Sem sossego – A Operação Politeia, mais novo capítulo da Operação Lava-Jato, da Polícia federal, causou necessários estragos no cenário político nacional. Cumprindo ordem judicial, a PF desembarcou na casa de dois importantes senadores da República: Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e Ciro Nogueira (PP-PI). Ambos são investigados a pedido da Procuradoria-Geral da República, que apura o envolvimento de dezenas de políticos no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história nacional.
Dos 53 mandatos de busca e apreensão realizados pela PF em sete estados, nesta terça-feira (14), um foi cumprido na casa de Ciro Nogueira, presidente nacional do Partido Progressista, que desde o início das investigações requisitadas pelo procurador-geral Rodrigo Janot se fechou em copas e só conversa com alguns dos seus mais chegados parceiros de legenda, deixando o restante dos parlamentares investigados ao relento. Esse é o relato de muitos políticos do PP investigados na Lava-Jato.
Para o advogado do presidente do PP, o criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, a operação policial na casa do seu cliente foi desnecessária, “tendo em vista que ele já prestou depoimento e colocou o sigilo fiscal, bancário e telefônico à disposição”.
“Nós pedimos acesso à delação do [dono da UTC], Ricardo Pessoa, mas o pedido foi recusado. A defesa fica impedida até de entender o motivo porque há uma inversão completa [dos andamentos]”, disse o advogado de Nogueira.
“As medidas invasivas passam a ser a regra e a defesa, que é a maior interessada em saber os motivos, não consegue acesso [aos autos]. É um momento muito policialesco que passa o país”, afirmou Kakay.
Ricardo Pessoa presta depoimento na manhã desta terça-feira, a portas fachadas, em São Paulo, na ação que tramita na Justiça Eleitoral e pede a cassação do registro da candidatura da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer.
O mais estranho nesse imbróglio envolvendo o PP é que até agora ninguém incomodou o ex-presidente da legenda, Francisco Dornelles, que comandou o partido durante boa parte do esquema de corrupção arquitetado pelo então deputado federal José Janene, já falecido. Presidente de honra (sic) do Partido progressista, Dornelles deixou o Senado Federal e está vice-governador do Rio de Janeiro, ao lado do governador Luiz Fernando pezão (PMDB).
FONTE: http://ucho.info/f-faz-busca-e-apreensao-na-casa-do-presidente-nacional-do-pp-mas-dornelles-ainda-nao-foi-incomodado
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