sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Quer matar as pessoas de fome em pleno ano de 2016? Adote o socialismo por Jeffrey Tucker



Uma das maiores façanhas da mente humana foi ter encontrado uma solução para aquele que é o maior desafio da nossa vida aqui na terra: ter o suficiente para comer. Comparado a isso, ter um teto sob o qual viver e roupas para cobrir o nosso corpo são coisas fáceis de serem obtidas: você encontra uma caverna, mata um animal, arranca sua pele e você já tem abrigo e roupa.
Por outro lado, encontrar comida sempre foi um problema diário para os seres humanos, e nunca foi resolvido definitivamente.  Mesmo no exemplo acima, o animal morto lhe garantirá um estoque para apenas um dia de comida.  Mas você precisa de muito mais do que apenas um grande estoque; você precisa criar um sistema que forneça um fluxo contínuo de alimentos.
Em 2016, pode-se dizer que finalmente já temos este sistema em funcionamento.  E ele é capaz de sustentar 7,4 bilhões de pessoas.  Ele é hoje tão robusto, que os países desenvolvidos estão enfrentando um problema oposto à fome: a obesidade, algo que, na história da evolução social, é um bom problema para se ter.
A criação desse sistema — o qual você pode vivenciar em qualquer mercearia ou quitanda do seu bairro — refutou todas as pavorosas expectativas de legiões de céticos catastrofistas do século XIX.  À época, o mundo vivenciava uma explosão demográfica.  A população crescia a um ritmo até então inimaginável.  Como essas pessoas seriam alimentadas?  A maioria dos intelectuais da época não conseguia imaginar como isso seria possível.
E, no entanto, foi possível.  Tão complexo, desenvolvido e produtivo se tornou o atual mercado global de alimentos, que a verdade é que é extremamente difícil quebrar esse sistema.  Criar uma inanição em massa em pleno ano de 2016 é algo que requer um esforço extraordinário.  É algo que requer a adoção de um abrangente sistema de coerção que ataque exatamente todas aquelas instituições que possibilitam a abundância de alimentos: a propriedade privada, a liberdade de empreender, o comércio internacional, a moeda, o sistema de preços livres, e a inovação comercial.
O socialismo ataca novamente
Infelizmente, esse sistema coercivo e destruidor existe.  Ele atende pelo nome de "socialismo".  Ele está sendo aplicado hoje em um país que outrora era rico, confortável e civilizado; um país que possui as maiores reservas de petróleo do mundo.
Sim, parece ficção.  Mas não é.  Em um país específico, ao longo de 16 anos de implacável destruição da propriedade privada, da moeda, do sistema de preços, da liberdade de empreendimento, e do comércio, tudo isso feito gradualmente em um sanguinolento passo a passo, o socialismo gerou inimagináveis cenas de sofrimento humano.
Esse país, obviamente, é a Venezuela.  Tudo começou sob o governo de Hugo Chávez e agora continua sob a regência de seu sucessor, Nicolás Maduro.  Por piores, corruptas e despóticas que fossem suas intenções, não é crível imaginar que ambos quisessem criar propositalmente o atual cenário de inanição que se vê no país.  Ao contrário, a dupla prometeu implantar todas aquelas promessas de sempre do socialismo: justiça, igualdade, liberdade, e o fim da exploração. 
No entanto, se você analisar o que está ocorrendo na Venezuela, verá a abolição de tudo aquilo que podemos chamar de 'civilização'.
Jamais conseguiria colocar em melhores palavras do que este recente artigo do The New York Times:

CUMANÁ, VENEZUELA - Com caminhões de entrega sujeitos a constantes ataques, os alimentos na Venezuela agora são transportados sob proteção de guardas armados. Soldados patrulham padarias. A polícia dispara balas de borracha em pessoas desesperadas que invadem armazéns, farmácias e açougues. Uma menina de 4 anos foi morta a tiros quando gangues lutavam por comida.
A fome está convulsionando a Venezuela.
Em Cumaná, berço de um dos heróis da independência, centenas de pessoas invadiram dias atrás um supermercado, gritando que queriam comida.  Elas quebraram uma grande porta metálica e invadiram a loja.  Roubaram água, farinha, cereais, sal, açúcar, batatas e tudo mais que encontravam, deixando para trás geladeiras quebradas e prateleiras reviradas.
E mostraram que, mesmo em um país com a maior reserva petrolífera do mundo, as pessoas podem se rebelar caso falte comida.
Só nas duas últimas semanas, mais de 50 saques, protestos e revoltas por alimentos eclodiram na Venezuela.  Inúmeros estabelecimentos foram saqueados ou destruídos. Ao menos cinco pessoas morreram. [...]
O país busca desesperadamente ter o que comer. O colapso econômico dos anos recentes deixou a Venezuela incapaz de produzir alimentos suficientes ou de importar o que precisa. Cidades estão sob vigilância militar em consequência do decreto de emergência do presidente Nicolás Maduro, o homem que Chávez escolheu para dar prosseguimento à sua revolução antes de morrer, três anos atrás.
"Se não houver comida, haverá mais rebeliões", disse Raibelis Henríquez, de 19 anos, após esperar todo o dia na fila do pão em Cumaná, onde pelo menos 22 estabelecimentos comerciais foram atacados em um único dia na semana passada.
Mas enquanto a convulsão e os tumultos se espalham pelo país alarmado, é a fome o que permanece sendo a constante fonte de inquietação.
Um assustador índice de 87% dos venezuelanos diz não ter dinheiro suficiente para comprar comida, segundo o mais recente levantamento da Universidade Simón Bolívar.
Em média, 72% do salário da população vem sendo gasto na alimentação, de acordo com o Centro de Documentação e Análise Social. Em abril, descobriu-se que uma família precisaria do equivalente a 16 salários mínimos para se alimentar adequadamente.
Pergunte a pessoas em Cumaná quando foi a última vez que fizeram uma refeição e muitos responderão que não foi naquele dia.
Entre estes estão Leidy Cordova, de 37 anos, e seus cinco filhos — Abran, Deliannys, Eliannys, Milianny e Javier Luis —, com idade entre 1 e 11 anos. Na noite de quinta-feira, toda a família não comia desde o almoço do dia anterior, quando Leidy fez uma sopa de pele de frango e gordura que conseguiu comprar mais barato no açougue.
"Meus filhos me dizem que estão com fome", disse Leidy, ante o olhar das crianças. "E tudo que posso dizer é que sorriam e aguentem."
Outras famílias se veem na situação de ter de escolher quem vai poder comer. Lucila Fonseca, de 69 anos, sofre de câncer linfático; sua filha, Vanessa Furtado, tem um tumor no cérebro. Apesar de também estar doente, Vanessa, em muitos dias, abre mão da pouca comida que tem para que a mãe não fique sem as refeições.
"Eu era muito gorda, não sou mais", disse Vanessa. "Estamos morrendo aos poucos." A mãe acrescentou: "Estamos fazendo a dieta-Maduro: sem comida, sem nada". [...]
Campos de cana-de-açúcar por todo o país estão sem cultivo por causa da falta de fertilizantes. Sem uso, máquinas agrícolas enferrujam nas fábricas estatizadas. Produtos básicos como milho e arroz, antes exportados, agora têm de ser importados e chegam em quantidades que não suprem a demanda.
Em resposta, Maduro apertou o cerco à rede de abastecimento. Usando os decretos de emergência que assinou neste ano, o presidente pôs a maior parte da distribuição sob o controle de brigadas de cidadãos leais à esquerda, medida considerada pelos críticos como reminiscente do racionamento alimentar de Cuba.
"Isso significa, em outras palavras, que se você for meu amigo, meu simpatizante, você tem comida", disse Roberto Briceño-León, diretor do Observatório da Violência Venezuelano, grupo de direitos humanos.
É uma nova realidade para Gabriel Márquez, de 24 anos, que cresceu em anos prósperos, quando a Venezuela era rica e prateleiras vazias, algo inimaginável. Ele estava parado em frente a um supermercado destruído em Cunamá, com garrafas quebradas, caixas e prateleiras espalhadas pelo chão. Algumas pessoas, entre elas um policial, reviravam os destroços à procura de algo aproveitável.
"No carnaval, fazíamos guerra de ovos", disse Gabriel. "Hoje, um ovo é como ouro."
Na pequena cidade pesqueira de Boca de Uchire, centenas de pessoas se reuniram numa ponte protestando contra a falta de alimentos. Queriam falar com o prefeito. Como ele não apareceu, saquearam um bar de chineses, estourando a porta com picaretas. Por trás da ação estava embutida a raiva à potência global que nos últimos anos emprestou bilhões de dólares à Venezuela. "Os chineses não quiseram nos vender", disse um taxista que olhava a multidão saquear. "Então, queimaram seu negócio."
Nem sempre fica claro o que provoca as rebeliões. Será apenas a fome? Ou é uma raiva mais ampla surgida num país que está desmoronando?
Inés Rodríguez não tinha certeza. Ela lembra que gritou para a multidão que queria saquear seu restaurante na quarta-feira à noite e lhes ofereceu todo o frango e o arroz que havia lá em troca de eles não quebrarem os móveis e a caixa registradora. Eles recusaram a oferta e simplesmente a empurraram para o lado e depredearam tudo, disse Rodríguez.
"Hoje vivemos o encontro da fome com o crime", disse.
Enquanto ela falava, três caminhões com guardas armados passaram, todos adornados com fotos de Chávez e Maduro.
Os caminhões carregavam comida.
"Finalmente eles chegaram aqui", disse Rodríguez. "E veja o que foi preciso para isso. Foi necessária essa revolta para conseguirmos alguma coisa para comer."
Eis alguns depoimentos contidos na reportagem:

"Tenho que sair de casa às 5 da madrugada, sob risco de ser morto, para enfrentar filas o dia inteiro e só voltar com dois ou três itens de comida", relata Jhonny Mendez.  Mendez vive em Caracas com a mulher Leida Bolivar e os filhos Yoelver Barreto, Yorver Barreto, Yoalvier Barreto.
"Estamos comendo menos porque não encontramos comida nos mercados e, quando elas estão disponíveis, as filas são infernais e não conseguimos comprar. Atualmente, não fazemos três refeições. Com sorte, conseguimos comer duas vezes ao dia", diz Victoria Mata.
"Estamos há cerca de 15 dias comendo pão com queijo ou arepa — prato típico venezuelano — com queijo. Hoje, nos alimentamos pior do que antigamente porque não se acha comida e, quando há disponibilidade, não podemos pagar", reclama Lender Perez ao lado da mulher Isamar Ramirez e dos filhos Lismar e Lucia
"Estamos nos alimentando muito mal. Por exemplo, se temos farinha de milho, comemos arepas o dia todo. Mesmo quando temos dinheiro não encontramos comida para comprar. E quando encontramos, eles são caro demais", relata Rosa Elaisa Landaez ao lado de seus filhos Albert Perez, Yeiderlin Gomez e Abel Perez
"Antes, conseguíamos comprar comida para até 15 dias. Hoje, só cobrimos nossas necessidades diárias", diz Romulo Bonalde. Ele e a mulher Maria de Bonalde têm 9 itens alimentícios na despensa de casa
"Comer se transformou em algo de luxo na Venezuela. Antes, nosso dinheiro comprava roupas e outros itens. Hoje, vai tudo em comida", aponta Yaneidy Guzman ao lado das filhas Steffany Perez, Fabiana Perez e Esneidy Ramirez.
"Somos uma família grande e está cada vez mais difícil para conseguirmos comer", diz Ricardo Mendez.
A seguir, um vídeo que faz uma compilação das rotineiras cenas de violência e de saques a estabelecimentos comerciais e a caminhões que transportam comida.




E, após a morte de um ente, as famílias enfrentam outro tormento.  Segundo essa reportagem do The Washington Post:

"Meu irmão era um homem decente", disse com tristeza Julio Andrade, enquanto esperava no necrotério de Caracas a chegada do corpo do irmão mais velho. O cadáver de Rubén Dario, de 55 anos, fora encontrado dois dias antes numa rodovia perto da cidade. Havia sido sequestrado e morto. O sofrimento da família, porém, não acabava ali. "Além da dor desta situação terrível, temos de enfrentar o preço do funeral", queixou-se Andrade.
Na Venezuela, a vida vale pouco, e morrer sai caro. Segundo o Observatório Venezuelano da Violência, houve quase 28 mil homicídios no país em 2015, dos quais 5.250 na capital. Caracas é a mais violenta das grandes cidades do mundo, segundo levantamento anual da ONG mexicana Conselho de Cidadãos para Segurança Pública e Justiça Criminal.
Num país em que a inflação galopou para 700% e a economia encolheu 10% em 2015, a população luta para pagar por comida, remédio e outras necessidades. Com a escassez de muitos produtos e uma moeda desvalorizada, tudo ficou mais caro. Enterros não são exceção.
Para organizar um funeral e sepultamento decentes, uma família precisa de pelo menos 400 mil bolívares — cerca de US$ 400 no mercado paralelo, que determina o preço de quase tudo para a maioria dos venezuelanos. A quantia é astronômica para a Venezuela, onde o salário mínimo é de 15 mil bolívares — ou US$ 15. As funerárias também enfrentam dificuldades, pois as pessoas nunca conseguem pagar a conta.
Conclusão
Algumas pessoas com frequência me perguntam por que eu sou tão passional quando o assunto é liberdade de empreendimento e livre mercado.  Veja aí a resposta prática.  Em última instância, a defesa da liberdade e do livre mercado é uma defesa da qualidade de vida na terra.  Vamos prosperar ou vamos morrer de fome?  É disso que se trata a economia.  E não é um problema abstrato.
Qualquer país do planeta é capaz de criar a fome em massa.  Tudo o que é necessário fazer é seguir o caminho da Venezuela.  Ataque a propriedade privada, persiga os empreendedores e comerciante, destrua a moeda, extinga o sistema de preços, acabe com o comércio internacional, estatize empresas, mande para a cadeia os seus opositores, e desmantele aquele sistema de liberdade natural que alimenta o mundo.
Isso é o socialismo.  É o caminho garantido para o inferno na terra.

Jeffrey Tucker é o CEO do Liberty.Me.  É também autor dos livros It's a Jetsons World: Private Miracles and Public Crimes e Bourbon for Breakfast: Living Outside the Statist Quo




fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2453

Cientista político americano afirma que o Brasil é um país socialista.

O cientista político americano Steven Brams afirma que o Brasil vive um momento político muito conturbado e que as políticas e reformas adotadas pelo Estado, ergueram os pilares para a implementação de um regime socialista, mas próximo do comunismo do que se possa imaginar. Brams é cientista político do Departamento de Política da Universidade de Nova Iorque, sendo mais conhecido por usar as técnicas da teoria dos jogos, a teoria da escolha pública, e a teoria da escolha social para analisar sistemas de votação e divisão justa em eleições americanas. Brams disse que o Brasil vive um momento dramático em função do impeachment de Dilma Rousseff e que o sistema político brasileiro nada se assemelha com uma democracia e sim com um sistema arbitr&aacu te;rio, que permite abusos de poder por parte do governo e sobretudo, beneficia a corrupção e a impunidade.

 O Brasil é um país socialista na visão do senhor?

-Sim, bem próximo de um sistema que se assemelha ao sistema social democrático adotado em Cuba. O Brasil foi sendo transformado por dentro, as estruturas do Estado foram sendo modificadas de forma lenta e gradual. Hoje praticamente o Estado se encontra totalmente pavimentado e pronto para assumir um papel político totalmente voltado para o socialismo.

  Quando se deram estas mudanças e quais foram estas modificações?

 - Basicamente as transformações foram implementadas no governo do ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso. Cardoso, tentou introduzir um modelo político bem próximo do socialismo adotado na França, com mudanças radicais que permitiram a edificação dos pilares marxistas. No governo de Cardoso foram criados diversos sindicatos, financiamentos de grupos de esquerda, ONGs e políticas sociais que fortificaram o socialismo. O sistema político e a estrutura econômica também foram modificadas com a criação de uma carga tributária muito pesada, que serve para sustentar os programas sociais. Desta forma, pode se notar uma forte concentração de toda a renda gerada no país, nas mãos do governo. Há também o controle do Estado sobre a sociedade com a adoção de leis, normas e regimentos. Um exemplo foram as centenas d e agências de controle e regulação sobre diversos setores do Estado.

  E o PT? Qual o papel do PT nesta mudança política?

-O PT e o PSDB adotam um mesmo pensamento ideológico, não se diferem nesta questão quando o assunto é a implementação do atual sistema politico. São duas lideranças de esquerda com mais força política dentro do cenário brasileiro. O PT foi apenas uma complementação do projeto de reformas que o Estado já vinha sofrendo. Só que o PT é um partido mais radical e adotou apressadamente, políticas que vinham sendo implementadas a conta gotas por Cardoso. Acredito que o PT apenas acelerou o processo de socialização e abriu a porta para se chegar em uma política bem próxima da política adotada em Cuba. Mas não foi só no Brasil que isto ocorreu. Todos os países latinos sofreram esta mesma mudança que muitos chamam de "bolivarianismo".

Então o Brasil está próximo de se tornar um país comunista?

 -A esquerda usa muitos termos para designar o comunismo. Vejamos: A social democracia, o socialismo, o nazismo e o fascismo. No fundo todas estas designações são de origem comunista. Apenas o que difere o comunismo desta designações, é a maneira em que este comunismo é administrado politicamente. A social democracia é um comunismo mais ligth, mais leve, vai sendo introduzido lentamente sem que se perceba e se quem a sociedade sinta seus efeitos. Enquanto isso o Estado vai sendo modificado. No final deste processo o país já estará totalmente modificado, estruturado e a sociedade conformada e totalmente difundida dentro do comunismo.

 Manipulação e doutrinas?

 -Sim, os reformistas que adotam a social democracia modificam também a estrutura social. A engenharia social tem um papel importante neste aspecto de mudanças. Principalmente na cultura, na mídia e no dia a dia da sociedade.

 O Sr, acha que o impeachment trouxe alguma luz no fim do túnel?

 -Não! de maneira nenhuma! O afastamento da presidente Dilma Rousseff não significa o fim do sistema político, mas sim sua continuidade, pois nenhuma estrutura do Estado foi modificada. Apenas na questão econômica pode ser que haja alguma reação no sentido de tirar o país da crise, mas isto não significa que o atual governo fará alguma mudança na política do Estado. O processo foi continuado e nada mudou no que diz respeito ao sistema político. O impeachment é um instrumento constitucional do sistema, e foi usado pelo próprio sistema apenas para afastar um presidente e não eliminar um sistema politico. O Brasil continua sob controle da social democracia.

 O sistema no Brasil é perverso?

 -Todo sistema é perverso. Mas a democracia continua sendo o melhor sistema. No Brasil não vejo traços de democracia e sim da social democracia. No Brasil o sistema beneficia o Estado e não a sociedade, beneficia a corrupção e a impunidade. As leis são ineficazes e protegem o sistema e os corruptos. É um sistema controlador, manipulador, quase tirano. No Brasil o povo brasileiro perdeu muito sua honra e seu patriotismo, talvez pelas políticas que foram adotadas com o intuito de corromper a sociedade.

Então não há saídas para o Brasil sair deste sistema?

-Há sim, mas esta saída não será dada pelo sistema e sim pela sociedade. A esquerda brasileira conseguiu com suas doutrinas, por assim dizer, dividir o Brasil em vários segmentos sociais. Isso talvez dificulte uma reação da própria sociedade muito desunida com relação aos problemas do país. Nota-se que há legiões de pessoas que defendem o sistema, talvez acomodadas com a situação, outras defendem os partidos e outras os políticos que as corrompem. Não há uma união no sentido de se pensar na Pátria, na Nação e nos destinos do país. Certamente que isso é um grande problema, pois haverá sempre desunião. Há vários segmentos que não pensam ou não possuem um mesmo objetivo.

O povo brasileiro fala muito em Intervenção militar. O que o Sr. acha disto?

-É como eu afirmei antes. Há vários segmentos que pensam diferente, com objetivos diferentes. Pelo que eu vejo, há grupos de pessoas que estão sugerindo uma intervenção militar no Brasil. Podemos dizer que este segmento é mais coeso do que os outros, pois se fixam apenas em um único objetivo. Este segmento não defende partidos, políticos e nem o sistema. É mais patriótico e mais coeso do que os demais segmentos. Este grupo de pessoas exigem uma mudança radical no sistema, ou sua total destruição. É mais radical e mais coeso neste sentido. Talvez por isso não encontre apoio de políticos e nem da mídia que vive nas beiradas do sistema. Uma intervenção militar com o povo exigindo mudanças, certamente colocaria em risco o atual sistema político brasileiro.

Para terminarmos esta entrevista, qual mensagem o Sr. daria para os brasileiros?

-Que sejam mais patriotas e coesos em seus objetivos. É preciso que a sociedade se conscientize dos problemas do país e exija mudanças. Se querem mudanças, se unam e cobrem dos políticos bem intencionados. Sempre há políticos bem intencionados que precisam de uma pressão da sociedade para exigir as mudanças. O Brasil não tem um perfil de conscientização. É preciso criar este perfil. É preciso sobretudo pensar no país, pois se não pensarem no país, os corruptos e políticos mau intencionados pensarão e farão o que bem entenderem.

O que é realmente o socialismo e qual o seu maior problema por Jesús Huerta de Soto

                                                Sim, vivemos sob o socialismo

Não há nada mais prático do que uma boa teoria. 

Por isso, proponho-me a explicar em termos teóricos o que é o socialismo e por que ele não apenas é um erro intelectual, como também é uma impossibilidade científica.  Mostrarei por que ele se desmoronou — ao menos o socialismo real — e por que o socialismo que segue existindo na forma de intervencionismo econômico nos países ocidentais é o principal culpado pelas tensões e conflitos de que padece o mundo atual. 

Ainda estamos vivendo em um mundo essencialmente socialista, não obstante a queda do Muro de Berlim; e continuamos tolerando os efeitos que, segundo a teoria, são próprios da intervenção do estado sobre a vida social.
Para definir o socialismo, é necessário antes entendermos o conceito de "função empresarial".  Os teóricos da economia dizem que a função empresarial é uma capacidade inata do ser humano.  Não estamos nos referindo aqui ao empresário típico que leva adiante um empreendimento.  Estamos nos referindo, isso sim, à capacidade inata que todo ser humano tem de descobrir, criar, tomar conhecimento das oportunidades de lucro que surgem ao seu redor e atuar de modo a se aproveitar das mesmas. 
Com efeito, etimologicamente, a palavra 'empresário' evoca o descobridor, alguém que percebe algo e aproveita a oportunidade.  Em termos mais figurativos, seria a lâmpada que se acende.
A função empresarial é a mais essencial das capacidades do ser humano.  Essa capacidade de criar e de descobrir coisas é o que, por natureza, mais nos distingue dos animais.  Neste sentido geral, o ser humano, mais do que um homo sapiens é um homo empresario
Quem seria, portanto, um empresário?  Não se trata apenas de Henry Ford ou de Bill Gates, que sem dúvida alguma são grandes empresários no âmbito comercial e econômico.  Um empresário é toda e qualquer pessoa que tenha uma visão criativa, uma visão revolucionária.  Madre Teresa de Calcutá, por exemplo.  Sua missão era ajudar aos mais necessitados, e ela buscava fazer isso de forma criativa, unindo voluntários e canalizando os desejos de todos para o seu objetivo.  Por isso, Teresa de Calcutá foi um exemplo paradigmático de empresário.
Portanto, entendamos a função empresarial como sendo a mais íntima característica de nossa natureza como seres humanos, a característica que explica o surgimento da sociedade e o seu desenvolvimento como uma extremamente complicada rede de interações.  A sociedade é formada por inúmeras relações de interação e troca entre indivíduos, relações estas que são empreendidas porque, de alguma forma, imaginamos que estaremos melhor após elas.  Todas estas relações são impulsionadas por nosso espírito empresarial.
Todo ato empresarial produz uma sequência de três etapas.
A primeira consiste na criação da informação: quando um empresário descobre ou cria uma ideia nova; quando ele gera em sua mente uma informação que antes não existia. 
Para colocar essa descoberta em prática, ele parte para a segunda etapa, que é quando ele combina recursos para satisfazer necessidades.  Se, de um lado, ele percebe que há um recurso barato e mal aproveitado, e, do outro, ele descobre que há demandas que podem ser satisfeitas com este recurso, ele irá atuar de modo a coordenar este "desarranjo". Ele irá comprar barato o recurso, utilizá-lo, transformá-lo, e vendê-lo a um preço maior, satisfazendo assim a demanda que ele havia percebido. 
Desta forma, a informação é transmitida a todos, o que nos leva à terceira e última etapa, que é quando os agentes econômicos, atuando de maneira descoordenada, observam, aprendem e descobrem que devem conservar e economizar melhor um determinado recurso porque alguém o está demandando. 
Estes são os três planos que completam a sequência: criação de informação, transmissão de informação e, o mais importante, o efeito de coordenação gerado pelas duas etapas anteriores. 
Desde o momento em que acordamos e nos levantamos da cama até o momento em que voltamos a dormir, disciplinamos nosso comportamento em função das mais distintas necessidades, em função das necessidades de pessoas que nem sequer conhecemos; e fazemos isso por iniciativa própria porque, seguindo nosso próprio interesse empresarial, sabemos que assim saímos ganhando.  É importante entendermos tudo isso porque, em contraste, vejamos agora o que é o socialismo.
O socialismo deve ser definido como sendo "todo e qualquer sistema de agressão institucional e sistemática contra o livre exercício da função empresarial".  O socialismo consiste em um sistema de intervenção que se impõe pela força, utilizando todos os meios coercitivos do estado. 
O socialismo poderá apresentar determinados objetivos como sendo bons, mas terá de impor estes objetivos supostamente bons por meio de intervenções coercivas que provocarão distúrbios neste processo de cooperação social protagonizado pelos empresários.  Sendo assim — e essa é sua principal característica —, o socialismo funciona por meio da coerção.  Esta definição é muito importante porque os socialistas sempre querem ocultar sua face coerciva, a qual é a essência mais distintiva de seu sistema.
A coerção consiste em utilizar a violência para obrigar alguém a fazer algo.  De um lado temos a coerção do criminoso de rua que assalta um indivíduo qualquer; de outro temos a coerção do estado, que é a coerção que caracteriza o socialismo.  Quando a coerção é aleatória, não sistemática, o mercado tem, na medida do possível, seus próprios mecanismos para definir direitos de propriedade e defender-se da criminalidade. 
Porém, se a coerção é sistemática e advém institucionalmente de um estado que detém todos os instrumentos do poder, a possibilidade de nos defendermos destes instrumentos e evitá-los é muito reduzida.  É neste ponto que o socialismo manifesta sua realidade em toda a sua crueza.
O socialismo não deve ser definido unicamente em termos de propriedade pública ou privada dos meios de produção.  Isso é um arcaísmo.  A essência do socialismo é a coerção, a coerção institucional oriunda do estado, por meio da qual se pretende que um órgão planejador se encarregue de todas as tarefas supostamente necessárias para se coordenar toda uma sociedade. 
A responsabilidade é retirada à força dos indivíduos — que são naturalmente os únicos responsáveis por sua função empresarial, e que almejam seus objetivos e querem alcançá-los utilizando os meios mais adequados para tal — e repassada a um órgão planejador que, "lá de cima", pretende impor por meio da coerção sua visão específica de mundo e seus objetivos particulares. 
[N. do E.: no Brasil, pense nas agências reguladoras que cartelizam todo o mercado e impedem a livre iniciativa e a livre concorrência, em todos os ministérios que impõem a agenda de seus integrantes sobre toda a população brasileira, em toda a burocracia que atrapalha o empreendedorismo dos pequenos, e em toda a carga tributária que impede o surgimento de novas empresas].
Nesta definição de socialismo, vale enfatizar que é irrelevante se este órgão planejador foi ou não eleito democraticamente.  O teorema da impossibilidade do socialismo se mantém intacto, sem nenhuma modificação, independentemente de ser democrática ou não a origem do órgão planejador que quer impor à força a coordenação de toda a sociedade.
Definido o socialismo desta maneira, expliquemos então por que ele é um erro intelectual. 
O socialismo é um erro intelectual porque é impossível que o órgão planejador encarregado de exercer a coerção para coordenar a sociedade obtenha todas as informações de que necessita para fornecer um conteúdo coordenador às suas ordens.  Este é o grande paradoxo do socialismo, e o seu maior problema.  O planejador da economia necessita receber um fluxo ininterrupto e crescente de informação, de conhecimento e de dados para que seu impacto coercivo — a organização da sociedade — tenha algum êxito. 
Mas é obviamente impossível uma mente ou mesmo várias mentes obterem e processarem todas as informações que estão dispersas na economia.  As interações diárias entre milhões de indivíduos produzem uma multiplicidade de informações que são impossíveis de serem apreendidas e processadas por apenas um seleto grupo de seres humanos.
Os teóricos da Escola Austríaca de Economia, Mises e Hayek, elaboraram quatro argumentos básicos no debate que mantiveram durante a primeira metade do século XX contra os teóricos da economia neoclássica, os quais nunca foram capazes de entender o problema inerente ao socialismo.
E por que não foram capazes de entendê-lo?  Pelo seguinte motivo: eles acreditavam que a economia funcionava exatamente como nos livros-textos de faculdade.  Mas o que os livros-textos ensinam em relação ao funcionamento da economia de mercado é radicalmente falso e fictício.  Tais manuais baseiam suas explicações sobre o mercado em termos matemáticos que supõem um ajuste perfeito.  É como se o mercado fosse uma espécie de computador que ajusta de maneira automática e perfeita os desejos dos consumidores à ação dos produtores.  O modelo ideal dos manuais é o da concorrência perfeita, descrito pelo sistema de equações simultâneas de Walras. 
Quando era universitário, minha primeira aula de economia foi com um professor que começou sua explanação com a seguinte e espantosa frase: "Suponhamos que todas as informações sejam conhecidas".  E logo em seguida ele se pôs a encher o quadro-negro com funções, curvas e fórmulas.  Esta é exatamente a hipótese da qual partem os neoclássicos: todas as informações são conhecidas e nada se altera; tudo é estático.  Mas esta hipótese é radicalmente irreal.  Ela vai contra a característica mais típica do mercado: a informação nunca é conhecida por todos; ela está dispersa pela economia.  Ela não é um dado constante que está ali para ser consultado a qualquer momento.  O conhecimento dos dados surge continuamente em decorrência da atividade criativa dos empresários: novos fins são almejados, novos meios são criados e utilizados.  Logo, qualquer teoria econômica construída a partir deste pressuposto irreal está fatalmente errada.
Os economistas neoclássicos pensaram que o socialismo era possível porque supuseram que todos os dados necessários para elaborar o sistema de equações simultâneas de Walras e encontrar sua solução eram "conhecidos".  Não foram capazes de apreciar o que ocorria neste mundo que tinham de investigar cientificamente; por conseguinte, não conseguiram entender o que realmente se passava.
Somente a Escola Austríaca seguiu um paradigma distinto.  Ela nunca supôs que as informações já estavam dadas e eram conhecidas por todos.  Ela sempre considerou que o processo econômico era impulsionado por empresários que continuamente incorrem em transações e descobrem novas informações.  Somente ela foi capaz de entender e explicar que o socialismo era um erro intelectual.  Ela desenvolveu seu argumento utilizando quatro enunciados: dois podem ser considerados "estáticos" e os outros dois podem ser considerados "dinâmicos".
Em primeiro lugar, a Escola Austríaca afirma, como já dito, ser impossível o órgão planejador coletar e utilizar corretamente todas as informações de que necessita para imprimir um conteúdo coordenador às suas ordens.  O volume de informações que os seres humanos manejam e com as quais lidam diariamente é imenso, de modo que é impossível gerir o que sete bilhões de seres humanos têm na cabeça.  Embora os neoclássicos não tenham sequer conseguido entender este argumento, ele é o mais fraco e o menos importante.  Ao fim e ao cabo, nos dias de hoje, com toda a capacidade informática existente, é um pouco mais fácil lidar com volumes imensos de informação.
O segundo argumento é muito mais profundo e contundente.  A informação com que lida o mercado não é objetiva; não é como a informação que se encontra impressa em um catálogo.  A informação empresarial possui uma natureza radicalmente distinta; ela é uma informação subjetiva, e não objetiva.  Ela é tácita, por assim dizer.  Ela é do tipo "sabemos algo, temos a técnica, a prática e o conhecimento, mas não sabemos no que tudo isso consiste detalhadamente." 
Explicando de outra forma: é como a informação necessária para andar de bicicleta.  É como se alguém quisesse aprender a andar de bicicleta estudando as fórmulas físicas e matemáticas que expressam o equilíbrio que mantém o ciclista enquanto ele pedala.  O conhecimento necessário para saber andar de bicicleta não é adquirido desta forma, mas sim mediante um processo prático de aprendizagem, normalmente bem acidentado, que finalmente permite entender como se equilibra sobre uma bicicleta, além de detalhes fundamentais, como o de que, ao fazermos as curvas, temos de nos inclinar para não cairmos.  É bem provável que Miguel Indurain desconheça os detalhes das leis da física que o permitiram vencer o Tour de France por cinco anos consecutivos, mas ele indubitavelmente possui o conhecimento de como se anda em uma bicicleta.
A informação implícita não pode ser moldada de maneira formalizada e objetiva; tampouco pode ser transmitida corretamente a um órgão planejador.  Só é possível transmitir a um órgão planejador — de modo que este assimile e imponha uma coerção, dando um conteúdo coordenador às suas ordens — uma informação unívoca que não dê brechas a mal entendidos.  Porém, a esmagadora maioria das informações das quais dependemos para sermos bem-sucedidos em nossas vidas não é objetiva; não é informação de catálogo.  É informação subjetiva e tácita.
Mas estes dois argumentos — que as informações são extremamente volumosas e que possuem um caráter subjetivo — não bastam.  Existem outros dois, de caráter dinâmico, que são ainda mais contundentes e cuja implicação inevitável é a impossibilidade do socialismo.
Nós seres humanos somos dotados de uma inata capacidade criativa.  Continuamente descobrimos coisas "novas", almejamos objetivos "novos", e escolhemos meios "novos" para alcançá-los.  É impossível transmitir a um órgão planejador a informação ou o conhecimento que ainda não foi "criado" pelos empresários.  O órgão planejador pode se empenhar o quanto quiser em construir um "nirvana social" por meio de uma publicação diária de decretos e da imposição da força.  Mas, para fazer isso — ou seja, para se alcançar o "nirvana social" — ele tem de saber exatamente o que ocorrerá amanhã.  E o que vai ocorrer amanhã dependerá de uma informação empresarial que ainda não foi criada hoje, e que não pode ser transmitida ainda hoje para que nossos governantes nos coordenem eficientemente amanhã.  Este é o paradoxo do socialismo, a terceira razão.
Mas isso ainda não é tudo.  Existe um quarto argumento que é definitivo.  A própria natureza do socialismo — que, como dito, se baseia na coerção, no impacto coercivo sobre o corpo social ou a sociedade civil — bloqueia, dificulta ou impossibilita a criação empresarial de informação, que é precisamente aquilo de que necessita o governante para dar um conteúdo coordenador às suas ordens.
Esta é a demonstração em termos científicos do motivo de o socialismo ser teoricamente impossível.  É impossível o órgão planejador socialista coletar, apreender e colocar em prática todas as informações de que necessita para imprimir um conteúdo coordenador aos seus decretos.  Esta é uma análise puramente objetiva e científica. 
Não é necessário pensar que o problema do socialismo está no fato de que "aqueles que estão no comando são maus".  Nem mesmo anjos, santos ou seres humanos genuinamente bondosos, com as melhores intenções e com os melhores conhecimentos, poderiam organizar uma sociedade de acordo com o esquema coercivo socialista.  Ela seria convertida em um inferno, já que, dada a natureza do ser humano, é impossível alcançar o objetivo ou o ideal socialista.
Todas estas características do socialismo têm consequências que podemos identificar em nossa realidade cotidiana.  A primeira é seu poder de encanto.  Em nossa natureza mais íntima, sempre encontramos o risco de ceder ao socialismo porque seu ideal nos tenta, porque o ser humano sempre tende a se rebelar contra sua natureza.  Viver em um mundo cujo futuro é incerto é algo que nos inquieta, e a possibilidade de controlar este futuro, de erradicar a incerteza, nos atrai.
Em seu livro A Arrogância Fatal, Hayek diz que, na realidade, o socialismo é a manifestação social, política e econômica do pecado original do ser humano, que é a arrogância.  O ser humano sempre teve o devaneio de querer ser Deus — isto é, onisciente.  Por isso, sempre, geração após geração, temos de estar em guarda contra o socialismo, continuamente vigilantes, e entender o fato de que nossa natureza é criativa, do tipo empresarial. 
O socialismo não é uma simples questão de siglas, abreviações, sindicatos ou partidos políticos em determinados contextos históricos.  O socialismo é uma ideia que está e sempre estará se infiltrando de maneira insidiosa em famílias, comunidades, bairros, igrejas, empresas, movimentos, partidos políticos de todas as ideologias etc.  É necessário lutar continuamente contra a tentação do estatismo porque ele representa o perigo mais original que há dentro dos seres humanos, nossa maior tentação: crer que somos Deus. 
O socialista acredita ser genuinamente capaz de superar o problema da impossibilidade da coleta, da apreensão e da utilização de informações dispersas, problema esse que desacredita totalmente a essência do sistema que ele defende.  Por isso, o socialismo sempre decorre do pecado da soberba intelectual.  Por trás de todo socialista há um arrogante, um intelectual soberbo.  E isso é algo fácil de constatarmos ao nosso redor.
O socialismo não é somente um erro intelectual.  É também uma força verdadeiramente antissocial, pois sua mais íntima característica consiste em violentar, em maior ou menor escala, a liberdade empresarial dos seres humanos em seu sentido criativo e coordenador.  E, como é exatamente isso o que distingue os seres humanos dos outros seres vivos, o socialismo é um sistema social antinatural, contrário a tudo o que o ser humano é e aspira a ser.



Jesús Huerta de Soto , professor de economia da Universidade Rey Juan Carlos, em Madri, é o principal economista austríaco da Espanha. Autor, tradutor, editor e professor, ele também é um dos mais ativos embaixadores do capitalismo libertário ao redor do mundo. Ele é o autor de A Escola Austríaca: Mercado e Criatividade Empresarial, Socialismo, cálculo econômico e função empresarial e da monumental obra Moeda, Crédito Bancário e Ciclos Econômicos.


fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1430

Da Série A Incoerência Esquerdopata II

A Incoerência Esquerdopata II
Karl Marx, o mais influente pensador da esquerda, foi outro hipócrita de carteirinha. Nascido em família de classe média, filho de um advogado bem sucedido, Marx nunca chegou perto da classe trabalhadora sobre a qual escreveu. A luta de classes de que ele tanto fala nunca passou de elucubrações de sua mente, e a pena que escreveu O Capital foi segura por mãos virgens de trabalho pesado.

Da serie A incoerência esquerdopata I


Jean Jacques Rousseau, filósofo francês que deu início ao pensamento de esquerda com sua distorcida noção de que o homem nasce bom e é corrompido pela sociedade, foi o primeiro hipócrita da turma. Ao mesmo tempo em que escreveu um livro sobre como educar as crianças, abandonou todos os seus cinco filhos em um orfanato, sem piedade. Um primor de bondade e compaixão.

O socialismo, mesmo em sua versão democrática, gera uma inigualável destruição ambiental


A América Latina está, mais uma vez, demonstrando ao mundo o veneno social que é o "socialismo democrático", aquela ideologia em pleno vigor na Venezuela e que, inexplicavelmente, possui cada vez mais adeptos entre os jovens dos países desenvolvidos.  (O socialista confesso Bernie Sanders conseguiu arrebatar mais de 13 milhões de votos nas primárias do Partido Democrata). O socialismo — seja ele democrático ou ditatorial — não é destrutivo apenas para a economia de um país, como a história nos mostrou repetidas vezes ao longo do século XX; ele também é inclemente para com a ecologia.
O socialismo e a ecologia
Após o colapso mundial do socialismo no final da década de 1980 e início da de 1990, o Ocidente teve a oportunidade de testemunhar abertamente, pela primeira vez na história, como era tratada a natureza sob um sistema socialista que havia banido por décadas a busca pelo lucro.  Em uma só palavra, era uma catástrofe, como descrito em detalhes em vários livros com títulos como "Ecocídio na URSS".
Neste livro, os autores Murray Feshbach e Alfred Friendly, Jr. fornecem um estudo aprofundado a respeito do "ecocídio" ocorrido na URSS. Abaixo, uma lista de alguns dos problemas mais proeminentes apresentados nesta e em outras fontes:
  • A poluição extrema do Lago Baikal, o mais antigo, o mais profundo e o até então mais limpo corpo de água doce do mundo.  A poluição foi causada por fábricas de papel e por outras indústrias soviéticas que despejavam resíduos não-tratados no lago.
  • O quase desaparecimento do outrora vasto mar de Aral, que secou devido ao desvio de sua água para irrigação, deixando para trás um deserto de sal envenenado por agroquímicos.
  • O desastre nuclear de Chernobyl em 1986, o pior do mundo, causado não apenas por erros de operação, mas também por um projeto negligente que não especificou nenhum recipiente de contenção em caso de acidente.  O acidente nuclear que até então era considerado o pior do mundo àquela época também havia ocorrido na União Soviética: a explosão de um tanque de armazenamento de resíduos sólidos no complexo de armas nucleares de Mayak, em 1957, o que dispersou de 50 a 100 toneladas de resíduos altamente radioativos, contaminando um imenso território a leste dos Urais.
  • Desastrosos incêndios em regiões de turfas nos arredores de Moscou, um legado de projetos soviéticos mal planejados e mal implantados que tinham o objetivo de drenar os pântanos locais.
  • Enormes emissões de gases poluentes em decorrência de uma forte dependência de carvão e de uma matriz energética muito menos eficiente do que as das economias capitalistas.
  • Elevados níveis de poluição do ar nas grandes cidades, causados por fábricas próximas a áreas povoadas e que operavam com um mínimo, ou nenhum, controle de poluição.
  • Práticas agrícolas e florestais destrutivas, levando a uma erosão generalizada e à destruição de habitats.
O mundo também descobriu que os países socialistas da URSS, durante várias décadas, despejavam esgoto não-tratado diretamente em seus rios, lagos e córregos.  O Rio Volga, na Rússia, era tão poluído, que barcos do governo carregavam sinais alertando contra jogar cigarros na água por medo de que os fortes resíduos químicos contidos na água pegassem fogo.  As fábricas não tinham absolutamente nenhum tipo de controle de poluição.  Cardumes encontrados mortos eram algo rotineiro.  A Academia de Ciências da Polônia relatou que, já no início da década de 1990, um terço dos poloneses vivia em áreas classificadas como "desastre ecológico".
Ainda em 1990, os ambientalistas ocidentais noticiaram que cerca de 40% dos cidadãos soviéticos viviam em áreas onde a poluição do ar excedia de três a quatro vezes o limite máximo permitido.  O saneamento era primitivo.  E, onde existia — por exemplo em Moscou — não funcionava adequadamente. Metade de todo o lixo sanitário da capital não era tratado.
Em Leningrado, quase metade de todas as crianças tinham doenças intestinais em decorrência de beberem água contaminada daquilo que um dia já havia sido o abastecimento mais puro da Europa.
A candidatura ao prêmio de local mais poluído do mundo é um dos trágicos legados da União Soviética. Hoje banhado de concreto, o lago Karachai nos montes Urais tornou-se o lixão radioativo de uma das maiores fábricas soviéticas de armamento nuclear. De 1951 a 1968, o despejo de resíduos nucleares enxugou o lago para um terço do seu tamanho original. Ao ser dispersada pelo vento, a poeira radioativa do Lago Karachai contaminou os arredores envenenando cerca de meio milhão de pessoas. Por isso, decidiu-se cobrir o lago com 10 mil blocos de concreto oco.
Quando Boris Yeltsin permitiu a presença de cientistas ocidentais no local, no início da década de 1990, noticiou-se que o nível radioativo nas margens do lago ainda era de 600 röntgens por hora, o suficiente para matar um turista desavisado em trinta minutos.
Já a China, a outra grande economia socialista do mundo, também tem a sua longa lista de pecados ambientais. Em grande parte devido ao uso intensivo de carvão, o país assumiu recentemente a liderança mundial nas emissões de gases causadores de efeito estufa, apesar de ter uma economia cujo tamanho absoluto é metade da economia dos Estados Unidos.
Em termos de qualidade do ar, a China tem 16 das 20 cidades mais poluídas do mundo. A poluição da água é um desastre nacional generalizado. A liderança chinesa na produção de metais raros foi alcançada em grande parte devido à mineração ilegal, o que causou uma intensa poluição gerada por metais pesados e um consequente desastre na saúde pública local.  Uma crescente porcentagem de poluentes, do mercúrio à fuligem, que está sendo observada na costa oeste dos Estados Unidos tem suas origens na China.
Socialismo versus capitalismo na ecologia
A velha teoria de que a busca pelo lucro em uma economia sem intervenções estatais é a raiz de toda a poluição foi destruída pelos próprios países socialistas.
A primeira razão pela qual o socialismo é mais propenso a desenvolver políticas prejudiciais ao ambiente é que os incentivos econômicos não funcionam sob uma economia socialista.  Em uma sociedade genuinamente capitalista, em que há respeito à propriedade privada, não apenas as empresas poluidoras têm de pagar por eventuais danos à propriedade privada de terceiros, como também as externalidades são plenamente incorporadas aos preços de mercado.  Se o preço da gasolina na bomba refletir integralmente os custos de oportunidade da poluição e o esgotamento de recursos, então os motoristas, independentemente da sensibilidade ambiental de cada um deles, serão forçados a pensar sobre a possibilidade de dirigir menos ou até mesmo de comprar um veículo mais eficiente.
O mesmo princípio se aplica a usuários de energia industrial, sejam eles fabricantes de plásticos, agricultores, ou usinas nucleares.
Já sob o socialismo, os incentivos econômicos para se combater a poluição não funcionam.  Os gestores das indústrias não apenas são insensíveis a incentivos econômicos para a proteção do meio ambiente, como também são insensíveis a todo e qualquer tipo de incentivo econômico.  O sistema soviético, por exemplo, não apenas incentivava a depredação ambiental, como também era esbanjador e gerava desperdícios em todos os sentidos possíveis.  Ele desperdiçava trabalho, capital, energia, recursos naturais, cimento, aço, carvão, tratores, fertilizantes, madeira, água — desperdiçava tudo.  Por quê? Porque não havia busca pelo lucro.
O segundo motivo pelo qual o socialismo tende a ser mais poluidor do que um genuíno capitalismo está relacionado às atitudes sociais que surgem quando não há direitos de propriedade.  Onde há direitos de propriedade bem definidos, sempre haverá um proprietário que resistirá à transgressão, seja ela feita por pessoas a pé ou por produtos químicos nocivos jogados no ar.  Sim, é verdade que o sistema judiciário não funciona perfeitamente.  Muitas vezes, os proprietários não conseguem proteger adequadamente os seus direitos.  Mas os direitos existem.  Se não estão sendo impingidos, isso é culpa do estado, que detém o monopólio do sistema judiciário.  Adicionalmente, quando a noção de propriedade privada se torna generalizada, ocorrendo até mesmo sobre minúsculos pedaços de terra, o respeito aos direitos de propriedade de terceiros também se torna difuso — embora, infelizmente, não de forma universal.
Adicionalmente, sob o capitalismo, entidades ambientais podem utilizar os mecanismos de propriedade privada para proteger habitats críticos.  Veja ótimos exemplos práticos aqui e aqui.  Por fim, a propriedade privada dos meios de comunicação pode sustentar uma voz independente para mídias alternativas, que podem então divulgar suas causas ambientais.  Até os eco-socialistas desfrutam da proteção da propriedade privada em seus sites e suas conferências.
Já em um sistema socialista, os produtores detêm o total controle das alavancas do poder político.  Na condição de empresas estatais, eles não são apenas meros lobistas; eles são parte integrante da estrutura do governo.  Na URSS, por exemplo, todo o sistema de incentivos da economia soviética, desde o Politburo até o gerente de uma fábrica local, estava focado em apenas uma coisa: alcançar as inatingíveis metas de produção do Plano Quinquenal.  O ambiente sempre era a vítima.
Portanto, ao contrário de países capitalistas que respeitam a propriedade privada — e que, por isso, responsabilizam judicialmente os responsáveis pelos danos que causam a terceiros —, nos países socialistas, os políticos responsáveis pela poluição causada pelas indústrias nacionalizadas ou pela poluição sofrida por rios, lagos e lagoas (que são de propriedade do governo) têm pouca ou nenhuma responsabilidade sobre o ocorrido. 
A propriedade estatal dos recursos naturais significa, com efeito, que ninguém é dono de nada; e se ninguém é dono de nada, então todos esses recursos serão explorados, abusados e utilizados em excesso.  A ausência de direitos de propriedade e de um sólido e independente sistema judiciário é uma receita para o desastre ecológico.
Quando um horrível acidente causou uma letal explosão em uma plataforma de petróleo no Golfo do México, a British Petroleum, uma empresa privada, imediatamente criou um fundo de US$ 20 bilhões, o qual a empresa sabia que teria de utilizar para pagar pelos estragos. 
Em contraste, quando o governo do México provoca desastres ambientais e humanos muito piores no Golfo do México, ele rotineiramente nada faz, alegando "imunidade soberana". 
Desde 2015, a Pemex, a empresa petrolífera estatal do país, causou três catastróficas explosões em suas plataformas de petróleo, resultando em várias mortes, em muitos feridos, e em severas poluições do ar e do oceano.  O governo mexicano, inacreditavelmente, alegou que não houve derramamento do petróleo, o que rapidamente foi desmentido por imagens de satélite mostrando uma mancha de óleo de quase 5 quilômetros de extensão.
[N. do E.: para ver a posição libertária sobre o desastre causado pela mineradora Samarco, veja este artigo].
As Olimpíadas do Rio
A cobertura televisiva das Olimpíadas 2016 no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, já está mostrando os horrendos problemas de poluição daquele país, o qual foi governado por mais de 13 anos pelos "socialistas democráticos" do Partido dos Trabalhadores, o qual orgulhosamente proclama ser o "socialismo revolucionário" a ideologia que o define.  Além de criar uma das piores pobrezas no mundo, o governo brasileiro também conseguiu transformar as outrora belas praias do país em fétidos esgotos.
Um artigo publicado no dia 2 de agosto no jornal britânico The Daily Mail relatou as conclusões de um estudo sobre a poluição no Rio de Janeiro às vésperas das Olimpíadas.  Eis uma amostra do que foi relatado (clique no link para ver as horrendas fotos):
* Os atletas foram alertados a não colocarem suas cabeças dentro da água.
* Os níveis virais na Baía de Guanabara, onde ocorre a prova de triatlo, estão 1,7 milhão de vezes acima do limite aceitável nos EUA e na Europa.
* O lixo boiando sobre algumas regiões da baía é tão volumoso que você não consegue ver a água; ratos vivem e se procriam sobre o lixo flutuante.
* Um cadáver boiando e um braço decepado foram recentemente vistos na Baía de Guanabara.
* Há níveis extremamente elevados de vírus na areia das praias.
* O nível viral na Marina da Glória, onde ocorrerão as provas de vela, está vários milhares de vezes acima do limite máximo tolerado nos EUA.
* "Línguas negras de águas fétidas de esgoto" são "comuns" na "elegante" praia de Ipanema.
* Vastas ilhas formadas por lodo de esgoto são avistadas durante a maré baixa, despejadas ali por prédios residenciais.
* Vários rios estão "da cor preto-alcatrão" por causa da poluição.
Tais tipos de pesadelos ecológicos também já se tornaram comum em outra vitrine latino-americana do "socialismo democrático": a Venezuela vivencia hoje um maciço desflorestamento, e seu Lago Maracaíbo está sendo poluído a uma taxa de 38.000 litros de esgoto por segundo, despejado diretamente nele por dois milhões de residências ao redor do lago.  Mais de 800 empresas, praticamente todas elas ligadas à estatal petrolífera PDVSA, têm permissão do governo para despejar resíduos industriais no lago.
Já o enorme Lago Valencia também está "maciçamente poluído", com relatos de que a PDVSA já encheu mais de 15.000 poços de armazenamento de petróleo com uma borra contaminada oriunda do petróleo explorado nas adjacências.  Essa borra inevitavelmente irá contaminar o lençol aquático.
Uma lição que todos os defensores do "socialismo democrático" — principalmente os adolescentes sonhadores — devem aprender é que o socialismo, democrático ou ditatorial, não apenas destrói seu futuro econômico (especialmente dos adolescentes), como também inflige danos irreparáveis ao ambiente no qual vivem.
O socialismo, sempre e em todos os lugares, é um desastre econômico e ambiental.


Thomas DiLorenzo é professor de economia no Loyola College, em Maryland e membro do corpo docente senior do Mises Institute. É o autor dos livros The Real LincolnLincoln Unmasked, How Capitalism Saved America: The Untold History of Our Country, From the Pilgrims to the Present, Organized Crime: The Unvarnished Truth About Government e, mais recentemente, The Problem with Socialism.
Edwin Dolan é economista e Ph.D. pela Universidade de Yale.  De 1990 a 2001, lecionou em Moscou, onde ele e sua mulher fundaram o American Institute of Business and Economics (AIBEc), um programa de MBA independente e sem fins lucrativos.  Desde 2001, ele já lecionou em várias universidades da Europa, como Budapeste, Praga e Riga.  É autor do livro TANSTAAFL, the Economic Strategy for Environmental Crisis.


fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2484

As fragorosas incoerências de quem se diz socialista e progressista por Lawrence W. Reed,


 
Qual o problema com socialistas progressistas?  Só para ficar no básico: eles prometem a paz e a harmonia (quando não estão incitando a inveja e o roubo), mas entregam revolta e conflito.  Eles gostam de jogar uma classe contra a outra.  Eles prosperam com o discurso do vitimismo e do coitadismo.  Eles desprezam a responsabilidade individual e a delegam a um amorfo "coletivo".   Eles estimulam o pensamento grupal e a mentalidade de manada.  Eles abolem a individualidade e esvaziam os humanos de sua humanidade. Os socialistas oferecem favores, subsídios e segurança econômica, nenhum dos quais podem ser mantidos, tampouco gerar os resultados pretendidos.  E, tão logo essas políticas se revelam um fracasso retumbante, eles despreocupadamente ignoram suas consequências como se nada tivessem a ver com isso
Eles dão mais valor a palavras bonitas e a declarações de boas intenções do que às reais consequências e realidades de seus atos.  Eles estão em constante guerra com a natureza humana.  Eles são o equivalente intelectual daquele traficante de drogas que tenta criar dependência e impor um paternalismo sobre os outros.  Eles parecem adorar a burocracia por sua própria natureza, pois se opõem a todas as idéias voltadas para reduzi-la.
Como bem disse Ludwig von Mises, ainda em 1944, em seu livro Burocracia:
Os proponentes do socialismo chamam a si próprios de progressistas, mas defendem um sistema que se caracteriza pelo mais rígido imobilismo, pela mais estrita manutenção da rotina, e por uma resistência a todo e qualquer tipo de avanço e de aumento da eficiência. 
Eles gostam de se dizer liberais, mas defendem medidas que aniquilam a liberdade individual. 
Eles se dizem democratas, mas anseiam por uma ditadura (desde que estejam no comando). 
Eles se dizem revolucionários, mas querem tornar o governo onipotente. 
Eles prometem as bênçãos do Jardim do Éden, mas planejam transformar o mundo em um gigantesco DETRAN.  Todos os indivíduos meros balconistas seguindo ordens do burocrata do alto escalão. 
Que utopia sedutora! Que causa mais nobre pela qual lutar!
Os socialistas progressistas defendem a concentração poder nas mãos de pessoas cujo caráter faz delas as mais suscetíveis à corrupção.  Eles defendem a espoliação das pessoas "para o seu próprio bem".  Seus esquemas sempre são compulsórios, nunca voluntários.  Eles têm desdém pelas mais elementares lições de economia e de história porque juram que, se da próxima vez tentarem com mais afinco, tudo será diferente.
Um alerta aos "socialistas bem intencionados": governo grande atrai gente de caráter abominável
Um dos mais negligenciados argumentos contra o "socialismo democrático" — um que os socialistas progressistas mais ignoram — é aquele que enfatiza a inevitável conexão entre governo grande e caráter abominável. 
Os socialistas progressistas mais sonhadores dizem que irão eleger e formar um governo virtuoso, um governo formado por homens e mulheres, negros e brancos, gays, heterossexuais e transgêneros honestos, humildes, sábios, sensatos, independentes, responsáveis, incorruptíveis, respeitosos e com uma visão voltada para o futuro do país.
Tal raciocínio mostra como os socialistas progressistas são profundamente contraditórios.  Eis o ponto principal: quanto maior e mais poderoso se torna o governo, menores são as chances de ele atrair pessoas com essas virtudes.
Vocês "socialistas democráticos" ainda não perceberam quão baixas e asquerosas as campanhas políticas se tornaram?  Mentiras cabeludas e distorções gritantes já se tornaram uma característica corriqueira da política atual.  Óbvio: o prêmio almejado por esse gente é o poder de mandar em nossas vidas e a licença para controlar um orçamento trilionário, comprando favores com o dinheiro dos outros e ganhando agrados.  A consequência inevitável disso é a deterioração do caráter de quem está em busca desse prêmio.
Por que uma pessoa genuinamente boa e bem intencionada iria querer se sujeitar a essa imundície?  Pessoas genuinamente boas querem é manter distância desse esgoto, deixando o campo aberto para todos os tipos de demagogos desprezíveis.  A menos que você goste de chafurdar na lama com os porcos, você simplesmente irá querer distância dessa gente.
Se um "socialista progressista e democrático" diz querer entrar no governo para adotar medidas mais socialistas, então sabemos qual o seu real caráter.
Lord Acton famosamente disse, há mais de um século, que "o poder corrompe, e o poder total corrompe totalmente".  Embora ele tenha acertado na mosca, ainda cabe um acréscimo: "O poder atrai os corruptos".
Se você, socialista democrático e progressista, defendeu essa monstruosa expansão do governo federal nas últimas décadas, ou possui uma lista de coisas que gostaria que o governo fizesse a mais, pois acredita que ele ainda não faz o bastante, você não tem direito de sair por aí parolando sobre como a política está fétida e sobre como seria bom se tivéssemos políticos bons e honestos.  Você é parte do problema.  Um governo agigantado, que se intromete em tudo e que detém amplos poderes regulatórios sobre a sociedade e a economia, como você defende, é, por sua própria e inevitável natureza, sujo e desonesto.  Esse é o tipo de gente que ele irá atrair.  E é isso que o poder concentrado sempre gera.
É uma ingenuidade — comprovada empiricamente pela história — acreditar que pessoas boas e honestas irão permanecer boas e honestas se elas detiverem o poder de gerenciar e redistribuir um orçamento trilionário anualmente, regulando cada aspecto da nossa vida e da economia.  Esse tipo de poder pode transformar um santo em pecador em um curtíssimo espaço de tempo.
Quanto mais o governo cresce, mais pessoas sem caráter ele atrai.  Quanto mais as regulamentações e os poderes do estado se expandem, mais a liberdade do indivíduo honesto encolhe prol do crescimento dos escroques.  Apenas pense adiante e tente imaginar como será o futuro caso o governo federal continue crescendo a este ritmo, como defendem os socialistas progressistas.  Daqui a algumas décadas, quando ele estiver controlando 50, 60 ou mesmo 70% da renda nacional, ele estará repleto de tipos arrogantes, manipuladores, de fala bonita mas de caráter desprezível.  Não serão pessoas sábias e sensatas o bastante para perceber que não são sábias e sensatas o bastante para controlar nossas vidas e regular a economia.  E então, quando finalmente vocês perceberem que colocaram os piores dentre nós no controle de uma máquina espoliadora gigantesca, será tarde demais.
O poder atrai pessoas ruins e pessoas ruins não saem de cena sem causar estragos.
Governo grande, com grandes poderes, atrai gente sem caráter.  Socialistas progressistas, que são os mais incansáveis defensores desse arranjo, parecem simplesmente não entender isso.
Conclusão
Ao contrário do que dizem os socialistas progressistas, a escolha entre capitalismo e socialismo não é uma mera escolha entre sistemas alternativos de organização social, uma preferência a ser dada a um sistema em relação a outro.  Essa alternativa não existe.
Como disse Mises em Ação Humana:
O socialismo não pode ser realizado porque está além dos poderes do homem instaurá-lo como um sistema social. A escolha é entre o capitalismo e o caos.
Um homem que escolher entre beber um copo de leite e um copo com cianureto de potássio não estará escolhendo entre duas bebidas: estará escolhendo entre a vida e a morte. Uma sociedade que escolher entre capitalismo e socialismo não estará fazendo uma escolha entre dois sistemas sociais: estará escolhendo entre a cooperação social e a desintegração da sociedade.
O socialismo não é uma alternativa ao capitalismo; é uma alternativa na qual os homens não viveriam como seres humanos. A tarefa da economia é demonstrar esse fato, assim como a tarefa da biologia e da química é mostrar que o cianureto de potássio não é uma bebida, mas um veneno mortal.




fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2487