Venezuela – Dilma Rousseff embarca alegremente na nau dos insensatos e vai referendar um regime ditatorial e corrupto que mata, censura e esmaga a oposição
A presidente Dilma Rousseff embarcou ontem para Lima para participar de uma reunião de emergência da Unasul. Para quê? Para discutir a crise venezuelana? “Crise nenhuma”, respondeu o protoditador da Bolívia e índio de araque, Evo Morales. Ele deixou bem claro: os presidentes sul-americanos estavam sendo recebidos pelo peruano Ollanta Humala para dar apoio incondicional ao ditador Nicolás Maduro.
Participam ainda do encontro os presidentes do Uruguai, José Mujica (aquele que quer estatizar a maconha); da Argentina, Cristina Kirchner (aquela que quer acabar com o Judiciário) e Juan Manuel Santos, da Colômbia, o menos exótico da turma — se não levarmos em conta as plásticas desastrosas que fez. Aliás, eis por que Santos não é mesmo Álvaro Uribe. Este teria dado um jeito de ter uma indisposição estomacal para não participar da patuscada. Rafael Correa só não abrilhanta a reunião porque está em viagem à Europa.
Os sul-americanos decidiram se unir em apoio a Maduro, presente ao encontro, também para dar uma “resposta” aos EUA, que pediram a recontagem da votos para reconhecer a vitória de Maduro. É um arrogância típica do subdesenvolvimento político e moral. Nada a estranhar na política externa brasileira, não é? Lula sempre foi mais ou menos hostil a Washington, mas abraçou com entusiasmo… Teerã, não é mesmo?
Os presidentes pretendem fazer um gesto teatral: acompanharão Maduro de Lima a Caracas para demonstrar que o ditador não está só. É asqueroso! Faz três dias, oito pessoas morreram no país nos protestos contra a forma como se processam as eleições. Não existe liberdade de imprensa na Venezuela. As emissoras de TV e rádio foram estatizadas e vivem sob censura. Os jornalistas da imprensa escrita estão sob permanente ameaça de processo. Milícias armadas intimidam os opositores nas ruas. Caracas é uma das cidades mais violentas do mundo. A Justiça, o Ministério Público e o próprio Poder Legislativo, coalhados de bolivarianos, ameaçam sufocar a oposição também no terreno institucional.
Diosdado CabelloPara que se tenha uma ideia de como andam as coisas, nesta quinta, Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional, destituiu a oposição da presidência de quatro das quinze comissões da Casa. Também cassou a vice-presidência de outras quatro, embora os oposicionistas contem com 68 das 165 cadeiras (41%). Nota à margem: percentualmente, há mais representantes da oposição na ditadura venezuelana do que na democracia brasileira… É mole?
O Regimento o autoriza a fazer o que fez, e isso só nos diz que o Parlamento venezuelano tem um regimento que nega um dos pilares da democracia, que é o respeito à minoria. Cabello integra a lista das autoridades que, segundo o juiz desertor Eladio Ramón Aponte Aponte, estão comprometidas com o narcotráfico.
Culpa da vítimaAs coisas podem se complicar bastante. Justiça e Ministério Público agora querem buscar um caminho formal para responsabilizar o oposicionista Henrique Capriles pela morte de oito manifestantes. Entenderam como é o regime que conta com o apoio e o entusiasmo de Dilma Rousseff? As forças oficiais matam oito pessoas, mas a culpa recai sobre os ombros do líder da oposição. Maduro também ameaça mobilizar seus bate-paus na Justiça e no Ministério Público para tentar cassar do opositor seu mandato de governador do estado de Miranda.
A oposição diz que vai boicotar a posse de Maduro, que acontece hoje. Os presidentes sul-americanos, sob a liderança de Dilma, lá estarão para referendar mortes, censura, truculência e fraude. Em nome da democracia, claro!, e contra a interferência dos EUA. Essa gente é patética, mas é também perigosa.
fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/venezuela-dilma-rousseff-embarca-alegremente-na-nau-dos-insensatos-e-vai-referendar-um-regime-ditatorial-e-corrupto-que-mata-censura-e-esmaga-a-oposicao/
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