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Antecedentes
A tarefa dada a Prestes pelo Comintern era de implantar um
regime comunista no Brasil, então governado por
Getúlio Vargas. Tentando atingir este objetivo, em
Novembro de
1935 o PCB promoveu, com o auxílio de um pequeno contingente militar, a fracassada
Intentona Comunista. Johnny de Graaf revelou os planos dos rebeldes aos serviços de inteligência britânico e brasileiro e Prestes convidou, equivocadamente, o oficial
legalista Newton Estillac Leal para para participar da rebelião.
[8] Graças a estes fatos, o governo tomou conhecimento das ações com antecedência. O despreparo rebeldes, a falta de apoio efetivo do Comintern e erros de avaliação de Prestes levaram esta tentativa de golpe ao fracasso.
Segundo o
historiador Glauco Carneiro, esta ação fez centenas de vítimas.
[9] A Intentona Comunista gerou, nos meios militares, um forte
anticomunismo e foi um dos fatores que contribuíram para implantação do
Estado Novo em
1937.
KGB no Brasil
Cenário
A KGB viu na presença desta comunidade, uma oportunidade para infiltrar-se no país e, para isso, usou dos serviços da StB.
[11] Ambos passaram a trabalhar em conjunto na
América Latina. Enquanto a StB explorava a imagem de seus inúmeros contatos latino-americanos para dar credibilidade às ações e, a KGB ficava responsável pela coordenação política.
[2]
Agitação pré-Março de 1964
No
Brasil, agentes e colaboradores da
KGB/
StB [10] sondavam e/ou estavam presentes em diversas áreas: instituições políticas e governamentais, forças armadas, empresas privadas e estatais,
mídia, instituições científicas e até mesmo infiltrados no
serviço de inteligência.
[11]
O período de 60 a 64 marca o auge da luta de classes no Brasil. Nos primeiros meses de 1964 esboçou-se uma situação pré revolucionária e o golpe direitista se definiu pelo carátercontrarrevolucionário preventivo. Houve chance de vencer, mas foi perdida. O pior é que foi perdida de maneira desmoralizante.[16]
As ações armadas da esquerda brasileira não devem ser mitificadas. Nem para um lado nem para o outro. Eu não compartilho da lenda de que no final dos anos 60 e no início dos 70 (inclusive eu)
fomos o braço armado de uma resistência democrática. Acho isso um mito surgido durante a campanha da anistia.
Ao longo do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário, ofensivo e ditatorial. Pretendia-se implantar uma ditadura revolucionária.
Não existe um só documento dessas organizações em que elas se apresentassem como instrumento da resistência democrática.[17]
Ações
Operação Toro / Thomas Mann
Em
Fevereiro de
1964, foi montada uma operação de
desinformação com o objetivo de convencer a
opinião pública de que, após a morte do presidente
John F. Kennedy, os
EUA pretendiam adotar uma
política externaagressiva na
América Latina. E que, tal política resultaria inevitavelmente, num maior
intervencionismoeconômico,
político e militar do governo americano na região. Esta foi a "Operação Toro," (A.O. TORO)
[11]conhecida como Operação Thomas Mann, numa alusão ao assistente do
secretário de Estado dos Estados Unidos, Thomas A. Mann, escolhido pelos agentes de desinformação para ser acusado de ser o autor desta política.
[2]
A Operação Thomas Mann consistiu em plantar informações falsas na
mídia latino-americana, dando a entender que tais informações partiam de órgãos oficiais dos Estados Unidos (
ver: operação de bandeira falsa). As principais falsificações postas em circulação foram: Um
comunicado de imprensa com o carimbo oficial da agência de informação americana no Rio de Janeiro, revelando a "política imperialista" concebida por Thomas A. Mann.
Panfletos de um fictício "Comitê para a Luta contra o Imperialismo Ianque", que denunciavam a presença de agentes da
CIA e do
FBI no
Brasil. E que estes "agentes" estariam disfarçados como
empresários,
jornalistas e
diplomatas. E, uma carta com a assinatura do diretor do FBI,
John Edgar Hoover. Carta que parabenizava FBI e CIA pelo "bom planejamento e sucesso na execução do golpe de 1964."
[2]
Em
27 de Fevereiro daquele ano, o jornal
O Semanário publicou o falso comunicado de imprensa com o título: "
Mann fixa linha dura para os EUA - não somos mascates para entrar em barganhas. Ianques só ajudarão o Brasil em troca de concessões."
[2] O
artigo com o falso comunicado de imprensa era acompanhado de um ataque
antiamericano.
O
cônsul americano no Rio de Janeiro negou a existência desta "política imperialista" e que o consulado teria emitido aqueles comunicados de imprensa. Apesar do desmentido, as notícias falsas continuaram circulando. Órgãos de imprensa da América Latina passaram a publicar "notícias" sobre a "política linha-dura de Mann" de "favorecimento de golpes de Estado" dirigida principalmente contra
Cuba, Brasil,
Chile,
Uruguai e
México. Thomas A. Mann foi convertido num símbolo do
imperialismo e
intervencionismo americano.
[2]
Não há provas de que os Estados Unidos instigaram, planejaram, dirigiram ou participaram da execução do golpe de 1964. Cada uma dessas funções parece ter competido a Castelo Branco e seus companheiros de farda. Ao mesmo tempo, há sugestivas evidências de que os Estados Unidos aprovaram e apoiaram a deposição militar de Goulart quase que desde o princípio. Os Estados Unidos reforçaram o seu apoio ao elaborar planos militares preventivos que poderiam ter sido úteis para os conspiradores, se houvesse surgido a necessidade.
Doutrinação ideológica no movimento estudantil e financiamento para políticos
Sonia Seganfreddo, estudante de
filosofia nos
anos 1950, denunciou em
1963, no
livro UNE: Instrumento de Subversão
[25] as estratégias da
militância estudantil
esquerdista para tomar o controle a UNE (
União Nacional dos Estudantes). Neste livro, ela relata a perseguição de que foi vítima, ao recusar-se a participar da "luta política" no interior do
ambiente acadêmico e, descreve os métodos de
doutrinação usados para atrair os alunos
calouros. Estes métodos, denominados por ela como "catequese", incluíam até a promessa de favores sexuais para atrair os novos alunos.
[25] Alunos e alunas, assediados por alunos
veteranos militantes de esquerda, que rejeitavam tal aliciamento e doutrinação política eram, como ela, alvo de perseguição e difamação. Depois de reprovada num
vestibular fraudulento, por não passar numa "seleção ideológica", Sonia Seganfreddo foi obrigada a recorrer à
justiça para garantir sua vaga na
Universidade do Brasil.
[25]
(...)
A catequese varia de acordo com as escolas e os grupos de alunos. Os que têm tendência à liderança são os preferidos. Aos elementos inexpressivos o importante é que votem com os "
progressistas."
Quando um aluno se revolta com a catequese que lhe é imposta, imediatamente o serviço de desmoralização entra em ação. Logo a Faculdade conhece o "
burguês decadente," o "
fascista,"
o "débil mental," o "
reacionário,"
o"
antinacionalista,"
o "
entreguista,"
etc. E é por isso que muita gente não reage contra os elementos "progressistas da esquerda..."
(...)
A UNE, esta é a verdade, tornou-se uma das maiores células do comunismo internacional instalada em nosso território, servindo, os seus elementos, aos agentes bolchevistas, de quem, provavelmente, recebem dinheiro, pelos caminhos mais diversos... A entidade estudantil, portanto, constitui-se num problema de segurança nacional.[25]
– Sonia Seganfreddo
O jornalista
Ancelmo Gois, sobre sua associação com a KGB e como esta ajudava a promover a doutrinação política de estudantes brasileiros:
[27]
Eu vivi por algum tempo com o nome falso de Ivan Nogueira.
Porque estávamos na ditadura militar e a gente só conseguia ir para a Rússia,
protegido pela KGB. Foi este órgão que me deu uma identidade falsa, com retrato, e me transformou numa outra pessoa. Em seguida, eu fui para uma escola comunista para jovens, a Escola de Formação de Jovens Quadros, Komsomol,
do Partido Comunista da União Soviética, onde eu estudei sobre o marxismo e o leninismo.
Em 1970, eu voltei para o Brasil e vim para o Rio de Janeiro. Eu entrei no País pela Argentina, e a KGB inventou que eu estava na França. Toda a minha documentação sobre dia e horário da minha entrada naquele país foi falsificada, o que fazia parecer que eu tinha morado na França e não na União Soviética.
Eu vim para o Rio e queria apenas ser profissional do PCB. Mas nesse período houve muitas perseguições, mortes, e de repente, o partido que me dava um salário ficou sem dinheiro e eu morando de favor, na casa do jornalista Luiz Paulo Machado, a quem eu devo muito, e que foi meu colega na Komsomol.
Evidências da ação da KGB no Brasil
Antiga sede da StB na rua Bartolomějská em
Praga.
O
espião tcheco Ladislav Bittman, prestou serviços para a KGB e faz uma série de revelações sobre as operações da inteligência soviética no país. Afirma que a KGB tinha seu serviço, dezenas de
jornalistas brasileiros e latino-americanos e, era proprietária do jornal
O Semanário, que ajudou na execução da Operação Thomas Mann (operação na qual ele próprio teve participação ativa e decisiva).
[30] É
autor de
livros como
The Deception Game [2] (
1981) e
The KGB and Soviet Disinformation: An Insider's View [30] (
1985) onde descreve como a
União Soviética controlava a inteligência tcheca, disseminava
desinformação e propaganda
antiamericana pelo mundo, executando
operações de bandeira falsa para difamar os
EUA perante a
opinião pública mundial. Em seus livros, Ladislav Bittman descreve suas passagens pela
América Latina, revelando detalhes sobre a ação, métodos e objetivos da KGB/StB no Brasil.
Usando o México e Uruguai como bases operacionais para o resto do continente, a inteligência tcheca enfocou sua atenção primária no Brasil, na Argentina e no Chile, assim como no México e no Uruguai. Em fevereiro de 1965, o serviço enviou-me a vários países latino-americanos, incluindo Brasil e Argentina, para fazer uma avaliação pessoal do clima político local e buscar novas idéias operacionais. Na época, a inteligência tcheca tinha numerosos jornalistas à sua disposição na América Latina. Ela influenciava ideologicamente e financeiramente vários jornais no México e no Uruguai e mesmo possuía um jornal político no Brasil até abril de 1964. Mas a desinformação estava tradicionalmente associada em larga medida a técnicas de falsificação. A Operação Thomas Mann estava chegando ao fim quando cheguei ao Brasil.[30]
– Ladislav Bittman
A
Revolução de Veludo pôs fim ao
regime comunista da
Tchecoslováquia em
1989 (
ver: Revoluções de 1989) e, naquele mesmo ano, a StB passou a ser considerada uma organização criminosa sendo então extinta.
[11] Em
1993, a
República Tcheca e a
Eslováquia separaram-se estabelecendo suas independências de forma pacífica, no que ficou conhecido como o "Divórcio de Veludo" (
ver: Dissolução da Tchecoslováquia). Em
2007, a República Tcheca criou o
Instituto para o Estudo dos Regimes Totalitários para investigar e denunciar os crimes do
nazifascismo e
comunismo. A antiga Tchecoslováquia foi ocupada pela
Alemanha Nazista, de
1938 a
1945 (
ver: Acordo de Muniquee Europa ocupada pela Alemanha Nazista). Três anos após o término da
II Guerra Mundial os comunistas tchecos, com auxílio da URSS, executaram o
Golpe de Praga que extinguiu a última
democracia da
Europa oriental. E, de
1948 a 1989, o país foi governado por um regime comunista. Os arquivos da StB foram transferidos para o Instituto, que ficou responsável por sua guarda e análise e, obedecendo um a
decreto do governo tcheco, de fazer a divulgação destes para o público em geral.
[11] Em
3 de Junho de
2008, foi oficializada a
Declaração de Praga sobre Consciência Europeia e Comunismo que coloca no mesmo nível os
crimes contra a humanidade cometidos por regimes
nazifascistas e marxistas-leninistas (
ver: Comparação entre nazismo e stalinismo).
Palácio de Wallenstein, sede do
senado da República Tcheca onde foi oficializada a
Declaração de Praga sobre Consciência Europeia e Comunismo.
O
tradutor,
guia turístico e pesquisador independente de
história, Mauro Abranches, obteve acesso aos arquivos do Instituto para o Estudo dos Regimes Totalitários. Assim, de forma voluntária e apolítica, pôde traduzir o conteúdo dos documentos da StB e passou a divulga-los para o público brasileiro.
[11] Estes documentos oficiais do
Archiv bezpečnostních složek (Arquivo dos Serviços de Segurança), revelam a existência de um acordo entre KGB e StB para a execução das mais variadas ações no Brasil:
espionagem,
subversão,
desinformação através da
manipulação da mídia, infiltração em vários setores da sociedade (política, instituições científicas, grupos religiosos, forças armadas), etc. Chama a atenção a existência de nomes de
colaboradores brasileiros. Alguns, de pessoas ainda influentes nos meios político,
acadêmico, midiático e
indústria cultural do país. Na impossibilidade de confirmar quem era colaborador voluntário da KGB, e quem era obrigado a fazê-lo sob ameaças, e por uma questão
ética, Mauro Abranches opta por não revela-los. Contudo, uma vez que o Instituto para o Estudo dos Regimes Totalitários mantém estes arquivos abertos para a consulta pública, qualquer pessoa pode acessar esta lista de nomes.
[11]
Para o ex-comunista,
[31] atual
anticomunista e estudioso do movimento revolucionário marxista,
Olavo de Carvalho, a ação da KGB, sua extensão e consequências para o Brasil, são ignoradas ou omitidas. Segundo Carvalho, a elite intelectual e os
formadores de opinião brasileiros omitem a atuação comunista internacional no país, muitas vezes, por comprometimento ideológico.
[32] Defende que o trabalho de Mauro Abranches é tão importante para a compreensão da história recente do Brasil, que será necessária uma revisão da história nacional. Olavo de Carvalho expressa da seguinte forma a importância desta documentação:
(...)
Isto aí vai virar de cabeça para baixo a narrativa da história dos últimos 50 anos da vida brasileira. (...)
O dono da história é o dono da política. (...)
A nossa verdadeira história está lá. Está nos arquivos da KGB. Enquanto não abrir isso nós não vamos saber o que se passou.[33] (...)
A ameaça comunista" nunca foi um pesadelo de malucos ou uma "
teoria da conspiração",
mas sim uma presença intrusiva e avassaladora, o mais profundo golpe já desferido na soberania nacional.
[34]
– Olavo de Carvalho