sexta-feira, 31 de julho de 2015

Já vão melar?: PF não pede renovação da prisão de detidos na 16ª fase da Lava Jato

Delegada afirma que, nos documentos apreendidos, “não foi localizado nenhum item que reforce as suspeitas da prática dos crimes que levaram à decretação das medidas"
Por: Laryssa Borges, de Curitiba


A Polícia Federal comunicou nesta sexta-feira ao juiz federal Sergio Moro não que não vê necessidade de renovação da prisão do presidente global da Andrade Gutierrez Energia, Flávio Barra, e do presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Pinheiro Silva, e tampouco na conversão da detenção dos dois em prisão preventiva. Ambos foram presos na 16ª fase da Operação Lava Jato, desencadeada na terça-feira.
A Lava Jato chegou ao setor elétrico depois de o executivo Dalton Avancini, da Camargo Corrêa, ter afirmado, em depoimentos prestados após acordo de delação premiada, que o cartel de empreiteiras formado na Petrobras continuava a se reunir para discutir o pagamento de propinas a dirigentes da Eletrobras e da Eletronuclear, mesmo depois do estouro das investigações sobre o petrolão. Conforme Avancini, Pinheiro da Silva recebeu propina das empreiteiras.
Ao lado da Odebrecht, a Andrade Gutierrez foi alvo da 14ª fase da Lava Jato, que levou para a cadeia a cúpula das duas maiores empreiteiras do país. Em relação a Angra 3, o delator afirmou que o processo licitatório das obras da usina incluía distribuição de propina e um acordo com a Eletronuclear para que a disputa fosse fraudada e direcionada em benefício de empresas como a Camargo Corrêa, UTC, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Technit e EBE - todas elas reunidas em dois consórcios.
De acordo com a PF, porém, na análise prévia dos documentos apreendidos nesta fase das investigações "não foi localizado nenhum item que reforce as suspeitas da prática dos crimes que levaram à decretação das medidas judiciais ora cumpridas". Segundo relatório da delegada Erika Marena, os documentos analisados até o momento não comprovam as revelações de Avancini e, por isso, uma nova prisão seria desnecessária. Ela ressalta, contudo, que o trabalho dos policiais na avaliação dos dados apreendidos na operação ainda vai continuar.

fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/pf-abre-mao-de-nova-prisao-de-detidos-na-16-fase-da-lava-jat

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