Continuação das entrevistas 1 (“Se a Odebrecht cair, Lula também cairá?“) e 2 (“Propina e lula frita“):
- Hoje o senhor nem se preocupe que eu vim aqui só para comer.
- A Odebrecht nega.
- Nem vou perturbá-lo com perguntas, porque sei que o senhor só vai responder que “a Odebrecht nega” o tempo todo.
- A Odebrecht nega.
- Não se preocupe. Eu adoro comer essa lulinha fri…
- A Odebrecht nega.
- Mas agora que a barra está sujando para a empresa do senhor também nos Estados Unidos, confesso que imaginei o senhor dizendo “Odebrecht denies”.
- …
- É até engraçado: disseram na redação que a Braskem, sociedade entre a Odebrecht e Petrobras, tem também ADRs negociadas na Bolsa de Nova York. Você acredita que eu nem sabia o que eram ADRs?
- …
- Então fui ver no Google: “American Depositary Receipt”, a tal da ADR, “é um certificado de depósito emitido por bancos norte-americanos, representativos de ações de empresas sediadas fora dos Estados Unidos”.
- …
- Por obrigação com o mercado de ações americano, além do brasileiro, qualquer empresa daria explicações sobre o pagamento de propinas, porque, sabe como é, mentir nos EUA é mais complicado, mas deixa quieto. A lulinha está gostosa, vamos dividir mais uma?
- A Braskem…
- Eu sei, senhor. A Braskem também nega. Vai um molho rosé?
- …A Braskem, à luz das alegações de supostos pagamentos indevidos para seu favorecimento em contratos celebrados com a Petrobras, admite à CVM que deu início a um procedimento de investigação interna.
- Jesus! Onde está meu gravador?
- Informa também que contratou escritórios de advocacia no Brasil e nos EUA com reconhecida experiência em casos similares para conduzir a investigação.
- Santo Deus! Um minuto. Cadê o botão? Aqui! O senhor pode repetir, por favor?
- A Odebrecht nega.
- Mas senhor! “À luz das alegações…”?
- A Braskem nega.
- Se eu chamar um americano, o senhor responde?
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