O PLANO B DO PT!!!
Pegando carona – Exigir postura republicana dos políticos brasileiros é tarefa mais difícil do que abocanhar aqueles gordos e sonhados prêmios das loterias de final de ano. Fosse o Brasil um país sério e de homens responsáveis, campanhas eleitorais serviriam apenas para a apresentação de propostas ao eleitorado, jamais seriam ringues onde os candidatos se engalfinham para conquistar ou manter interesses pessoais e partidários.
Candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf tem usado a poderosa FIESP como extensão de sua campanha rumo ao Palácio dos Bandeirantes. Skaf licenciou-se da presidência da entidade, o que não significa que não a use de forma indiscriminada e oportunista. Não bastasse a milionária campanha publicitária veiculada em diversos veículos de comunicação regionais para incensar a FIESP e, ato contínuo, turbinar sua campanha, Skaf tem usado a entidade para promover debates e pesquisas sobre temas atuais e que, de alguma forma, consigam colocar o empresariado paulista contra o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, que tenta a reeleição.
A mais recente pesquisa da FIESP mostra que um eventual racionamento de água no estado preocupa duas em cada três empresas filiadas. De acordo com o levantamento, 64,9% das 413 empresas consultadas pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) afirmam que o racionamento de água pode causar impacto negativo no faturamento.
Não há como negar a crise no sistema de abastecimento de água na cidade de São Paulo, afetado pela estiagem que castiga o chamado sistema Cantareira, mas é preciso entender que o cenário não pode ser utilizado eleitoralmente, uma vez que as causas do problema são climáticas, muito longe de serem meteorológicas, como muitos atestam.
Esse rapapé eleitoral foi utilizado inicialmente pelo petista Alexandre Padilha, cuja candidatura continua empacada. Padilha chegou a usar a crise no abastecimento hídrico como lança para estocar o tucano Alckmin, mas acabou recuando quando percebeu – quem sabe tenha sido avisado pelo Palácio do Planalto – que a estiagem que domina parte do território nacional também provoca estragos na geração de energia elétrica. Em suma, esse discurso chicaneiro e oportunista seria armadilha fácil para a companheira Dilma Rousseff.
Porém, causa espécie o fato de Geraldo Alckmin manter-se calado diante dos fatos, quando na verdade sua postura deveria ser de reação, como forma de colocar seus opositores nos respectivos lugares. É bom lembrar que o PMDB de Skaf lidera a chamada base aliada no âmbito federal e tem no vice-presidente Michel Temer a poita da legenda no desgoverno petista de Dilma Rousseff.
O erro de Alckmin foi ter se calado diante da insana decisão do então presidente Luiz Inácio da Silva de estimular a economia por meio do consumismo, o que aconteceu da noite para o dia e sem qualquer planejamento. Quando o ucho.info afirma que os integrantes do governo do PT são ignorantes em termos de planejamento, os palacianos entram em polvorosa, mas não é preciso massa cinzenta de primeira qualidade para perceber o óbvio.
No momento em que Lula entendeu que estimular a economia era tão simples quanto acionar um interruptor, o Brasil deu o primeiro passo na direção do caos. Esses falsos gênios que frequentam a Esplanada dos Ministérios sequer pensaram em detalhes básicos antes de qualquer ação, como, por exemplo, logística reversa, consumo excessivo de água, combustíveis e energia, entre tantos outros itens.
Aproveitando o ensejo, se o objetivo de Paulo Skaf é causar polêmicas, quando deveria ser a apresentação de propostas, que ele explique como alguém que não é industrial consegue presidir a Federação das Indústrias do mais importante estado brasileiro. O Brasil está a anos-luz de ser um país sério, é verdade, mas alguns candidatos deveriam se ater à boa política, não à politicagem, onde, segundo o também peemedebista Ulysses Guimarães, sobram velhacos.
fonte: http://ucho.info/skaf-usa-a-fiesp-para-tratar-de-temas-eleitorais-de-maneira-disfarcada-e-fustigar-geraldo-alckmin
Nenhum comentário:
Postar um comentário