Na cerimônia em que o PR confirmou apoio à candidatura de Alexandre Padilha ao governo de São Paulo, também foi anunciado que José Tadeu Candelária, presidente do PR-SP, será o suplente de Eduardo Suplicy, candidato do PT ao senado. Candelária é homem de confiança de Valdemar Costa Neto (PR), envolvido no escândalo do mensalão.
Em 2005, Costa Neto renunciou ao mandato de deputado federal para fugir do processo de cassação a fim de se reeleger posteriormente. Em 2012, foi julgado e condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Recebeu pena de 7 anos e 10 meses de detenção e multa de 1,6 milhão de reais. Atualmente, encontra-se preso na Penitenciária da Papuda.
Além da ligação com o ex-deputado, Candelária também já se envolveu diretamente em escândalos. Durante investigação em 2006, o então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, “cogitou pedir a prisão dos 40 acusados de envolvimento com o que chamou de ‘organização criminosa’ que tinha como objetivo ‘manter o PT’ no poder”. Candelária, então presidente do PL no Estado de São Paulo, era uma dessas pessoas.
[Lúcio Bolonha] Funaro contou que, ao longo de 2003, entregou valores em dinheiro ao “sr. José Tadeu Candelária no escritório do PL de Mogi das Cruzes (SP)” a pedido do presidente do partido, o ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP).
Existe até mesmo um recibo rubricado por Candelária no qual ele atesta ter recebido o valor de R$ 105.557 do doleiro Lúcio Bolonha. O montante seria uma das parcelas dos R$ 4 milhões pedidos por Valdemar Costa Neto para financiar a campanha de seus prefeitos.
Presidiário influente
Mesmo preso, Valdemar Costa Neto continua interferindo nos rumos do país. No final de junho, de dentro do presídio da Papuda, fez pressão para que Dilma mudasse dois de seus ministros para só assim garantir mais tempo de TV na campanha eleitoral do PT.
Segundo a Folha apurou, ambas as decisões passaram por políticos que estão presos. No caso do PR, a ordem de demitir César Borges contou com aval de Valdemar Costa Neto, preso no Complexo Penitenciário da Papuda devido à condenação no processo do mensalão.
Não se sabe até que ponto pessoas envolvidas em escândalos ajudarão Suplicy a se reeleger, já que, após três mandatos como senador – 24 anos no total –, ele corre sérios riscos de perder a disputa pela única vaga disponível para José Serra, candidato tucano que, de acordo com pesquisa do Instituto Datafolha, lidera a disputa.
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