segunda-feira, 20 de abril de 2015

Indústria de SP demite 17 mil e tem pior março da história

Resultado de março é o pior em 10 anos, segundo pesquisa da Fiesp e do Ciesp

A indústria de São Paulo demitiu 17 mil trabalhadores em março, o pior da série histórica da pesquisa da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). O resultado foi influenciado pela contratação abaixo da média por parte do setor sucroalcooleiro.
“Em 2014, foram gerados mais de oito mil empregos no campo. Este ano só 1,4 mil. Portanto, não tivemos a parcela positiva de usinas de açúcar e álcool”, avalia Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp, responsável pela pesquisa de emprego no estado.
Segundo ele, a situação atual, pela qual o setor passa, é muito ameaçadora para o emprego, “uma vez que há um número razoável de empresas em recuperação judicial”.
Na leitura com ajuste sazonal, o emprego na indústria caiu 0,88% em março ante fevereiro. No acumulado do ano, o setor manufatureiro paulista fechou 23 mil vagas. Mas o número mais preocupante para as entidades é o fechamento de 173 mil postos de trabalho na indústria na comparação de março de 2014 com março de 2015.
“Março comparativamente ao mesmo mês do ano passado teve 6,54% a menos de emprego. Um número muito ruim. E nos coloca na rota de um 2015 certamente negativo na geração de empregos na indústria de transformação”, acrescenta Francini.
A Fiesp e o Ciesp estimam que o mercado de trabalho da indústria de São Paulo deve encerrar este ano com uma queda de ao menos 5%.
A indústria de máquinas e equipamentos foi a que mais demitiu em março. Ao todo, foram fechadas 7.380 vagas em todo o estado.
“É um setor totalmente ligado a investimento, que, por sua vez, é uma crença no futuro e essa crença está muito débil atualmente”, justifica o diretor do Depecon. “É necessário ganhar um novo espírito com relação ao futuro”.
Números de março
No mês passado, as demissões na indústria chegaram a 18.423, mas uma pequena parte da cifra foi anulada pela contratação de 1.423 trabalhadores pelo setor de açúcar e álcool.
Apesar de contratar, o setor sucroalcooleiro sinalizou um arrefecimento no mercado trabalhado se comparado com anos anteriores. Em 2014, por exemplo, foram admitidos por usinas 8,6 mil trabalhadores.
O emprego industrial já caiu 0,93%, na leitura sem ajuste sazonal, de janeiro a março deste ano. Este é o pior resultado da série histórica da pesquisa com exceção dos resultados de 2009, quando o mercado de trabalhou encolheu 2,34% durante o mesmo período.
Setores e Regiões
Dos 22 setores avaliados pela pesquisa do Depecon, 18 registraram baixa no emprego, três informaram contratações e um permaneceu estável. 
Além da indústria de máquinas e equipamentos, o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias se destacou entre as demissões de março com o fechamento de 2.358 vagas, seguido pelo segmento de produtos alimentícios, que perdeu 1.722 vagas no mês passado.
Das 36 regiões apuradas, 24 sofreram queda no emprego, oito anotaram alta e quatro mantiveram-se estáveis.
Entre os comportamentos de alta, a indústria de São João da Boa Vista se destacou com aumento de 1,4%, impulsionado pelos segmentos de veículos automotores (6,94%) e de produtos alimentícios (2,9%). Franca também avançou, a 1,16% em março, motivada por contratações nos setores de artefatos de couro e calçados (1,89%) e de produtos de borracha e plástico (0,80%).  O emprego em Bauru subiu 0,71%, em meio a alta na indústria de confecção de artigos de vestuário (6%) e de produtos alimentícios (1,83%).
No campo das perdas, a região de Osasco registrou a maior queda, 3,34% pressionada por baixo desempenho nos segmentos de produtos alimentícios (-14,45%) e de impressão e reprodução (-2,16%).  Diadema também anotou baixa, de 3,02% em meio a demissões nas indústrias de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-8.26%) e de produtos de borracha e plástico (-4,69%).
Santos também se destacou com uma queda de 1,79%, influenciada pela baixa nos setores de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-15,07) e de impressão e reprodução de gravações (-3,75%).

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP
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16 de abril de 2015



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