Em nota conjunta divulgada nesta quinta-feira, as Federações das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Rio de Janeiro (Firjan) se dizem
"perplexas com a inação do governo diante da deterioração crescente do
quadro econômico do País" e afirmam que "o governo abriu mão de
governar". As entidades cobram um rigoroso ajuste fiscal, com cortes das
despesas e sem elevação da carga tributária.
"O País
repudia com ênfase novos aumentos de impostos. Esta é a receita fácil de
sempre, mas a sociedade não aguenta mais pagar a conta da incompetência do
Estado", diz a nota, assinada pelo presidente da Firjan, Eduardo Eugenio
Gouvêa Vieira, e pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf. "A perda do grau de
investimento por uma agência de rating internacional é o desfecho de uma série
de hesitações, equívocos e incapacidade de lidar com os desafios de uma
conjuntura econômica cujo esfacelamento é resultado de incontáveis erros
cometidos ao longo dos últimos anos."
No dia 6 de agosto, Fiesp e Firjan já haviam
divulgado nota conjunta em defesa da posição
do vice-presidente Michel Temer (PMDB), então responsável pela
articulação política do Palácio do Planalto. À época, as duas entidades
afirmaram que o momento econômico e político brasileiro era "de
responsabilidade, diálogo e ação para preservar a estabilidade institucional do
Brasil", e que a indústria brasileira se associava "ao apelo de união
para que o bom senso, o equilíbrio e o espírito público prevaleçam no
Brasil".
Agora, as entidades lamentam a sucessão de
erros do governo, coroada pelo envio de um projeto de Orçamento para 2016 com
projeção de déficit de R$ 30,5 bilhões. "Assim, o Poder Executivo abriu
mão uma de suas prerrogativas mais básicas: a iniciativa de propor ao
Legislativo o ordenamento das receitas e despesas públicas segundo suas
prioridades. Com esse ato, o governo abriu mão de governar". Fiesp e
Firjan cobram ainda reformas de longo prazo, como a criação de um limite para
despesas públicas e a adoção de um programa de venda de ativos públicos para
engrossar o caixa do governo.
"Só reformas estruturais de longo prazo
recolocarão o Brasil no rumo do crescimento econômico e geração de emprego. O
setor produtivo precisa de menos tributos para voltar a dar conta de girar a
roda da economia", afirmam os presidentes na nota conjunta, ressaltando
que, até o final do ano o país corre o risco de ter 1,5 milhão de postos de
trabalho perdidos caso nada seja feito. "O Brasil não pode mais
esperar", concluem.
(Com Estadão
Conteúdo)
fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/economia/industrias-citam-incompetencia-do-estado
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