sexta-feira, 10 de julho de 2015

REUNIÃO DOS COMUNAS BRICS: Cúpula dos Brics tem poucos resultados práticos e proposta de festival de cinema

               SAUDAÇÃO COMUNISTA: Presidentes dos Brics acenam ao fim de reunião em Ufá, na Rússia


Um grande telão no centro de imprensa da cúpula dos Brics, em Ufá, exibia insistentemente uma foto em que os líderes do grupo apareciam em uma mesa de jantar com cara de poucos amigos, cercados por mulheres vestindo roupas típicas russas.

Com a economia da maior parte dos países dos Brics desacelerando, não foram vistos muitos sorrisos entre os líderes das economias emergentes mais importantes do mundo.

Enquanto os líderes de China, Rússia, Índia, Brasil e África do Sul se reuniam na distante Ufá, as bolsas derretiam na China. Além de Rússia e Brasil, que devem ter recessão neste ano, era atingida a maior economia do grupo.

A coincidência deixou clara a fragilidade atual do grupo, em grande parte dependente de commodities e que já vinham sofrendo com a desaceleração da demanda chinesa.

Nas declarações públicas, o presidente Xi Jinping nada falou sobre as bolsas de seu país. Mas seu discurso foi repetido por quase todos os líderes: a situação não está boa para os emergentes e eles precisam se unir para superar a crise. "Os Brics estão enfrentando grandes dificuldades e desafios. Mas quanto mais difíceis os tempos, mais valiosa é a nossa confiança", afirmou.
A cúpula terminou sem grandes resultados práticos. No ano passado, por exemplo, o encontro culminou no lançamento da proposta de criação de um banco de desenvolvimento e de um fundo de reserva emergencial para ajudar países em apuros financeiros.

Neste ano, comemorou-se muito os avanços para a implementação dos dois --a presidente Dilma Rousseff, por exemplo, disse que a cúpula foi um sucesso por causa disso. Mas os avanços ocorreram antes do encontro.

Dilma também destacou a assinatura de um acordo entre os bancos de desenvolvimento nacionais e o Banco dos Brics, que deve financiar projetos de infraestrutura.

A presidente falou ainda de um "mapa do caminho" com intenções e projetos para integração --ela celebrou a parceria na área de cinema, destacando que a indústria do entretenimento agrega "valor econômico, social e cultural".

"Nós vamos convergir para uma cooperação forte na área do cinema, considerando que vários países têm tradição nessa área, tem Bollywood, tem toda a indústria cinematográfica chinesa, tem a indústria russa e nós também temos", disse. Ela saiu da entrevista elogiando o filme brasileiro "Flores Partidas".

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, falou até em realizar um festival de cinema dos Brics. Ele também propôs a integração dos países pelo futebol.
Reforma
Já a declaração final insistiu em um objetivos primordiais do grupo, a reforma das instituições financeiras internacionais. Os países reforçaram o pedido para que seja implementada a reforma nas cotas do FMI, travada pelo Congresso americano.

Admitiram, porém, uma solução temporária que tivesse resultados semelhantes.

Outra reforma, a do Conselho de Segurança da ONU, foi mencionada, mas sem o apoio explícito dos países à entrada de Brasil e Índia no clube. Questões geopolíticas mais antigas que os Brics explicam: Brasil e Índia pleiteiam a entrada junto com Alemanha e Japão. E a China não apoiaria a entrada de seu vizinho e rival histórico no Conselho.

A declaração também não fez nenhuma condenação à Rússia por causa da Ucrânia. Como esperado, citou, de forma genérica, a condenação a ações militares unilaterais e a sanções econômicas em violação ao direito internacional - a Rússia sofre sanções americanas e europeias.

Terrorismo, tráfico de drogas, internet e vários conflitos também foram mencionados. Mas foi mesmo a economia o tema principal da cúpula. Criticados quando se formaram pela falta de interesses comuns, os países dos Brics parecem ter encontrado a agenda válida para todos
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