Os
trabalhadores pobres são os mais prejudicados pelo escorregão da economia. Mas
onde estão os supostos defensores dos pobres para protestar contra a queda do
PIB?
Por: Leandro Narloch
Quem está
preocupado com a condição dos trabalhadores e dos brasileiros mais pobres
precisa ficar de olho em dois índices.
O primeiro é a produtividade. Um
empregador só vai pagar R$ 5 mil de salário se o funcionário render um pouco
mais que isso. A produtividade determina o teto, o máximo que uma pessoa pode
ganhar.
Já o valor mínimo depende da
oferta e procura. Se houver gente demais à procura de vagas, o empregador
poderá pagar muito menos que R$ 5 mil de salário. Do contrário, se houver um
bocado de patrões em busca do trabalhador, eles terão que reduzir suas margens
e contratar por algum valor bem próximo do lucro que o funcionário produz.
Por isso o segundo índice
relevante à condição dos pobres é o crescimento da economia. PIB em alta
significa mais vagas, mais shoppings abrindo, mais prédios em construção. A
empregada doméstica pode dar adeus à patroa que a trata mal e tentar uma vaga
de vendedora na loja de sapatos.
Uma notícia como a de hoje, uma
retração do PIB que espantaria até mesmo os gregos em crise, atinge os pobres
no peito.
O estranho é que nenhum dos
supostos defensores dos pobres sai às ruas diante desse fato. Nenhum cronista
ou colunista de esquerda vocifera pela internet reclamando da pior
notícia que os trabalhadores brasileiros poderiam ouvir. Cadê a CUT e
os sindicatos protestando contra a provável recessão?
Vai entender.
@lnarloch
FONTE: http://veja.abril.com.br/blog/cacador-de-mitos/2015/08/28/por-que-os-movimentos-sociais-nao-protestam-contra-a-queda-do-pib/
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