Resultado surpreendeu os analistas, que esperavam uma taxa de no máximo 7,3%; em um ano, aumentou em 662 mil o número de pessoas na fila por um emprego
A taxa de desemprego em julho, de 7,5%, é a maior desde março de 2010, quando atingiu 7,6%. Considerando apenas os meses de julho, o resultado é o mais elevado desde 2009, quando ficou em 8,0%, apontou o órgão. A série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego começa em março de 2002.
O rendimento médio real dos trabalhadores, por sua vez, registrou alta de 0,3% em julho ante junho. Já na comparação com julho de 2014, houve recuo de 2,4%. O rendimento médio real do trabalhador, já descontados os efeitos da inflação, foi de R$ 2.170,70 em julho de 2015, segundo o IBGE.
A massa de renda real habitual dos ocupados nas seis principais regiões metropolitanas do País somou R$ 49,9 bilhões em julho, o que significa uma alta de 0,3% em relação a junho. Na comparação com julho de 2014, o montante diminuiu 3,5%.
Já a massa de renda real efetiva dos ocupados totalizou R$ 50,2 bilhões em junho deste ano, alta de 0,2% em relação ao mês de maio. Ante junho de 2014, houve redução de 3,1% na massa de renda efetiva.
IBGE diz que aceleração da taxa de desemprego foge do padrão de outros anos
A aceleração no ritmo de crescimento da taxa de desemprego no mês de julho chama a atenção, já que foge do padrão verificado em anos anteriores, afirmou a técnica Adriana Beringuy, da Coordenação de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo ela, a taxa costuma crescer no primeiro trimestre, quando trabalhadores temporários contratados para as festas de fim de ano são dispensados, mas a tendência de alta é interrompida após os três primeiros meses do ano.
"Chama a atenção a aceleração da taxa, que não se interrompeu depois do primeiro trimestre. A taxa não ficou estável, continuou crescendo, a ponto de continuar sendo muito maior do que no ano passado", afirmou Adriana. Em julho, a taxa de desemprego chegou a 7,5%, um avanço de 0,6 ponto porcentual em relação ao mês anterior. Uma diferença mensal nessa magnitude só foi observada no início deste ano. Em relação a julho do ano passado, a alta foi de 2,6 pontos porcentuais, a maior já vista na série.
"Isso ocorre pelo aumento da desocupação. O que provavelmente está acontecendo é que as pessoas sentem mais necessidade de buscar emprego", explicou a técnica. Segundo ela, a queda na renda tem um peso importante nessa decisão. Em julho ante igual mês do ano passado, o rendimento médio dos trabalhadores caiu 2,4%, a sexta queda consecutiva nesta comparação.
"O rendimento do trabalho é o que mais pesa no rendimento de um domicílio. Se está havendo redução no rendimento do trabalho e pessoas sendo demitidas, o rendimento do domicílio como um todo é afetado. Esse é o principal motivo para que pessoas que não estavam pressionando o mercado de trabalho, principalmente jovens, por motivos de estudo, agora passem a fazê-lo", disse Adriana.
Avanço
O avanço da taxa de desemprego no mês de julho, tanto na comparação mensal quanto anual, foi influenciado pelo crescimento da população desocupada, reforçou Adriana. Segundo ela, tanto demitidos quanto pessoas que antes não procuravam emprego têm determinado esse aumento.
"Há uma procura crescente por trabalho, que está sendo puxada tanto por pessoas que estão saindo do mercado de trabalho quanto por pessoas que antes estavam na população inativa", disse Adriana.
Em julho, a população desocupada cresceu 56,0% em relação a igual mês do ano passado, o maior avanço já registrado na série da Pesquisa Mensal de Emprego. Ao todo, 662 mil pessoas engrossaram a fila do desemprego no período de um ano. Já a população inativa, que era um destaque em 2014 por trazer alívio à taxa de desemprego, vem apresentando números bem mais tímidos ao longo de 2015. "A população inativa não está crescendo como no ano passado", afirmou Adriana.
Segundo a técnica do IBGE, há um número cada vez maior de pessoas procurando trabalho, mas essa busca não tem se refletido em aumento da ocupação, pelo contrário. "A ocupação está tendendo a cair", disse. Em julho, a população ocupada recuou 0,9% em relação a igual mês do ano passado, a maior queda para o mês na série da PME. Ao todo, 206 mil pessoas perderem o emprego no período.
Emprego com carteira
O número de empregados com carteira assinada no setor privado diminuiu 1,5% em julho ante junho, informou o IBGE. Isso significa que 168 mil pessoas perderam o emprego no mercado de trabalho formal no período.
Já na comparação com julho do ano passado, a queda no emprego com carteira foi de 3,1%. Neste confronto, 359 mil postos formais foram fechados, apontou o órgão.
fonte: http://www.istoe.com.br/reportagens/432999_DESEMPREGO+ACELERA+PARA+7+5+EM+JULHO+E+ATINGE+A+MAIOR+TAXA+PARA+O+MES+EM+SEIS+ANOS?pathImagens&path&actualArea=internalPage
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