(FOTO: MARCELO CAMARGO/ABR)
Em jantar com sete empresários no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff demonstrou preocupação com a turbulência na China, reconheceu que há “dificuldades reais” colocadas no horizonte e pediu ajuda do setor privado para superar a crise. A presidente garantiu que o objetivo da política econômica do seu governo é a retomada do crescimento.
“Nós estamos vivendo um momento difícil. Temos de sair disso juntos e todos têm de ajudar”, afirmou Dilma, em jantar de cerca de três horas na noite desta terça-feira, 25, no Palácio da Alvorada.
Participaram do encontro os executivos Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco; Benjamin Steinbruch, da CSN; Cledorvino Belini, da Fiat; Joesley Batista, da JBS; Edson Bueno, da Dasa; Josué Gomes, da Coteminas; e Rubens Ometto, da Cosan.
Os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) também estiveram presentes.
Extensão. Segundo Monteiro, Dilma ressaltou durante a conversa que ainda não é plenamente conhecida a extensão da crise na China, cujo Banco Central anunciou nesta terça-feira uma redução nas taxas de juros e afrouxamento das taxas de depósito compulsório para acalmar os mercados.
“Não se conhece bem a extensão desse processo numa economia como a da China, que tem características próprias”, comentou o ministro.
Para Monteiro, o diálogo do jantar "foi muito bom, franco e produtivo". "A presidente mais ouviu do que falou. Ninguém manifestou uma posição de falta de confiança, todos evidentemente querem ver o Brasil superar essas dificuldades. É importante que todos nessa hora possam dar uma contribuição, para que a gente possa sair o mais rápido possível dessas dificuldades.”
Dilma disse que não adianta minimizar os atuais desafios, porque há “dificuldades reais”. A presidente e os empresários também destacaram o papel do setor de exportações na geração de empregos no Brasil, em um ambiente de crise.
“Não se falou no impeachment em nenhum momento, porque essa é uma questão que eu acho sinceramente que não é uma questão que esteja posta, não tem uma questão concreta, portanto, essa questão não entrou no jantar”, assegurou Monteiro.
Apesar da pauta repleta de problemas, o ministro disse que o menu servido aos empresários no Alvorada foi “salada e pratos leves”.
Além de intensificar a interlocução com executivos de grandes empresas, Dilma tem aproveitado as viagens por capitais nordestinas para se encontrar com empresários regionais, em um esforço para “injetar” otimismo na economia. Dentro do Palácio do Planalto, a avaliação é a de que o resgate da popularidade da presidente se dará com os primeiros sinais de recuperação da economia brasileira.
Um dia depois de deixar o "varejo" da articulação política, o vice-presidente Michel Temer não foi informado sobre o encontro de Dilma.
O vice-presidente, no entanto, também vai participar de um jantar com empresários nesta quinta-feira (27), em São Paulo. O encontro está sendo organizado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que também é do PMDB. Alguns nomes que encontraram Dilma na terça, como Trabuco, também estarão no evento desta quinta.
O jantar de Dilma não foi comunicado oficialmente pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) na agenda da presidente. Auxiliares palacianos alegam que a agenda no Alvorada é “privada”, por se tratar da residência oficial da presidente.
Nas últimas semanas, a presidente já recebeu no palácio governadores de todo o País, a cúpula do Poder Judiciário e lideranças partidárias. (AE)
FONTE: http://www.diariodopoder.com.br/noticia.php?i=38521179652
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