas blindadas de combate para o Uruguai. ‘Mimo’ custará R$350 mil ao Brasil
A argumentação do governo para proceder a doação é de que os veículos estão velhos e desativados e que a doação seria parte de um acordo de cooperação entre os dois países. Os veículos que devem ser doados são carros de combate M 41, como a imagem acima.
A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 6643/13, do Executivo, que autoriza a doação de 25 viaturas blindadas de combate do Exército brasileiro ao Uruguai, em razão de acordo firmado entre os dois países. Pelo texto, as despesas serão da responsabilidade orçamentária do Ministério da Defesa. O custo estimado para a transferência das viaturas é de R$ 350.000,00.

Segundo a proposta, a doação será lavrada pelo Comando do Exército Brasileiro e ficará condicionada à autorização prévia dos Estados Unidos para transferência do certificado de usuário final.
Tramitação

A proposta, que tramita em caráter conclusivo e em regime de prioridade, será analisada pela Comissão Mista de Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, e pelas comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Com informações de Agência Câmara Notícias

fonte: http://www.revoltabrasil.com.br/seguranca/4592-governo-dilma-quer-doar-25-viaturas-blindadas-de-combate-para-o-uruguai-mimo-custara-r350-mil-ao-brasil.html

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Elías Jaua treina exército de 20 mil cubanos na Venezuela, denuncia general

Segundo ele, dos 100 mil cubanos vivendo na Venezuela, 20 mil foram exaustivamente “preparados para guerra”

Ministro de Comunidades e Movimentos Sociais e vice-presidente de Desenvolvimento do Socialismo Territorial da Venezuela, Elías Jaua Milano (Foto: Divulgação/Governo da Venezuela)
Ministro de Comunidades e Movimentos Sociais e vice-presidente de Desenvolvimento do Socialismo Territorial da Venezuela, Elías Jaua Milano (Foto: Divulgação/Governo da Venezuela)
De acordo com uma notícia publicada no jornal El Impulso, o general reformado venezuelano, Antonio Rivero, denuncia que há na Venezuela 20 mil cubanos preparados para combater – contra o próprio povo venezuelano se for preciso – em apoio a Nicolás Maduro e para sustentar o chavismo vivo.
Segundo o general, dos 100 mil cubanos vivendo na Venezuela, 20 mil foram exaustivamente “preparados para guerra”. Quem lidera esse exército cubano, segundo o general, é Elías Jaua Milano, ministro venezuelano que visitou o Brasil para treinar os militantes do MST.
Isto posto, chama a atenção o fato de que o governo da Venezuela publicou na terça-feira (27), no Diário Oficial do país, o decreto 008.610, que dá permissão para o uso de munição real “para assegurar a ordem”. As Forças Armadas têm autorização para interferir no controle de protestos e usar armas letais contra manifestantes.
Desta vez revoltadas pela falta de comida, produtos de higiene e pela alta inflação, o receio é de que protestos como os organizados imediatamente após a eleição de Nicolás Maduro para a presidência, em 2013, tornem a acontecer.
Na quarta-feira (28), guardas e estudantes da Universidade Rafael Belloso Chacín, uma das principais da cidade de Maracaibo, entraram em confronto. Na quinta-feira (29) jovens universitários tornaram a se manifestar, reivindicando a liberdade para 19 estudantes, segundo matéria do Estadão. Todos os dias acontecem protestos de pequeno porte na capital do país.
No capítulo 4 do Decreto 008.610, está detalhado e liberado o uso de armas letais nas situações em que manifestantes produzam uma “situação de risco mortal, frente à qual a funcionária ou o funcionário militar aplicará o uso de força potencialmente mortal”. O Decreto enumera também uma série de condutas para a ação das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) nas manifestações.
A interferência das FANB nas manifestações proporcionará ajuda para “garantir os direitos humanos”, afirma o texto.
O deputado opositor Miguel Pizarro, da Mesa da Unidade Democrática (MUD), assegurou que a deliberação “é uma intimidação contra o direito de protesto”. Ele disse que o decreto dá “poder ilimitado” aos integrantes das forças de segurança, que “têm demonstrado” serem incapazes de ponderar suas atitudes.
Há dois anos na Praça França, a principal da área de Altamira, bairro de Caracas, tiveram início as maiores manifestações que, em seguida, se espalharam pelo país. Na quinta-feira (29), a Guarda Nacional Bolivariana (GNB) aumentou o contingente em permanente alerta.
A Conferência Episcopal da Venezuela emitiu um comunicado nesta sexta-feira (30) sobre a polêmica resolução 008.610, comunicado este publicado no jornal Informe21. Leia abaixo:
Comunicado:
Dada a resolução 008.610 do Ministério do Poder Popular para a Defesa, publicada no Diário Oficial de 27 de janeiro de 2015, onde se estabelece um novo modelo de controle militar da ordem pública que inclui o “uso da força potencialmente letal, juntamente com arma de fogo ou outra arma potencialmente mortal” como último recurso para “evitar desordem, apoiar a autoridade legitimamente constituída e rejeitar qualquer agressão, enfrentando-a imediatamente e com os meios necessários”.
Marinha, Exército e Aeronáutica não podem atuar na manutenção da ordem pública
A coalizão das organizações de direitos humanos na Venezuela, integrantes do Fórum para a Vida, rejeitam a resolução do Ministério da Defesa, pela qual se pretende legitimar a presença das Forças Armadas para a manutenção da ordem pública em manifestações. Esta medida viola a Constituição nos artigos 68, 329 e 332 e se afasta da norma internacional que estabelece que somente a polícia deve ser responsável pelo controle da ordem interna; além disso, a resolução foi baixada em um contexto de ampla repressão pelas tropas das Forças Armadas em manifestações públicas recentes.
Em 27 de janeiro de 2015 foi publicada no Diário Oficial da República Bolivariana da Venezuela No. 40.589 a Resolução nº 008.610 de 23 de janeiro de 2015, emitida pelo ministro do Poder Popular para a Defesa, o general-em-chefe Vladimir Padrino López. Estas regras destinam-se a regular a conduta das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas para garantir a ordem pública, a paz social e a convivência pacífica em reuniões públicas e manifestações.
Os grupos militares não são organismos apropriados para o controle da ordem interna
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos declarou em várias ocasiões que o controle da ordem interna deve ser de competência exclusiva da polícia e que as Forças Armadas devem abster-se de participar. As Forças Armadas foram criadas e treinadas para derrotar os inimigos no campo de batalha, não para proteção e controle dos civis. Portanto, a participação militar em manifestações públicas poderia levar à violação dos direitos humanos contra a população civil, princípios que também foram mencionados na decisão contra a Venezuela emitida pela Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso de El Caracazo.
Assim, esta norma não só toma uma direção contrária à Constituição da República Bolivariana da Venezuela, mas também contrária aos padrões internacionais de direitos humanos, pois permite a participação das Forças Armadas no controle da ordem interna.
A Guarda Nacional Bolivariana (GNB) é a única competente para manter a ordem pública, se a polícia está ultrapassada
No que diz respeito a legislação nacional, o artigo 332 da Constituição estabelece claramente que “os órgãos de segurança pública são civis e respeitam a dignidade e os direitos humanos, sem discriminação.”
Além disso, o artigo 329 da Constituição estabelece a competência de cada um dos organismos que integram as Forças Armadas, apontando apenas para a Guarda Nacional como a que poderia participar em operações de manutenção da ordem interna no país, apenas em cooperação com forças policiais.
A resolução publicada no Diário Oficial não faz distinção entre os organismos militares que podem atuar em manifestações públicas para o controle da ordem interna, mas deixa em aberto a possibilidade de que qualquer membro desta instituição participe dessas operações, o que poderia incluir o Exército ou a Marinha, em flagrante desrespeito ao disposto no artigo 332 da Constituição.
O Artigo 5.2 dá às Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) o poder de “refletir sobre” os direitos, quando o exercício do direito à manifestação possa, na sua opinião, prejudicar o exercício de outros direitos e as alternativas para o gozo do direito de manifestação.
Sob nenhuma circunstância as FANB podem tornar-se avaliadoras ou reguladoras do exercício do direito de manifestação, e muito menos o seu deliberador contra outros direitos.
Esta norma foi emitida dentro de um contexto de ampla repressão pelas forças militares em manifestações atuais
Nos últimos anos o exercício da manifestação pacífica foi ameaçado por violações do direito à vida, à integridade, à liberdade pessoal cometidas por membros da Guarda Nacional Bolivariana, o que confirma a ausência de um controle político democrático da ordem pública. A resolução ignora as condições em que a GNB deve participar em uma manifestação, aprofunda a política de militarização da segurança pública e aumenta as chances de violação dos direitos humanos.
Em 2014 a intensidade da repressão foi desproporcional em relação à frequência de protestos violentos; apesar dos protestos violentos terem aumentado 184% em relação a 2013, a repressão aumentou 534%. A porcentagem de repressão foi de 16,4%, superando a proporção da repressão exercida no governo do ex-presidente Chávez, de 7% para 2009.
Ao longo de 2013, 61 protestos foram reprimidos, em 2014 foram 387, dos quais 82% foram pacíficos. Em nenhuma das manifestações supostamente violentas na Venezuela foram apreendidas armas de fogo entre os manifestantes. No entanto, foram registrados 41 casos de vítimas fatais, das quais pelo menos seis devido aos tiros atribuídos às forças de segurança. Considerando estes fatos, deixar a cargo dos agentes de segurança a decisão de disparar sobre civis representa uma clara situação de vulnerabilidade para aqueles que exercem o seu direito de protestar e constitui um retrocesso para a garantia dos direitos humanos dos venezuelanos.
Pelas razões acima descritas pedimos:
1. Que o Ministério do Poder Popular para a Defesa revogue a Resolução nº 008.610, por se tratar de um campo de reserva legal, e em vez disso abrir um debate parlamentar envolvendo os diversos setores da sociedade para regular essas questões.
2. Que o Ministério do Poder Popular para a Defesa se abstenha de enviar tropas das Forças Armadas para controlar as manifestações públicas, uma tarefa que deve antes ser assumida integralmente pela polícia.
3. Que a Defensoria do Povo entre com um recurso de anulação contra a Resolução nº 008.610, por violar diretamente a Constituição Nacional.
4. Que o Executivo Nacional estabeleça mecanismos de diálogo e consulta para canalizar as demandas legítimas dos cidadãos expressas legitimamente pelo direito à manifestação pacífica.
Caracas, aos 30 dias do mês de janeiro de 2015.
Subscrevem:
Acción Ciudadana Contra el Sida
Acción Solidaria
Centro de Derechos Humanos de la Universidad Católica Andrés Bello
Centro para la Paz y los Derechos Humanos de la Universidad Central de Venezuela
Comisión de Justicia y Paz de la Conferencia Episcopal Venezolana/Caritas de Venezuela
Espacio Público
Justicia y Paz Caritas Los Teques
Observatorio Venezolano de los Derechos Humanos de las Mujeres
Provea
Vicaría de Derechos Humanos de la Arquidiócesis de Caracas

FONTE: https://www.epochtimes.com.br/elias-jaua-treina-exercito-20-mil-cubanos-venezuela-denuncia-general/#.VPDeo3zF8hZ