Presidente da siderúrgica diz que medidas paliativas não funcionam, que o custo Brasil impede a competição, que há muita margem para piorar, alerta para o risco de desemprego e afirma que as dificuldades não são ouvidas em Brasília.
O jornalismo é feito para informar, mas também a livre expressão significa poder ler e ouvir opiniões técnicas mais estudadas. Não à toa, o setor dos jornais considerado mais confiável são os cadernos de economia: investidores, que colocam o seu dinheiro em projetos sem garantia nenhuma de que verão o dinheiro de volta, querem informações mais sólidas do que o mero palpite e a análise genérica da palpitaria política.
Não à toa, apesar de dezenas de editoriais, colunas e notícias críticas ao governo diários (dezenas mesmo, um número ditatorialmente baixo para um país de 200 milhões de habitantes), uma única análise de consultoria econômica causa um escarcéu no governo. Vide o caso Santander.
O que incomoda o governo não é a “análise pessoal enviada a clientes”, e sim o mero fato de que essa análise ser, afinal, uma análise de causalidade financeira: quem sonhar em deixar seu dinheiro sendo também gerido pelo governo nos anos vindouros de PT (afinal, quase metade de toda a nossa economia passa, alguma hora, pelas mãos de políticos e gestores partidários, ou pelas conseqüências de suas ações), estará em maus lençóis.
A projeção não foi uma opinião “a esmo”, e sim uma análise econômica de alerta: quem resolver usar o órgão mais sensível do corpo humano, o bolso, para enfrentar o governo sempre nos atrapalhando economicamente, deverá aguardar más notícias na conta bancária.
Todavia, as análises econômicas são sempre pessimistas em se tratando do PT, que apenas tem slogans vazios de “desigualdade” ou “tirar zilhões da miséria absoluta” para as massas indoutas, que no fino toque com a realidade, são vazios de sentido.
Mais uma análise que o PT fará de tudo para ser varrida para debaixo do tapete vem do presidente da siderúrgica CSN, Companhia Siderúrgica Nacional, o sem papas na língua Benjamin Steinbruch. Para quem quer cuidado econômico, e não automatismos verbais plantados pelos partidários de plantão, as palavras de Steinbruch são imprescindíveis. Saiu no InfoMoney:
SÃO PAULO – Conhecido por sua postura polêmica, o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, não poupou críticas às graves condições e perspectivas econômicas do Brasil e destacou a insatisfação dos investidores com o país, durante a abertura do Congresso do Aço, que acontece hoje e amanhã em São Paulo.“O custo Brasil não permite competir. Somente um louco investe hoje no Brasil”, afirmou Steinbruch, acrescentando as taxas de juros estão em um nível absurdo.Ele explicou que a indústria do aço está em situação crítica no país. “O Brasil precisa de medidas urgentes. Os produtores de aço precisam de reação mais rápida do governo”, completou.De acordo com ele, a indústria de aço deve enfrentar uma queda de atividade de 25% a 30%.Steinbruch afirmou também que o Brasil enfrenta uma forte perspectiva de recessão e que o país tem muita margem para piorar. Segundo ele, nunca houve um ano eleitoral em que a expectativa fosse de recessão econômica. “A situação está crítica. A esperança era de que a economia estivesse mais aquecida, mas temos um risco iminente de desemprego e falta de perspectiva dos negócios”, pontuou.O presidente da siderúrgica destacou ainda que o país precisa fazer algo muito diferente, porque está chegando a um limite. “Medidas paliativas não adiantam. Precisamos de algo agressivo para arrumar essas distorções”.Para Steinbruch, há um “grande distanciamento do governo federal” em relação aos problemas que vêm sendo enfrentados pela indústria. “Falta a comunicação, nossa dificuldade não chega em Brasília”, confidenciou, afirmando que “os problemas da indústria automotiva são antigos e estão afetando os demais setores.De acordo com o presidente da CSN, é difícil encontrar alguém otimista no curto prazo, já que algumas empresas estão reduzindo sua capacidade de produção e estão demitindo. Por outro lado, Steinbruch defendeu que a “indústria brasileira é rápida e que responderá à qualquer estímulo favorável relacionado à economia.
Resta traduzir a linguagem de quem analisa a realidade para o povo, que trabalha por símbolos e palavras mais básicas: com Dilma Rousseff reeleita e o PT no poder, quem trabalha na indústria terá alta chance de perder o emprego, sem ter como sustentar sua família, a não ser pelo migalhismo dos programas sociais do governo.
Como a indústria do aço e a automotiva influencia até no preço do alface transportado por nossas estradas, o risco de produtos básicos sumirem das prateleiras (e, pela lei de oferta e procura, terem seu preço subindo como foguetes) é alto.
E quanto mais o governo tenta consertar com “o PAC disso, o PAC daquilo”, como disse Aécio, mais aumenta o problema, com mais coisas tendo de ser resolvidas no ano seguinte.
Ou seja, mais uma análise factual (e não meramente jogada no ar) que o PT e Dilma Rousseff não querem que você saba.
Nunca o Brasil da democracia esteve em tão grande risco econômico quanto com a reeleição de Dilma Rousseff.
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