O título deste post não é nada original, mas sempre soube que algum dia o usaria para falar do Brasil e dos nossos vizinhos latino-americanos influenciados pelo chavismo. Para quem não sabe, já que a nossa imprensa fala muito timidamente sobre o assunto, 39 pessoas já morreram na Venezuela desde que começaram os protestos contra o governo Maduro há pouco mais de dois meses.
Com o apoio do governo brasileiro e o silêncio de toda a América Latina, o governo venezuelano tem se mantido no poder única e exclusivamente pela força da repressão estatal. Para o então presidente Lula que há alguns anos dizia que “havia excesso de democracia” na Venezuela, os fatos ocorridos no nosso vizinho já lembram os chamados “anos de chumbo” da ditadura militar brasileira.
Onde está a indignação dos nossos “humanistas” de esquerda? Por que ninguém quer dar ouvidos aos pedidos de socorro dos estudantes venezuelanos que hoje são vítimas do governo que tanto inspirou os nossos socialistas do poder? O que dizer agora Lula, depois de fazer campanha de forma tão engajada para o aprendiz de ditador Maduro?
Inflação caminhando para os 100%? Escassez de alimentos? Criminalidade recorde? Redução da produção de petróleo? Aumento da dívida interna e externa? Tudo conspiração. O governo Chaves/ Maduro não tem culpa de nada. Até o câncer que matou Chaves foi culpa dos norte-americanos!
A Venezuela mergulha no caos. Falta comida, falta produtos de higiene, remédio, tudo. Mas o governo Maduro continua mandando dinheiro para Cuba. A mesada hoje equivale a 22% do PIB da ilha de Fidel. Se contarmos com os bilhões de dólares drenados da economia brasileira para o “paraíso comunista” (sob “segredo de estado”, vale lembrar), a conclusão que chegamos é que Brasil e Venezuela estão ajudando a manter a falida ditadura comunista cubana. Mas como estes caras podem ter a cara de pau de falar mal da ditadura brasileira que já terminou há quase 30 ano e, ao mesmo tempo, financiar uma ditadura comunista responsável por mais de 100 mil mortes?
Mas não adiante. Eles só veem o que querem ver. Apenas repetem a lavagem cerebral que ouviram e seguem se achando a vanguarda revolucionária que libertará o mundo do capitalismo! Para quem quiser saber como está a situação na Venezuela, seguem dois vídeos amadores produzidos por estudantes venezuelanos que clamam por nosso socorro:
Não é por acaso que Venezuela e Argentina, os dois países que mais mergulharam no intervencionismo estatal nos últimos anos, hoje enfrentem as piores crises políticas e econômicas do continente sul americano. Também não é por acaso que Chile, Perú e Colômbia, os três países sul americanos que menos se deixaram contaminar pelo chamado “socialismo do século XXI” de Chaves, são hoje os que mais se destacam no continente, combinando bons índices de crescimento, com inflação baixa e contas equilibradas.
Como o pais com as maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela, que há bem pouco tempo crescia a admiráveis 9% ao ano, hoje estar completamente destroçada, política e economicamente? Como a Argentina, que até os anos 50 era um dos sete países mais ricos do mundo, hoje não passa de mais um problemático latino americano em queda livre em todos os rankings econômicos e sociais? Como em tão pouco tempo o Brasil deixou de ser visto como um novo candidato à super potência para voltar a sua velha condição de “gigante adormecido”?
Por outro lado, como um país pobre como o Peru veio a se tornar um dos novos “queridinhos” dos investidores nos últimos anos? Como um país destroçado por carteis e guerrilhas como a Colômbia pode hoje ser mais atrativo do que o Brasil? Por que o Chile, um país periodicamente devastado por terremotos, vulcões e maremotos, tornou-se a economia mais estável e próspera do continente?
As respostas para todas estas questões passam pela dicotomia que têm embalado a disputa política entre esquerda e direita há várias décadas: mais estado x menos estado. Os casos citados acima são apenas mais alguns dos muitos exemplos que a história tem nos mostrado ao longo dos anos. Basta uma rápida olhada no ranking de liberdade econômica para ver o óbvio: os países mais civilizados e prósperos são os que apresentam maiores índices de liberdade econômica. Por outro lado, quanto mais intervencionismo governamental, menos desenvolvimento e, claro, autoritarismo. As experiências socialistas estão aí para provar. Todas, sem exceção, fracassaram. Então, por que, diante de tantas lições da história, tantos países ainda continuem brigando com a realidade? O que faz com que tantas pessoas envolvidas com a política não enxerguem o óbvio?
A ideologia socialista é a resposta. É a ideologia que justifica tudo que acontece na Venezuela e cega o exército de “idiotas úteis” que milita para divulgar o discurso panfletário de esquerda. Foi em nome do “socialismo do século XXI” que Hugo Chaves se tornou mais um mito mundial, a ponto de ser biografado por Oliver Stone em mais uma superprodução hollywoodiana, mesmo depois de semear o caos político e econômico na Venezuela.
É assustador ver o rumo que o bloco bolivariano tomou em tão pouco tempo. Mas, como já disse no título desta nova série de posts, nenhuma surpresa. Tudo dentro do script. A derrocada era só uma questão de tempo. E para quem acha que o Brasil está imune ao que está acontecendo na Venezuela e na Argentina, veremos o longo caminho que já percorremos na mesma direção, sem que a maioria da nossa população nem perceba o que está acontecendo.
É um processo gradativo, que vai tornando corriqueiros fatos que em outras épocas pareciam impensáveis para a nossa jovem democracia. Os escândalos subiram de patamar. Agora estão na casa dos bilhões (de dólares) e nada acontece. No caso dos US$ 2 bilhões de “empréstimos” secretos a Cuba e Angola, por exemplo, o governo do PT violou o artigo 49 da Constituição Federal que diz que “é de competência exclusiva do Congresso Nacional decidir sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ao patrimônio nacional”. Portanto, o governo do PT ignorou à constituição, motivo de impeachment. No entanto, a hipótese nem sequer chegou a ser cogitada. Só mais recentemente, em outro escândalo bilionário (da Petrobrás), é que alguém chegou a falar de impeachment no Congresso. Claro que tudo vai ser abafado mais uma vez, pois o partido que quando oposição era o “rei das CPIs”, agora virou o “rei do esvaziamento de CPIs”. Subimos também vários degraus na escala da cara de pau.
Enfim, repetimos com alguns anos de atraso o caminho percorrido pela Venezuela. É o mesmo filme. As mesmas mentiras, os mesmos discursos, as mesmas práticas políticas e econômicas. Tudo de forma gradativa, como preconizado por Gramsci, o grande referencial ideológico do PT.
No próximo post, vamos relembrar alguns fatos ocorridos no governo do PT e provar, com fatos, que estamos sim subindo na escada do autoritarismo. E só não chegamos mais longe porque várias propostas do governo do PT foram barradas por pressão da opinião pública, felizmente. Tentavas de controle do Judiciário, tentativas de controle da imprensa, do Ministério Público, do Congresso são apenas alguns exemplos.
E para quem acha que a guerra ideológica é coisa do passado, que foi sepultada com a queda do muro de Berlim, mostraremos o quanto ela está ativa e viva nas mentes dos militantes esquerdistas, que continuam trabalhando para avançar na agenda socialista no Brasil. Para quem quiser ter uma amostra do que estamos falando, sugerimos um vídeo que mostra uma reunião do PT, onde o presidente do partido, Rui Falcão, é visto como um representante da ala “direita” do partido! (ver aqui).
Na verdade, tal processo faz parte de algo mais amplo, que engloba toda a América Latina, num esforço coordenado por uma elite intelectual que se reúne todos os anos, traça metas e coordena grupos de trabalhos que envolvem a maioria dos partidos de esquerda da região, ONGs, sindicatos, associações e até grupos terroristas. Não é por acaso que o nosso país tem emprestado verdadeiras fortunas sob “segredo de estado” à vários países da região.
Felizmente temos os espelhos da Venezuela e da Argentina para nos advertir sobre a direção em que estamos caminhando. Os estragos que o PT tem feito na nossa economia já são visíveis e ficarão ainda mais no próximo ano, já que muitas contas estão sendo empurradas para adiante. Não será fácil para o próximo governo colocar o Brasil novamente nos trilhos. No entanto, protelar esta mudança pode nos levar a um quadro ainda mais difícil em 2018.
A informação é nossa arma, o antídoto que pode barrar este processo. Ajude-nos a divulgar estas informações e até o próximo post!
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