Conversa fiada – No dia em que se comemora o lançamento de “Alice no País das Maravilhas” (foi lançado em 1865), a presidente Dilma Vana Rousseff não se fez de rogada e mais uma vez comparou o Brasil à fabula infantil. Nesta sexta-feira (4), último dia para os candidatos à reeleição participarem de eventos oficiais, de acordo com o que determina a legislação eleitoral, Dilma esteve presente à inauguração do Hospital da Restinga, em Porto Alegre.
A petista disse, durante o evento, que estava feliz por ver o bairro porto-alegrense mostrar ao Brasil o que é possível e pode ser feito, referência à mobilização da comunidade local pelo hospital, o primeiro totalmente público aberto nos últimos 40 anos na cidade e pelo campus do Instituto Federal de Educação, instalado na região. “E quem fez continuará fazendo”, afirmou, sendo aplaudida pelas 200 pessoas que estavam na plateia.
Aproveitando que o hospital era uma antiga reivindicação da população da Restinga, Dilma abusou do ufanismo e falou em sensação de dever cumprido, lembrando que a obra fora prometida governo anteriores.
Antes de encerrar seu discurso, Dilma destacou que o País fez a “Copa das Copas”. Disse ter certeza de que os aeroportos sob responsabilidade do governo federal “estão irrepreensíveis” e que os estádios “estão dando um show de bola”. “Derrotamos os pessimistas que disseram que não havia a menor possibilidade de a Copa do Mundo dar certo”, reforçou. “Diziam que seria a Copa do caos, da falta de energia, de tudo o que há de ruim”, completou.
Sempre cumprindo ordens de sua assessoria, que pinça fatos supostamente positivos para serem explorados nos discursos, a presidente lembrou o momento em que a banda da torcida holandesa uniu-se espontaneamente à banda da Brigada Militar, em Porto Alegre, para tocar “Aquarela do Brasil”, como exemplo da integração entre brasileiros e turistas estrangeiros. “Para mim, essa imagem mostra aquilo que ninguém esperava, que derrotou todos os que tinham complexo de vira-lata”.
Dilma pode dizer o que bem quiser, até porque o Brasil é ainda uma democracia que contempla a livre manifestação do pensamento, mas não se pode esquecer que a desnecessária Copa do Mundo deixou a desejar em termos de obras de infraestrutura e aconteceu no rastro do superfaturamento e da corrupção.
Que a presidente usaria a Copa para camuflar as muitas mazelas que se espalham pelo País todos sabiam, mas não se pode aceitar que uma autoridade se valha da mitomania para afirmar que “quem fez continuará fazendo”. Tudo o que o paralisado e incompetente governo da petista conseguiu fazer foi passar a mão na cabeça dos corruptos e desmontar a economia, a ponto de colocar o Brasil à beira do despenhadeiro da crise.
Os enfadonhos discursos de Dilma Rousseff não apenas trazem a lume as mentiras esculpidas no Palácio do Planalto, mas mostram de maneira inconteste a incompetência de uma governante obtusa e truculenta, que continua acreditando ser o Aladim de saias. Dilma perdeu a chance de ficar calada e poupar os porto-alegrenses do seu besteirol, mas a ínfima plateia (200 pessoas) foi contratada para tratar a presidente como a derradeira salvação do universo.
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