Delegada afirma que, nos documentos apreendidos,
“não foi localizado nenhum item que reforce as suspeitas da prática dos crimes
que levaram à decretação das medidas"
Por: Laryssa
Borges, de Curitiba
A
Polícia Federal comunicou nesta sexta-feira ao juiz federal Sergio Moro não que
não vê necessidade de renovação da prisão do presidente global da Andrade
Gutierrez Energia, Flávio Barra, e do presidente licenciado da Eletronuclear,
Othon Pinheiro Silva, e tampouco na conversão da detenção dos dois em prisão
preventiva. Ambos foram presos na 16ª fase da Operação Lava Jato, desencadeada
na terça-feira.
A Lava Jato chegou ao setor
elétrico depois de o executivo Dalton Avancini, da Camargo Corrêa, ter
afirmado, em depoimentos prestados após acordo de delação premiada, que o
cartel de empreiteiras formado na Petrobras continuava a se reunir para
discutir o pagamento de propinas a dirigentes da Eletrobras e da Eletronuclear,
mesmo depois do estouro das investigações sobre o petrolão. Conforme Avancini,
Pinheiro da Silva recebeu propina das empreiteiras.
Ao lado da Odebrecht, a Andrade
Gutierrez foi alvo da 14ª fase da Lava Jato, que levou para a cadeia a cúpula
das duas maiores empreiteiras do país. Em relação a Angra 3, o delator afirmou
que o processo licitatório das obras da usina incluía distribuição de propina e
um acordo com a Eletronuclear para que a disputa fosse fraudada e direcionada
em benefício de empresas como a Camargo Corrêa, UTC, Odebrecht, Andrade
Gutierrez, Queiroz Galvão, Technit e EBE - todas elas reunidas em dois
consórcios.
De acordo com a PF, porém, na
análise prévia dos documentos apreendidos nesta fase das investigações
"não foi localizado nenhum item que reforce as suspeitas da prática dos
crimes que levaram à decretação das medidas judiciais ora cumpridas".
Segundo relatório da delegada Erika Marena, os documentos analisados até o momento
não comprovam as revelações de Avancini e, por isso, uma nova prisão seria
desnecessária. Ela ressalta, contudo, que o trabalho dos policiais na avaliação
dos dados apreendidos na operação ainda vai continuar.
fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/pf-abre-mao-de-nova-prisao-de-detidos-na-16-fase-da-lava-jat
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